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sexta-feira, julho 27, 2012

Cadê o Marius Bell?



Provavelmente todos nós já estamos familiarizados com as técnicas de bodypainting, principalmente durante os bailes de carnaval em exclusivíssimos ambientes fechados, cujo nível de criatividade lembra vagamente Sodoma e Gomorra antes da visita dos arcanjos.

No entanto, há que se separar o uísque da cachaça: há as pinturas dos artistas de rua que são feitas no carnaval para mostrar aos amigos de suruba e há aquelas pinturas com potencial de se elevarem à categoria de arte.

Craig Tracy é claramente um dos segundos casos.


Ele nasceu e cresceu em Nova Orleans (EUA), onde os corpos pintados durante o Mardi Gras (o carnaval de Lousiana) o inspiraram, desde criança, a se tornar artista plástico.

Aos 16 anos, já trabalhava como ilustrador em um shopping center da cidade e, depois de se formar em Belas Artes, continuou atuando na área por alguns anos, até abandonar a carreira por achar que ela tirava o sentido de sua arte.

Filho de pais hippies, apaixonado por pintura corporal, Tracy começou a se dedicar à técnica e levou alguns anos até que se levasse a sério – e levasse a arte a sério.

Em sua obra, Tracy busca unir algumas de suas paixões: a forma do corpo feminino e a arte de pintar sobre ele.


Com esta obra, do início da carreira, o artista teve certeza de que estava no caminho certo para se expressar artisticamente.

A paixão dele cresceu tanto, que Tracy se tornou um colecionador de obras de arte de pintura corporal.


Esta obra foi inspirada pelo filme Beleza Americana.

O artista quis eternizar o vermelho sobre o corpo da modelo.

Nesta outra obra há, na verdade, duas modelos.


O olho do animal é pintado sobre o seio de uma delas, enquanto a mão de sua irmã forma o nariz da fera.

Calhou de a modelo trazer sua irmã para o estúdio e ela, literalmente, deu uma mão.


Tracy afirma que a forma da modelo – em particular sua diminuta cintura – inspirou esta obra.

Todas as sombras foram pintadas no corpo da modelo – nenhuma luz foi usada na foto – e além do branco e preto, o artista usou algumas cores.


A natureza é também uma das paixões do artista, que começou pintando animais nos corpos femininos.

Aqui, ele manteve as “imperfeições” da pintura.

Craig leva cerca de 24 horas para completar suas pinturas em estúdio e fotografá-las.


Nesta obra, Tracy quis mostrar que o sol visto do fundo do mar – como visto pelos mergulhadores – é muito mais interessante.

O artista – que trabalha com o volume do corpo feminino – encaixa suas modelos sobre um fundo para finalizar o quadro.


Tracy conta que essa pintura – representando um caleidoscópio – foi a que demorou mais tempo na pré-produção, já que ele teve que encomendar uma plataforma para posicionar a modelo.

A posição da modelo também dificultou o processo.


Em 2006, ele abriu a primeira galeria de arte do mundo especializada em pintura corporal.

A galeria, em Nova Orleans, tem fotografias, gravuras em papel e tela, além de livros e vídeos sobre o processo de pintura corporal.

Além disso, ele dá palestras semanais sobre o tema.

Porra, Marius Bell, o que você está esperando para fazer o mesmo?



















Um comentário:

Gilliane rossi disse...

Sempre falei que arte não se desperdiça, por que não está pintando nas cocotas Marius Bell? Por que não temos muros representativos de nossa belle epoque? Por que não temos o mapa do amazonas pintado numa praça e seus municípios?