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domingo, junho 05, 2011

Aula 54 do Curso Intensivo de Rock: O tal de Glam Rock (2)


Príncipe da música de glamour, estilista do palco que usa ternos impecáveis e gosta de gestos ensaiados, como afrouxar de leve o nó da gravata para causar boa impressão, Bryan Ferry também é parte da história gomalinada do rock.

Ele andou metido em uma Escola de Artes (foi aluno do pintor Davi Hamilton) antes de decidir que o rock era um suporte mais adequado para as suas aspirações estéticas.

Descobriu isso por acaso – ele era crooner, por hobby, em uma banda soul de Newcastle, Inglaterra por volta de 67.

E sabia tocar o “bife” ou pouco mais, ao piano.

Ele se mudou para Londres, comprou um piano (!), suas exposições de pintura não foram bem sucedidas, mas, em 1970, ele já tinha diversas composições, competentes o suficiente para não escandalizarem Anddy Mackay, um novo amigo saxofonista com trânsito na música experimental.

Com Mackay e um velho parceiro de soul, o baixista Graham Simpson, trabalharam o repertório enquanto experimentavam colaboradores: Dexter Lloyd, depois Paul Thompson na bateria, Davi O’List (ex-Nice), depois Phil Manzanera para a guitarra.

Mas o achado foi um jovem vanguardista, apaixonado pela eletrônica, que além do mais era a única pessoa capaz de tocar o sintetizador (“Meu Deus, o que é isso?!”) que Mackay tinha comprado: Brian Eno.

A banda foi batizada de Roxy Music.


Eis que, em 1972, a EG Records e o letrista/ produtor Peter Sinfield, recém-rompido com o King Crimson, resolvem lançá-los.

Nesse meio tempo, as primárias canções de Ferry foram rearranjadas, reagindo magnificamente com suas letras cultas, entre o surreal, o irônico e o romântico.


Da parte interna da capa do primeiro LP (por fora a modelo fenomenal chamada Kari Ann, que hoje é casada com o irmão de Mick Jagger, Chris, se espalha numa colcha de cetim, em um apelo sensual), cinco figuras exóticas, topetes pontudos, óculos de homem-mosca, jaquetas de oncinha, lançavam seu manifesto: re-faça, re-modele.

A primeira faixa,“Re-Make/ Re-Model”, começa com ruídos de festa.

Era esse o sentido da exuberância dos rapazes: celebração, e não bichice.

O som evoca, freqüentemente, o rock dos anos 50, mas este é um disco de idéias, mais do que de música.

O primeiro single, “Virginia Plain”, já tinha posto a banda em evidência: os trinados de Ferry tratavam de uma de suas obsessões, o glamour do cinema hollywoodiano (“O real e confiável / É que Baby Jane está em Acapulco / E todos estamos voando para o Rio”), de um jeito provocador.

A deslumbrante Baby Jane Holzer foi estrela em alguns filmes underground de Andy Warhol.

Sintetizador, sax e guitarra festejavam em grande estilo.

No LP, esses motivos estão expandidos.


Além da profusão de efeitos futuristas, o trabalho de Brian Eno no sintetizador amplia a noção de textura, até então pouco presente no rock.

Os timbres de teclados, guitarra, sax (e oboé, o outro instrumento de Mackay) se combinam em camadas, se distribuem em solos rápidos, num certo sentido de música visual, quase gráfica.

Mas, sobretudo, é Mr. Ferry derramando-se em charme, ao piano, nos vocais brincalhões ou ressentidos, nas letras ricas em imagens apaixonadas e apaixonantes – não fosse o nome Roxy inspirado naquelas salas de cinema onde se assistiam aos doces encontros e desencontros do amor.

“Parece que foi ontem / Que te vi pela primeira vez... / Como podia esquecer um dia assim?”, suspira ele em “Ladytron”.

A medida que o tempo passava, as divergências musicais entre Ferry e Eno se intensificavam.

Todas essas diferenças foram postas à prova no disco “For Your Pleasure”, de 1973, onde os dois músicos atingiram seus limites criativos, traduzido no maior legado da história musical do grupo.

Trata-se de um disco imprevisível, nervoso e genial, de onde saíram canções ganchudas como “Do The Strand” e “Editions For You”.


