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sexta-feira, setembro 30, 2011

Filme gay sobre Jesus Cristo? Que história é essa?


Por Renata Cicilini Teixeira

Os boatos e as correntes na Internet têm algo em comum: fazem um apelo para serem enviados a todas as pessoas que você conhece.

Estes e-mails se apresentam com diversos tipos de conteúdo, sendo na maioria das vezes histórias falsas ou antigas.

Para atingir seus objetivos de propagação, os boatos e correntes apelam para diversos métodos de engenharia social.

Lembrando que engenharia social é um método de ataque que visa persuadir o usuário, valendo-se da ingenuidade ou confiança, com a finalidade de obter informações privilegiadas ou confidenciais.

Os boatos (hoaxes) são textos que contam histórias alarmantes e falsas, que instigam o leitor a continuar sua divulgação.

Geralmente, o texto começa com frases apelativas do tipo: “envie este e-mail a todos os seus amigos...”, “envie este e-mail a todas as pessoas que você ama...”.

Algumas classes comuns de boatos são:

1. Aqueles que apelam para a filantropia e solidariedade, sentimentos inerentes a grande maioria dos seres humanos.

Como exemplos têm-se os casos de crianças com doenças graves ou raras.

2. Aqueles que difamam empresas ou produtos, prometem brindes ou ganho de dinheiro fácil.

Existem vários exemplos, dentre os mais antigos estão a distribuição gratuita de telefones celulares e as viagens gratuitas a Disneyworld.

Em abril deste ano, presenciamos um boato prometendo uma cesta de produtos Nestlé da linha 2003 como brinde!

3. Aqueles que falam de código malicioso, como vírus, por exemplo.

Neste caso, a mensagem sempre faz referência a vírus poderosíssimos, capazes de destruir seu computador e assim por diante.

Um dos mais famosos é o Good Times, que circulou na rede durante anos e de vez em quando, ainda aparece um exemplar remanescente, enviado por usuários novatos.

No Brasil, um boato histórico e com grande repercussão foi sobre o roubo da Amazônia.


O hoax da vez é um dando conta de que está para estrear um filme sobre a suposta vida homossexual de Jesus Cristo!

Segundo o site Snopes, essa história é mais antiga do que a própria Internet, pois já circulou um boato semelhante a esse em 1984 e, um ano depois, mais de um milhão de cristãos já haviam escrito cartas protestando contra esse filme.

De 2001 para cá, várias versões surgiram, inclusive em inglês, francês e espanhol.

Esse boato pode ter se originado de uma peça de teatro chamada “Corpus Christi”, onde o ator e roteirista Terrance McNally conta o fracasso homossexual entre Judas e Jesus Cristo (esse é chamado de Joshua na peça).

De acordo com o jornalista Clark Hoyt, “quando Terrence McNally produziu o espetáculo teatral Corpus Christi pela primeira vez, há 10 anos, o teatro Manhattan Theater Club recebeu ameaças de incêndio e assassinato da equipe. A peça chegou a ser cancelada, mas acabou estreando após protestos da comunidade teatral. Na ocasião, o público tinha que passar por detectores de metal.”

A peça foi um completo fracasso de público e saiu de cartaz em poucas semanas porque era de extremo mau gosto.

Nunca ninguém cogitou em transformar aquela porcaria em filme.


Segundo a mensagem do novo hoax, habitantes de diversos países europeus fizeram um “abaixo assinado virtual” e funcionou, quer dizer o filme sobre a suposta vida homossexual de Jesus Cristo não foi exibido.

Ora, o filme não foi exibido porque não existia e não por conta dessa mensagem que, ao final, deveria ser remetida para quem mesmo?

Ninguém.

Depois de alguma trégua, a mensagem voltou a circular no final de 2004 e início de 2005 e terminava com o apelo: “Quando as assinaturas da lista atingirem 500 nomes (ou seja, quem for o numero 500 da lista), por favor mande a mensagem para homasg@softhome.com.”

Quem enviar mensagem para esse endereço vai receber como resposta:

homasg@softhome.net has been canceled for abuse

Ou seja, o endereço de e-mail foi cancelado devido a abuso (uso indevido).

O fato do hoax estar de volta mostra apenas a falta de imaginação dos novíssimos terroristas cibernéticos...

Enriqueça o seu repertório e faça bom proveito


Via e-mail, o escritor Luis Costa, eterno secretário particular do saudoso governador Gilberto Mestrinho, me enviou essas expressões curiosas na Língua Portuguesa que reparto com vosmecês.

