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domingo, setembro 23, 2012

O chefe do mensalão só poderia ter sido o mandão que sempre se meteu em tudo



Augusto Nunes

Autoritário desde a infância, espaçoso desde a adolescência, mandão desde sempre, Lula só faz o que lhe dá na telha, só ouve quem lhe convém e só consulta os que estão prontos para dizer amém.

Sozinho, o presidente de sindicato escolhia os parceiros de diretoria, negociava com os patrões, decretava o começo ou o fim da greve.

Sozinho, o dono do PT decidiu que o vermelho seria a cor e a estrela seria o símbolo da seita, escolheu os fundadores do clube, distribuiu as carteirinhas de sócio, confiscou-as quando bem entendeu, promoveu-se a presidente de honra e, depois, nomeou-se candidato perpétuo ao Palácio do Planalto.

O presidente da República montou o ministério à sua imagem e semelhança, empregou e demitiu quem quis, intrometeu-se em assuntos que mal conhecia ou ignorava completamente, elegeu novos amigos de infância, afastou-se de velhos amigos da mocidade, proclamou-se consultor-geral das nações em crise e virou conselheiro do mundo.

O ex-presidente é o mais feliz dos portadores da síndrome de Deus.

Dá ordens à sucessora, indica ministros, dá palpites na economia, elogia o Brasil Maravilha de cartório, interfere na escalação do Corinthians e negocia a construção do Itaquerão.

Fora o resto.

Desde o começo do ano, entre um ataque a FHC e um pontapé em José Serra, o Lula palanqueiro escolhe candidatos a prefeito, vereador ou síndico.

Fechou negócio com Paulo Maluf, aposentou Marta Suplicy por antiguidade, botou na cabeça que Fernando Haddad deve governar São Paulo, arrumou confusão com o PSB, decidiu que Humberto Costa será o derrotado no Recife e Patrus Ananias merece naufragar em Belo Horizonte.

Pelo andar da carruagem, o PT amargará o maior fracasso eleitoral desde a fundação.

E nem assim os companheiros ousam discordar do intuitivo genial.

Quem manda é ele, o oráculo infalível, o guia incomparável, o Cara.

Por isso se mete em tudo e deve ser ouvido por todos.

É sempre dele a última palavra.

Sem o aval do mestre, nada deve ser feito.

No caso do mensalão, por exemplo, ele decidiu o que o Executivo e o Legislativo deveriam fazer para livrar da cadeia os culpados.

E avisou que cuidaria de enquadrar os ministros do Supremo.

Não deu certo, comprovam a fila dos condenados e as revelações de Marcos Valério divulgadas por VEJA.

O Lula retratado pelo diretor-financeiro do bando não surpreendeu ninguém.

Assombrado pela roubalheira sem precedentes, ele continua fingindo que, pela primeira vez na vida, não soube de nada, não se envolveu em nada, não lhe contaram nada.

Nem desconfiou do que ocorria na sala ao lado.

Conversa de gente com culpa no cartório.

Quem o conhece sabe que, como sempre, também no esquema do mensalão o chefe foi Lula.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tem que enquadrar eese chefe da quadrilha, só assim ele terá noção que ñ manda mais em nada, só manda nos pilantras que o bajulam, pra saber quem basta assistir a tv camara e a tv senado, lá só tem baba ovo, paus mandados que ñ estão nem ai para quem os elegeu.

Anônimo disse...

O que da raiva é que o povo é que coloca esses bandidos de novo no poder. Não vê o Collor, ta lá no senado como se não tivesse acontecido nada com ele. O Genoino foi caçado em 2005 e ta lá de novo. Agora vai um de nós roubar um tablete de chocolate no mercado, para ver se não mofa na cadeia.