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quarta-feira, setembro 26, 2012

Carlos Lacerda explica a Brizola Neto por que vai votar em Artur


Na manhã desta segunda-feira, 24, enquanto caminhava pelo bairro Novo Israel, na Zona Norte de Manaus, o candidato a prefeito Artur Neto recebeu a visita do amigo e companheiro na defesa da Zona Franca de Manaus, Carlos Lacerda, diretor nacional da central trabalhista Força Sindical e secretário parlamentar da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).
Lacerda disse que veio à capital amazonense exclusivamente para prestar apoio à campanha de Artur, grande defensor do modelo econômico da Região.
– Essa conversa de que se prorrogou a Zona Franca por 50 anos é tipo aquela história do pai que põe comida na mesa todos os dias e acha que já cumpriu sua obrigação – afirma o sindicalista. “Falar que no governo Lula não houve ataques contra o modelo é uma grande mentira, porque há quatro anos quase perdemos o polo de descartáveis (canetas), que foi salvo pela união do então senador Artur com o senador do Pará, Flexa Ribeiro”, contou Lacerda.
O exemplo citado pelo diretor da Força Nacional se refere à isenção do IPI – imposto sobre produtos industrializados – dos materiais escolares, que inclui as canetas esferográficas, essas, por sua vez, já isentas do imposto pelo modelo Zona Franca.
Logo, se a proposta fosse aprovada, as fábricas do segmento sairiam do Amazonas, por não ser mais um mercado que oferecesse vantagens econômicas.
– Não só a bancada regional, mas todo Senado ficou carente de um político com o perfil de Artur, que não se calava diante as injustiças – apontou Carlos Lacerda.
Ontem, por volta das 15h, Carlos Lacerda estava de volta a Brasília (DF) e, em companhia do deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), fez uma visita de cortesia ao ministro do Trabalho Brizola Neto.
Lacerda foi agradecer ao convite que lhe foi feito pelo ministro para assumir a Secretaria de Relações Sindicais do Ministério do Trabalho.
O sindicalista agradeceu pelo convite, mas não aceitou o cargo, deixando claro para o ministro a importância do seu trabalho na CNTM e na Força Sindical dentro do Congresso Nacional, em defesa dos empregos da Região Norte e, principalmente, dos da Zona Franca de Manaus (ZFM).
– Todo mês ocorre um fato novo tentando prejudicar o modelo ZFM – informou Lacerda. “Sem o Artur no senado, a gente está perdendo em todas as votações, como ocorreu na PEC dos Tablets e na PEC da Música.”
Segundo Carlos Lacerda, hoje o grande desafio é descontingenciar os recursos da Suframa, de quase R$ 800 milhões, apossados pelo Governo Federal e que deixaram a autarquia praticamente de pires na mão.
Muita gente não sabe por que os parlamentares do Acre, Rondônia, Roraima e Amapá deixaram de votar com a gente, mas eu sei: porque, há mais de três anos, a Suframa não investe um centavo na infraestrutura desses estados. O dinheiro da autarquia foi contingenciado pelo ex-presidente Lula para fazer superávit fiscal e nunca mais foi liberado! – desabafou o sindicalista.
Durante a conversa, o ministro Brizola Neto perguntou qual o candidato que o PDT estava apoiando para prefeito em Manaus.
– Estamos apoiando o candidato do PSDB, Artur Neto, porque ele é o mais preparado e experiente de todos – explicou Lacerda. “E posso lhe garantir, senhor ministro, que a vitória do Artur está praticamente consolidada”.
– Meu avô, Leonel Brizola, foi muito amigo do pai dele, o senador Artur Virgílio Filho, quando ambos militavam no PTB, nos anos 60 – recordou o ministro. “Meu avô também não se cansava de elogiar o então deputado federal Artur Neto, que ele considerava um dos grandes brasileiros da nova geração de políticos comprometidos com as classes menos favorecidas. Se Artur for eleito, Manaus, com certeza, vai estar em boas mãos.
O sindicalista Carlos Lacerda garantiu ao ministro que desembarca na cidade no próximo domingo para entrar de cabeça na campanha do Artur durante a última semana da eleição.
Lacerda, sua esposa Nádia e as duas filhas votam em Manaus.
E vão votar Artur 45, marrelógico!

O amor não é... (variações sobre o mesmo tema)



Desde que o post “O Amor não é...” entrou no ar, dezenas de leitores tem me solicitado, via e-mail, que poste as frases que deram fama à série.

Para quem não leu o post anterior, algumas informações pertinentes.

A série “Amar é…” foi criada nos anos 60 pela artista neozelandesa Kim Grove e atravessou várias décadas com seu humor refinado, sutil e, pra quem gosta do termo, simplesmente apaixonante!

O casal de jovens loucos de amor um pelo outro estavam sempre sem roupa, e em situações bastante divertidas.

Nos anos 70, as meninas colecionavam os cards da série para enfeitar seus relicários (alguém ainda se lembra desta peste?), que circulavam nas salas de aula em busca de depoimentos dos colegas de classe.


Nos anos 80, era fácil encontrar álbuns de figurinhas, livros, gibis, bottons, camisetas e tudo mais com as frases e desenhos da série.

A série tomou chá de sumiço nos anos 90, abatida em pleno voo pelos mangás e animes japoneses.

Há alguns anos, o jornalista e humorista Edson Aran, atual diretor de redação da revista Playboy, resolveu tirar a série do armário com uma nova roupagem.

Invertendo a percepção de Kim Grove, Edson Aran passou a explicar o que o amor não é...

A estrutura das frases virou febre na internet e hoje há sites especializados na compilação das mesmas.

Escolhi algumas ao sabor do vento e estou transcrevendo abaixo.

Façam bom proveito.


O amor não é uma coisa que transborda do seu interior e que você não consegue segurar. O nome disso é incontinência urinária. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa profunda e difícil de ser alcançada. O nome disso é petróleo no Pré-Sal. O amor é outra é coisa.

O amor não é uma coisa que o atinge quando você menos espera. O nome disso é bala perdida. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que faz de você uma pessoa mais rica. O nome disso é dinheiro. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que coloca as coisas em perspectiva. O nome disso é esquadro. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa capaz de transformar você em outra pessoa. O nome disso é roupa de drag queen. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que muda o seu interior. O nome disso é comida contaminada com salmonela. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que faz você ver o mundo de forma mais nítida. O nome disso é óculos. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa difícil de se expressar. O nome disso é Xuxa no Twitter. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que você não pode perder porque nunca possuiu de fato. O nome disso é caminho de casa. O amor é outra coisa.

O amor não é uma chama que não se apaga. O nome disso é incêndio no cerrado. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa cinza que lançou uma luz sobre você, o levou para ver as estrelas e o trouxe de volta com algo dele dentro de você. O nome disso é alienígena. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que desapareceu e que, se encontrado, poderia mudar o que está diante de você. O nome disso é controle remoto. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que cai do céu quando você menos espera. O nome disso é avião. O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que o deixa em chamas e sem conseguir respirar. O nome disso é gripe suína. O amor é outra coisa.

