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quinta-feira, março 31, 2011

Ronaldo Tiradentes e Simão Pessoa absolvidos da acusação de racismo


Acusados de prática de racismo qualificado, em razão da publicação da matéria jornalística que criticava o comportamento de um grupo de afro-descendentes que se insurgia contra a criação do “dia do caboclo”, os jornalistas Ronaldo Tiradentes e Simão Pessoa foram absolvidos pela juiza Margareth Rose da Cruz Hoagen, da 4ª Vara Criminal:

"Ante o exposto e, por considerar ausente o dolo específico, ou seja, a vontade livre e consciente de ofender a raça negra, julgo improcedente a queixa-crime oferecida por Valdemar da Silva e absolvo os réus nos temos do artigo 397, III,do CPP", diz a juiza na sua decisão, afirmando que não houve por parte de Simão e Ronaldo a intençãode praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, e que não há a figura do dolo.

"Neste caso, a absolvição é medida que se impõe desde logo, já que este juízo está convencido que não houve crime, não valendo a pena levar adiante um processo em que, ao final, os acusados seriam declarados inocentes de qualquer maneira," conclui a magistrada.

(fonte: Portal do Holanda)


Nota do editor do mocó:

Valdemar da Silva é um pau mandado do afro-neguinho Juarez Silva, um maranhense que caiu de para-quedas aqui na aldeia há alguns anos e agora se acha as pregas do boneco Peteleco.

No ano passado, o juiz Carlos Zamith Jr. republicou no blog dele um causo que contei aqui no mocó, envolvendo a suposta homossexualidade do escritor Padre Nonato, e o apedeuta afro-crioulinho entrou pela porta de serviço somente para me esculachar.

Leiam a presepada aqui.

Aliás, eu devia processar esse ignorante afro-pretinho fascista por me fazer passar por analfabeto.

Só um ignorante afro-pretinho fascista e analfabeto da marca dele seria capaz de escrever fascismo do jeito que ele escreveu...

Tomou, papudo?

quarta-feira, março 30, 2011

Como carcar uma professora


Aleluia, garotão, que agora chegou a tua vez!

É, estou falando com você mesmo, que roubou este Tablet do teu pai e está lendo esse blog safado escondido dentro do banheiro.

Negócio seguinte.

Levando em conta que você já repetiu três vezes o segundo ano, não tem o mínimo pique para estudar e não tem a menor idéia do que vai fazer na vida – se cursar uma faculdade, servir o Exército ou encarar um emprego de motoboy –, a melhor coisa é relaxar e gozar, aproveitando a escola de uma maneira muito mais interessante e prazerosa.

Antes de mais nada, você deve fazer uma seleção rigorosa entre as professoras que desfilam na tua classe.

A de Matemática, você descarta logo de cara, pois tem óculos de fundo de garrafa, veste uma saiona até o sapato e é muito pentelha.

As de Geografia e História também, pois, em geral, elas têm pernas finas e narigões compridos e feios.

A de Biologia, benza Deus, mas têm a maior pinta de lésbica.

Fique entre a professora de Português e a de Inglês.

A primeira, mesmo que seja ajeitadinha de corpo, é broxante, pois te obriga a ler os livros mais chatos do Érico Veríssimo durante as férias. Sem chance.

Escolha a professora de Inglês, que tem aquelas tetonas lindas balançando quando anda de lá pra cá, falando coisas tipo:

– This book is on the table. Repeat, please!

Não negue, você sempre teve o maior tesão por ela, desde os primeiros anos e já se molhou umas quatro vezes sonhando com ela.

Lembra daquela saia curtíssima que ela usava e você ia se agachando discretamente na carteira pra ver a calcinha?...

Pois, então, não perca esta chance.

É hora de ir à luta. Preste atenção em todas as dicas que serão apresentadas a seguir e siga atentamente as instruções passo a passo, que você vai ver como tudo dará certo.

A melhor época é o fim do ano, quando a metade da classe já passou e costuma não freqüentar mais as aulas.

O terreno fica mais livre e você mais à vontade pra colocar o plano em prática.

Pra início de conversa, você tem de fazer o tipo carente, filho único meio triste, maltratado pelos pais e que trabalha fora pra ajudar a família.

Você tem de inventar que teu pai é alcoólatra e vive distribuindo porradas tanto na tua mãe, quanto em você, sem o menor motivo.

É por isso, você lhe diz, que não consegue acompanhar as lições, vai mal em Inglês e se confidencia com ela todo fim de tarde, falando sobre isso e espalhando charme na conversa.

Aí, meu chapa, tem um dia que ela entra na classe com uma saia minúscula, bem acima dos joelhos, e uma camisetinha regata branca apertando os seios bicudinhos.

Aquele cabelão loiro descendo pelos ombros sobre as costas nuas, como lindas serpentes douradas, vão te deixar completamente louco.

É o dia ideal para o desemabarque das tropas na Normandia.

Quando tocar o sinal encerrando a aula e a turma começar a ir embora, você diz que quer ter um particular com ela.

E ela diz toda mãezona:

– Claro, pode dizer, aconteceu alguma coisa?

– Meu pai. Ele ontem me deu a maior surra da paróquia!

– Mas, por quê?

E você, discretamente, abre a camisa e mostra pra ela aquela feridona nas costas que você ganhou ao cair do skate.

– Que monstro! – ela deve dizer, passando delicadamente os dedos pelo vergão.

E você, patético:

– Isso dói.

Aí, dá um tempo e completa:

– Dói mais lá dentro, sabe?...

Após dizer isso, você tem de segurar a respiração, entrar numa crise de choro e abraçá-la bem forte.

Encoste o rosto nos seios da professora, sentindo aquele bafo cálido e perfumado que vem do reguinho.

E ela te dará todo o carinho do mundo, claro. Amiga é pra essas coisas.

Quando ela começar afagar os teus cabelos, finja que suas mãos desabaram direto nas coxonas dela.

– Eu preciso de amor e de compreensão! – você deve dizer, entre os soluços. “Eu não sou um cara ruim”.

E ela vai dizer, compreensiva:

– Claro que não, meu bem, claro que não!

Finja que vai se apoiar nela e ponha as mãos nos peitinhos.

No mínimo, ela vai achar que é um ato reflexo de carência afetiva e isso irá despertar o lado maternal de toda fêmea.

Nessas alturas do campeonato, você deve forçar um pouco a barra.

