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quinta-feira, julho 17, 2014

10 paranoicos que estavam certos...


Acusar corporações de querer dominar o mundo? Desmascarar agentes infiltrados? Ao longo do tempo, algumas pessoas foram tachadas como paranoicas e radicais, mas elas não estavam tão loucas assim

Rafael Godoy de Almeida Pires

Como diria o autor Joseph Heller: “Só porque você é paranoico, não significa que eles não estão atrás de você!”. Essas palavras foram imortalizadas nas cabeças daqueles que, ao longo dos tempos da História recente, foram vistos e julgados como pessoas radicais, malucos e paranoicos de plantão, querendo apenas dar as caras na mídia com informações polêmicas e furadas.

Em alguns ambientes (como espionagem e política), induzir à paranoia é algo extremamente comum — qualquer teoria que seja fora do padrão é automaticamente vista como farsa pelos veículos tradicionais de comunicação. Contudo, no final das contas nem sempre essas suspeitas eram mentirosas ou meras ilusões da mente de alguns malucos. É hora de você conhecer alguns desses caras:

1. James Jesus Angleton


Durante muitos anos, o chefe de contra-espionagem da CIA tinha uma missão praticamente impossível a cumprir: capturar todos os espiões soviéticos e seus aliados em terreno americano. Depois de certo tempo, ele acabou suspeitando de algo absurdo: existiam muitos agentes da CIA falsos, que na verdade eram membros de grupos soviéticos.

É claro que muita gente criticou James e até o acusaram de sofrer de paranoia aguda — devido à intensidade de seu trabalho. Porém, ao longo do tempo descobriu-se que essa suspeita não tinha nada de “maluquice”: realmente existiam agentes duplos na CIA, que repassavam segredos importantes aos soviéticos e israelenses — Aldrich Ames, Robert Hanssen, Jonathan Pollard, e Christopher Boyce são alguns deles.

2. Richard Stallman


Esse guru descabelado do software livre ficou conhecido ao levantar a bandeira das “Quatro Liberdades”, em que ele defendia o uso de sistemas operacionais livres (sem firmware blobs, como acontece no Linux e Android) para combater a espionagem de governos e corporações diabólicas, que querem dominar o mundo ou que usam programas específicos e códigos para monitorar os canais de comunicação privados.

Todo mundo achou que ele estava pirando completamente, e que essa teoria não tinha nada de verídico. Contudo, você deve saber muito bem dos recentes escândalos do Sr. Obama em relação à espionagem e controle de informações, não é verdade? Após o Wikileaks e Snowden revelarem como os serviços de inteligência monitoram regularmente e uso do telefone — até a Verizon foi forçada a entregar dados de milhões de telefonemas —, as suspeitas de Richard foram dadas como certas e ninguém mais o chamou de paranoico.

3. Joseph McCarthy


O jovem e famoso senador de Wisconsin foi julgado como maluco e muito radical ao acusar centenas de pessoas do departamento de estado e do exército americano de serem cripto-comunistas nos anos 50. E ele não estava errado: realmente existia uma conspiração soviética no meio.

Depois dos EUA interceptarem alguns documentos da KGB — chamados de VENOMA — a verdade veio à tona, revelando que existiam agentes infiltrados no governo. Tudo bem que não eram centenas de pessoas, mas McCarthy tinha razão em desconfiar dos capangas europeus.

4. Ahmed Suedani


O coronel Suedani — chefe do serviço de inteligência militar na Síria — era a pessoa mais desconfiada do mundo nos anos 60: ele não acreditava em ninguém que estava do lado dele. A sua principal desconfiança girava em torno de Kamel Amin Tabet, que era amigo pessoal e confidente do presidente Amin El-Hafez.

Ahmed dizia que todo o charme, educação e pró-atividade de Kamel era uma verdadeira farsa, e que ele era inimigo da Síria. Pois é, ninguém acreditou na paranoia dele, e acabaram caindo do cavalo: com a ajuda de equipamentos de investigação e operadores de rádio, a máscara de Amin Tabet caiu, revelando que seu nome verdadeiro era Eli Cohen e que ele nasceu no Egito.

Como se não bastasse, ele também estava atuando como um dos líderes israelenses. Depois da descoberta, Kamel foi executado — sem dó — e Suedani se tornou chefe de Estado Maior.

5. Sir John Cockroft


Prêmio Nobel da Física em 1951, esse gentleman inglês manifestava diversas preocupações acerca do Centro de Pesquisa de Energia Atômica (em Windscale), em que ele jurava encontrar sérios problemas nos reatores nucleares — mesmo eles sendo vistos como extremamente seguros por grande parte da mídia na época —, e acabou por desenvolver alguns tubos e ventilações que iriam evitar sérios riscos.

Pois é, John estava certo: o urânio usado acabou pegando fogo em um dos dutos de Windscale, fazendo com que milhares de partículas radioativas fossem soltas no ar da cidade. Se não fosse por todo o conhecimento de John ao desenvolver os tubos, essa tragédia iria se igualar a Chernobyl, matando muita gente.

