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quinta-feira, março 05, 2009

A enciclopédia que você pediu a Jah – Parte 11


SHAGGY
O jamaicano Orville Burrel tirou do amigo do Scooby-Doo o nome artístico. Apelidado de Salsicha (“Shaggy”) pelos companheiros de escola, ele fez uso da homenagem para iniciar uma tímida carreira de DJ. A primeira tentativa não rendeu o esperado e Shaggy serviu ao exército americano durante a Tempestade no Deserto, operação militar na guerra contra o Iraque. De volta ao mundo do reggae, alcançou sucesso mundial com a regravação de “Oh Carolina”, hit jamaicano pré-reggae (1960) dos Folkes Brothers. Shaggy então assinou um contrato de um milhão de dólares com a Virgin e vem justificando o investimento. Boombastic (1995) foi considerado o melhor disco de reggae do ano por diversas publicações. De quebra, ressuscitou a banda inglesa Mungo Jerry ao tirar do baú a canção “In The Summertime” – que acabou na trilha sonora do filme Flipper.

SHINEHEAD
Carl Aiken é Shinehead porque costumava passear pelas quebradas de Brooklyn (EUA) com o cocuruto reluzente. Musicalmente, ele eleva a moral da galera com uma mistura esperta de reggae, rap, e funk da melhor qualidade.

Seu début se deu em 1984, com uma versão cheia de ginga para “Billie Jean”, de Michael Jackson. O primeiro álbum, Unity, era uma pedrada só, com releituras para canções de Sam Cooke (“Chain Gang”, que tocou nos bailes funk cariocas), críticas ao crack (“Gimme No Crack”) e uma chupada em “Come Together”, dos Beatles (na faixa-título).

Ao vivo, Shinehead faz barba, cabelo e bigode. Brinca com a banda, se joga no meio da galera, imita Gregory Isaacs e Michael Jackson.

SILK, Garnett
Para alguns críticos, ele era o Bob Marley dos anos 90. Garnett Silk tinha mesmo qualidades – carisma, convicção rasta, uma voz divina – que o aproximavam do eterno rei do reggae. Nascido em Manchester (a da Jamaica), ele se mudou para Kingston em 1987. Logo caiu nas graças de produtores top (King Jammy, Steely & Clevie) e emplacou seu primeiro hit em 1991. Dois anos depois já era uma celebridade, headliner de festivais como o Sumfest e estampado na capa de revistas especializadas. Um dos destaques dessa época foi “Mama”, adaptação regueira de “Patches”, clássico do soulman americano Clarence Carter (você conhece essa: foi vertida por Nando Reis e virou “Marvin” nos Titãs muito antes de ser cantada por Silk). O cantor morreu no Natal de 1994, quando um botijão de gás estourou e incendiou a casa de sua mãe, em Kingston. Numa tentativa de salvá-la, Garnett Silk atravessou a cortina de fumaça e nunca mais voltou.

SKANK
O reggae com tutu à mineira desse grupo já conquistou gente tão distinta quanto Maxi Priest e Michael Platini. Formado por Samuel Rosa (guitarra, vocais), Lelo Zanetti (baixo, vocais), Haroldo Ferreti (bateria) e Henrique Portugal (teclados), o Skank se diferenciou de outras bandas brasileiras por fazer um reggae moderno, mais voltado para o dancehall de Shabba Ranks e Shaggy do que para o roots reggae de Peter Tosh.

O grupo já era respeitado no circuito alternativo quando lançou um CD independente. O ano era 1992. O sucesso do álbum – que esgotou sua prensagem inicial – despertou a atenção da Sony Music, que contratou a banda no ano seguinte. Mas o Skank só iria se consagrar definitivamente com Calango (1994), disco de reggae com um pé na modernidade e o outro no Brasil, estouro de mais de um milhão de cópias e marco inicial da associação com o produtor Dudu Marote.

O Samba Poconé veio em seguida, superando expectativas: “Garota Nacional” arrebatou os prêmios de melhor clipe na votação dos espectadores da MTV e foi um dos singles mais tocados na Espanha e no América do Sul. Hoje o Skank é um grupo respeitado não apenas nacionalmente, mas também em diversos países do Primeiro Mundo. Não por acaso, o quarteto foi convidado para fazer o show de abertura da Copa do Mundo de 1998 na França.

