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segunda-feira, junho 24, 2013

Os canalhas se divertem


“Vitória de Pirro” é um termo que alude a uma conquista tão custosa que, muitas vezes, significa na verdade uma derrota em um cenário mais amplo. E é exatamente essa a vitória anunciada aos brasileiros pelos políticos canalhas que ocupam o poder, embalados pelos votos de milhões de alienados.

Diante da fúria popular e do vexame crescente junto à imprensa internacional, Geraldo Alckmin, Fernando Haddad (este certamente ecoando ordens de Lula) e o prefeito do Rio Eduardo Paes anunciaram a “vitória” do movimento popular e a redução das tarifas dos transportes públicos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A “Vitória de Pirro” nessa história toda vem do fato de que todos resolveram mostrar sua face cruel, rasteira, além de toda a pequenez de suas almas e de suas posturas como homens públicos. Ao anunciarem a redução de tarifas, absolutamente todos eles chantagearam a população com cortes em investimentos.

Eduardo Paes, o prefeito do Rio de Janeiro, como era de se esperar, foi ainda mais longe na canalhice: ameaçou cortar justamente no sistema de saúde que já anda mal das pernas e se converteu em verdadeira máquina de genocídio.

Muitas vezes digo aqui que a diferença entre nós e as nações que realmente se tornaram grandes é a nossa abundância de políticos. Nas nações que ousaram e se transformaram em potências mundiais, há sempre mais estadistas do que políticos.

Qual a diferença entre eles?

Muito simples: O estadista pensa em projetos de longo prazo. Ele estuda a aplica o que é melhor para o engrandecimento de sua nação, mesmo que isso vá de encontro aos seus interesses políticos eleitorais. Já o político é incapaz de pensar além da próxima eleição e todas as medidas que toma são impulsionadas apenas pelo desejo de se manter no poder ou de nomear um sucessor que lhe lamba as botas. Para eles, o país é um mero detalhe.

Se os canalhas que nos governam fossem realmente estadistas, retirariam facilmente os custos da redução de tarifas dos altíssimos impostos cobrados por Estados e Prefeituras ou reduziriam as despesas de custeio do governo, cortando seus próprios salários ou rendimentos para adequar os cofres públicos a nova exigência orçamentária.

Sim, esses seriam estadistas, Mas, como temos apenas políticos (e políticos canalhas), as fontes de recursos para bancar as reduções de tarifas virão de investimentos necessários e urgentes ou, no caso do Rio de Janeiro, da já dantesca saúde pública.

O que me lembra do recente caso dos professores em uma cidade nordestina, obrigados a engolir uma redução salarial de 40% sob o argumento de estarem violando a lei de responsabilidade fiscal; os professores tiveram de assistir aos mesmos vereadores que lhes cortaram o salário sob este argumento ridículo, aumentarem os seus próprios salários (e o do prefeito) em 100%.

Isso sim é o Brasil. Cabe agora, aos movimentos populares, ganharem as ruas para exigir a mudança nessa mentalidade e se prepararem para, nas próximas eleições, não caírem nas mesmas armadilhas e nas mesmas promessas dessa corja canalha e aproveitadora que suga nossas almas e “não está nem aí” para o bem-estar da população que jurou servir e proteger.

Pense nisso.


Fonte: Visão Panorâmica

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