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sábado, janeiro 03, 2009

Sonho, ritmo e lirismo


Quando participou de uma turnê com a cantora baiana Maria Bethânia, ao longo do ano passado, levando para 40 mil pessoas do país um pouco da musicalidade cubana, Omara Portuondo concretizava o sonho de milhões de brasileiros, encantados com sua performance no filme “Buena Vista Social Club”, de Wim Wenders, feito dois anos após o lançamento de um álbum em que o produtor norte-americano Ry Cooder promoveu a redescoberta de um grupo de intérpretes, músicos e compositores que traduziram para os dias de hoje um pouco do clima musical que rondava a ilha caribenha nos tempos pré-revolucionários.

Neles, os ritmos mais dançantes do “són” e de variações da música norte-americana derivada do jazz e do blues conviviam de perto com o lirismo de ritmos latinos ali também instalados como o bolero ou o mais autóctone “guajira”.

O sucesso mundial de “Buena Vista Social Club” promoveu a concretização do sonho de um grupo de grandes músicos cubanos: Ibrahim Ferrer, Omara Portuondo, Compay Segundo, Rubén González, Eliades Ochoa, entre outros, de mostrar novamente sua música, inclusive fora de seu país.

O sucesso do grupo pode ser medido pelo relançamento do álbum, no ano passado, pela primeira vez com o libreto original de sua edição inglesa, 48 páginas com muitas imagens da gravação e traduzido para o português (inclusive as letras).

Paralelamente, a gravadora MCD lançou no país o último registro de Ferrer (1927-2005), “Mi Sueño”, referência ao desejo do cubano de ter um álbum só de boleros, e ainda “Flor de Amor”, de Omara Portuondo. Infelizmente, a edição brasileira confirma o desaparecimento de grande parte dos sonhadores cubanos.

No primeiro, Ferrer nos brinda com clássicos como “Perfídia” e “Dos Gardenias”, entre Roberto Fonseca (piano), Cachaíto López (baixo) e Manuel Galbán (guitarra). Já a amoroso repertório de Omara chegava entre músicos brasileiros e cubanos. Corram atrás.

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