O amor não é algo que pode ser esquecido na gaveta para ser usado em momentos de solidão. O nome disso é vibrador. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz teu coração palpitar. O nome disso é taquicardia. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você ver a vida com outros olhos. O nome disso é transplante de córnea. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que ilumina o seu caminho. O nome disso é poste. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te ajuda a segurar a barra. O nome disso é instrutor de academia. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz brotar uma energia dentro de você. O nome disso é hadouken. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te traz segurança para continuar vivendo. O nome disso é Serviço de Proteção à Testemunha. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz os olhos se atraírem como mágica. O nome disso é estrabismo. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você viver intensamente hoje como se não houvesse amanhã. O nome disso é réveillon. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que tenta juntar duas partes para sempre. O nome disso é cola Super Bonder. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te surpreende com declarações apaixonadas no meio da madrugada. O nome disso é embriaguez. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você sempre olhar pra pessoa amada como se fosse a primeira vez. O nome disso é amnésia crônica. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que deixa teu coração cheio de buraquinhos na frente dos outros. O nome disso é fuzilamento em praça pública. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você quebrar a cara de uma hora pra outra. O nome disso é falta de cinto de segurança. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que queima por dentro e depois te faz perder a razão. O nome disso é tequila. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que quando toma conta de você não dá mais pra disfarçar. O nome disso é gordura localizada. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você dar suspiros o tempo todo. O nome disso é Dia de São Cosme e Damião. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que torna inseparáveis as duas metades da laranja. O nome disso é faca cega. O amor é outra coisa.

O amor não é aquela coisa gostosinha que, sem mais nem menos, arrebenta de vez com o teu coração. O nome disso é torresmo. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que você define como um contentamento descontente. O nome disso é transtorno bipolar. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz de você uma pessoa melhor. O nome disso é clínica de reabilitação. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz de você uma nova pessoa, sem que os seus amigos saibam. O nome disso é falsidade ideológica. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que foi feito pra durar pra sempre, e, sem que você perceba, vai desaparecendo aos poucos. O nome disso é tatuagem de henna. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que a qualquer momento pode te matar de prazer. O nome disso é overdose. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz perder a cabeça, o controle das pernas e o próprio equilíbrio. O nome disso é labirintite aguda. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te enche de expectativas e no final só te deixa puto da vida. O nome disso é seleção brasileira. O amor é outra cosia.

O amor não é aquilo que te envolve completamente até te deixar simplesmente sem fôlego. O nome disso é cobra sucuri. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que deixa uma pessoa caidinha pela outra. O nome disso é combate no UFC. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que mexe contigo. O nome disso é peão de obra. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que dá sentido à tua vida. O nome disso é placa de trânsito. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que nasce quando os lábios se tocam pela primeira vez. O nome disso é herpes. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te prende por pouco tempo quando deveria ser pra sempre. O nome disso é justiça brasileira. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que um dia vai deixar o teu coração partido. O nome disso é cirurgia de ponte safena. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz olhar uma foto, cair em si e reconhecer o erro. O nome disso é multa de trânsito. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você enfrentar heroicamente caminhos longos e tortuosos. O nome disso é trio elétrico no carnaval baiano. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que apesar de te sugar faz você se sentir melhor. O nome disso é lipoaspiração. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você entrar de cabeça sem medo de machucar. O nome disso é vaselina. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que está sempre aberto para o que der e vier. O nome disso é defesa vascaína. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que por mais distante que esteja acerta o teu coração. O nome disso é macumba. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te devolve o sentido de respirar. O nome disso é Sorine. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo incrivelmente brega, mas que sempre te dá um certo conforto. O nome disso é sandália Rider. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que cresce loucamente sem que você perceba. O nome disso é juros do cheque especial. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te impressiona com loucuras em público. O nome disso é esquizofrenia. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz ver estrelinhas no teto e borboletas nas paredes. O nome disso é decoração de quarto infantil. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz arder em chamas diante da pessoa amada. O nome disso é combustão espontânea. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que deixa o teu peito mais seguro. O nome disso é sutiã. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te invade a alma e faz você cometer os maiores desatinos. O nome disso é encosto. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome disso é gravidez. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que bate à sua porta quando você menos espera. O nome disso é Testemunha de Jeová. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que invade o teu interior e te deixa completamente feliz. O nome disso é Prozac. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que o homem faz na cama e leva uma mulher à loucura. O nome disso é esquecer a toalha molhada. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te ensina a aprender com os erros. O nome disso é cartilha do MEC na gestão Fernando Haddad. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te deixa saltitante e cada vez mais feliz. O nome disso é cama elástica. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz acreditar em falsas promessas. O nome disso é campanha eleitoral. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo muito pequeno pra quem vê de fora, mas muito grande quando visto por dentro. O nome disso é casa do Snoopy. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz você viajar por entre as nuvens. O nome disso é avião. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que vai diminuindo com os erros. O nome disso é borracha escolar. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que realiza todas as tuas fantasias. O nome disso é costureira de escola de samba. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que quando acaba te deixa na maior merda. O nome disso é papel higiênico. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que subitamente rouba teu coração. O nome disso é mercado negro de órgãos. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo de mais doloroso que alguém um dia pode sentir. O nome disso é bater o mindinho do pé na quina do móvel. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te lava a alma. O nome disso é sessão descarrego na IURD. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz estar junto na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença. O nome disso é irmão siamês. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz esquecer tudo de uma hora para outra. O nome disso é amnésia aguda. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz perder a articulação das palavras de repente. O nome disso é AVC. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz sentir borboletas no estômago. O nome disso é fome tirana. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te deixa completamente paralisado no meio da rua. O nome disso é engarrafamento no trânsito. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te deixa molinho e manhoso. O nome disso é Rivotril. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo te deixa temporariamente cego. O nome disso é spray de pimenta. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te deixa quente e depois te leva pra cama. O nome disso é dengue. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz olhar pro céu e ver tudo colorido. O nome disso é queima de fogos de artifício. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que subitamente te faz ficar simpático, carinhoso e amoroso. O nome disso é Dia de Natal. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te devolve a liberdade perdida. O nome disso é alvará de soltura. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te deixa inteiramente à mercê da vontade alheia. O nome disso é Boa Noite, Cinderela. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te faz ver o mundo cor-de-rosa. O nome disso é viadagem. O amor é outra coisa.

O amor não é aquela coisa brega que te remexe todo. O nome disso é banda Calypso. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que tira completamente as suas defesas. O nome disso é HIV. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te pega desprevenido e te impulsiona para frente. O nome disso é topada. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que faz o seu coração bater mais rápido. O nome disso é arritmia. O amor é outra coisa.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Comparar Getúlio Vargas a Lula é um insulto à memória do presidente suicida



Augusto Nunes

Uma nota oficial encomendada por Lula, redigida por Rui Falcão e subscrita por seis presidentes de partidos governistas comunicou à nação ─ no meio do palavrório que enfileira falsidades, safadezas e vigarices ─ que está em curso uma trama política semelhante à que resultou no suicídio de Getúlio Vargas.

Conversa fiada, resumiu o comentário de 1 minuto para o site de VEJA.

Só um ajuntamento de palermas, oportunistas e casos de polícia conseguiria vislumbrar conspiradores em ação nos três partidos oposicionistas mais dóceis da história.

Só um bando de cretinos fundamentais ousaria confundir Aécio Neves com Carlos Lacerda, Geraldo Alckmin com Afonso Arinos ou tucanos em sossego no poleiro com militares sublevados nos quartéis.