No mínimo, vai servir para impressionar a mulherada nos botecos com uma conversa razoavelmente cult quando o assunto da mesa estiver despencando perigosamente para discussões bizantinas sobre quem é melhor, Pelé ou Maradona, Messi ou Neymar, Abílio Farias ou Nunes Filho. Curtam.



JURAR DE PÉS JUNTOS – A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para não dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO – No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão “coisa de barbeiro”. Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira..

TIRAR O CAVALO DA CHUVA – No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

À BEÇA – O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N’ÁGUA – A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.


GUARDAR A SETE CHAVES – No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo “guardar a sete chaves” pra designar algo muito bem guardado.

OK – A expressão inglesa “OK” (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa “0 killed” (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo “OK”.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS – Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA – A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER – A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas “pra inglês ver”. Daí surgiu o termo.


RASGAR SEDA – A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: “Não rasgue a seda, que se esfiapa”.

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER – Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D’Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.

ANDA À TOA – Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO – Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA – A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada, que foi logo associada ao homem vagabundo, irresponsável, parasita.


NHENHENHÉM – Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.

VAI TOMAR BANHO – Em “Casa Grande & Senzala”, Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que eles fossem “tomar banho”.

ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM – Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português... O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: “Vocês que são pardos, que se entendam”. O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA – Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio (43 a .C. – 18 d.C), autor de célebres livros como “A Arte de Amar” e “Metamorfoses”, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura”. É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.

quinta-feira, setembro 29, 2011

Alyssa Monks 4Ever


As pinturas são muito complexas e dá trabalho para fazer direito.

É tudo sobre o desejo de tentar criar uma imagem de uma pessoa que é mais real do que real, mais do que até mesmo uma fotografia pode retratar.

Eu olho para os detalhes “imperfeitos”, e tento mostrar quão belo é o real em vez do ideal.

Acho que muitas vezes é a minha vontade de abandonar minhas próprias expectativas do corpo que me permite captar as surpresas interessantes sobre o rosto e corpo.

A menina, na maioria das fotos sou eu mesma.

Usei minha própria imagem, muitas vezes, porque não preciso me preocupar com questões de auto-consciência que possam surgir com as modelos.

Alyssa Monks










quarta-feira, setembro 28, 2011

Da série “Vale a pena ler de novo”: o verbo For


Por João Ubaldo Ribeiro

Vestibular de verdade era no meu tempo.

Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas.

Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser reacionário.

Somos uma força histórica de grande valor.

Se não agíssemos com o vigor necessário — evidentemente o condizente com a nossa condição provecta —, tudo sairia fora de controle, mais do que já está.

O vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora e talvez até desapareça, mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia de exercício).

O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora.

Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira.

Tudo escrito tão ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente.

Os textos em latim eram As Catilinárias ou a Eneida, dos quais até hoje sei o comecinho.


Havia provas escritas e orais.

A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente, pela vida afora.

Tirava-se o ponto (sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por qualquer esporte radical desta juventude de hoje.

A oral de latim era particularmente espetacular, porque se juntava uma multidão, para assistir à performance do saudoso mestre de Direito Romano Evandro Baltazar de Silveira.

Franzino, sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não perdoava.

— Traduza aí quousque tandem, Catilina, patientia nostra — dizia ele ao entanguido vestibulando.

— "Catilina, quanta paciência tens?" — retrucava o infeliz.

Era o bastante para o mestre se levantar, pôr as mãos sobre o estômago, olhar para a platéia como quem pede solidariedade e dar uma carreirinha em direção à porta da sala.

— Ai, minha barriga! — exclamava ele. — Deus, oh Deus, que fiz eu para ouvir tamanha asnice? Que pecados cometi, que ofensas Vos dirigi? Salvai essa alma de alimária. Senhor meu Pai!

Pode-se imaginar o resto do exame.

Um amigo meu, que por sinal passou, chegou a enfiar, sem sentir, as unhas nas palmas das mãos, quando o mestre sentiu duas dores de barriga seguidas, na sua prova oral.


Comigo, a coisa foi um pouco melhor, eu falava um latinzinho e ele me deu seis, nota do mais alto coturno em seu elenco.

O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma coisa do candidato e vinha vê-lo "dar um show".

Eu dei show de português e inglês.

O de português até que foi moleza, em certo sentido.