– A senhora sabe que minha mãe nunca me amamentou quando eu era pequeno?...

– Por que?

– Sei lá. Acho que ela jamais gostou de mim...

E você aperta os peitinhos dela, acariciando-os. Beije o colo dela e o pescoço.

Se achar que já é hora, puxe a camisetinha pra baixo, fazendo com que uma tetinha salte pra fora.

Não dê moleza: abocanhe-a, chupando com a maior força, mas delicadamente, como um nenê faminto.

Ponha a mão no outro seio e deslize o dedo indicador em torno do mamilo.

Encoste todo o seu corpo na professora, pressionando seu drops sobre uma das coxas, e empurre-a delicadamente até que suas costas fiquem diretamente grudadas na lousa.

Não tire a boca do seio direito mesmo que toque o alarme de incêndio nem pare de massagear o seio esquerdo mesmo que o bedel entre na sala.

Com a mão livre levante a saia da sacana e com o dedo do pé, comece a baixar a calcinha.

Aquelas aulas de capoeira onde você aprendeu a tocar berimbau com a moedinha presa entre os dedos dos pés tinham mesmo de servir para alguma coisa.

A partir daí, garotão, é contigo.

Vai fundo que não é sempre que você vai ter uma oportunidade dessas.


terça-feira, março 29, 2011

Encontrando chifre em cabeça de cavalo


Diferente do viado, que não consegue esconder seu destino manifesto, identificar um corno é um pouco mais complicado.

Sabemos que, como Cristo, ele está no meio de nós, mas, afinal de contas, quem é esse bicho escroto chamado corno?

A palavra corno vem do latim “cornus”, nome dado àquele apêndice duro e recurvo que guarnece a fronte de alguns animais.

A denominação de “cornudo” ou “chifrudo” atribuída ao homem que é traído pela companheira teve origem na Idade Média.

Em algumas regiões da Europa, quando o marido flagrava a sua própria esposa com outro, ele tinha por obrigação moral lavar a sua honra com sangue, ou seja, teria de matar os dois.

Caso isso não fosse feito, os habitantes da aldeia lhe colocavam na cabeça uma espécie de chapéu com dois enormes chifres ou cornos, e o “chifrudo” era empurrado pelas ruas, sendo motivo de gozação pelas pessoas do lugarejo.

Em Portugal, no ano de 1751, o rei Dom José baixou uma lei destinada a proteger os casados do hábito, então freqüente, de se colocar chifres nas portas de suas casas onde acontecia uma traição.

Naquela época, em Portugal, quando os amigos ou conhecidos não tinham coragem de contar ao colega que o mesmo estava sendo traído, colocavam chifres na porta do corno para alertá-lo do fato.

A moda pegou e alguns desordeiros começaram a colocar chifres nas residências, mesmo que o proprietário não fosse corno.

Dom José baixou a lei proibindo o fato, determinando que todos os que fossem pegos nessa atividade seriam presos e enforcados.


De acordo com os últimos avanços da ciência, sabemos agora que ninguém é corno por acaso. O corno já nasce corno.

Em se tratando de chifres, portanto, não há culpados: há destino.

Os próprios tribunais de alçada estão cada vez mais convencidos disso, tanto que depois de encher de chumbo a consorte, não adianta o sujeito alegar em juízo que se casou com uma vagabunda, que sua mulher era uma tremenda piranha, que a megera depois de velha deu pra dar pra todo mundo.

Nada disso. O chifre não é conseqüência do casamento, mas sim do nascimento.

O problema reside no fato de que determinados homens não produzem espermatozóides, mas espermatocornos.

A exemplo de seus primos, eles também são uns bichinhos rabudos e rebolativos que viajam na maionese, porém, com algumas diferenças de ordem comportamental.

O espermatocorno, por exemplo, não tem por finalidade fecundar o óvulo. O que ele quer mesmo é “dar o flagrante”.

Assim, ao ser cuspido, ele dá imediatamente o seu grito de guerra: “Cadê ele? Cadê ele? Hoje eu mato aquele cachorro!”.

Daí, ao invés de seguir o caminho natural dos espermatozóides, ou seja, disputar uma corrida de 100 metros rasos em direção ao óvulo, o espermatocorno fica escondido na trompa, só de olho.

O negócio dele é dar porrada: “Hoje eu pego aqueles dois!...”.

Devido a uma mutação genética ainda não muito bem explicada pela Ciência, o espermatocorno possui um discreto chifrinho bem no meio da testa, que ele usa para fustigar o óvulo: “E então?! Vai contar ou não vai? Ele não veio hoje não, é? Fala, miserável, fala, antes que eu te arrebente todo de porrada!”.

Ocorre, porém, que numa dessas fustigadas o espermatocorno pode acabar fecundando o óvulo, cedendo parte da sua carga genética para o novo ser a ser gerado, ou seja, o futuro “corninho”.

Felizmente, a natureza protege mãe e filho enquanto o corninho está no útero. Chifres de verdade, este novo ser humano só terá depois de nascer.

Ainda bem, né? Imaginem se o bebê-corno já nascesse com chifres? Adeus, xoxota, não é, gafanhoto?


De qualquer forma, o grupo dos cornos é grande e solidário, e continua em fase de crescimento.

Afinal de contas, todo verdadeiro corno adora chegar para o seu colega e revelar que ele também é chifrudo.

Isso dá uma ótima desculpa pra encher a cara e cair de bêbado sem que ninguém venha lhe importunar.

Existe alguma energia mística ligando a confraria dos cornos.

Os homens que usam peruca de touro tendem a se reunir em rodinhas de bar e discutir muito.

Normalmente, eles ficam horas e horas se vangloriando de terem comido as mulheres A, B e C.

Além de ser tudo mentira, a mulher D, de “deles”, aproveita essas horas para mandar brasa em casa com o Ricardão.

É relativamente fácil reconhecer um corno na multidão, principalmente quando ele está acompanhado “dela”, ou seja, da vadia.

Observe atentamente os casais que passam por você e depois tire as suas conclusões:

Ela é gostosa, ele é bundão.

Ela anda de minissaia acima dos joelhos, ele anda de bermudão abaixo dos joelhos.

Ela é toda jeitosinha, ele é todo sem jeito.

Ela usa roupa decotada até o umbigo, ele usa suspensórios sobre a barriga.

Ela parece séria, ele parece babaca.

Ela chama ele de “paizinho”, ele chama ela de “mozão”.