E apenas sócios remidos do clube dos cafajestes se atreveriam a comparar Luiz Inácio Lula da Silva a Getúlio Dornelles Vargas.

Coerentes com a folha corrida de cada um, os signatários do besteirol fuzilaram sem clemência, e sem vestígios de rubor na face, a memória do gaúcho que governou o Brasil por quase 20 anos.

“Querem fazer comigo o que fizeram com Getúlio Vargas”, recita o palanque ambulante sempre que se mete em enrascadas de grosso calibre.

“Assim foi em 1954, quando inventaram um ‘mar de lama’ para derrubar o presidente Vargas”, reincidiram nesta quinta-feira os carrascos da verdade escalados para o espetáculo da vassalagem.

Alguém precisa contar-lhes aos gritos que foi o próprio Getúlio quem usou pela primeira vez a expressão “mar de lama”.

Alguém precisa ordenar-lhes aos berros que parem de estuprar os fatos para fabricar mentiras eleitoreiras.

Na versão malandra do PT e seus parceiros alugados, a procissão de escândalos que afronta os brasileiros honestos desde a descoberta do mensalão não passa de invencionice dos netos da UDN golpista, que se valem de estandartes moralistas para impedir que outro pai dos pobres se mantenha no poder.

Se a oposição não sofresse de afasia medrosa, a confraria dos 171 já teria aprendido que não há qualquer parentesco entre os dois Brasis.

E não se animaria a inventar semelhanças entre figuras antagônicas.


Em agosto de 1954, Getúlio Vargas era sistematicamente hostilizado por adversários que negavam até cumprimentos protocolares ao ex-ditador que voltara ao poder pela rota das urnas.

Não há uma única foto do presidente ao lado de Carlos Lacerda.

Passados quase 60 anos, Lula e Dilma lidam com adversários que fizeram a opção preferencial pela covardia e inventaram a oposição a favor.

Muitos merecem cadeiras cativas na Irmandade dos Amigos do Cara, dirigida por velhas abjeções que Lula combateu até descobrir que todos nasceram uns para os outros.

Há 58 anos, surpreendido por delinquências praticadas às suas costas, acuado pela feroz oposição parlamentar, sitiado por ódios decorrentes dos horrores do Estado Novo, desafiado por oficiais rebeldes, traído por comandantes militares, abalado pela deserção dos aliados, Getúlio preferiu a morte à capitulação humilhante.

No Ano 10 da Era da Mediocridade, o Grande Pastor do rebanho lulopetista só é ameaçado pelo Código Penal, por um STF disposto a cumprir a lei e pela incapacidade de aceitar imposições do destino.

Neste começo de primavera, o que se vê é um populista que se nega a encarar a aproximação do inverno.

Os truques do animador de comício não surpreendem mais ninguém.

Tornaram-se enfadonhos.


Lula é uma caricatura de si próprio.

É uma lenda precocemente no ocaso.

Daqui a algum tempo, será um asterisco nos livros de história que nunca leu.

Getúlio perdeu a disposição de resistir ao constatar que, sem saber, convivera com criminosos.

Na última reunião do ministério, foi defendido por figuras como Oswaldo Aranha e Tancredo Neves.

Lula defendeu a permanência de Antonio Palocci e José Dirceu no primeiro escalão infestado de corruptos.

E tenta o tempo todo livrar da cadeia bandidos de estimação para mantê-los a seu lado.

Depois de tentar inutilmente adiar o julgamento do mensalão, faz o que pode para pressionar ministros que nomeou, desqualificar a Justiça e impedir a consumação do castigo.

Há uma semana, o protetor de pecadores foi empurrado para o meio do pântano pelas revelações de Marcos Valério divulgadas por VEJA.

Em vez de rebater as acusações e interpelar judicialmente o acusador, o mais loquaz dos palanqueiros emudeceu.

Entre amigos, gasta a voz debilitada em insultos a ministros do Supremo, mensaleiros trapalhões ou advogados ineptos ─ e promete, de meia em meia hora, vinganças tremendas.

Em público, pede votos para candidatos amigos e calunia concorrentes.

O suicídio de Vargas, reiterei há um ano, foi um ato de coragem protagonizado pelo político que errou muito e cometeu pecados graves, mas nunca transigiu com roubalheiras, nunca barganhou com assaltantes de cofres públicos nem foi coiteiro de ladrões.

Lula fez da corrupção endêmica um estilo de governo e um instrumento de poder.

O tiro disparado na manhã de 24 de agosto de 1954 atingiu o coração de um homem honrado.

Um saiu da vida para entrar na história.

Outro ficará na história como quem caiu na vida.

Getúlio matou-se por ter vergonha na cara.

Lula morrerá sem saber o que é isso.

Mequetrefe



Osiris Silva

A nota da jornalista Baby Rizzato, em sua coluna de A Crítica, deste sábado, é absolutamente procedente e oportuna.

Expressa o sentimento dos amazonenses (que têm vergonha na cara) diante da selvagem agressão desferida pelo Lula contra o senador Arthur Neto. 

Motivo de tanto ódio do ex-presidente: o fato de Arthur Neto ter-lhe feito oposição ferrenha no Senado, como líder da oposição, e em algum momento, do governo, inclusive liderando as votações que sepultou o projeto petista de criação da “nova” CPMF.

Arthur também foi um dos líderes partidários que ajudou a barrar, em 2009, a MP em gestação dentro da base aliada que instituía o terceiro mandato pro Lula.

Isto ele não perdoa, nem perdoará jamais.

Foi obrigado a recorrer ao plano B, à Dilma, para poder assegurar ao PT mais 4 ou 8 anos de mandato.

Dentro do projeto deles de perpetuação no poder, segundo os modelos Hugo Chávez e Fidel, qualquer um que se interponha a esses objetivos vai levar chumbo grosso.

O mais grave e lamentável disso tudo, como enfatiza Baby, é a afirmação dele de que votaria em qualquer mequetrefe, que não fosse o candidato “tucano” Arthur.

Mequetrefe, segundo o Aurélio, significa biltre, patife, patifa (sim, há a forma feminina). E também, desavergonhado, descarado, insolente, tratante, velhaco, maroto.

Mais ainda: tímido, fraco, pusilânime, covarde.

Ele, então, na oportunidade, referia-se a quem, ao afirmar votar em mequetrefe, aos candidatos da base aliada que apoia; aqui em Manaus, à senadora Vanessa?

Levando-se em conta que o ataque tenha sido desfechado contra um oposicionista específico,  no caso o senador Arthur Neto, então está comprovado que Lula não passa de um político desqualificado, pretenso candidato (frustrado) a ditador. 

Militante sindical que, embora tenha ascendido à presidência da República, talvez por não houver lido um livro sequer, não respeita um dos mais elementares princípios da democracia: o direito das minorias.

A prerrogativa constitucional de divergir, de fazer oposição, de questionar atos e fatos do governo, de fiscalizar o Executivo e denunciar seus erros, omissões ou, quando for o caso, práticas de corrupção ativa, peculato, gestão fraudulenta ou corrupção passiva.

Os crimes do mensalão, para deixar mais claro.

No tocante a todo esse conjunto de desvios de conduta constitui obrigação do Poder Legislativo intervir e denunciar da tribuna parlamentar.

É de seu dever zelar pela coisa pública, pelo patrimônio da nação, os recursos do tesouro e a execução orçamentária.