No ano seguinte, Brian Eno picou a mula e seguiu em uma brilhante carreira-solo na qual produziu alguns dos discos mais importantes da historia: “Low”, do David Bowie, “Remain In Light”, do Talking Heads e “The Joshua Tree”, do U2, só para citar alguns exemplos.

No mesmo ano, o Roxy Music lança “Stranded”, uma pequena amostra do novo caminho a ser seguido pelo grupo, mais focado na beleza musical e menos nas inovações vanguardistas.

O hit “Street Life” é o ponto alto do disco e uma das canções mais legais da banda.

Lançado em 1974, “Country Life” causou um enorme estardalhaço na época por causa de sua capa, ganhando inclusive versões menos ousadas em vários países.

O álbum inclui algumas das melhores canções compostas pela banda, como a espetacular “The Thrill Of It All” e “Bitter-Sweet”, mais tarde regravada por Thom Yorke, do Radiohead.

Lançado em 1975, “Siren” começa com “Love Is A Drug”, a música de maior sucesso da banda nos EUA e depois incorporada definitivamente ao repertório disco da colored Grace Jones.

Após esse disco, a banda lançou dois discos menos relevantes (“Manifesto” e “Flesh And Blood”), até chegar ao seu melhor trabalho pós-Brian Eno: “Avalon”, de 1982, onde o Roxy Music demonstrou seu perfeito amadurecimento musical.

Boa parte das músicas mais conhecidas do grupo vem deste disco, como “More ThanThis”, “Avalon” e “While My Heart Is Still Beating”.


Mas a história de Bryan Ferry é uma história de extremos.

Se nos anos 70 ele foi o homem de frente de uma das bandas mais elegantes do gênero, o Roxy Music, nos anos 80 perpetrou “Slave To Love”, a música-tema do filme-chave da era yuppie, “9 e 1/2 Semanas de Amor”.

Naquela mesma época, um sujeito poderia perder a namorada se confessasse gostar da carreira-solo de Bryan Ferry, assim como a perderia nos anos 90 se dissesse que gostava de Chris Isaak.

Dois discos lançados pela Virgin recuperam essas contradições da vida e obra de Bryan Ferry: “Roxy Music – The Early Years” e “Brian Ferry – The Best Of The Ballads”.

O primeiro abre com uma balada todo o Lado 1 do primeiro disco do grupo de Ferry, o já citado “Roxy Music”.

O repertório dessa fase erma é o seguinte: “Re-make/ Re-model”, “Ladytron”, “If There Is Something” (um country breguíssimo), “2 H.B”. e “Chance Meeting”.

Vestindo-se como as drag queens dos dias atuais, eles mostravam que o glam rock teria fôlego curto, muito mais por estarem um pouco fora do seu tempo do que por qualquer outra coisa.

Não havia paciência naqueles anos para quem tocasse guitarra (Manzanera) e sax (Mackay) de maneira tão tranqüila.

Na era do revival longe atual, eles seriam bem-recebidos.


Do álbum “For Your Pleasure”, estão incluídas as canções “Do The Strand”, “Beauty Queen”, “Editions Of You”, “In Every Dream Home A Heartache” e “Bogus Man”.

Em canções como “Chance Meeting”, as idéias em forma de sons sintéticos e cabeçóides de Brian Eno já dão o tom no Roxy Music, mas outras, como “Virginia Plain”, são boa diversão ainda hoje.

Já a coletânea-solo de Bryan Ferry é pura luxúria.

Ele cantou como um crooner bem-vestido numa época em que todos queriam ser heróis iconoclastas.

Cantou baladas incontestavelmente eficientes como “This Love” e “Smoke Gets In Your Eyes”.

E conseguiu dignificar o velho hino culpado de John Lennon, “Jealous Guy”.

“O seu amor é forte o bastante?”, diz o título de uma das canções que Bryan Ferry canta (da trilha do filme “Threesome”) com seu jeitão de cafajeste “ma non tropo”.

Aliado dos enamorados nas horas difíceis, Bryan Ferry é o rei das canções de auto-ajuda.

Não é pouca porcaria.


Mas pra quem gosta do glam rock, é melhor nunca esquecer uma data: no dia 16 de setembro de 1977, às cinco da manhã, Marc Bolan morria num acidente automobilístico, em Londres.

Estava prestes a completar 30 anos e sua morte prematura significou uma imensa perda para o meio musical, dada a influência que exerceu (e continua exercendo) sobre várias tendências do pop contemporâneos.