Ela masca chicletes, ele chupa jujuba.

Ela usa calcinha de renda, ele veste cueca de copinho.

Ela é toda “cheguei”, ele é todo “já era”.

Ela usa desodorante íntimo, ele usa naftalina e pó granado.

Ela gosta de caldo na cama, ele adora caldo de cana.

Ela suspira quando ele chega, ele baba quando ela vai embora.

Ela nega que esteja saindo com o rapaz da tevê a cabo, ele acredita.


Você pode também ter certeza de que o sujeito é corno se ele é useiro e vezeiro em usar expressões como estas:

– Mô-ô, cheguei!!!

– Hoje, não, bê-nhê... eu tô exausto!

– Sexo não é tudo na vida!

– Lá em casa quem decide se vai “ter” sexo ou não, sou eu!

– Eu li numa revista que transar demais faz mal pra próstata!

– Amô-ôr, que horas você vai voltar?

– Hoje só tô a fim mesmo é de tomar um uisquinho e depois cair na cama!

– O mais importante na vida do casal é o diálogo e o respeito mútuo!

– Corno não tem que ter vergonha de ser corno! Isso faz parte da vida, boi só usa chifres de enxerido...

– Eu não sou corno! Tenho certeza, né, amor?...


A grande dúvida existencial da humanidade é saber como se comporta o corno brasileiro quando encontra sua mulher com outro macho na cama. Há algumas pistas:

O paulista: não diz nada e depois resolve fazer terapia, pois afinal de contas o problema deve ser dele.

O carioca: como é chegado uma boa sacanagem, junta-se aos dois e faz uma suruba até o sol raiar.

O mineiro: valente e machista, ele mata o sujeito e continua casado com a mulher.

O gaúcho: como é chegado a um espeto, mata a mulher e fica com o sujeito.

O baiano: acha porreta e volta para a casa da neguinha cheia de axé, de onde saíra mais cedo do que de costume pra ir pra casa.

O cearense: vai na bodega, toma uma garrafa de cachaça de cabeça, entra em casa e passa os dois na ponta do punhal. No dia seguinte, arruma outra mulher.

O pernambucano: abre uma sombrinha colorida e começa a fazer passos de frevo dentro do quarto pra ver se o sujeito fica assustado e vai embora.

O paraense: vai na cozinha, pega uma panela cheia de maniçoba e obriga o sujeito a comer aquela gororoba toda, para matá-lo de indigestão.

O mato-grossense: laça o sujeito pelo pescoço e o leva para ser trabalhador-escravo nas gigantescas plantações de soja.

O paranaense: vai na casa do escritor Dalton Trevisan, conta o ocorrido e vira personagem de um novo conto do Vampiro de Curitiba.


O catarinense: diz com desprezo “ah um relho nas costas!”, aí pega a prancha de surf e vai pegar ondas em Camboriú.

O acreano: enche a cara de Santo-Daime e jura que tudo não passa de uma miração na borracheira.

O roraimense: não faz absolutamente nada. Se os gafanhotos comiam 10% do orçamento do Estado e ninguém tentava impedir, como evitar que um deles comesse a sua mulher.

O amazonense: pega o tururi no armário e vai brincar de CarnaBoi com outros cornos iguais a ele.

O maranhense: vai sentar na sala até que os dois terminem o que estão fazendo, pra ele poder dormir um pouco.

O brasiliense: fica puto da vida, vai pro Congresso e inventa mais um imposto.

O paraibano: enche a intrometida de porrada, chicoteia o cabra da peste, salga e o dependura, pra fazer carne de sol.

O goiano: pega sua viola e cai na estrada à procura de outro corno para montar uma dupla sertaneja.

Os outros cornos brasileiros ainda não foram aprovados pelo Inmetro.


Em linhas gerais, entretanto, o corno é um sujeito metódico que consegue empurrar o casamento com a barriga sem jamais mijar fora da bacia.

Faz o gênero fiel pra caralho.

Antes de trepar, escova os dentes com pasta Crest, passa desodorante Avanço nas axilas, pó antiséptico Granado nos pés, faz a barba com o AtraPlus da Gillette, passa lavanda Lancôme no rosto, coloca um pijama limpo de algodão, liga o ar-condicionado e apaga a luz.

Só conhece o papai-e-mamãe.

Se um dia a mulher lhe chupar o pau, ele nunca mais vai ter coragem de beijar na boca da merepeira.

Também não come a bunda da distinta porque acha que isso não é coisa de mulher direita.

Depois de dar aquela semanal de lei, vira pro lado e dorme.

A mulher então aproveita para tocar uma siririca imaginando que está participando de um filme sueco de sacanagem e sendo enrabada por dois cavalos manga larga.

Mulher mal amada tem uma imaginação fértil pra caralho e só pensa em putaria.

É óbvio que um dia, para fugir da estafante rotina conjugal, a rapariga vai acabar terceirizando a pomba do marido com o primeiro encanador mais bem apessoado que bater na porta.

Pronto, eis mais um novo membro da confraria zen vergonha batizada de Irmandade de São Cornélio.


Seus sócios possuem características distintas:

O corno esclarecido, que ao descobrir que. a vagabunda costura pra fora, explica que é melhor comer pudim acompanhado do que merda sozinho.

O corno vingativo, que depois que descobre a sacanagem começa a dar a bunda pra se vingar da piranha.

O corno coveiro, que sabe da notícia, mas enterra o assunto.

O corno ganso, que sabe que é corno, mas só faz barulho.

O corno advogado, que tem conhecimento do chifre, mas defende a cadela.

O corno papai noel, que apesar de levar chifre sempre traz um presentinho para a vagabunda.

O corno fofoqueiro, que corre pro boteco pra contar pros amigos que foi traído.

O corno astronauta, que quando descobre que levou chifre entra em órbita.


O corno cego aderaldo, que acha que esse negócio de chifre não tem nada a ver.

O corno cortiça, que os amigos dão um toque, mas ele continua boiando.

O corno azulejo, que a marafaia põe chifre porque é baixinho, quadrado e liso.

O corno 120, que flagra a égua fazendo 69 e vai ao bar encher a cara de Caninha 51.

O corno camaleão, que quando descobre que é corno muda de cor.

O corno economista, que toda semana faz cortes no orçamento pra murixaba gastar com presentes pro ricardão.

O corno besta-fera, que quando não sabe é a maior besta, e quando descobre fica uma fera.


