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quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Unidos da Tijuca encerra jejum e vence carnaval do Rio


Do G1, em São Paulo

Pela primeira vez em 74 anos, a Unidos da Tijuca conquistou o título de melhor escola de samba do carnaval do Rio de Janeiro.

O resultado saiu nesta quarta-feira (17), após uma acirrada apuração de quesitos na qual a Beija-Flor de Nilópolis e a Grande Rio figuraram como maiores rivais.

A agremiação somou 299,90 pontos, seguida da Grande Rio, com 299,40, que ficou com a segunda colocação. A Beija-Flor somou 299,20, seguida de Vila Isabel (298,10), Salgueiro (297,90) e Mangueira (297,60).

A Unidos do Viradouro foi rebaixada e, em 2011, vai ser substituída pela São Clemente, campeão do Acesso.

O último campeonato da escola da Zona Norte do Rio havia sido no distante 1936, ainda na primeira década de desfiles oficiais, quando a Tijuca saiu com o samba-enredo "Natureza Bela do Meu Brasil".

Nos últimos dez anos, a escola havia sido vice-campeã duas vezes, em 2004 e 2005, ambas com o atual carnavalesco, Paulo Barros.

O título de 2010 é o primeiro da escola do Morro do Borel na era do sambódromo. É também o segundo ano consecutivo em que o título do carnaval do Rio fica no bairro da Tijuca. Em 2009, o Salgueiro, também do bairro, havia sido o campeão do Grupo Especial.

A Unidos da Tijuca, que desfilou na primeira noite do Grupo Especial na Sapucaí, explorou mistérios da humanidade. O enredo foi sugerido ao carnavalesco Paulo Barros por um adolescente, pelo Orkut.

O desfile "pop" da Tijuca teve truques de mágica, “fogo dourado”, mafiosos, personagens de quadrinhos esquiando em plataformas e até uma homenagem ao cantor Michael Jackson, morto em 2009.

A Tijuca desfilou com seis carros alegóricos e 3,6 mil componentes, divididos em 32 alas. A surpresa veio logo na comissão de frente.



Um camarim gigante montado na avenida desafiou o público a descobrir os truques dos mágicos.

Bailarinas usaram o ilusionismo para trocar de roupa em segundos, seis vezes a cada execução da coreografia. Os vestidos mudavam de estampa e de tecido, e formavam, juntos, o nome da escola.

Grávida, Adriane Galisteu acompanhou a bateria como rainha. Com uma peruca preta curta, a apresentadora se destacou no grupo em homenagem aos mafiosos e suas reuniões secretas e códigos de honra.

A bateria, com integrantes vestidos com ternos pretos, fez uma paradinha para que um carro antigo passasse pelo caminho, com mafiosos de armas em punho.


No abre-alas, a Tijuca mostrou o mistério do incêndio da biblioteca de Alexandria, instigando o público sobre o que estaria escrito nos papiros que foram queimados.

O fogo foi simbolizado com um “efeito especial”: turbinas de ventilador embaixo do carro “sopravam” fios dourados pra cima, criando chamas no carro alegórico.

Paredes móveis da biblioteca giravam e revelavam foliões que estavam dentro da estrutura.

Outros mistérios da história também foram contados na avenida, como as minas do Rei Salomão, o cavalo de Tróia e o desaparecimento da Arca Sagrada que guardava os dez mandamentos.

A escola também lembrou as fórmulas secretas da juventude e os mistérios da natureza, como a transformação de lagartas em borboletas.

Chamou a atenção a ala que lembrava o mistério sobre o túmulo de Cleópatra.

Escravos egípcios enfileirados puxavam, com cordas, um pequeno carro alegórico em homenagem à rainha.

Na terceira alegoria, os foliões brincaram de arqueologia, vasculhando vestígios dos antepassados.

Placas na base do carro giravam, relevando outras faces que simbolizavam resquícios da história.

A identidade secreta de heróis de quadrinhos foi a brincadeira da quarta alegoria. Uma grande plataforma foi usada para que fantasiados de Batman esquiassem por ela. Inclinada, também foi usada para a escalada de homens-aranha.

Na ala sobre o mistério do Triângulo das Bermudas, um trocadilho: foliões com triângulos na cintura, onde bermudas estavam penduradas.

No penúltimo carro, que falava da área 51, a base militar no deserto de Nevada, foi feita uma homenagem a Michael Jackson, com um sósia fazendo “moonwalk” no carro. “Michael vive em todas as estrelas”, dizia uma placa no carro.

Símbolo da escola, um pavão gigante fechou o desfile.

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