Como profeta-mor do glam, Marc Bolan tornou-se um caso à parte no universo do rock, com sua voz manhosa e analasada junto a uma incrível capacidade de conceber canções repletas de calafrios e sensibilidade em carne viva.

Ele também teve muito peito para subir em um palco usando botas de plataforma, calças ultra-apertadas e echarpes de plumas coloridas sem ser confundido com uma bicha louca.

É que logo depois de emplacar seu primeiro sucesso à frente do T.Rex, com a canção “Ride A White Swan”, o cantor achou que seria interessante compor um visual cheio de adereços para chamar mais atenção.

Por conta disso, garantiu uma aparição no Top Of The Pops e um segundo lugar nas paradas britânicas.

A imprensa gostou da idéia e passou a associar a banda ao termo “glam rock”.


É bem verdade que o conceito de glamour daquela época estava mais para o low trash: Marc Bolan se orgulhava de seu visual andrógino, dos cabelos crespos enfiados em uma cartola enorme, que os adolescentes logo correram para imitar.

Nascia assim um dos períodos mais espalhafatosos da história da música.

Nos EUA, onde o glam rock nunca chegou a ser bem compreendido, o movimento foi de certa forma simplificado para glitter e teve poucos expoentes.

A primeira virada na vida de Marc Bolan, fã confesso de Bob Dylan e de poesia romântica, ocorreu quando ele largou a escola, aos 14 anos, alegando que ali não lhe era ensinado o que queria aprender.

Mais ou menos a mesma desculpa esfarrapada que todos roqueiros dão para trocar as aulas por guitarras.

A princípio integrado ao movimento mod, Bolan lançou dois compactos independentes, sem maiores conseqüências, antes de se reunir ao grupo John’s Children, nos idos de 1967.


No ano seguinte, ele formaria o Tyrannosaurus Rex, ao lado do vocalista/ multiinstrumentista Steve Peregrine Took, cujo repertório consistia em música folk tradicional com letras falando de magos, unicórnios e dragões.

Nesta fase inicial – que se estendeu até o início de 1970 –, as composições de Bolan eram verdadeiras viagens, calcadas em devaneios intimistas e percussão com tendências orientalistas.

Um peculiar som lisérgico, que foi registrado em seus quatro primeiros álbuns.

Com a substituição de Steve Peregrine por Mickey Finn e a redução do nome simplesmente para T. Rex, o grupo debutou com um álbum homônimo lançado em dezembro de 1970, que marcava nova guinada na carreira de Bolan.

As nuances psicodélicas se tornaram apenas um tempero a mais numa receita aparentemente simples, mas de uma eficiência a toda prova, que incluía também boogie, rhythm & blues e hard rock.

O álbum seguinte, “Eletric Warrior” (71), fez explodir na Inglaterra o termo glam rock, estilo pelo qual o T. Rex foi o maior responsável e, por que não, seu mais significativo expoente.

O glam consistiu em fundir o som cósmico de guitarras nervosíssimas e bateria acelerada com um paraíso visual de cosméticos (paetês, lamê e purpurina em primeiro plano), na construção de uma imagem teatral decorada por afetações, sarcasmo e certa dose de romantismo.


Este estilo seria consolidado de forma definitiva por Bolan no álbum seguinte do T. Rex, “The Slider”.

Lançado originalmente em julho de 1972, o “The Slider” foi gravado em Paris e Copenhague com produção de Tony Visconti (que também vinha trabalhando com David Bowie, a quem fora apresentado pelo próprio Bolan).

Acompanhado pela bateria de Bill Legend, o baixo de Steve Currie, os backing vocals afetadíssimos dos ex-Turtles Howard Kaylan e Mark Volmah, além da percussão e vocais de Finn, a voz penetrante e a guitarra psicoespacial de Bolan conduziram algumas das mais marcantes canções de toda a sua carreira.

O álbum “The Slider” trazia verdadeiros hinos glam como a arrepiante “Metal Guru” (com sutis intervenções de cordas, arranjadas por Visconti), a faixa-título (uma balada boogie imersa em tristeza e escapismo) e “Telegram Sam” (posteriormente regravada pelo Bauhaus).