O corno panela-de-pressão, que quando leva um chifre chia barbaridade e só falta explodir.

O corno raposa, que quanto mais a mulher galinha, mais ele corre atrás.

O corno iô-iô, que vai embora de casa, mas depois volta.

O corno penico, que vê tudo, mas não faz nada.

O corno cigano, que toda vez que leva um chifre muda de bairro.

O corno curioso, que contrata até detetive pra saber com quem a vigarista está trepando.

O corno xuxa, que fica em casa tomando conta dos baixinhos enquanto a messalina vai galinhar.

O corno churrasqueiro, que coloca a mão no fogo pela tolerada enquanto ela usa o espeto do vizinho.

O corno celular, que leva chifre porque, quando não está ocupado, está fora de área.

O corno cachorro doido, que fica babando de raiva, mas não faz porra nenhuma.

O corno brastemp, que leva chifre à vontade mas não esquenta com nada.

O corno galeto, que não pode levar ninguém em casa que a findinga logo arrasta a asinha.

O corno elétrico, que quando descobre que é corno leva um puta choque.

O corno brahma, que fica suando frio e espumando ao saber que a dita é a número um do ricardão.


O corno submarino, que depois que leva um chifre passa o resto da vida na maior água.

O corno eu-sou-negão, que sabe que é corno, mas vive negando.

O corno tom, bom, que basta sair de casa pro vizinho dar no couro da vaca.

O corno bateria, que tem sempre solução pro chifre e nunca pede água.

O corno pai de santo, que sempre que chega em casa tem que tirar um cabelo de cima da safada.

O corno tv cultura, que vive sintonizado nos casos da bagaceira mas não pega nem fantasma.

O corno NBA, que não dá bola pras enterradas do ricardão no aro da rascoa.

O corno fórmula Indy, que quando alguém fala em chifre sai correndo a mil por hora.

O corno coreano, que quando resolve abrir o olho a quenga já deu pra meio mundo.


O corno mãe Dinah, que no dia em que conhece a zabaneira já sabe que vai ser corno.

O corno Mike Tyson, que cada vez que leva um chifre, enche a merepeira de porrada.

O corno tamanduá, que passa a vida prometendo que vai fazer a mundana amanhecer com a boca cheia de formigas.

O corno papel higiênico, que fica branco de susto e depois entra na maior merda.

O corno ventríloquo, que basta ser corno pela primeira vez pra começar a falar pelos cotovelos.

O corno aqua velva, que quando alguém fala em chifre coloca logo a barba de molho.

O corno cantor de churrascaria, que enquanto canta pros outros comerem, ou outros comem a sua mulher sem precisar cantar.


O corno descolado, que acha que levar chifre ou ser citado na coluna do Swann não é pra quem quer, mas pra quem pode.

O corno São Tomé, que só acredita vendo.

O corno cowboy, que ninguém precisa contar porque ele saca primeiro.

O corno mentiroso, que diz pra todo mundo que nunca levou chifre

O corno caixa de marcha, que vivem trocando de mulher porque foi corno na primeira, na segunda, na terceira, na quarta, na quinta...

O corno abelha, que faz a maior cera para entrar em casa e quando entra está tão cheio de mé que não levanta o pau.

O corno barraqueiro, que enquanto abre a cerveja na banca a mulher mostra o caranguejo pro freguês examinar.

O corno garrafa, que toda vez que chega em casa quebra a garrafa e a mulher vai vender o fundo na rua.

O corno garçom, que sempre entrega a mulher de bandeja pro amigos.

O corno ronaldinho, que enquanto ele bate uma pelada com os amigos a mulher dele entra em convulsão com uma turma de franceses.

O corno dentadura, que só acha ruim no começo mais depois acostuma.

O corno mãe-joana, que a mulher diz que vai para a casa da mãe e não passa nem perto.

O corno pingüim de geladeira, que quando tem visita a mulher lhe esconde dentro do guarda-roupa.

O corno professor de matemática, que enquanto reprova a turma no colégio a mulher leva pau do ricardão.


O corno pipoca, que quando pega a mulher com outro fica pulando pra lá e pra cá, mas não faz porra nenhuma.

O corno anfitrião, que dorme na cozinha, acorda de manhã cedo, faz café, vai até o quarto da mulher, bate na porta e diz “mulher, pergunta desse nojento se é pra adoçar o café dele com açúcar ou dietil?”.

O corno bateria, aquele que seu caso de cornice não tem mais solução.

O corno botijão, que sempre que a mulher quer trepar diz que esta sem gás.

O corno malária, que se treme todo e finge estar com febre só pra mulher não arredar o pé da cama.

O corno raimunda, que a mulher é feia de cara mais boa de bunda.

O corno relojoeiro, que fica na esquina contando às horas que faltam pro ricardão ir embora.

O corno panelada, que leva chifre porque só tem bucho, gordura e tripa mole.

O corno urubu, que deixa um filé em casa pra comer carniça na rua.

O corno cambista, que enquanto está apontando o jogo do bicho, a mulher está fazendo a rota.

O corno raspadinha, que a mulher sai de casa sem um tostão e volta cheia de presentes, mas com a costa toda arranhada.

O corno passarinho, que a mulher não pode ver uma michoca dando sopa que avança logo em cima.

O corno camareiro, que quando levanta de manhã cedo arruma a roupa da cama pro ricardão quando chegar de tarde não reclamar.

O corno muçum, que se não bastasse ser preto, ainda por cima é liso.

O corno dorminhoco, que rola na cama enquanto a mulher se vira.


O corno quiabo, que tem mais pontas na cabeça do que maxixe, mas é cheio da baba.

O corno toureiro, que usa roupa apertadinha porque nasceu para ser chifrado.

O corno indeciso, que quando descobre que é corno não sabe o que fazer.

O corno estilista, que toda vez que sai de casa a mulher pinta e borda.

O corno mestre-cuca, que quando descobre que leva chifre, cozinha o assunto em banho-maria.

O corno diarréia, que quando fica pelado a mulher diz “lá vem você com essa merda mole de novo!”.

O corno prevenido, que antes de sair do escritório liga pra casa avisando que já está indo pra dar tempo do ricardão cair fora.

O corno machão, que sempre que briga com a mulher, manda ela procurar outro macho.

O corno intelectual, que chega em casa e diz “não adianta mentir, porque agora eu sei de tudo” e a mulher rebate “ah, é, então me diz qual é a capital da Somália”.