SKA
Ritmo surgido na Jamaica, no final dos anos 50, fusão do mento (uma espécie de calipso jamaicano) e canções ancestrais com todos os gêneros que rolavam na ilha naquela época:, R&B americano e jazz. O nome saiu da boca do músico Jah Jerry – um dos muitos pais da criança. Era nada mais que uma onomatopéia para o som de sua guitarra: skat, skat.

SKATALITES
Grupo formado por experientes músicos de jazz jamaicanos que teve sua época áurea no início dos anos 60, era da “febre do ska”. Sob a batuta do trombonista Don Drummond, emplacou hits locais e trabalhou no Studio One como “banda da casa”. Eles ajudaram a construir sucessos de Bob Marley, Bob Andy & Marcia Griffiths e outros. Quando Drummond matou a namorada a facadas em 1964, a credibilidade dos Skatalites foi para o espaço. O grupo se desfez e só voltou nos anos 80, com alguns dos integrantes originais. Está na ativa até hoje mostrando preciosidades.

SLACKNESS
Sacanagem, canções de apelo chulo.

SLY & ROBBIE
Dizem que Sly Dunbar completa Robbie Shakespeare e vice-versa, feito feijão-com-arroz. Pode acreditar: os dois tocam desde os anos 60 e são conhecidos como a maior seção rítmica da história do reggae. Sly (bateria) e Robbie (baixo) tocaram com quase todos os grandes artistas da Jamaica e do mundo: foram da Word, Sound & Power (banda de apoio de Peter Tosh), brilharam na melhor formação do Black Uhuru e incrementaram as carreiras de Dennis Brown, Gregory Isaacs e muitos outros. Sly & Robbie também fizeram sucesso com astros fora do circuito reggae, como Bob Dylan (no álbum Infidels) e Carly Simon. Donos do selo Taxi e do estúdio Mixing Lab, eles estão ainda com força total.

SMALL, Millie
Millie ainda usava vestidinho curto quando, lançada por Chris Blackwell, emplacou “My Boy Lollipop”, um rock steady danadinho, nas paradas da Inglaterra. Foi o primeiro hit da então pequena Island. O ano era 1964 e a música ganhou versão até no Brasil – “Meu Bem Lollipop”, cantada por Wanderléia e pelo Trio Esperança.

SOUL SYNDICATE
Um dos primeiros supergrupos da Jamaica nos anos 70, era formado por George “Fully” Fulwood (baixo), Carl “Santa” Davis (bateria), Earl “Chinna” Smith (guitarra) e Freddie McGregor (vocais). Emplacou hits locais e se esfacelou com a partida de Freddie (carreira solo) e “Chinna” Smith (até hoje no clã Marley).

SMITH, Slim
Nos anos 60, ele era o cantor principal dos Uniques. Muitas vezes comparado a Curtis Mayfield (uma de suas maiores influências), Smith nunca teve o reconhecimento merecido. E morreu de maneira trágica nos anos 70, quando meteu a mão numa janela de vidro e sangrou até morrer.

STEEL PULSE
A cidade inglesa de Birmingham, que deu ao mundo Black Sabbath e UB-40, é também o berço do Steel Pulse. O grupo surgiu em 1975 sob a batuta do cantor e guitarrista David Hinds e se diferencia de outros grupos do gênero por aliar uma performance cênica à força de sua música. Eles costumam “desacelerar” as músicas durante os shows – como se tivessem sido desligados da tomada – e interagem sempre com a platéia. Bob Marley se encantou com o SP e os convidou para os shows de abertura de sua turnê européia em 1978. Depois de entrar em decadência na segunda metade dos anos 80, o grupo retomou as letras com mensagens e a postura rasta do início de carreira.

STEELY & CLEVIE
Alunos da última fase do Studio One, os produtores foram celebrados no início dos anos 90 como “o Sly & Robbie da era digital”. Festejados pelo trabalho com Shabba, Diana King e Patra, continuam lançando novos artistas e trabalhando com veteranos como Leroy Sibbles e John Holt.

SUPERCAT
DJ indiano criado na Jamaica, Supercat tem o apelido de Don Dada. O homem é mesmo mafioso: anda sempre de metranca e se meteu num estranho tiroteio em 1992 – que vitimou o DJ Nitty Gritty. Assinou um contrato com a major Sony Music, mas ainda não alcançou projeção internacional. “My Girl Josephine” entrou na trilha do filme Pret-A-Porter.

SANCHEZ
Cantor identificado com o movimento dancehall. Ente seus estouros estão releituras para Tracy Chapman (“Baby Can I Hold You”) e para o grupo americano Bread (“Baby I´m A Want You”).

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