6. Wild Bill Hickok


Ícone do Velho Oeste americano, Bill era o dono dos saloons — exterminou uma galera em Kansas, E.U.A. Temendo em ser muito visado por seus inimigos e com receio de se dar mal a qualquer momento, ele recusava se sentar de costas para a porta — seja ela qual for.

Conforme os anos passaram e ninguém o ameaçava, ele ficou mais tranquilo e relaxou um pouco. Até que um belo dia, durante um jogo de pôquer em Deadwood (Dakota do Sul), ele acabou se sentando de costas para a porta em um saloon, e isso foi o seu fim: foi baleado por Jack McCall — até hoje ninguém descobriu o motivo de ele ter matado o grande Bill. Bang!

7. Mao Zedong


Líder chinês de 1949 até 1976, durante os tempos de Guerra Civil. Homem poderoso, influente e membro do Bando dos Quatro (grupo de políticos comunistas com origem em Xangai), a intenção de Mao era transformar o território chinês em uma verdadeira sociedade comunista, e ele lutou muito por isso.

Desconfiado de todas as pessoas que estavam por perto, ele acabou brigando muitas vezes com gente inocente — que nada tinha a ver com a desconfiança dele. Entre aqueles que não tinham a sua confiança, o principal acusado era Deng Xiaoping, considerado ser de direita e conspirar contra o avanço do comunismo na China.

Depois de certo tempo, Mao realmente estava paranoico com isso, mas não era à toa: depois de sua morte, Deng virou um dos principais líderes da China e alavancou um projeto de reforma no país, fazendo com que todas as leis e costumes da região fossem de encontro ao capitalismo. O Bando dos Quatro foi exterminado completamente, incluindo a própria esposa de Mao.

8. Saddam Hussein


Um dos ditadores mais conhecidos no planeta também não escapou da paranoia: assustado e com medo de sofrer um atentado a qualquer momento, Saddam desconfiava do mundo inteiro (até das formigas), fazendo com que a maioria de suas aparições em público fosse feita por algum sósia — ele tinha alguns.

Deixando de lado o fato de ele ter participado e ajudado os Estados Unidos nos anos 80, a sua mania de perseguição não estava errada: depois de bombardear e caçar o ditador em diversos locais, os americanos acabaram por calar de uma vez por todas um dos homens mais temidos da História.

9. Martha Mitchell


Mulher de John N. Mitchell (procurador-geral dos Estados Unidos), ela tinha sérios problemas com alcoolismo, o que resultou no divórcio do casal. Depois de separada, ela começou a dizer alguns absurdos na imprensa, acusando que o Governo Americano estava envolvido em atividades ilegais e mascarava tudo isso — era sigilo, segredo de estado.

Certa vez, Martha até foi sedada e trancada em um quarto de hotel para não dar as caras na mídia e botar mais lenha na fogueira dos boatos anteriormente mencionados. Todos os médicos disseram que ela estava delirando, ficando completamente paranoica — pra variar.

E, como você já deve suspeitar (pelo que percebeu ao longo da matéria), ela também não estava maluca: na época, o presidente americano era o ilustre Richard Nixon, e, como depois veio se tornar público, ele estava envolvido em diversas tramas diabólicas.

Com isso, houve uma invasão geral aos escritórios do Partido Democrata americano em Washington — conhecido como escândalo de Watergate. Depois de dois anos de investigações, Nixon renunciou.

10. Rick Rescorla


Famoso soldado americano durante os tempos de guerras na Rodésia do Norte (atual Zâmbia) e no Vietnã, esse cara fez fama ao aparecer na capa de um livro sobre jovens que vão à guerra — lançado nos Estados Unidos. Depois disso, se tornou um segurança importante no extinto World Trade Center, trabalhando para Dean Witter Reynolds.

Porém, se as pessoas tivessem ouvido ele, as Torres Gêmeas ainda estariam em pé. Enquanto Rick e seu amigo — Daniel Colina — trabalhavam lá, eles chegaram a seguinte conclusão: o WTC era inseguro e poderia ser facilmente bombardeado por um caminhão cheio de explosivos, se este chegasse ao estacionamento dos prédios. Pois é, isso aconteceu de verdade em 1993, culpa dos terroristas islâmicos.

Como se não bastasse, Rick também avisou que as Torres Gêmeas eram vulneráveis a ataques aéreos, sugerindo que todos os escritórios se mudassem para outro lugar, em Nova Jersey. Não é preciso dizer que ele estava certo, de novo, pois você deve se lembrar do que aconteceu em 11 de setembro de 2001 — um dos episódios mais tristes para o povo americano.

Foi justamente nessa data que as pessoas viram Rick pela última vez. Atualmente, existem algumas homenagens oficiais para o eterno soldado americano.

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