Apenas isso. Nada de pessoal.

Na verdade, Lula, alegando ter vindo a Manaus dar apoio à sua candidata, de fato apenas fez um pit stop por aqui a caminho de Caracas, onde cumpre agenda de visita ao caudilho Hugo Chávez, seu íntimo e incondicional amigo. 

Provavelmente dará uma esticadinha a Cuba para rever Fidel e os presos políticos em greve de fome que se avolumam na Ilha.

Pergunta-se, a propósito: quem custeia seus périplos mundo afora? 

Afinal, só viaja de jatinho, acompanhado de comitiva nada discreta.

Bom, mas para quem tem uma fortuna de 2 bilhões de dólares, segundo a Revista Forbes, dinheiro não é problema para o ex-líder sindical.

Está sobrando, saindo pelo ladrão (perdoem o trocadilho).

Lula, ao agredir um filho de nossa terra, está agredindo, por extensão, cada um de nós, independentemente de cor partidária, credo ou posição ideológica.

Precisamos nos convencer disso; fazer calar os que, por puro exibicionismo, gabolice ou pabulagem vêm à nossa casa destratar um dos nossos, sobretudo um político que tantos bons serviços presta ao Amazonas e ao Brasil.

A empáfia e a arrogância do ex-presidente elevaram-se a tal nível de autossuficiência, que ele chegou a afirmar – e seus áulicos nisso acreditam: “Não vou deixar – assim mesmo, na primeira pessoa – que a oposição chegue ao poder em 2014”.

Seria o Brasil um joguete, um simples instrumento de sua desmedida fome de poder? 

Não podemos esquecer também que ele tentou coagir os ministros do Supremo Tribunal com o intuito de fazer dar em pizza o processo do mensalão.

Foi flagrado e ridicularizado.

Em consequência, a turma dele vai certamente parar atrás das grades.

Em seguida será sua vez, pois a história vai provar que ele, aquele que dizia não saber de nada nem te visto nada é, na verdade, o mentor e o chefe da quadrilha.

domingo, setembro 23, 2012

Onde estavam personagens do mensalão há 40 anos



As famosas barricadas de maio de 68, em Paris

Maurício Cardoso

“1968, o que fizemos de nós” é o nome de um belo livro, do jornalista Zuenir Ventura, lançado em 2008, como sequência de um outro livro ainda mais lindo, “1968, o ano que não terminou”, de 1989.

Os dois livros falam de um personagem incomum, o ano de 1968: “É possível que no século XX, tenha havido ano igual ou mais importante do que 1968, mas nenhum tão lembrado, discutido e com tanta disposição para permanecer como referência, por afinidade ou por contraste”, explica o autor na contracapa do último volume.

E diz mais: “A geração de 68, que dizia não confiar em ninguém com mais de 30 anos, está completando 40. Ainda dá para confiar nela? Que balanço se pode fazer hoje de um ano tão carregado de ambições e de sonhos? O que foi feito dessa herança?”

As questões que o livro de Zuenir procura responder podem ser encontradas também, em larga escala, no plenário do Supremo Tribunal Federal, todas as segundas, quartas e quintas-feiras, enquanto se julga a Ação Penal 470, o processo do mensalão.

O livro de Zuenir Ventura pode até não explicar porque o partido que era apontado como mais ético e mais autêntico da história da República se tornou patrono do maior escândalo de corrupção desse país.

Mas ele mostra que boa parte dos principais personagens desse drama político estavam todos lá em 1968, caminhando e cantando, e seguindo a revolução. 

Quem abrir o livro à página 48, vai encontrar o capítulo “Há um meia-oito em cada canto”.


Vai saber que, nos idos de meia-oito, José Dirceu, acusado de ser o “chefe da quadrilha” do mensalão, era um dos mais influentes líderes do movimento estudantil.

E que o ministro Celso de Mello, o decano do tribunal que está julgando Dirceu juntamente com toda a “quadrilha”, era praticamente colega do político.

“Em 1968, José Dirceu e Celso de Mello moravam numa república de estudantes em São Paulo, visitada frequentemente por agentes do Dops”, conta o livro.

Os dois trilharam caminhos diferentes. “Dirceu foi para a militância e Mello para os estudos”. Mas, em suas respectivas trincheiras, defenderam os mesmos ideais de liberdade.

Celso de Mello relembra o momento difícil que enfrentou como orador da turma de promotores aprovados no concurso do Ministério Público.

“Eu precisava protestar contra o regime ditatorial, e fiz um discurso que não agradou muito ao chamado establishment; não fui aplaudido.”


Outros meia-oito ilustres que passaram pelo Supremo Tribunal Federal já estão aposentados.

Sepúlveda Pertence, que deixou o Supremo em 2007, foi vice-presidente da UNE (1959-1960) e professor da UnB (1962-1965), cargos dos quais se viu afastado à força pelo regime dos generais.

Hoje é integrante da Comissão de Ética Pública, ligado à presidência, criada justamente para evitar que novos mensalões aconteçam.

O outro é Eros Grau, que se aposentou em 2010. Em uma de suas últimas intervenções no Supremo, foi o relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade que julgou constitucional a Lei de Anistia.

Adepto do Partido Comunista (“nunca tive carteira, porque o partido não dava carteira, mas eu tinha um comprometimento com as teses do partido, digamos assim”), foi preso e torturado por sua atuação na resistência à ditadura.

“A geração de 68 não chegou a eleger nenhum presidente, ainda que os dois últimos — Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva — considerem ter levado para o poder idéias e representates das turmas com a qual reivindicam ter afinidades eletivas”, diz Zuenir, na abertura do capítulo dos meia-oito.


Claro, o livro foi lançado em 2008, época em que Dilma Rousseff, ex-militante da VAR-Palmares, ainda não havia sido eleita presidente da República.

“Em face de sua resistência à tortura na prisão, o promotor que a denunciou chamou-a de Joana D’Arc da subversão”, rememora Zuenir.

Além de Dilma e Zé Dirceu, são citados, ainda, como representantes da geração meia-oito que chegaram ao poder na era Lula, o governador da Bahia, Jaques Wagner (então presidente do diretório acadêmico da PUC-Rio e militante do PCdoB), o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (militante do movimento estudantil e da VAR-Palmares), o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci (militante da organização trotskista Libelu, juntamente com o ex-secretário da presidência Luiz Dulci e o ex-secretário de Comunicação, Luiz Gushiken).

Franklin Martins, que sucedeu Gushiken na Secretária de Comunicação foi do MR-8 e seu secretário executivo Ottoni Fernandes Junior, da ALN.

O ministro da Cultura de Lula, Gilberto Gil não era filiado a nenhum grupo militante, mas só de cantar, foi preso e proibido de se apresentar, optando por se exilar na Inglaterra.

Tarso Genro, ministro da Educação e da Justiça no governo Lula, foi ativista da UNE e do PCdoB e da dissidência desta, a Ala Vermelha, que pregava a luta armada.

Foram seus companheiros na militância esquerdista, Milton Seligman, hoje diretor de Relações Corporativas da Ambev, e Paulo Buss, presidente da Fundação Osvaldo Cruz.

Os três compartilharam também as salas de aula da Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

“Era uma cidade pequena, e todo mundo se conhecia. Diante da convocação de uma manifestação, o Dops prendia os de sempre”.

