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quinta-feira, agosto 13, 2009

Quatro poemas para a colombiana Isabel Rincon


Foder, foder em pé, foder deitado,
Foder no céu, no mar, foder na esquina,
Foder sobre a esmeralda do gramado
Ou sobre a tábua dura da sentina.

Foder de quatro pés, acocorado,
Dentro dos templos ou pelas campinas,
Foder no torno, velhas ou meninas,
Gozar fodendo de colhões puxado.

Foder, foder com o olhar, foder com pica.
Foder com a língua rubra que se estica
Ao contato de púbis distendido.

Foder, foder que a vida é tão somente,
Um fodalhaço dado, diariamente,
E quem não fode, irmão, está fodido.

(Ronald de Carvalho)


Depois de lhe beijar meticulosamente
O cu, que é uma pimenta, a boceta, que é um doce,
O moço exibe à moça a bagagem que trouxe:
Culhões e membro, um membro enorme e tungescente.

Ela toma-o na boca e morde-o. Incontinente,
Não pode ele conter-se, e, de um jacto, esporrou-se.
Não desarmou porém. Antes, mais rijo, alteou-se
E fodeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente.

Que vai morrer: – “Eu morro! Ai, não queres que eu morra?!”
Grita para o rapaz que aceso como um diabo,
Arde em cio e tesão na amorosa gangorra

E titilando-a nos mamilos e no rabo
(que depois irá ter sua ração de porra),
Lhe enfia cona a dentro o mangalho até o cabo.

(Manuel Bandeira)


A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
Pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
Ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
Em rotundo meneio. Anda por si
Na cadência mimosa, no milagre
De ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
Por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
Avolumam-se, descem. Ondas batendo
Numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
Na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
Rebunda.

(Carlos Drummond de Andrade)


Este teu cu, ó minha doce amada,
Voltado, assim, pras bandas do nascente,
Pareceu aos meus olhos, de repente,
Um pedaço de lua ensangüentada!

E é por vê-lo, assim, indiferente,
Às preces desta pica apaixonada,
Que me ponho a adorá-lo diariamente
Nesta minha capela de calçada.

Porém, um dia, amor, se tu quiseres
E o teu róseo botão enfim me deres,
Cheia de amor e de paixão profunda,

O mundo inteiro iria ver, tremendo,
O quarto Sputinik arremetendo
Na abóbada do céu da tua bunda!

(Farias de Carvalho)

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