O corno político, que vive prometendo deixar a mulher mas nunca cumpre a palavra.

O corno artista plástico, que enquanto está expondo na galeria a mulher está pintando o sete no motel.


O corno mesa redonda, que passa a noite discutindo futebol com outros cornos iguais a ele.

O corno garnizé, que é metido a valente, fode com o cu, dorme no pau e a mulher é uma tremenda galinha.

O corno mecânico, que enquanto leva o carro pra oficina a mulher vai trocar o óleo com o ricardão.

O corno picolé, que além de corno ainda dá pinta de ser uma frutinha gelada.

O corno sapatão, que a mulher lhe deixou por uma lésbica.

O corno papudinho, que fica matando o bicho no boteco enquanto o ricardão mata o bicho da mulher em casa.

O corno evangélico, que sempre pede a Deus para perdoar a mulher porque ela não sabe o que faz.

O corno ateu, que vê a mulher fodendo com outro na sua cama mas não acredita.

O corno denorex, aquele que não parece mais é.

O corno ambulância, que quando vê a mulher com outro sai gritando: uau! uau! uau!


O corno hiena, que mesmo levando chifre todo dia vive rindo à toa.

O corno galo de briga, que tem chifre até nas canelas.

O corno medroso, que quando o ricardão chega em casa se esconde dentro do armário.

O corno diabético, que sabe que é corno mais ainda faz cu doce.

O corno jacaré, que só serve para dar bolsa e sapato pra madame.

O corno salário-mínimo, que alem de pequeno e feio, só comparece uma vez por mês.

O corno zorro, que anda de máscara para não ser reconhecido, mas só parece um Tonto.


O corno yopa, que sempre que sai de casa a mulher fica gritando: ai, kibon! ai, kibon! ai, kibon!

O corno elefante, que se separa da mulher mas nunca mais esquece o chifre.

O corno astrólogo, que a mulher tem um amante fixo para cada fase da lua.

O corno teimoso, que leva chifre tanto da mulher quanto da amante.

O corno do mato, que quando leva um chifre sai gritando: eu mato! eu mato! eu mato!

O corno ginecologista, que sempre diz pros amigos que vai dar um toque na mulher.

O corno agulha, que não consegue colocar a mulher na linha.

O corno bilharito, que a mulher não pode ver duas bolas e um taco que abre logo a caçapa.

O corno lagartixa, que fica olhando a mulher de longe só balançando a cabeça.

O corno datilografo, que quando descobre que é corno fica cheio de dedos.

O corno esparadrapo, que depois que leva um chifre não desgruda mais da mulher.

Para ser franco, corno é que nem caixa de banco, boiola e intelectual petista: não existe um igual a outro, mas todos são desagradáveis.

segunda-feira, março 28, 2011

Causos de Bambas: Zevi Ghivelder


O jornalista Zevi Ghivelder, diretor executivo da TV Manchete, reclamando da demora na entrega de umas cópias com o encarregado do setor:

– Cadê a porra do script, cara?

– Tá descendo, seu Zevi.

– Quer dizer, no gerúndio, né?

– Não senhor, tá com o Jurandir.

Causos de Bambas: Ferdy Carneiro


O cartunista Jaguar sempre foi o conselheiro geral dos boêmios cariocas para assuntos de botequim no eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte-São Cristovão-Vila Isabel.

O designer Ferdy Carneiro, namorada nova no coldre, foi procurar o guru para consulta técnica. Resultado proferido pelo Jaguar:

– Tem uma sopa de legumes ali perto do cinema Asteca, no Catete, que você só vai esquecer depois de morto.

À sopa, portanto.

Ferdy, acostumado com as recomendações do conselheiro, não estranhou o botequim infecto, cheio de sujeitos mal encarados jogando sinuca e bebendo cachaça.

A namorada, envolvida nos encantos dos primeiros dias, resistiu ao engulho.

– Sopa de legumes! –, ordenou o namorado com intimidade.

O garçom, bloco na mão, caneta parada, olhou Ferdy, olhou a moça e, mal disfarçando o riso, conferiu:

– Sopa de legumes?

– Isso mesmo. Duas.

O outro, segurando uma gargalhada, foi até a porta da cozinha e comandou aos berros: solta uma sopa de legumes ao capricho!

De dentro do sagrado templo de culinária veio a pergunta incrédula:

– O quê? Sopa de legumes?

A multidão de cozinheiros caiu na risada e um por um foram chegando na portinhola passa-pratos para ver o autor do pedido e o frouxo de riso foi aumentando até contagiar a casa inteira:

– Sopa de legumes? Quáquáquá!...

Ferdy, ainda tentando salvar o namoro:

– Vamos embora! Não quero mais nem olhar pra essa merda!

Causos de Bambas: Arthur Moreira Lima


O pianista Arthur Moreira Lima, como determina a Lei, foi ao Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad) para registrar e pedir licença para seu concerto de piano no Teatro Municipal.

Entregou as partituras ao funcionário de quem ouviu o seguinte:

– Quem é esse Frederico? É o senhor?

Não, não era.

– Porra – disse o amanuense – começou a esculhambação. Cadê a letra dessa merda?...

Tratava-se da Polonaise de um certo Frederico Chopinho, compositor popular de muito sucesso por volta de mil oitocentos e poucos.

Causos de Bambas: Pelé


Jantar em Nova York, no The Sign of the Dove, elegante e belíssimo restaurante da cidade.

Presentes, algumas socialites brasileiras e um conhecido colunista social do Rio de Janeiro.

Lá pelas tantas, o jornalista invade o ar acalmado da casa com a seguinte pergunta inacreditável, em voz alta:

– Ô Pelé. Você prefere buceta branca ou buceta preta?

O craque, atingido de surpresa pelo raio, absolutamente atônito, respondeu esta coisa estapafúrdia, a voz sumida:

– Depende da mãe... Depende da mãe...

Causos de Bambas: Costinha


Costinha, o cômico de televisão que envergava a mais obscena das caras, diante de um auditório repleto, ao vivo:

– Vocês conhecem o elefantinho de trombinha cor-de-rosa?

Berreiro da macacacada:

– Nãããããããããoooo!

Costinha tira para fora os dois bolsos laterais da calça com as pontas dos dedos e anuncia:

– Olha aqui as orelhinhas dele.

Um ano de geladeira.

