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quarta-feira, dezembro 26, 2012

Fuzarca na casa da Ângela



Atual diretor do Hospital de Ipixuna, meu brother Jaques Castro chegou do município na última quinta-feira, 20, passou no meu mocó e já foi me intimando:

– Domingo vou fazer um churrasco na casa da Ângela! Convida o teu pessoal pra marcar presença!

O Jaques é esperto.

Ele sabe que o meu “pessoal”, ou seja, a turma com quem mais tomei birita ao longo do ano cabe dentro de um fusca (Simas Careca Selvagem, Giovanni Gigio, Áureo Petita e José Roberto Pinheiro) e que, portanto, não vai dar muita despesa.

Coincidentemente, no sábado, 22, um homeboy de Itacoatiara, membro do Partido Verde, havia me enviado um quarto de capivara criada em cativeiro e convenci meu cunhado Nelson Correa a preparar o acepipe para reforçar a churrascada do Jaques.

Além do quarteto tradicional de cachaceiros, convidei apenas o jornalista e abstêmio Mário Dantas, que é um dos últimos bastiões em defesa da autêntica culinária regional (tatu, paca, cutia, capivara, tartaruga, veado, porco do mato, anta e similares. Peixe é para os fracos!).


No domingo, 23, por volta do meio dia, eu, Gigio e Mário Dantas fomos pra mansão da Ângela, lá no Conjunto Canaã, onde começamos a biritar animadamente.

O Simas chegou logo depois, acompanhado do filho Ícaro Michel, um dos abatedores de lebres mais promissores da família e o atual Arquimandrita da Igreja Ortodoxa do Jacaré Imperial, que tem autorização da AMOAL para utilizar os protocolos secretos da organização e operar sob a égide da Sabedoria Devassa.


Frequentada basicamente por jovens de 18 a 29 anos, que estão se iniciando na senda da iluminação sagrada também conhecida como “sexo casual”, a Igreja Ortodoxa do Jacaré Imperial tem algumas regras pétreas.

Eles são ortodoxos, ou seja, só comem mulheres e estão convencidos de que “comer” implica tão somente em enfiar o bilau nos sete orifícios da fêmea.

Se algum membro for pego praticando cunninlingus, por exemplo, será expulso da igreja aos pontapés.

Ortodoxia é isso.

Os sacanas escolheram como símbolo o jacaré por dois motivos.

Primeiro, porque o jacaré é um animal onívoro, isto é, come tudo que aparece pela frente (que nem eles, cujo controle de qualidade vai pras cucuias depois da primeira dose de cerveja).

Segundo, porque “Jacaré” também é o apelido do engenheiro Luís Mário Ladeira, 72 anos, fundador e presidente perpétuo do Movimento dos Machões Mineiros (MMM) e da Banda Mole, a mais tradicional agremiação carnavalesca de Belo Horizonte (MG).

Imperial, claro, vem do compositor e agitador cultural Carlos Imperial, um dos santos canonizados pela AMOAL.


Meu sobrinho não me explicou direito como funciona o sistema de admissão de novos membros na sua igrejinha, mas, pelo pouco que entendi, trata-se apenas de uma prosaica “suruba” em que os neófitos ficam simplesmente olhando os membros ativos se divertirem enquanto servem bebidas, preparam canapés e colocam músicas animadas (forró ou funk pancadão) no aparelho de som.

O sacrifício imposto aos neófitos parece ser bastante instrutivo e talvez isso explique a baixa evasão de fiéis.

Mas voltando à churrascada do Jaques Castro.


Entre os convidados estavam Naires Rocha, Zito, Sônia (recém-chegada da Terra Indígena Maturacá, no alto Rio Negro, onde aposentou quase 300 ianomâmis), Dr. Menandro, Dr. Marcão, Dra. Eliana, Dr. Ricardo, Gleice (sempre linda e de alto astral), Coronel Augusto, Gastão, Lourencinho Borghi, Graça, Ribamar, Selma, Isabelly, Simone, Nelson e Selane, que a exemplo do Mário Dantas puxou o carro mais cedo.


Por meio da doce Bárbara, nós ficamos sabendo que a Ângela Castro, sua mãe, estava antecipando os festejos do próprio aniversário (que é hoje, dia 26, junto com o da minha irmã Silane).


Antes do “Parabéns pra você”, Jaques Castro pediu a palavra para exortar a amizade a todos os presentes e fez um rápido balanço sobre o que é passar 175 dias longe da família, enfurnado nos cus de Judas.

Aí, sim, começou o panavueiro propriamente dito.

No quesito birita, havia uísque (Johnnie Walker Red, Ballantine’s e Chivas), cachaça mineira, vodka, vinho tinto, energéticos, refrigerantes e cervejas (Itaipava, Brahma e Devassa).

No quesito rango, paella à Valenciana, galinha à Cabidela, pernil de forno, guisado de capivara, vatapá, caruru, baião de dois, arroz carreteiro e todo tipo de churrasco (picanha, maminha, fraldinha, coração, calabresa, carneiro e bisteca de porco).

No quesito canapés, queijos de vários tipos, salame, mortadela, pastéis portugueses, amendoim, ovos de codorna e empanados variados.

Abaixo, alguns registros da fuzarca feitos pelo Mestre Pinheiro:

































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