O professor José Lima, de pé e tomando um cafezinho, me dirigiu as seguintes palavras aladas:

— Dou-lhe dez, se o senhor me disser qual é o sujeito da primeira oração do Hino Nacional!

— As margens plácidas — respondi instantaneamente e o mestre quase deixa cair a xícara.

— Por que não é indeterminado, "ouviram, etc."?

— Porque o "as" de "as margens plácidas" não é craseado. Quem ouviu foram as margens plácidas. É uma anástrofe, entre as muitas que existem no hino. "Nem teme quem te adora a própria morte": sujeito: "quem te adora." Se pusermos na ordem direta...

— Chega! — berrou ele. — Dez! Vá para a glória! A Bahia será sempre a Bahia!


Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo.

Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mim.

Uma bela vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas.

A prova oral era bestíssima.

Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante.

Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada.

Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra "for" tanto podia ser do verbo "ser" quanto do verbo "ir".

Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.

— Esse "for" aí, que verbo é esse?

Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do círculo, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.

— Verbo for.

— Verbo o quê?

— Verbo for.

— Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.

— Eu fonho, tu fões, ele fõe - recitou ele, impávido. — Nós fomos, vós fondes, eles fõem.

Não, dessa vez ele não passou.

Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas.

Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar.

Fões tu?

Com quase toda a certeza, não.

Eu tampouco fonho. Mas ele fõe.



Esta crônica foi publicada no jornal "O Globo" (e em outros jornais) na edição de domingo, 13 de setembro de 1998 e integra o livro "O Conselheiro Come", Ed Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2000, pág. 20.

segunda-feira, setembro 26, 2011

Criador de Asterix decide se aposentar


Albert Uderzo, um dos criadores do personagem de quadrinhos Asterix, o Gaulês - um verdadeiro símbolo nacional da França -, anunciou nesta segunda-feira (26) que vai se aposentar, aos 84 anos, mas que já encontrou vários sucessores.

O artista de origem italiana concebeu o indomável guerreiro em 1959, em parceria com o roteirista René Goscinny.

Após 52 anos desenhando-o, ele disse que se sente "um pouco cansado", e que é hora de entregar sua criação a um talento mais jovem.

O anúncio ocorre no mesmo dia em que a editora Hachette celebra a venda de 350 milhões de livros do personagem no mundo, o que faz dele um dos principais produtos franceses de exportação.

"Decidi que deve haver alguma continuidade, e quero que (Asterix) siga por gerações e gerações", disse Uderzo à rádio RTL.

Asterix e seu jovial parceiro Obelix foram publicados pela primeira vez em outubro de 1959, e, desde, então suas aventuras contra os invasores romanos já foram traduzidas para mais de cem idiomas.

Depois da morte de Goscinny, em 1977, Uderzo assumiu também os roteiros, para desgosto dos fãs, que se sentiram órfãos do humor e da ironia do titular.

A recente aparição de Asterix e sua turma em outdoors do McDonald's também motivou acusações de que Uderzo teria vendido o diminuto gaulês para invasores capitalistas.

Uma Serpente ganhou o 2º Festival Amazonas de Música


A segunda edição do Festival Amazonas de Música (FAM) consagrou o compositor Miguel Faria e a cantora Fátima Silva com os melhores da disputa.

Com a canção Serpente, eles faturaram três prêmios: melhor música, melhor intérprete e voto popular.

Ao todo, os vencedores faturam R$ 19 mil, sendo R$ 15 mil pela melhor canção, R$ 3 mil pela melhor interpretação e R$ 1 mil por terem conquistado o maior número de votos do público.

Também foram premiados no evento o cantor e compositor Renato Bassile, que ficou com o 2º lugar com a música Senhor do Tempo (prêmio de R$ 10 mil) e o canto e compositor Nicolas Júnior, com o terceiro lugar por Da surdez a Sinfonia (prêmio de R$ 5 mil).

Na categoria melhor letra, o prêmio de R$ 3 mil foi para Lucevilson de Sousa, pela canção Bom violeiro.

O secretário de cultura do Estado, Robério Braga, avaliou positivamente o evento e elogiou a capacidade de organização dos músicos, que estiveram à frente da organização por meio do Fórum Permanente de Música do Amazonas e o Coletivo Difusão.

A cantora Lucilene Castro, membro da comissão organizadora, disse que o grupo vai se reunir para fazer uma avaliação geral do Festival, mas que estavam todos satisfeitos com o resultado.