Causos de Bambas: Bryan Ferry


Iniciando uma vitoriosa carreira-solo, o cantor Bryan Ferry, ex-Rocky Music, foi se apresentar no Metropolitan, a famosa casa de shows do Ricardo Amaral, no Rio de Janeiro.

Diferente do antipático tenor Luciano Pavarotti, que exigiu um carrinho de golfe para transitar entre o carro, o camarim e o palco, Bryan Ferry se limitou a pedir, em off, duas moças na jacuzzi, nuas, a sua espera, depois do show.

O gerente Yann arrumou tudo.

Não foi difícil encontrar duas modelos para o sacrifício, já que as mulheres babavam pelo romântico e boa pinta cantor inglês.

Problema inesperado: duas horas depois, uma das modelos tomou um soco na boca e saiu chorando!

Explicação do Bryan Ferry para o incidente:

– Bastou eu me distrair para a vagabunda tentar enfiar o dedo na minha bunda...

sexta-feira, março 25, 2011

É só apontar o cano da arma, mirar no meio e mandar bala...

Esse é o hino oficial da famigerada AMATOBA (Associação de Moradores e Amigos do Toba), a facção mais barra pesada da nossa excelsa AMOAL. Curtam.

Milagres de Santa Edwiges


Foi assaltado por três. Trio musical, de percussão: Colt 45, Smith & Wesson três oitão, Parabellum. Deu tudo, menos pio, nem olhou a cara dos trabalhadores braçais.

Fervorosamente pediu na hora que Santa Edwiges o acudisse.

Contou depois, já sobrevivente, que jamais ouvira falar nessa santa, mas uma súbita mediunidade, um clarão sobrenatural soprou-lhe o nome da salvadora. Dedicou-lhe uma vela.

Do desastre só lamentava a perda de um Cartier único, escolhido a dedo, edição limitada, longamente namorado até que deu-se de presente de aniversário. Um rio de ouro.

Dois meses depois estava chupetilhando o uísque vespertino na varanda do Hotel Miramar, em Copacabana, quando se acerca dele um crioulo bem vestido, coberto de jóias, simpaticão, pede uma sorridente licença, tira do bolso um enroladinho de papel de seda.

– Sou da Marinha, doutor. Acabao de voltar da Europa e como vi que o senhor é uma pessoa distinta e eu não conheço ninguém aqui no Rio, vim oferecer essa maravilha para o senhor, por uma pechincha.

Abriu o embrulhinho e exibiu um esplendoroso Cartier, o que lhe fora expropriado no “ganho”.

Pediu para examinar melhor o relógio, reconheceu os defeitos, comprovou que era mesmo o dele, elogiou a peça, soube do preço, fez cara de desinteresse, mas segredou ao visitante:

– Já que você é da Marinha, pode me quebrar um galho. Sou paulista e só venho ao Rio de carro e desarmado. Sabe como são as coisas, a gente fica meio indefeso, pode acontecer um enguiço de noite, sabe como é. Será que tu me arranja uma arma?

O crioulo resplandeceu.

– Mas, doutor! O senhor está falando com a pessoa indicada! Tenho aqui uma máquina que se não agradar o doutor dou minha cara a tapa.

Deixa ver.

– Doutor, aqui não dá. A peça tem volume. O senhor faça o favor de me acompanhar.

Perto dali tinha um terreno baldio, cercado, sem vigia. E para lá foram vendedor e comprador.

A arma exibida: uma pistola 45, privativa das Forças Armadas e da Barra Pesada.

– Está carregada? – perguntou o civil apreensivo.

– Até a boca, doutor, mas não se incomode porque, olha aqui, está travada.

Foi a hora. O comprador otário destravou o canhão, botou uma ameixa na câmara, segurou com as duas mãos e berrou:

– É assalto! É assalto! Bota a mão na cabeça, nego safado, senão te encho a boca de chumbo!

Repetiu o que ouvira quando vítima, com a mesma força de expressão.

O crioulo ficou cinza-pardo-marinho. Não conseguiu balbuciar uma única palavra.

– Arreia as calças, porra, e tira a roupa toda! Anda logo, filho da puta!

Fico pensando o que deve ter passado na cabeça do assaltado nessa hora.

Inteiramente aparvalhado, pasmo, sendo depenado por um caretão bacano da Zona Sul, logo ele, o terror do Borel.

Mas com a boca do túnel da morte e a disposição miradas bem no meio dos zóim dele, foi tirando tudo: anel, relógio, carteira, grana, inúmeros documentos, uma obsoleta mas ainda providencial Sölingen. Só sobrou um cordão, no pescoço.

– Bota o cordão na trouxa também!

Aí, o crioulo ajoelhou:

– Companheiro, tu vai entender. Trabalho no ramo também. Leva essa bagulhada, mas livra o cordão e a cueca. O cordão é de Santa Edwiges, da minha devoção. Se perco a medalha, danço legal.

– Tu trabalha no setor?

O outro fez sim com a cabeça e deu-se o segundo milagre de Santa Edwiges:

– Então eu livro a santa. Mas agora, tira a cueca, porra! Quero ver essa bundoca de fora!

Causos de Bambas: Burle Marx


Duas senhoras, daquelas de olhar sempre maravilhado, aproximaram-se do paisagista Roberto Burle Marx, meio aos introitos de um banquete.

Por intrometimento, certas pessoas, arrogando-se intimidade, tratam personalidades pelo nome menos conhecido, ignorando a parte mais forte.

Assim, Oscar Niemeyer é Oscar, Wilson Simonal é Wilson, Antonio Carlos Jobim é Carlos, por aí.

Uma das referidas madames, com gestos langorosos, voz analasada, com uma afetação melosa, esticando as vogais, disse a Burle Marx:

– Roberto, você sabe que minhas plantas adoram ópera. Mas preferem a Flauta Mágica, não se dão bem com as italianas. Crescem que é uma coisa...

– Pois as minhas preferem Brahms – disse a outra com mesmo tom e feitio – principalmente o ciclo Magelone-Romanzon. E as suas, Roberto?

Burle Marx:

– As minhas preferem bosta.

O corretor imobiliário e a velhinha cri-cri


Uma sexagenária (daquelas antigas e não dessas que circulam hoje em dia, na maior sem-vergonhice) procurou um corretor num edifício em construção para o óbvio: comprar um apezinho quarto-e-sala.

Morrera-lhe o marido e com um dinheirinho poupado queria casa própria para ter onde cair agora viva e mais tarde morta.

Foi a primeira grande compra de sua vida e quis extrair do evento tudo que supunha seu direito.