Outras músicas memoráveis eram aclimatadas em narcotizantes inflexões de boogie – como “Rock On”, “Baby Boomerang” e “Baby Strange”, o lado mais dançante do T. Rex – junto às incursões pelo heavy metal de “Buick Mackane” e “Chariot Choogle”.

Mais encantos podiam ser encontrados em baladas com atmosferas espaciais como “Mystic Lady”, “Spaceball Ricochet” e a pungente “Ballroms Of Mars”, na qual eram citados John Lennon, Bob Dylan e Alan Freed (o DJ que lançou Chuk Berry, em troca da co-autoria de “Maybellene”, lembram?), nos delicados climas bluesísticos de “Rabbit Fighter” e na lisergia folk de “Main Man”.

Um álbum único, que se tornou a principal obra-prima do glitter.

Na Inglaterra do início dos anos 70, com sua fórmula musical sem grandes mistérios, o T.Rex foi a salvação da lavoura para muita gente que não estava disposto a namorar ou lavar louça ouvindo os épicos progressistas de 15 minutos que começavam a brotar de todos os cantos.


Bolan praticamente só fez músicas de pouco mais de três minutos, com riffs grudentos de guitarra, ótimos ganchos, letras com versos bem curtinhos e contando sempre com a graciosa ajuda de suas excitantes backing vocals.

Ele resgatou o espírito divertido do rock dos anos 50 e o revestiu com uma fina camada de sensualidade e brincadeira.

Bolan nunca gritava desbragadamente como Ian Gillan ou Robert Plant, por exemplo.

Pelo contrário: sua voz tinha sempre um tom intimista e cativante.

Em “Life’s A Gas”, ele dizia: “Garota, eu poderia transformar seu coração em uma estrela”.

Foi com versinhos assim, simples e diretos, mas brilhantes que nem purpurina, que o T.Rex conquistou seu lugar na historiografia do rock.

Marc Bolan podia passar da sexy e sussurrada “Mambo Sun” para a cheia de punch “Children Of The Revolution”, que não perdia o tom.


A música “20th Century Boy” é um clássico absoluto, que começa com suas guitarras estrondosas e segue em ritmo contagiante.

O Placebo regravou a música para a trilha do filme Velvet Goldmine e não se esqueceu do fundamental corinho de vozes femininas.

A linda “Cosmic Dancer” também caiu como uma luva para a história de Billy Elliot, o menino dançarino do filme homônimo.

Ainda nos tempos do Tyrannosaurus Rex, Bolan chegou a lançar um álbum que provavelmente tem o nome mais longo em toda história da música: “My People Were Fair & Had Sky In Their Hair... But Now They're Content to Wear Stars”.

Quando, em 1974, sua carreira começou a declinar, Bolan saiu-se com um igualmente estrambólico (mas desta vez pouco expressivo) disco chamado “Zinc Alloy And The Hidden Riders Of Tomorrow”.

Seguiu-se “Futuristic Dragon”, de 1976, com os dragões voltando a atacar, que tinha algumas boas faixas, como “New York City”, o último hit da banda, e “Dreamy Lady”, uma tentativa de adaptação frustrada aos novos tempos a partir da inserção de uma batidinha disco.

Ainda assim, o último álbum de Marc Bolan e o T.Rex, “Dandy In The Underworld”, mostra aqui e ali que se não tivesse morrido precocemente, Bolan provavelmente passaria por uma transição e mergulharia no punk.

De fato, o T.Rex, com suas músicas simples de poucos acordes, foi uma das inegáveis influências do punk que começou a se desenvolver a partir da segunda metade da década de 70.

Os Ramones, por exemplo, eram fãs confessos do T.Rex.

E não dá para negar que, em termos visuais, Marc Bolan e seus cabelos rebeldes foram também uma referência obrigatória para os representantes daquela “coisa” chamada hair metal nos anos 80.

Naquela madrugada de setembro de 1977, ele voltava para casa com sua namorada, a cantora de soul e ex-backing do T.Rex, Gloria Jones.

Gloria, que estava ao volante, perdeu o controle do carro devido ao excesso de neblina e bateu em uma árvore.

Ela sobreviveu. Ele, no banco do carona, morreu na hora.

Na ocasião, o glam já se encontrava em franca decadência e o punk já havia estourado.

Ainda, assim, com sua criatividade, simpatia e falta de pretensão, Bolan havia cravado definitivamente seu nome no panteão dos ídolos pop.