(fonte: Em Tempo)

domingo, setembro 25, 2011

Campanha Nacional contra o Câncer de Seio e pela Amamentação Consciente


O blog está solidário a essa causa feminina e conclama todos os militantes da AMOAL a, sempre que possível, apalparem as mamas femininas em busca de caroços.

E, também, porque é gostoso pra burro!


No meu último livro de poemas (eu ainda não sabia que poesia era coisa de viado!), publicado em 1995 e intitulado Mulheres, cometi um poema sobre seios.

Eu já havia me deliciado com mais de 1.250 pares deles (apertando na mão que nem as antigas buzinas de automóveis) e não sabia que os bichinhos adoeciam.

Agora que sei, limito-me a prender seus biquinhos cor de rosa na boca por, no máximo, dois minutos, cronometrado em relógio digital.

Vamos, então, ao poema.


Da Natureza do Seio

Um seio em botão é como um tesouro
Na mão, quando tocado com a língua,
Que aos poucos o intumesce. O bico
Meneia fremente numa calculada ginga:
E de prazer já se agiganta no sábio apetite
De deixar em riste qualquer membro triste.

Na boca, o seio é um jardim edulcorado
Que se chupa com os lábios umedecidos,
Pois tendo a fragilidade de um vaso Ming
Não se pode impor ao seio dor ou sacrifício:
E que o rancor residual por ter sido desmamado
Não seja nunca motivo para machucá-lo.

Um seio na mão é que nem um milagre
Pagão. Mesmo quando farto e intimidativo,
O seio opera transformações neurônicas
Que fazem qualquer macho pagar mico:
Basta vê-lo sob uma camiseta molhada
Com o bicão querendo sair pela ilharga.

Observar um seio assim soa obsceno
Devido a nossa absoluta falta de juízo
Podendo levar um macho mais afoito
A avançar sobre ele como um faminto:
E cair de boca naquela pêra avantajada
Mesmo que a dona, assustada, lhe cubra de porrada!

sábado, setembro 24, 2011

G1 faz balanço do 1º dia de Rock in Rio


O pop feminino marcou o 1º dia do Rock in Rio 2011, que começou nesta sexta-feira (23) na Cidade do Rock, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A caribenha Rihanna, que fechou a programação do Palco Mundo, e a americana Katy Perry fizeram dois dos shows mais concorridos (e sensuais) da noite.

No Sunset (o sol realmente se põe atrás dele), Bebel Gilberto cantou com Sandra de Sá uma homenagem a Cazuza.


Bebel Gilberto e Sandra de Sá encerraram a apresentação trocando um selinho.

Apoiadas por hits radiofônicos como Shut up and drive e Teenage dream, Katy e Rihanna usaram todo tipo de artifício de uma típica apresentação ultrapop: chuva de papel picado, trocas frenéticas de figurino, pirotecnia...

Katy convidou até um descamisado da plateia para subir ao palco - a coragem do rapaz foi recompensada com um beijo estalado no rosto da popstar.

Entre as duas, houve (muito) espaço para o veterano Elton John executar seus sucessos ao piano.


À vontade e energizado, tocou hits como Don't let the sun go down on me (de Caribou, 1974) e Rocket man (i think it's going to be a long long time), de Honky Château (1972).

Elton John também protagonizou um momento inusitado: enquanto tocava Tiny dancer, um sósia invadiu o palco e, depois de uma reverência, colocou um objeto sobre o piano em que ele tocava.

Foi impedido pela segurança e retirado rapidamente.

Numa noite que teve ainda Paralamas do Sucesso e Titãs tocando com Milton Nascimento e Maria Gadú (no Palco Mundo), Bebel Gilberto/Sandra de Sá e Ed Motta/Andreas Kisser/Rui Veloso (no Sunset), nem todo mundo saiu feliz: formou-se uma fila no posto policial para registrar ocorrências de furtos de celulares e carteiras durante o festival.

Confira abaixo um balanço do 1º dia de festival.

Num dia de musas, a disputa foi intensa.


Mas Rihanna levou a melhor nessa.

Ao contrário de Katy Perry, com suas múltiplas trocas de figurino e perucas coloridas, a cantora caribenha não se vestiu com muitas firulas (para o padrão diva-pop), e ainda fez todo mundo esperar até quase as 4 da manhã para o fim do seu show... Não é qualquer uma que consegue.

Antes do início da primeira apresentação no Palco Mundo, imagens no telão dos Paralamas do Sucesso em 1985 e dos Titãs em 1991, em edições anteriores do Rock in Rio, deram pistas do show das bandas.