Que eram os três, relembra Seligman em entrevista para o livro de Zuenir.

Também são meia-oito os verdes Fernando Gabeira, ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro, e Carlos Minc, outro ministro do governo Lula.

Mas não só no PT e no PV que se firmou o destino de quem viveu as convulsões de 1968.

Antes, muito pelo contrário, como sustenta Zuenir Ventura ao resgatar o nome de dois ilustres meia-oito que tomaram outra direção.


Um é o ex-senador tucano pelo Amazonas e atual líder na corrida para a prefeitura de Manaus, Arthur Virgílio Neto.

Naqueles tempos, Arthur Virgilio era militante do clandestino PCB e diretor do Centro Acadêmico da Faculdade Nacional de Direito (atual UFRJ).

Outro é o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, que pertenceu à Corrente, uma dissidência do PCB que pregava a luta armada.

Foi preso no Congresso da UNE, em 68 e foi para o exílio na Argentina e no Chile, onde ficou amigo de outro militante de esquerda no exílio, José Serra.

Como diz Zuenir Ventura, “eles estão no poder, na oposição, à esquerda, à direita, e até prestando contas à Justiça. Há um meia-oito em cada esquina”.



NOTA DO EDITOR DO MOCÓ

Claro que não se trata de um filme de faroeste feito pelo Sergio Leone. Mas para saber quem é o mocinho e quem é o bandido, basta observar de que lado está o Artur e seu Colt 45. O resto pode ser creditado à cartilha dos mensaleiros ressentidos e rancorosos.

O chefe do mensalão só poderia ter sido o mandão que sempre se meteu em tudo



Augusto Nunes

Autoritário desde a infância, espaçoso desde a adolescência, mandão desde sempre, Lula só faz o que lhe dá na telha, só ouve quem lhe convém e só consulta os que estão prontos para dizer amém.

Sozinho, o presidente de sindicato escolhia os parceiros de diretoria, negociava com os patrões, decretava o começo ou o fim da greve.

Sozinho, o dono do PT decidiu que o vermelho seria a cor e a estrela seria o símbolo da seita, escolheu os fundadores do clube, distribuiu as carteirinhas de sócio, confiscou-as quando bem entendeu, promoveu-se a presidente de honra e, depois, nomeou-se candidato perpétuo ao Palácio do Planalto.

O presidente da República montou o ministério à sua imagem e semelhança, empregou e demitiu quem quis, intrometeu-se em assuntos que mal conhecia ou ignorava completamente, elegeu novos amigos de infância, afastou-se de velhos amigos da mocidade, proclamou-se consultor-geral das nações em crise e virou conselheiro do mundo.

O ex-presidente é o mais feliz dos portadores da síndrome de Deus.

Dá ordens à sucessora, indica ministros, dá palpites na economia, elogia o Brasil Maravilha de cartório, interfere na escalação do Corinthians e negocia a construção do Itaquerão.

Fora o resto.

Desde o começo do ano, entre um ataque a FHC e um pontapé em José Serra, o Lula palanqueiro escolhe candidatos a prefeito, vereador ou síndico.

Fechou negócio com Paulo Maluf, aposentou Marta Suplicy por antiguidade, botou na cabeça que Fernando Haddad deve governar São Paulo, arrumou confusão com o PSB, decidiu que Humberto Costa será o derrotado no Recife e Patrus Ananias merece naufragar em Belo Horizonte.

Pelo andar da carruagem, o PT amargará o maior fracasso eleitoral desde a fundação.

E nem assim os companheiros ousam discordar do intuitivo genial.

Quem manda é ele, o oráculo infalível, o guia incomparável, o Cara.

Por isso se mete em tudo e deve ser ouvido por todos.

É sempre dele a última palavra.

Sem o aval do mestre, nada deve ser feito.

No caso do mensalão, por exemplo, ele decidiu o que o Executivo e o Legislativo deveriam fazer para livrar da cadeia os culpados.

E avisou que cuidaria de enquadrar os ministros do Supremo.

Não deu certo, comprovam a fila dos condenados e as revelações de Marcos Valério divulgadas por VEJA.

O Lula retratado pelo diretor-financeiro do bando não surpreendeu ninguém.

Assombrado pela roubalheira sem precedentes, ele continua fingindo que, pela primeira vez na vida, não soube de nada, não se envolveu em nada, não lhe contaram nada.

Nem desconfiou do que ocorria na sala ao lado.

Conversa de gente com culpa no cartório.

Quem o conhece sabe que, como sempre, também no esquema do mensalão o chefe foi Lula.

sábado, setembro 22, 2012

Por que Lula tem tanto ódio de Artur? Leia que você vai entender.


Nos anos 70, os seringueiros de Xapuri e Brasiléia (AC) adotaram uma nova estratégia na luta pela posse da terra diante dos grandes latifundiários oriundos do sul do país: o empate.

O termo “empatar” designava o ato pelos quais um grupo de pessoas, incluindo seringueiros, mulheres e crianças, se reunia para impedir a derrubada da floresta, ou seja, para “empatar”, “atrapalhar” o corte das árvores.

Os empates constituíram uma verdadeira forma de resistência e combate dos seringueiros acreanos para conter a devastação da floresta, que cedia lugar às pastagens.

Em junho de 1980, os fazendeiros da região se reuniram secretamente em assembleia para decidir o que fazer contra o movimento de resistência dos seringueiros.

A decisão foi paralisar as atividades de Wilson Pinheiro, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia, para ficarem livres e continuarem promovendo os desmatamentos.


Amazonense nascido no Careiro, Wilson Pinheiro foi morto a tiros de revólver no dia 21 de julho de 1980, quando assistia a um programa de televisão, na sede do sindicato.

A repercussão do assassinato provocou comoção em todo o país.

No dia 29 de julho, diversas lideranças sindicais participaram de um ato público em Brasiléia, para protestar contra o cruel assassinato de Wilson Pinheiro.

Entre os oradores que se revezaram no palanque estavam Chico Mendes (representante da comissão de direitos humanos de Xapuri), Zé Francisco da Silva (presidente da Contag), João Maia da Silva (delegado da Contag no Acre e Rondônia), Luiz Inácio Lula da Silva (presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC) e Jacó Bittar (oposição sindical dos petroleiros de Paulínia e Campinas).

Durante o ato público, vários líderes clamaram por justiça em discursos inflamados.

Chico Mendes, por exemplo, falou que “estava na hora de a onça beber água” e Lula, entre outras bravatas, garantiu que as mudanças só viriam quando “para cada trabalhador tombado, fosse morto também um fazendeiro”.

No dia seguinte, ocorreu o assassinato do fazendeiro Nilo Sérgio de Oliveira, o Nilão, para muitos o responsável pela morte de Wilson Pinheiro.

Em fevereiro de 1981, Chico Mendes, Zé Francisco, João Maia, Lula e Jacó Bittar foram acusados de incitar a violência entre os seringueiros e enquadrados por subversão com base no artigo 36, incisos II, IV e seu parágrafo único, da Lei de Segurança Nacional (Lei nº 6620/78).

A ação contra eles foi impetrada na 12ª Corte da Justiça Militar, em Manaus.


No dia 1º de março de 1984, os cinco foram julgados em Manaus.