Dos tiranossauros rex do rock, ele foi um dos mais autênticos.


Coube ao cantor inglês Paul Gadd continuar o trabalho pioneiro do T. Rex e levar o gênero às últimas consequências comerciais.

Paul Gadd nasceu em Banbury, Oxfordshire, tendo iniciado suas performances no final dos anos 50.

Seu repertório era constituído de músicas de rock da época e “gentle ballads”.

Sua primeira chance foi em 1959 quando o produtor musical Robert Hartford Davis lhe descobriu e financiou uma sessão para a British Decca Label.

Assim foi gravado o primeiro single, “Alone In The Night”, em 1960, sob o nome de Paul Raven.

Um ano depois, já com um novo empresário (Vic Billings) e produtor (George Martin), gravou dois novos singles: ‘Walk On By” e “Tower Of Strenght”.

Em 1970, ele gravou vários singles, incluindo “Goodbye Seattle” e uma versão de “Here Comes The Sun”.


Em 1971, ele adota o nome Gary Glitter e sobe aos palcos usando roupas de lamê prateado, óculos tipo Elton John e botas exuberantes.

Nascia ali um dos maiores ícones do glam rock.

O cantor “explode” mundialmente com a música “Rock And Roll, Parts One And Two”, tornando-se a partir de então frequentador assíduo das paradas de sucesso da Europa e Estados Unidos.

Depois que isso aconteceu, suas gravações foram uma seqüência de sucessos instantâneos: “Didn’t Know I Loved You Till I Saw You Rock’N’Roll”, “Do You Wanna Touch Me?”, “Hello Hello I’m Back Again”, entre outros.

Parecia que havia algo mais em seu trabalho além dos exageros visuais.

Em 76, Gary Glitter anunciou seu afastamento da vida artística, mas músicas como “I Love You Love Me Love”, “Remember Me This Way” e “Leader Of The Gang” continuava tocandos nas rádios à exaustão..


No ano seguinte, ele tentou uma volta, mas nunca mais conseguiu a fama anterior, apresentando-se apenas em clubes para pequenas platéias.

Apesar disso, Glitter não perdeu o bom humor, uma de suas marcas registradas, e acabou conseguindo colocar nas paradas “And Then She Kissed Me”, em 1980.

Em 1982, ele aparece na coletânea “British Electric Foundation”, participando do álbum “Music Of Quality and Distinction Volume One”, junto de estrelas como Sandie Shaw e Tina Turner.

Em 1989, seu novo single “Another Rock’n Roll Christmas” atinge o primeiro lugar nas paradas da Inglaterra.

Na década de 1990, Gary Glitter realiza varias turnês mundiais, se apresentando até no Brasil.

Em 1991, ele lança o álbum de estúdio “Leader 2” e, no ano seguinte o single “Throught The Years”.

Em 1994, seus discos entram novamente nas paradas de sucesso depois que ele realiza um concerto ao vivo, em Chicago, na ocasião da Copa do Mundo, transmitido para 46 países.

Em 1999, surgiu a notícia de que o cantor havia sido condenado na Inglaterra a três anos de prisão depois que a Scotland Yard encontrou no seu apartamento cerca de 4 mil fotos pornográficas de crianças entre 2 e 10 anos.


As lojas do Reino Unido retiraram seus discos das prateleiras, concertos foram cancelados, e, da noite pro dia, um dos maiores ícones do “glam rock” britânico transformou-se no “inimigo público número um” da sociedade.

Em 2001, ele lança o álbum “On”, mostrando que, apesar de tudo, continuava na ativa.

Em 2002, acusado do mesmo crime por defensores dos direitos da criança, Gary Glitter foi preso no Cambodja e depois expulso daquele país asiático, que agora tenta mudar sua imagem de paraíso dos pedófilos estrangeiros.

Apesar de tudo (ou por isso mesmo), sua música frenética influenciou do punk rock ao hardcore, da new wave ao britpop.

Nos anos 90, Spice Girls e Joan Jett regravaram suas músicas: “Do You Wanna Touch Me” e “Leader Of The Gang”, respectivamente.

Gary Glitter foi o único cantor da história a inserir seus 11 primeiros singles no top 10 inglês.

Que hoje quase um setentão ele continue gostando de menininhas cheirando a leite materno só prova que seu espírito de rock’n roll ainda não morreu.

Oh, yeah!

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