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sexta-feira, abril 24, 2009

Amanhã é dia de poesia na Livraria Valer


A convite do prefeito de Itacoatiara, Antonio Peixoto (PT), nessa noite de sexta-feira vou participar de um evento literomusical (é assim que se escreve pela nova regra?) na orla da cidade, como parte das comemorações pelo aniversário da Velha Serpa.

Claro que estarei em boa companhia: Anibal Beça, Mário Adolfo, Mário Dantas, Simas Pessoa, Áureo Petita, Lucio Preto, Uezélis Maca e Armando de Paula também vão participar do fuzuê, além da galera de Ita (Jerry Nelson, Ewerton Pastor, Marco Cléver, Piu-piu, Big BJ, Marinho, Rendson Renato, Felipe, Manolo, Floriano Ferreira et caterva).

Ocorre que amanhã, a partir das 10h, na Livraria Valer, vai rolar um evento imperdível: o poeta Jorge Tufic, que atualmente mora em Fortaleza (CE), desaba na cidade hoje à tarde e vai estar autografando seu novo livro, "Um hóspede chamado Hansen", nessa manhã de sábado, com direito aqueles comes e bebes tradicionais ofertados por Tenório Telles e Isaac Maciel.

Como a gente só deve voltar de Itacoatiara no domingo, vamos perder essa boca-livre. Mas vocês, cachorros, precisam marcar presença na efeméride pra fazer as honras da casa e detonar aqueles fantásticos sanduiches de tucumã com queijo coalho e banana frita.

Por enquanto, curtam esse texto do poeta Zemaria Pinto, na orelha do livro:

Jorge Tufic é um artífice da palavra. Na poesia, na crônica, no ensaio ou na ficção, emana de seu texto, com um halo de magia, o domínio técnico, aliado a um conhecimento em constante evolução e, sobretudo, um talento que não conhece limites.

Afirmo isso com a sinceridade de um convívio no limiar das três décadas, iniciado quando travei, por intermédio de jovens amigos comuns, contato pessoal com o poeta, a quem aprendera a admirar a distância.

Uma qualidade desconhecida foi logo realçada naqueles encontros iniciais: a generosidade de Jorge Tufic, capaz de dedicar horas de seu raro tempo para nos passar noções de poética; falar, nem sempre bem, das vanguardas em voga; dos poetas que começavam a ser conhecidos e estudados no Brasil, e mereciam nossa atenção, como Eliot, Pound e Cummings; também da sua paixão pelo soneto, que não compartilhávamos, mas que nos seduziria àquela forma, inexoravelmente.

Tudo isso entremeado com histórias da boêmia e dos primórdios heróicos do Clube da Madrugada.

Sobre os demais gêneros praticados, a poesia de Jorge Tufic se destaca, caracterizando-se pela diversidade – o contemporâneo convivendo com a tradição e a experimentação, com as formas fixas.

Na ficção, como já ficara demonstrado nos contos de O Outro Lado do Rio das Lágrimas (1976), não é diferente, pois ele não se contenta em “apenas” contar histórias: a linguagem é sua seara, onde planta experimentos e colhe textos de altíssima tensão literária.

Um Hóspede Chamado Hansen o aproxima da marca dos cinqüenta títulos publicados. O que poderia ser apenas mais um livro de um escritor consagrado é uma aventura na linguagem – para o autor e o leitor.

Contendo uma novela, que dá título ao volume, e dez contos, o livro é um passeio por uma baudelairiana floresta de símbolos. A começar pela novela: uma alegoria da condição humana sob a ameaça constante do Mal.

Os contos, de no máximo página e meia, condensam metáforas que pedem, no mistério do silêncio que as cerca, uma leitura calma, para uma reflexão sem pressa. Não estou aqui falando de hermetismo, mas do silêncio, da calma e da reflexão que a boa literatura exige e pede.

O leitor antigo de Jorge Tufic vai, neste livro, reencontrá-lo em sua melhor forma. O leitor neófito terá oportunidade de conhecer um dos mais brilhantes escritores brasileiros em ação neste início de século.

2 comentários:

coelhoraposo disse...

grande simão!

mudaste de endereço e nem avisa, né sacana?
estou de volta a brasília e retomando o blog.

amplexos cordiais!

Thiago

Mário disse...

Pow Simão esqueceu o nosso amigo que foi zagueiro do Penarol "cara de frango".