Na plateia, assistindo à sessão, entre outros, a cantora Fafá de Belém, a atriz Dina Sfat, os deputados federais petistas José Genoíno, Irma Passoni, Airton Soares e Djalma Bom, os deputados federais emedebistas Miguel Arraes, Márcio Braga e Artur Neto, e os sindicalistas Joaquinzão e Luiz Antônio Medeiros, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

Artur Neto foi o único político amazonense a prestar sua solidariedade aos acusados, ao vivo e a cores.

O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, amigo de longa data de Artur, fez uma defesa inflamada de Lula:

– Esse homem é um lutador! Podemos não concordar com suas idéias, podemos achá-lo pretensioso, mas não vamos usar a lei de segurança nacional como perseguição política contra ele! O quadro político da Nação hoje não contempla e nem comporta inomináveis perseguições em nome da segurança nacional!

Outro advogado de defesa, Heleno Fragoso, alegou que não houve crime de segurança nacional, não houve incitação das classes sociais à luta pela violência e concluiu:

– Num país em que há tantos bandidos, num país em que há tantos corruptos, nós estamos processando pessoas honestas!


O procurador João Alfredo da Silva surpreendeu os advogados de defesa ao apresentar o pedido de condenação de Lula, assinado pelo procurador Otávio Magalhães, mas fazendo questão, contudo, de externar seu ponto de vista, que beneficiava o acusado ao não identificar no trecho de seu discurso em Brasiléia, no Acre, em 1980, uma contribuição para a luta violenta entre as classes sociais.

– Para ficar em paz com a minha consciência não poderia deixar de manifestar meu ponto de vista – disse o procurador, que foi aplaudido pela plateia na única manifestação do auditório, logo contida pelo juiz-auditor Antonio da Silveira Pereira Rosas.

No final da intervenção dos outros dois advogados de defesa, Pedro Marques da Cunha e Sepúlveda Pertence, os militares deram o veredicto:

– O resultado do julgamento. Decide o Conselho Permanente de Justiça do Exército, por unanimidade, absolver os acusados.

– A decisão é uma demonstração de que a gente pode acreditar na Justiça neste país, que a Justiça se fez aqui com os trabalhadores – desabafou Lula, emocionado, quando a sentença foi proclamada por volta das 18h.

Terminada a sessão, Artur Neto levou Lula, Zé Francisco, Chico Mendes, Jacó Bittar, João Maia, Luiz Eduardo Greenhalgh, Dina Sfat, Fafá de Belém e o resto da turma para o restaurante Panorama, em Educandos, onde detonaram várias caldeiradas de tucunaré e tambaqui.


Mais tarde, eles estiveram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, que a Oposição Sindical Metalúrgica Puxirum havia acabado de conquistar no mês anterior, e se encharcaram de caipirinha até de madrugada.

Eu era vice-presidente do sindicato e renunciei ao cargo em dezembro do ano seguinte, quando as catitas gulosas começaram a transformar a entidade em um antro de corrupção que perdura até hoje.

Naquela época, Lula ainda não tinha apequenado a alma e levantava a bandeira da ética e da moralidade, inclusive na política.

Na mesma época, Eduardo Braga era vereador do PDS (ex-Arena) e defendia com unhas e dentes o golpe militar.


Em março de 2004, já como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva mandou um serviçal do Palácio da Alvorada entregar um presente ao senador Artur Neto.

Era um pequeno quadro emoldurado com uma fotografia do julgamento dos acusados em Manaus, ocorrido há 20 anos.

No primeiro plano, Lula, Bittar e Chico Mendes. Lá atrás, na plateia, o deputado federal Artur Neto.


A foto presenteada por Lula: se alguém mudou e jogou a ética no lixo, não foi o Artur

A aparente amizade entre os dois começou a ser posta à prova no ano seguinte, quando o senador Artur Neto resolveu dar um basta no festival de medidas provisórias editadas pelo presidente Lula e passou a comandar a obstrução das votações no plenário.

Ele também foi o principal articulador político para que fosse instalada a CPI dos Correios, que resultou no escândalo do Mensalão.

Suas frases de efeito faziam a delícia dos jornalistas que cobriam o Congresso. Eis algumas delas:

“Não acho que o governo FHC tenha sido ótimo. O primeiro mandato foi bom. O segundo, mais ou menos. O terceiro está sendo péssimo.”

“O PT tem mais hora de CPI que urubu de vôo.”

“Vai acabar essa história de que o Lula é o nosso trabalhador de estimação.”

“O governo Lula apodreceu. Nunca antes na história desse país se viu tanto cinismo, corrupção e impunidade juntos.”

“O Waldomiro continua flanando em Brasília, e ao que consta sem emprego. Vive de quê? Do silêncio?”

“A oposição não vai cair no conto da vigarice e não aceita a pecha de golpista. O Brasil não é a Venezuela de Hugo Chávez.”

“O presidente Lula viveu 25 anos como classe média A. O que o impediu de tirar diplomas, de estudar, de se preparar? O presidente não estudou porque não quis.”

“Na melhor das hipóteses, Lula, o senhor é um idiota. Na pior, o senhor é corrupto.”


Eu, Artur Neto, Lindolfo e Gil da Liberdade

No começo de outubro de 2005, um ex-policial supostamente ligado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) procurou, em Manaus, um integrante da Força Sindical, Gilmar Barbosa (o meu bother “Gil da Liberdade”), e ofereceu R$ 100 mil por informações que denegrissem a imagem de Artur Neto.

Dizendo ser lotado no quarto andar do Palácio da Alvorada, o “araponga” também contou que havia grampeado os telefones da família de Artur Neto e que ia “armar uma parada” para desmoralizar o senador: “plantar” cocaína dentro do carro da Nicole, a filha mais velha do senador, armar um flagrante e fazer a menina confessar que a cocaína era do próprio Artur.

Gil da Liberdade que, no primeiro mandato de deputado federal de Artur Neto (1983-1986) dividiu com ele um apartamento funcional em Brasília, avisou o deputado federal Pauderney Avelino, que por sua vez avisou o senador.

Puto da vida, Artur Neto ocupou a tribuna do senado e arrepiou:

– Não admito que façam algo contra a minha família. Mexeu comigo ou com a minha família é como passar a mão no bumbum da mulher do Mike Tyson num bar. A reação será a mesma. Se ameaçarem um filho meu, dou uma surra no próprio Lula. Sou de escorpião. Jamais desonraria o meu signo. Sou inesquecível como inimigo. Vou descobrir quem é o vagabundo que contrataram lá em Manaus e vou dar uma surra nele pessoalmente. A surra pessoal, no vagabundo, ninguém tira.

O resto do discurso foi no mesmo diapasão.

– Eu duvido que tenha neste país, uma pessoa – pode ser o presidente Lula, o Delúbio, o segurança do Lula, qualquer um – alguém que tenha coragem ousadia física de fazer mal a filho meu, à minha esposa, sem que eu cobre do jeito que eu achar que eu devo como homem uma resposta muito drástica para uma afronta desse tipo. (...) Se isso é uma tática para intimidar aqui e intimidar acolá, eu já disse ainda há pouco que mexer comigo, com meus valores, sobretudo envolvendo minha família, é tão grave e dá uma confusão tão feia quanto passar a mão no bumbum da namorada do Mike Tyson num bar.