E encheu o saco do corretor com mil perguntas que mal cabiam nos ralos metros quadrados do conjugado.

Pediu para visitar a obra e o profissional do ramo ficou puto da vida porque já tinha visto a cor do dinheiro da velha e queria mais era partir para uma nova batalha. Mas acompanhou a compradora.

Num dos andares, a senhora viu uma pilha de sacos de cimento Tupi e comentou com aquela voz que só velhinha de verdade e Chico Anísio sabem falar:

- Meu falecido marido era construtor, sabe? E me disse que este cimento Tupi custa muito a pegar...

O corretor que, como seus colegas de ofício, não primava pela elegância, mandou:

- De fato, minha senhora, este cimento custa muito pra pegar, mas quando pega é foda!

A velhinha quase saiu correndo do canteiro de obras.

Causos de Bambas: Carlinhos de Oliveira


Redação da revista Manchete, nos tempos da rua Frei Caneca.

O jornalista e cronista José Carlos de Oliveira multiplicava por mil sua rala força de vontade para deixar de fumar, uma luta cotidiana sempre perdida.

Raimundo Magalhães Júnior aconselhou:

– Bala de menta. Substitua esta maldição por bala de menta.

E Carlinhos municiou-se de balas de menta às quais chupava com unção e esperança.

Nada, o cigarro vencia sempre.

Nos intervalos entre os parágrafos de uma matéria, o pensamento só acudia com os sinais da fumaça mecânica.

O Raimundo e mais um conselho antitabagista:

– Mude pra cachimbo. Cachimbo é ótimo e prejudica menos!

No fim de dois meses, horrorizado e vencido, Carlinhos apurou que tinha três vícios: cigarro, bala de menta e cachimbo.

Causos de Bambas: Stelio Belchior


O ilustre e famoso advogado Stelio Belchior descreveu assim o sexo oral praticado por homem em senhora, o popular minette:

– Pode ser uma medida preliminar, uma petição inicial, um recurso extraordinário ou um agravo de instrumento para subir o recurso.

Causos de Bambas: Olegário Mariano


O sexagenário poeta Olegário Mariano, padrinho de batismo pela milésima vez, suportava a arenga latina do padre quando, num dado momento, o pároco lhe perguntou: menino ou menina?

Olegário, apanhado de surpresa, não teve outro recurso a não ser sungar a camisola do bebê que, naquelas alturas da vida, era desprovido de sexo aparente.

Afastou os panos todos que o separavam da revelação e, apurados os fatos, declarou:

– Se não me falha a memória, menina.

Pereira e Pedrinho Ribeiro fazem cantoria no Fino da Bossa


Dois genuínos “cantadores” amazonenses se reúnem para fazer uma cantoria juntos no próximo sábado, 26.

O encontro será no espaço cultural Fino da Bossa (Travessa São Judas Tadeu, 3 – Flores), às 22 horas.

É a primeira vez que Antonio Pereira e Pedro Cesar Ribeiro realizam um show em parceria e prometem apresentar um seleto repertório com canções autorais e de compositores consagrados da região amazônica e de outras partes do país.

Um dos momentos marcantes será a interpretação em duas vozes das canções Arrumação (Elomar), Pauapixuna (Paulo André e Ruy Barata), Eulália (Sérgio Abibi), Garrote de Ouro (Antonio Pereira) e Igarapé dos Currais (Pedro Cesar Ribeiro), ao som de três violões e percussão, com participação dos instrumentistas Renato Linhares (violão) e Leonardo Pimentel (percussão).

Também serão apresentadas as músicas Disparada (Geraldo Vandré), Deus e o Diabo na Terra do Sol (Sérgio Ricardo)e Dança das Águas (Antonio Carlos Maranhão), entre outras.

“É gratificante trabalhar com o Pereira. Há algum tempo vínhamos conversando sobre essa idéia, que só agora está se concretizando”, diz Pedro Cesar Ribeiro, ou Pedrinho Ribeiro, como é conhecido no meio artístico.

Ele diz que a sintonia musical nessa parceria os animou a dar continuidade ao projeto.

“Agora pretendemos gravar um CD com as canções do show, e também levar o espetáculo aos municípios do interior do Estado e para outras regiões”, comenta.

Para Antonio Pereira, o diferencial desse trabalho está no fato de ser uma autêntica cantoria.

“O cantador canta com a alma. Eu e Pedrinho somos cantadores. Interpretamos músicas com que nos identificamos na sua essência, independentemente de serem sucesso nas rádios. É com esse espírito que o show foi concebido, especialmente para o público que aprecia uma boa cantoria”, explica.

Antonio Pereira


Nos arredores da Cachoeira de Fortaleza, no rio Ituxi, afluente do rio Purus, foi onde nasceu o cantador Antonio Pereira, em 1956.

Sua familiaridade com o cenário interiorano da Amazônia e o gosto pela cantoria de Elomar e de outros cantadores pelo Brasil afora influenciaram o seu trabalho musical, caracterizado por temas voltados principalmente para o ambiente rural e para o aspecto humano, sempre acompanhado do som do seu violão.

Antonio Pereira já gravou quatro CDs: O Lago das Sete Ilhas – 1995; Estrada de Barro – 1998; Lendas – 2000; Afluentes – 2008.

Sua carreira artística foi marcada pela participação em festivais no Amazonas e em outros Estados brasileiros.

Em 1986, conquistou o primeiro lugar no Festival Universitário da UFAM, com a música “Pássaro, Canto e Cativeiro”.

Também conquistou a primeira colocação no Festival de Itacoatiara (Fecani), em 2001, com a música “Gaia”, de Renato Linhares.

Participou do projeto “Nossa Música”, em 1985, que resultou na gravação de um LP histórico para a Música Popular Brasileira produzida por artistas do Amazonas.

Em 2007, integrou o projeto Pixinguinha, levando sua voz e sua música a oito estados brasileiros.

Em 2008, fez parte do projeto Nosso Canto, no Teatro Amazonas.

Apresentou-se em diversos espaços culturais em diversos estados brasileiros, como Sesc Pompéia e Sesc Consolação, em São Paulo, e Dragão dos Mares, em Fortaleza.

Pedro Cesar Ribeiro


Nascido em Parintins, interior do Amazonas, em 1952, o cantor e compositor Pedro Cesar Ribeiro, ou Pedrinho Ribeiro (como é conhecido no meio artístico), notabilizou-se no cenário musical por sua atuação marcante no movimento cultural que contou com a participação de diversos artistas da região amazônica.

