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quarta-feira, setembro 15, 2010

Causos de Bambas - Manuel Português, da Balaku-Blaku

Fevereiro de 1994. O GRES Balaku-Blaku vai levar para a avenida o enredo “No mundo das nuvens: venha voar comigo”, contando a história da aviação, e está confiante em ganhar seu primeiro título no grupo especial.

Chato de galochas e gago de pedra, Manuel Português é nomeado diretor de Fogos de Artifício da escola somente para ter com o que se ocupar e parar de encher o saco dos outros diretores.

Sua missão: provocar uma inesquecível explosão de fogos de artifício na hora em que a escola de samba pisasse no sambódromo.

Como a escola seria a quarta a desfilar, Manuel Português e sua equipe amanheceram o sábado no Centro de Convenções para garantir o melhor local onde instalariam sua artilharia pesada.

Passaram o dia inteiro naquela atividade frenética, combinando tiros de morteiros com fogos coloridos, numa sequência alucinante, obedecendo a um croqui previamente desenhado por ele.

Quando a terceira escola deixou a área de dispersão, a bateria da Balaku Blaku começou a fazer o esquenta.

Dali a 20 minutos, começaria o desfile da escola.

Manuel Português foi tomado de um estranho pressentimento: e se aquele foguetório todo, na hora agá, não funcionasse?

Determinado, ele fez uma última inspeção na artilharia pesada e resolveu testar a engenhoca.

Acendeu uma mecha e ficou observando: a explosão começou, exatamente na sequência que ele havia desenhado.

Quando, dez minutos depois, o bombardeio de fogos de artifícios acabou, foi que ele percebeu a mancada.

– Pu-pu-puta qui-qui-qui pa-pa-pariu aca-aca-acabou os fo-fo-fogos da escola!... E ago-ago-agora o qui-qui-qui eu vou fa-fa-fazer?

Não houve jeito de remediar.

A Balaku Blaku entrou na avenida enfrentando um silêncio de velório.

O aloprado Manuel Português foi expulso da escola no mesmo dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

depois querem saber porque brasileiro conta piada de português...