Embora com participações de Maria Gadú (Lourinha bombril) e Milton Nascimento (Love of my life, do Queen), o show foi tomado por hits já ouvidos antes no festival como Óculos e Marvin.

Além de quase se jogar no público perto do fim do show, Katy Perry convocou um fã para ser seu namorado por uma noite.

O felizardo foi Júlio Cesar de Salvo, 24 anos, instrutor de informática de Sorocaba (SP).

Ao G1, ele disse que a cantora tem um gosto de cereja.


A cantora americana deixou para o fim de sua primeira apresentação no Brasil os hits Last friday night, Firework e California gurls.

O show de Claudia Leitte foi marcado por músicas de outros artistas.


Ela se arriscou com Dancin' days e Descobridor dos sete mares, de Lulu Santos; I can't get no (satisfaction), dos Rolling Stones; Telegrama, de Zeca Baleiro; e D'yer mak'er, do Led Zeppelin.

O destaque foi a homenagem ao cantor Chico Science (1966-1997), com versão de Manguetown.

Se apenas um Elton John já costuma ser o bastante para ser citado entre os artistas com figurino mais chamativo, imagine uma noite com dois Eltons.

Em Tiny dancer, o cantor e pianista londrino foi surpreendido por um sósia que invadiu o palco e deixou um objeto em cima do piano.

John apenas se limitou a dar um sorriso.

O fã cover foi retirado rapidamente do palco.



69º Salão Internacional do Automóvel da Paraíba


Via e-mail, o cangaceiro Zé Afonso, de Catolé do Rocha (PB), me mandou esse interessante texto que divido com vosmecês:


Para quem costuma apreciar os carros de competição apenas nas pistas dos autódromos ou nas transmissões pela TV, o 69º Salão Internacional do Automóvel da Paraíba é o lugar certo para olhar e fotografar essas preciosidades.


Os apreciadores da Ferrari, a escuderia que pinta de vermelho o seu concorrido espaço no Pavilhão, têm a oportunidade de ficar separado apenas pela divisória do estande do modelo Ferrari 430, que disputa as corridas de GT3.


Marca irmã da Ferrari, a Lamborghini, destaca no Salão seu LP 560 Gallardo, originalmente um superesportivo que foi modificado na Europa por equipe autorizada, encarregada de substituir itens de luxo por um kit de competição.


Com um estande recheado de lançamentos, a Mitsubishi reservou lugar em sua área de exposição do Salão para três modelos que disputam provas de rally, no Brasil e no exterior.


São eles: o Triton SR – vencedor do Rally dos Sertões este ano;


o Racing Lancer, que conquistou o primeiro lugar no Rally Dakar 2010 – entre os territórios da Argentina e Chile - no grupo gasolina;


e o TR 4 ER, um carro de corrida que participa dos torneios de rally de velocidade assinados pela marca: a Mitsubishi Cup.


A GM não deixa por menos e mostra ao público do Salão o Vectra Stock Car V8, com o qual o piloto Cacá Bueno bateu o recorde de 345 km/hora, na pista do Deserto de Sal de Bonneville, Utah, nos Estados Unidos.


A marca ultrapassou o feito que pertencia ao Opala, desde 1984, com o recorde de 309 km/hora, na estrada entre São Paulo e Santos.


O modelo da Renault – o R25 – é mostrado no Salão com as cores do R30, que esteve nas pistas este ano, mas a réplica de F-1 mostrada pela montadora no evento é de 2005, ano em que o piloto Fernando Alonso garantiu seu primeiro título.


No estande da Honda, os olhares se voltam para o Dallara-Honda, veículo que corre na Fórmula Indy e que na última prova da categoria, em São Paulo, foi pilotado pela brasileira Bia Figueiredo.


Da inteligência da montadora alemã BMW direto para as pistas, com pit stop no Salão, o BMW M3 GT2 tem no currículo conquistas como o primeiro lugar no torneio 24 Horas de Nürburgring.


Alguns superesportivos viram atração à parte no Salão e é preciso acelerar para não perder nenhum detalhe dos modelos expostos no evento.


Se o destaque for a velocidade máxima atingida pelo carro, o estande da Bugatti é parada obrigatória no roteiro de visita ao evento.


Está em exposição no Salão o Bugatti Veyron 16.4 Grand Sport, o carro conversível mais rápido e mais caro do mundo, entre os de produção em série para uso nas ruas – no valor de R$ 7,7 milhões.

