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quarta-feira, novembro 19, 2008

Wolinski no Amazonas - Final



Luiz Zanin e Wolniski. Pela assinatura, dá para ver como o homem pensa?

Seria Wolinski um misógino? Nada disso. "Fui talvez o primeiro a desenhar a mulher liberada, aquela que corre atrás do seu desejo e o manifesta para o homem." É assim seu álbum, de 1968, Je ne Pense qu'à Ça (Eu só penso nisso). E também sua personagem Paulette, nas histórias que escrevia em parceria com Pichard.

Os desenhos de mulheres saem naturalmente. Basta que uma delas lhe atice a libido, o que não parece tão difícil. Já as outras charges custam um pouco mais. Wolinski diz que há três fases em seu trabalho. Primeiro, a escolha do tema. "É a parte mais difícil." Depois, a busca pela idéia, isto é, a forma de realizar o tema. Finalmente, o desenho - "e esta é a fase mais fácil, sai num jato", garante. Não há por que duvidar, vendo a facilidade com que anota o cotidiano à sua volta na implacável cadernetinha.

E o relacionamento com os políticos - ele que é tão crítico em relação a eles? "Depois de tantos anos, a crítica também parece algo natural, e eles já se acostumaram a mim", diz. Conta uma história. Depois de anos fazendo charges impiedosas de Jacques Chirac, encontrou o então presidente nas Ilhas de Reunião. Ambos em férias. E teve a surpresa de ser cumprimentado calorosamente pelo político, que se disse seu leitor e admirador. "Qual não foi minha surpresa quando, na volta, ele me concedeu a Légion d'Honneur? Naturalmente, não estou com condecoração aqui", diz, rindo.

O cartunista é sempre da oposição ou pode eventualmente apoiar algum governo? Wolinski responde de outra maneira: "Essa é uma vasta discussão, que pode ser resumida assim: o humor pode ser de direita?" Ele acha que não. A direita tem muitas certezas, e uma série de valores a defender. Alguém de direita pode ser bom satirista, nunca humorista. "O humor é de esquerda, é uma lucidez na maneira de ver a sociedade que a direita não possui, por estar comprometida demais com a ordem estabelecida."

Wolinski despertou para a política em momento privilegiado da esquerda francesa, o maio de 1968. Sobrou alguma coisa daquela época das barricadas do Quartier Latin? "Com essa sua pergunta voltamos a Sarkozi, que deseja destruir a memória de 68. Não consigo entender esse ódio ao maio de 1968. Claro, havia aquele negócio maoísta e trotskista, que era mesmo muito chato, pois eram como sacerdotes e suas seitas... Mas o resto..."

E o que era o resto? "Foi uma época de reflexão, de alegria, de busca da liberdade." Incluindo a liberdade sexual, que já vinha de antes e explode em 68. "Nós nos aproveitamos muito bem da pílula... até que veio a aids. Mas, entre a pílula e a aids, foi o paraíso, uma festa." Pelo bom humor de Wolinski, a festa continua. Mais amena, mas festa, ainda assim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro SImão.
Venho aqui por que com vc não há frescuras!
Denuncio o sr. KIDD MAHAL por maltratar as candidatas (a maioria) ao peladão 2008.
Ele grita e tem ataque de nervos a todo o instante. Parece uma neurastênico.
Há ali jovens de famílias decentes e não prostitutas. Algo tem que ser feito contra esse cidadão que se prevalece de um tolo e momentaneo PODER para pisar nas meninas. Ele tem que se cuidar pois só atrai antipatia!
PAULO
Centro MANAUS