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terça-feira, novembro 08, 2011

Eram os deuses astronautas? (Parte 1)


Na última quinta-feira, em Manacapuru, na sempre agradável companhia do publicitário Ozeilson Araújo, resolvi dar uma de estudante universitário do Primeiro Mundo de férias em Cuba, ou seja, entrei no maior canavial da paróquia.

Começamos, por volta das 19h, pela casa do Zamir, irmão do Ozeilson, onde rolava um espertíssimo churrasco pelo natalício de um homeboy da moçada, movido a uísque 12 anos, cervejas geladíssimas e toadas do Garantido.

Por volta das 21h, desembarcamos no simpático bistrô “Frutos da Chácara”, onde rolava um show acústico com o melhor do rock nacional (Paralamas, Titãs, Ira!, Legião Urbana, etc).

Saímos do bistrô e fomos apreciar a beleza do amanhecer do dia sobre as águas barrentas do rio Solimões, regiamente instalados na cobertura do hotel do Nei.

Um dos fundadores do PT local, Ozeilson Araújo é um dos poucos marxistas que conheço que ainda acredita no criacionismo, em vida depois da morte, ressurreição e outras bobagens.

Eu sou evolucionista, ou seja, estou convencido de que a vida não passa de um simples e fortuito acidente no Universo.

E também sou existencialista: morreu, acabou.

Desconfio que os pastores neopentencostais também pensam assim.

Se existisse mesmo uma prestação de contas post-mortem, eles não fariam tantas patifarias aqui na Terra usando o nome do Senhor em vão.


Daí, que me lembrei de um artigo do Gregg Easterbrok, da U.S. News & World Report, publicado no ano passado, que transcrevo a seguir:

Novas teorias sobre o big-bang apontam para múltiplos cosmos

Durante séculos, homens e mulheres perguntaram-se como surgiram as estrelas.

O poeta romano Lucrécio acreditava que o universo era eterno: como poderia ter havido a não-existência?

A teologia fala de um princípio discreto: o Livro do Genesis apresenta a criação do mundo em seis dias.

Santo Agostinho supunha que o tempo e o espaço tinham sido criados por Deus no primeiro momento.

O pensador islâmico do século 12, Al-Ghazali, afirmava que, como um passado infinito era inadmissível, o universo deveria ter começado em algum instante.

Mas, enquanto muitos discutiam se o universo é uma criação recente ou infinitamente velho, poucos empenharam-se em questionar o que poderia ter existido antes da criação.


Copérnico, Newton, Einstein e muitos outros viram os céus como um reino imutável cujas leis físicas poderiam ser eventualmente desvendadas, mas de onde as pistas de suas origens havia muito tinham desaparecido.

Da mesma forma que os religiosos se desviam dos debates sobre quem ou o que criou Deus, os cientistas evitam a questão sobre o que criou o universo.

Mesmo assim, estamos cercados de luz e matéria, que devem ter vindo de algum lugar.

Alimentados por uma avalanche de novas informações produzidas pelo telescópio espacial Hubble, cientistas começaram a pesquisar o que pode ter existido antes do universo que conhecemos.

Alan Guth, cosmologista do Massachusetts Institute of Technology (MIT), diz que “a cada dia, os enigmas da criação parecem menos impossíveis de desvendar”.

Os candidatos a mecanismo de gênese incluem os bizarros buracos negros, a inflação, uma teoria segundo a qual a existência poderia ter surgido do nada, e um universo-mãe, uma dimensão atemporal que sempre existiu e sempre existirá, dando origem a universos-filhotes ao longo de um infinito corredor de tempo.


Da imaginação à teoria

Os cientistas elaboraram essas espantosas elaborações da física a partir da revisão da teoria do big-bang, que descreve os contornos do início da existência.

A idéia do big-bang começou como uma tentativa de imaginar o que aconteceria se toda a matéria do universo fosse concentrada num único local.

Um conceito revolucionário, sustentado por evidências como o movimento das galáxias e aspectos da mecânica quântica, ciência que explica o comportamento das partículas subatômicas.

As primeiras teorias do big-bang afirmavam que se toda a matéria estivesse condensada em único ponto ele seria inacreditavelmente quente, porque a pressão gera calor.

O universo inicial deve ter fervido a trilhões de graus antes de explodir.

Em seguida, seu conteúdo resfriou-se em elementos reconhecíveis, à medida que se expandiam pelo espaço gelado.

A teoria do big-bang começou a ganhar respaldo experimental nos anos 60.

A descoberta da radiação cósmica de fundo confirmou uma previsão básica da tese.

As mais recentes leituras feitas por satélite da radiação de fundo mostram uma margem de acerto da teoria de 99,9%.

Na mesma época, aceleradores de partículas, que aumentam incrivelmente o nível de energia de partículas subatômicas, permitiram aos pesquisadores calcular que o universo inicial deve ter sido composto de 75% de hidrogênio e 25% de hélio.

A composição química de estrelas e nebulosas apresenta, em sua maioria, essa mesma composição nessa proporção.


Fósseis cósmicos

A hipótese de alta densidade e calor tem seus problemas.

De onde teria vindo esse material supercomprimido a uma temperatura de trilhões de graus?

“A ciência explica o que ocorreu depois de um milissegundo da criação porque vemos seus fósseis, como a quantidade de hélio presente no universo, e esses fósseis estão previstos na teoria. Mas antes disso há uma barreira para a compreensão, porque sabemos pouco sobre o que pode ter sido a física desse momento”, afirma o astrônomo britânico Martin Rees, da Universidade de Cambridge.

Os defensores da teoria do big-bang costumam dizer que a explosão do big-bang destruiu todas as informações sobre o estado anterior do universo e, portanto, a pergunta do que havia antes não tem razão de ser.

Parece possível, mas não é uma explicação satisfatória.

Na tentativa de responder de onde veio a matéria primordial, alguns pesquisadores partem do princípio de que uma singularidade antecedeu o big-bang.

Singularidades, regiões que desafiam a física, existiriam no interior desses aspiradores gravitacionais chamados buracos negros.

As equações de Einstein sugerem que, se a matéria entra em colapso formando um buraco negro, a gravidade supera todas as outras forças e forma um ponto sem dimensão, mas com densidade infinita.

Os físicos Stephen Hawking, da Universidade de Cambridge, e Roger Penrose, da Universidade de Oxford, foram os primeiros a demonstrar que as singularidades não são apenas hipóteses, mas provavelmente existem.

Isso transforma essas estruturas em fortes candidatas a fornecer o material do big-bang.

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