A carroceria é toda feita em titânio e outros materiais mais próximos aos aplicados na construção de um avião.

Com um motor de 16 cilindros em W e 1.001 cv, o carro chega a uma velocidade máxima de 407 km/h e velocidade de 360km/h sem o teto.

Outra grande atração no evento está localizada no estande da Platinuss.


A Pagani apresenta ao público o veículo de maior valor no Salão, o Pagani Zonda CR, um carro de competição, cujo preço pode alcançar até R$ 10 milhões.


No mesmo estande encontra-se o primeiro superesportivo brasileiro, o Vorax, da marca recém criada Rossin Bertin.

Com comercialização agendada para o 1º semestre de 2012, o Vorax custa cerca de R$ 700 mil.

A marca, cuja fábrica está instalada em Blumenau, Santa Catarina, tem projetos de produzir 50 veículos desse modelo, no primeiro ano e até 300 veículos, no período de três anos.


Sinônimo de velocidade pela ligação com a Fórmula 1, a Ferrari é uma das marcas que mais encanta os brasileiros também no segmento de esportivos.

No estande da marca, está sendo exposta a Ferrari 599 GTO, lançada no Salão, a máquina mais veloz da marca, alcançando velocidade máxima de 335km/h.

Apresenta motor de 670 cv, pesa 100 kg a menos que a Ferrari 599 GTB, e alcança de 0 a 100 km em 3,3 segundos.

Visitantes chegam a passar mais de uma hora apreciando os carros do marca.

De edição limitada, serão produzidos apenas 599 carros deste modelo em todo o mundo.


Entre as novidades da Lamborghini está o Superleggera, o modelo de rua mais leve da marca e o mais rápido da família Lamborghini.

O carro atinge os 100 km/h em 3,4 segundos.

O diferencial está no uso de fibra de carbono, que é ideal para a produção de carros esportivos, permitindo a redução de peso e a melhoria de características mecânicas.

O motor V10, com 5,2 litros de cilindrada, gera 570 cv no Gallardo Superleggera.

Atualmente, só existem dois exemplares no Brasil e um já está vendido.


No estante da empresa também marca presença a Lamborghini conversível Spider - na cor branca, que faz o coração dos apaixonados por carro pulsar mais forte.

Este modelo está inserido na categoria dos super esportivos fora de série.


É também o caso do Camaro, da General Motors, ícone entre os veículos super esportivos mais admirados pelos adoradores de carros.

No total, são cinco exemplares no estande da montadora (um deles é réplica).

O veículo é conhecido como um “muscle car”, por apresentar linhas esportivas mais fortes e visual bem agressivo, ao gosto, principalmente, do público masculino.

Com motor de 406 cv, transmissão de marcha no volante, controle de tração e estabilidade, o veículo alcança velocidade máxima de R$ 250 Km/h.

A GM começará a vender o carro no Brasil este ano, até o final de novembro, no valor de R$ 185 mil.


Em destaque no estande da Ford, o público pode conferir de perto o Mustang Shelby - GT 500, superesportivo feito de fábrica.

É o Mustang mais potente que a Ford já produziu. São 547 cv de potência.

Representa para os americanos o que a Ferrari é para os brasileiros.

O carro é vendido nos EUA, mas não há planos da montadora de trazê-lo para o Brasil.

Ícone do setor automotivo, vale a pena chegar bem perto para verificar sua pintura e detalhes.


Três superesportivos da Porsche marcam presença no Salão.

Conforto e luxo são características que predominam na marca.


O principal lançamento da importadora no evento é o 500 GT2 RS, no valor de R$ 1,5 milhão.

Foram produzidas apenas 500 unidades do modelo em todo o mundo.

As cinco unidades colocadas em comercialização no Brasil já foram vendidas.


Líder no mercado premium, em todos os países nos quais está presente, a Audi apresenta dez novos modelos em seu estande, entre elas o superesportivo R8 Spyder, conversível, que atinge velocidade máxima de 313 Km/h e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,1 segundos.


A carroceria do veículo é produzida em alumínio.

O carro teve participação no filme “Homem de Ferro 2”.

Lançado no Salão, está sendo comercializado a R$ 775 mil


NOTA DO EDITOR DO MOCÓ

Caro Zé Afonso, os modelos são muito bonitos e interessantes, mas ainda prefiro o meu corvette Camila 2.1 e não pretendo trocá-lo tão cedo. Sorry, periferia!