E acrescentou:

– É uma loucura da parte do presidente Lula se ele imagina que pode permitir uma coisa dessas, uma loucura! Que não me deixaria alternativa a não ser cobrar política, jurídica e fisicamente a resposta. Eu vou repetir, me permita e me dê tempo: política, jurídica e fisicamente qualquer tipo de atentado a alguém ligado à minha família. Essa gente, portanto, fique sabendo bem com quem está lidando. Eu vou repetir aquele filósofo carioca que foi cassado outro dia: “Tem certas coisas que me despertam os piores instintos”.

A senadora Ideli Salvati (PT-SC) se solidarizou com Artur Neto, porém defendeu o presidente Lula afirmando que ele nunca participaria de um conluio desse tipo.

No final do discurso, o senador pediu proteção policial para sua família e acusou o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) de não levar a sério seus requerimentos, como o pedido de proteção aos irmãos do prefeito morto de Santo André (SP), Celso Daniel, e a testemunhas do caso.

– Vai aparecer testemunha do caso Santo André que cometeu suicídio com um tiro na nuca – ironizou, em referência às sete mortes suspeitas de testemunhas do caso.


Uma semana depois do enfurecido discurso do senador, a revista Veja publicava uma matéria intitulada “O caixa dois foi mesmo o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho”:

O deputado Osmar Serraglio, do PMDB do Paraná, foi o porta-voz da notícia mais devastadora que o governo poderia receber no bojo das investigações do mensalão.

Na quinta-feira, Serraglio deu uma entrevista à imprensa relatando que a CPI dos Correios descobrira que quase 10 milhões de reais saíram dos cofres do Banco do Brasil, fizeram uma escala no caixa da agência de publicidade DNA, de propriedade de Marcos Valério, e acabaram indo parar no bolso dos mensaleiros.

A descoberta, se vier a ser confirmada, é um tiro no coração da tese montada pelo PT: não será mais possível sustentar, como vinha sendo feito pelos petistas, que a dinheirama que escorreu pelo valerioduto procedia de seis empréstimos selados junto aos bancos mineiros BMG e Rural, somando 55 milhões de reais.

Também se tornará insustentável a versão de que, nos canais do valerioduto, não corria dinheiro público.

Por fim, ceifará o argumento do PT de que tudo se resumia a um caixa dois, ou seja, ao caso de um partido político que, em vez de contabilizar os recursos que recolheu, erroneamente deixou de fazê-lo. Não: a notícia agora é a de que houve assalto aos cofres públicos.

O caso levantado pela CPI dos Correios não pode ser tomado como prova cabal, mas é o primeiro indício concreto de que o mensalão pode ter sido irrigado com dinheiro público.

O caso é o seguinte: o Banco do Brasil repassou 35 milhões de reais à DNA, uma das agências de Marcos Valério, que deveriam ter sido usados para custear campanhas publicitárias de uma empresa da qual o bancão público é sócio, a Visanet.

Ocorre que nem todos os 35 milhões de reais tiveram aparentemente o destino previsto.

A CPI constatou que quase 10 milhões de reais não foram aplicados em publicidade, e nem o Banco do Brasil sabe dizer onde foram parar.

Na quinta-feira, o Banco do Brasil admitiu que desconhece o destino do dinheiro.

Em linguagem destinada mais a esconder do que a revelar, uma nota do BB diz o seguinte: “Com relação à diferença de 9,1 milhões de reais, o Banco do Brasil encaminhou, em 25 de outubro de 2005, notificação extrajudicial à agência DNA, tendo em vista que até o presente momento se encontra pendente de conciliação a aplicação desses recursos em ações de marketing referentes a projetos autorizados pelo BB”.


Em dezembro de 2007, sob o comando de Artur Neto, o Senado rejeitou, por 45 votos contra 34, a proposta de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.

A incidência da CPMF sobre as movimentações financeiras acabou terminando no dia 31 de dezembro daquele ano.

A decisão ocorreu após um longo processo de negociações – mal sucedidas – envolvendo governo e oposição e representou a redução em R$ 40 bilhões na arrecadação federal de 2008.

Lula entendeu aquilo como uma afronta pessoal de Artur Neto e se transformou em inimigo mortal do senador tucano.

O pai do Mensalão queria aqueles R$ 40 bilhões para reeditar novos mensalões e turbinar a candidatura dos “cumpanhêro” candidatos a prefeito em 2008.

Na Amazônia brasileira, os “cumpanhero” só ganharam em Rio Branco (Raimundo Angelim), Porto Velho (Roberto Sobrinho) e Palmas (Raul Lustosa Filho), ou seja, só nos grotões de pouca densidade populacional e informacional.

Em compensação, os “cumpanhero” foram derrotados em Manaus (Amazonino Mendes), Belém (Duciomar Costa), Cuiabá (Wilson Santos), São Luís (Tadeu Palácio) e Boa Vista (Iradilson Sampaio).

Sim, a dinheirama da CPMF fez muita falta para as ambições totalitárias do morubixaba petista.


Em 2010, Lula moveu mundos e fundos (mais “fundos” do que mundos, como estão mostrando os ministros do STF no julgamento do Mensalão) para tomar o mandato do senador Artur Neto e conseguiu: elegeu Vanessa Grazziotin, que na eleição de 2006 quase não havia conseguido votos suficientes para ocupar a 8ª vaga de deputada federal do Amazonas.

A comunista foi salva pelos votos de legenda da sua coligação.

Um barbudo de fina estampa chamado Karl Marx costumava dizer que “a História se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.

A tragédia de tirar Artur do senado já aconteceu.

A farsa para não deixar Artur chegar à prefeitura de Manaus está acontecendo agora, em tempo real, e a história do “ovo que virou cuspe e engabelou incautos senadores desinformados” é apenas a ponta do iceberg.


Na noite da última quarta-feira, 20, o ex-presidente Lula participou de um comício na zona leste, ao lado da senadora Vanessa Grazziotin.

Entre outras lambanças, o pai do Mensalão lembrou os embates entre governo e oposição, quando ocupou a Presidência.

“Nosso adversário é agressivo, daqui a pouco ele está falando em te bater em qualquer lugar”, disse Lula. “Vocês sabem o quanto o meu governo e eu pessoalmente fui atacado e achincalhado. Em nenhum momento perdi a paciência. Sabia que não podia revidar as provocações grossas que recebi. Hoje eu compreendo por que o adversário da Vanessa um dia disse que ia me bater. Agora fico sabendo que ele já tinha batido em camelô aqui em Manaus.”

O ex-presidente se referia ao episódio já citado de outubro de 2005, quando Artur, alegando que estava sendo vítima de ameaças, disse no plenário do Senado que seria capaz de dar uma surra no próprio Lula caso algo acontecesse com a sua família.

O ex-presidente deixou claro que vencer o candidato tucano na capital amazonense será um prazer especial nestas eleições.

“Vanessa, se você não fosse de um partido aliado, se eu nunca tivesse te visto e eu soubesse que teu principal adversário é quem é eu viria aqui te apoiar para derrotá-lo”, disse Lula à candidata.

Ou seja, Lula está cagando e andando para os problemas de Manaus.

O que ele quer é derrotar Artur Neto.

Só que dessa vez o pai do Mensalão vai quebrar a cara.

É esperar pra ver.

Colt 45 nos ladrões do dinheiro público, moçada!

