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terça-feira, agosto 11, 2015

Breve catecismo para o amor de perdição


Da série “Mil e uma maneiras de dizer eu te amo, porra!!!” – sem carecer do consumismo idiota da data dos pombinhos neoliberais:

1. Admirá-la, sempre na paudurescência, enquanto ela se olha no espelho para conferir a roupa.

2. Beijar os pés da moça em público, sempre que possa, como numa crônica de Antonio Maria.

3. Se for liso, pobre de marre-marré, dar uma bijuteria de R$ 1,90 com a devoção e a dramaturgia de uma jóia da Tiffany´s – vide “Bonequinha de Luxo”, o filme.

4. Levar chá de erva-cidreira na cama e ler um conto-fábula de Ítalo Calvino para niná-la.

5. Conduzi-la ao jantar num restaurante bem farto, com sobremesa idem, para mostrar que ela é linda, foda, uma formosura, e não precisa emagrecer nem mesmo as 21g do peso da morte.

6. Acompanhá-la nas compras e agarrá-la pra valer nos provadores, se possível fodê-la pelo cantinho das calcinhas novas (de algodão) recém-adquiridas.

7. Aplicar a lição do vinil: 1) passar a mão nas costas dela, a noite toda, carinhosamente, como se fosse o braço de uma velha radiola; 2) de manhã passar a mão na bundinha dela como se fosse um DJ fazendo scratch.

8. Comprar, vez em quando, um patê especial para o felino dela – os gatos estão para o amor assim como os cães para a amizade.

9. Pedir de presente, sempre que possa, uma linda golden-shower – forma de mostrar que ama tudo – glândulas, tripas & coração – que seja ou tenha origem no corpo dela.

10. Ser firme na hora em que ela for melindrada ou agredida por alguém, seja o guardador de carro, seja o garçom, seja o Mike Tyson, o Renan Calheiros, seja quem for.

11. Não cobiçar a mulher do próximo quando estiver ao lado dela. Pode parecer o mínimo, mas é um puta presente. Além do mais, você, velho cabrón, evitará aqueles insuportáveis torcicolos que não curam nem mesmo com os milagrosos emplastos Sabiá ou Brás Cubas.


12. Conhecer todos os riachinhos da sua xana em chamas e explorá-los com devoção oral, manual e escrita.

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