Entre as composições de sua autoria destacam-se: Igarapé dos Currais (1982), Malinagem (1975), Panauaru – Mandioca Mansa (1983), Iara (1986), Água Doce (1987), Canto Mureru (1997), Sonho Azul (1998), Bossa Pávula (2008) e Nosso Amanhecer (2009), entre outras.

Pedro Cesar Ribeiro iniciou sua carreira profissional no início da década de 70, em Belém do Pará.

De lá, seguiu para Manaus, na década de 80, passando alguns anos na França e Estados Unidos.

Gravou o disco “Marujada”, em 1978, com os compositores Paulo André e Ruy Barata, no Pará, e no ano seguinte apresentou o Musical “Enchente Amazônica” na sala FUNARTE, em Brasília.

Na década de 80 integrou a equipe da Superintendência Cultural do Estado do Amazonas, atuando como coordenador do projeto Nossa Música, que revelou uma geração de compositores e cantores amazonenses que se tornaram referência da música regional.

Em 1981 produziu o musical “Ópera Cabocla”, apresentado no município de Parintins, e no Teatro Amazonas, em Manaus.

Também foi um dos idealizadores do Festival da Canção de Itacoatiara – FECANI, iniciado em 1984.

Gravou o disco “Malinagem” em 1985 e coordenou diversos projetos culturais no Estado do Amazonas, de suma importância para a divulgação da produção musical dos artistas amazonenses, culminando com a produção do álbum “Nossa Música”, que revelou uma geração de compositores e cantores locais.

Atualmente, atua em Manaus como compositor e cantor, na apresentação de shows musicais e em projetos que visam documentar sua obra e de outros artistas da região.

Serviço

Show: “Uma Cantoria Juntos” - Antonio Pereira e Pedro Cesar Ribeiro
Local: Espaço Cultural O Fino da Bossa
Data: 26/03/2011 (sábado)
Hora: 22h
Endereço: Rua São Judas Tadeu, 3 – Flores (próx. à Av. Max Teixeira)
Couvert: R$10,00
Contatos: 9180-2455 / 8423-0793 / 8154-0397

quarta-feira, março 23, 2011

Paris era uma festa! (1)


O famoso colunista Maneco Muller, mais conhecido no jet set como “Jacinto de Thormes”, encontrou o cartunista Jaguar no aeroporto internacional do Rio.

– Ainda que mal pergunte, vais para onde, ó cara pálida?...

– Paris! – respondeu o debochado humorista, adrede caneado para enfrentar a viagem.

Ambos tinham sido convidados, mais um grupo de jornalistas, para ir à França, a bordo do falecido Concorde, sabe-se lá fazer o quê.

Já embarcados, Maneco perguntou ao Jaguar quanto tempo pretendia ficar na Europa e ouviu a resposta estapafúrdia:

– Só até amanhã, tenho que voltar para fechar o próximo número do Pasquim.

Dito e feito. Ficou um dia inteiro num bar em Paris, de onde não arredou o pé, e voltou à noite para fechar o Pasquim e, naturalmente, tomar mais um porre.

Paris era uma festa! (2)


O jornalista e cronista José Carlos de Oliveira inaugurava-se Paris, primeira viagem.

Prevenido, ainda no Rio, no dia do embarque, escolheu seu cicerone que, mesmo à distância, o orientaria na descoberta dos mistérios da capital da Europa: Aloysio Salles, cuja alma de grand seigneur abrigava uma notável percentagem de genuíno parisiense.

Encantado com a missão, Aloysio deixou-se agarrar pelo Carlinhos e, travando-lhe o braço, abandonou as coisas terrenas para sonhar Paris com o escritor aspirante à cidade.

E dedicou toda a manhã, o almoço, meteu-se tarde adentro a desfilar, carro aberto, pela Rive Gauche, certamente o destino da boemia cultural do Carlinhos que lá pelas cinco horas da tarde, repleto de informações, ia, nos intervalos da fala interminável de Aloysio, tentando encaixar uma despedida, pois precisava fazer as malas e ir para o aeroporto.

Aloysio, inesgotável:

– Abandone o hotel – recomendo-lhe o Grand Hotel de L’Univers, é próprio para seu gênero. Ocupe a mansarde! –, desça a Rue Gregoire de Tours e dobre à esquerda, Rue Buci. Lá, compre um molho de flores silvestres, contorne o quarteirão e caminhe pelo Boulevard Saint Germain até topar, na outra margem, com a Brasserie Lipp. Persigne-se, atravesse, e, com o pensamento em Deus, peça un blanc sec.

Em plena rua Barata Ribeiro, perseguido pelos gritos de Aloysio – Espere! Espere! Há mais! Há mais! –, Carlinhos fugiu, precipitou-se para o apartamento, fez as malas de qualquer maneira, voou para o aeroporto. Por um triz não perdeu o avião.

Paris! Refeito imediatamente da diferença das horas, dada a excitação da chegada triunfal, o escritor iniciou a missa rezada à distância pelo amigo: desceu Gregoire de Tours, comprou as florezinhas na feira da Rue Buci, desembocou no Boulevard, caminhou contrito para a Brasserie Lipp e encantou-se ao ver que a casa estava justamente onde o Aloysio anunciara, com precisão.

Sentou-se, colocou as flores num verre d’eau, imitando a providência de um cidadão ao seu lado, que também mamava um blanc enquanto lia o Figaro que lhe ocultava parte do rosto.

Un blanc sec! –, ordenou Carlinhos com intimidade de nativo.

O vizinho da mesa parece que reconheceu-lhe a voz, pois baixou o jornal e se revelou: Aloysio Salles!

Brincando com a Lua de São Jorge


A dica me foi dada pelo ex-secretário municipal de Educação Cyrino Jr., atualmente auto-exilado nos EUA para concluir seu pós-doutorado em Educação:

O fotógrafo profissional e jornalista científico Laurent Laveder criou a série Moon Games, composta por diversas imagens que mostram pessoas interagindo com a Lua.

Capturando as cenas por um ângulo específico, o artista faz parecer que o satélite está realmente ao alcance das mãos dos homens e mulheres, que posaram para as lentes do artista.

Especializado em fotos do céu, Laveder faz parte do coletivo The World At Night, que reúne 30 dos melhores astrofotógrafos do planeta.