Vamos mostrar que Manaus tem vergonha na cara e restaurar a moralidade na política elegendo Artur prefeito.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Antes da denúncia, assessoria de Vanessa sabia que fora cuspe




Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo

Espantoso o cinismo da senadora Vanessa Grazziotin, candidata do PC do B a prefeita de Manaus.

No último dia 11, perto das 21h, ela foi atingida por algo que identificou como um ovo ao chegar para um debate numa emissora de televisão da cidade.

Num dos intervalos do debate, a emissora noticiou que Vanessa fora atingida por ovos. Ela nada comentou.

Manchete do jornal A Crítica do dia 12: "Vanessa é agredida com ovos". A fotografia do momento da agressão estampada pelo jornal fora produzida pela assessoria da candidata.

Na madrugada do dia 12, em jatinho que serve ao senador Eduardo Braga (PMDB), líder do governo e ex-governador do Amazonas, Vanessa voou para Brasília.

Às 15h27, da tribuna do Senado, denunciou a agressão que sofrera. A ovos, naturalmente.

Pois bem: 13h e 38 minutos antes de Vanessa começar seu discurso, um membro da equipe jurídica da campanha dela havia sido ouvido pela polícia e dito que o ovo não passara de cuspe.

Para ser exato: o membro da equipe jurídica da campanha registrou a ocorrência na polícia a 1h49 da madrugada.

Perguntas que não querem calar:

1. Nenhum assessor da senadora se deu ao trabalho de informá-la a respeito da cusparada de modo a evitar que o Senado fosse enganado com uma mentira?

2. A senadora não se deu ao trabalho de telefonar de Brasília para seus assessores interessada em saber se a polícia do seu Estado já descobrira o autor do arremesso do ovo?

No seu discurso, Vanessa sugeriu que o ovo fora jogado por partidários de outro candidato a prefeito de Manaus. Não disse qual.

A equipe de marketing de Vanessa gravou os apartes de solidariedade de colegas que ela recebeu ao longo do seu discurso. Os apartes foram parar no programa eleitoral de Vanessa.

Dilma gravou uma mensagem de solidariedade a Vanessa, também divulgada no programa eleitoral.

Por fim, Lula foi a Manaus pedir votos para ela. E aproveitou para desancar Artur Virgilio, candidato a prefeito do PSDB, embora não tenha citado seu nome.

Chamou-o de homem violento, que gosta de bater nas pessoas e que detesta pobres.

Vanessa, a do ovo que virou cuspe, acionou a Justiça contra mim



Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo

Tenho 24 horas para me defender em ação movida pela senadora Vanessa Grazziotin, candidata do PC do B a prefeita de Manaus, apoiada pelo PT et caterva. Foi ela que protagonizou na semana passada o episódio do ovo que depois virou cuspe.

Ao chegar para um debate de candidatos em uma emissora de televisão local, Vanessa teria sido atingida por um ovo jogado não se sabe por quem. Possivelmente por um eleitor do seu adversário Arthur Virgílio (PSDB), segundo os jornais, emissoras de rádio e de televisão simpáticos à candidatura de Vanessa.

O jornal mais importante de Manaus, A Crítica,dedicou toda a sua capa ao registro da agressão. No estúdio da emissora que transmitiu o debate, Vanessa disse a Serafim Corrêa, ex-prefeito de Manaus, candidato a mais um mandato pelo PSB:

- Jogaram um ovo em mim.

Depois do debate, Vanessa voou a Brasília para no dia seguinte receber a solidariedade de colegas mobilizados às pressas por Eduardo Braga (PMDB), líder do governo e ex-governador do Amazonas. Em discurso para seus pares, Vanessa afirmou que fora vítima do arremesso de um ovo. Ou de mais de um.

Segue parte do que ela disse conforme a ata da sessão:

- Ontem, tivemos o terceiro debate realizado na cidade de Manaus, organizado pelo SBT, pela TV Em Tempo. Quando da minha chegada no debate, (...) Srs. Senadores, Srªs Senadoras, fui surpreendida por uma ação da mais extrema violência. Está aqui estampada na capa do maior jornal da minha cidade, A Crítica, que mostra o episódio e fala da agressão que sofri no dia de ontem.

- Quero dizer que não falo desta tribuna como candidata a prefeita de Manaus, não falo desta tribuna de um fato relativo apenas a um período eleitoral; falo desta tribuna como alguém que é mulher, Senadora da República e cidadã, que merece, assim como todos os cidadãos, como todas as cidadãs, respeito, merece tratamento digno, mas, infelizmente, não foi isso o que aconteceu ontem à noite na cidade de Manaus.

- Tenho mais fotografias (...) de pessoas que mostram que esse ato não partiu de qualquer pessoa do povo, que não foi um ato de uma pessoa isolada; foi um ato planejado, foi um ato que partiu de um grupo que foi para a frente da emissora de forma organizada. Tenho algumas fotos em que um grupo de pessoas, a serviço de um candidato concorrente, portava bonecas que representavam bruxas, cartazes denegrindo a minha imagem e ovos na mão. Ovos na mão! Sofri uma agressão como nunca a cidade de Manaus viu nos últimos tempos.


O momento da agressão, segundo Vanessa

Vanessa ouviu da colega Marta Suplicy:

- Já sofri agressões, mas nenhuma como essa. Foi um horror!

Ouviu elogios de Sarney, presidente do Senado. E arrancou da presidente Dilma uma mensagem para veicular em seus programas de tv e rádio onde Dilma condena a torpe agressão.

A história do ovo virou a história da cusparada quando Vanessa voltou a Manaus e se viu confrontada com dezenas de fotografias do episódio divulgadas nas redes sociais. As fotografias desmentiam o que ela denunciara.

A senadora entrou na Justiça dizendo que a difamei, injuriei e caluniei e que por isso exige direito de resposta neste blog. Ora, deveria também ter entrado com processo contra mim por difamação, injúria e calúnia. Não sei por que não o fez. Ainda dá tempo.

Em oito anos de blog, nunca neguei pedido de ninguém para responder ao que aqui foi publicado. E nunca me omiti em comentar a resposta publicada - seja para acatá-la ou refutá-la.

Despachei há pouco a intimação judicial para estudo do meu advogado. Farei o que ele mandar. Mas torço para que ele me aconselhe a publicar a resposta da senadora, seja qual for. Porque a julgar pelos termos da ação impetrada por ela será divertidíssimo responder à resposta.

Ela diz, por exemplo, que ao embarcar para Brasília na noite da ovada não sabia que um assessor de sua campanha havia sido ouvido pela polícia e dito que a senadora, na verdade, levara uma cusparada.

Vanessa não domina "a cultura" que lhe permitiria distinguir entre uma cusparada e uma ovada, segundo o documento escrito por seus advogados. (Não é genial? "Solta um ovo aí", pede alguém. "Pode ser cuspe?", pergunta outro.)

O documento não explica por que ninguém se lembrou de telefonar para Vanessa, antes de ela envolver o Senado na farsa do ovo, dizendo algo do tipo:

- Senadora, se manda daí. Esquece. Foi cuspe. Não foi ovo.

Ovo é capaz de por o Senado em pé de guerra. Cuspe, não.

Dilma poderia ter sido poupada de fazer uma ponta involuntária na farsa. E a própria Vanessa de passar o vexame de ser obrigada a declarar mais tarde que fora alcançada por uma cusparada.