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quinta-feira, março 31, 2016

Temer, Lula e o pós-Dilma


“Hora de pegar o beco”, avisa a revista The Economist

Eliane Cantanhêde

Com o rompimento do PMDB, o foco sai da presidente Dilma Rousseff e passa para o vice Michel Temer, já que o impeachment ganhou ímpeto e tem até um “deadline”: a chegada da tocha olímpica ao Brasil, prevista para meados de maio. A intenção é gerar um ambiente de festa, congraçamento e recomeço – com um novo governo para mostrar ao mundo.

Quanto mais Dilma representa o passado, mais Temer passa a personificar o futuro, para o bem e para o mal. Para o bem, porque o vice sonha entrar para a história como o presidente da transição que reconduziu o país aos trilhos. Para o mal, porque ele vai atrair, junto com montanhas de adesões, também os raios e trovoadas do PT.

Se o discurso do PT e do governo é de que está em curso “um golpe” contra a democracia, agora é hora de dar cara, voz, cor e partido a esse “golpe”. É por isso que o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), acusa Temer de “chefe do golpe” e o líder no Senado, Humberto Costa (PT), ameaça: se Dilma for destituída, Temer “seguramente será o próximo a cair”.

É a estratégia do medo, enquanto o Planalto troca as negociações partidárias (no “atacado”) por cooptação deputado a deputado (no “varejo”). Ambas – o medo e o varejo – são de altíssimo risco e de resultados incertos porque, quando a onda encorpa, ninguém segura.

Com o rompimento do PMDB, o cálculo de governo e oposição é que os partidos da base aliada vão debandar. O PSB já se foi e, aliás, fez um programa de TV duríssimo contra o governo na semana passada. O PRB também já vai tarde, apesar de a Igreja Universal do Reino de Deus ter lá seus interlocutores com o Planalto. O PSD libera os correligionários para votarem como bem entenderem. O PP e o PR serão os próximos.

Dilma acha que, além de comprar um voto daqui outro dali no Congresso, é capaz de se sustentar graças aos movimentos sociais alinhados com o PT. Eles vão às ruas agora para gritar contra “o golpe” e são uma ameaça a um eventual governo Temer – como, de resto, a qualquer composição que substitua Dilma e exclua o PT. Isso, porém, depende muito menos de Dilma e do governo e muito mais de Luiz Inácio Lula da Silva.

PT, CUT, UNE, MST… não vão às ruas por Dilma, mas sim por Lula e o que ele chama de “nosso projeto”, ameaçado pela Lava Jato e pela quebradeira da Petrobras, mas principalmente pelo desastre Dilma, que desestruturou de tal forma da economia a ponto de, como informou o Estadão, fechar 4.451 indústrias de transformação num único ano, 2015, e num único estado, São Paulo, gerando milhões de desempregados. Não foi à toa que em torno de 400 entidades publicaram um contundente anúncio nos jornais de ontem clamando pelo impeachment.

Aí chegamos a Lula e à conversa que ele teve com o vice Michel Temer em São Paulo, em pleno Domingo de Páscoa. Lula não iria a Temer mendigar uma reviravolta do PMDB ou o adiamento da reunião que selou o fim da aliança com o Planalto. Mas Lula iria ao vice, sim, fazer uma avaliação dos cenários (inclusive o de Dilma fora, Temer dentro) e discutir um pacto de convivência que, em vez de destruir a transição com Temer, possa construir uma chance para o PT em 2018.

De forma mais direta: Lula e o PT sabem que Dilma está perdida e já discutem o “day after”. Partir para um guerra com Temer em que ninguém sobreviveria ou selar uma trégua para uma recomposição de forças políticas e a recuperação da economia?

Para todos os efeitos, Lula está empenhado ao máximo em salvar Dilma. Na prática, está se mexendo para nem ele nem o PT morrerem com ela. Isso passa por um acordo com Temer e pode chegar a uma ordem de comando para, no caso da posse do vice, o exército vermelho sair das ruas e ficar apenas de prontidão.

O que fazer depois do grito?


Fernão Lara Mesquita

“Grito da Independência”, “Proclamação da República”, “Abaixo a ditadura!”,“Fora Collor”, “Fora Corruptos!”. Até aí nós sempre conseguimos chegar. O problema tem sido o que fazer em seguida. “Criar uma consciência política”, parir com discursos “uma consciência cidadã”, esperar que desça do céu mais “honestidade na política”, tudo isso não passa de reza. 

Não existe a hipótese de fazer “a” reforma política ou mesmo “uma” reforma política (ou tributária, ou judicial, ou eleitoral, ou…). É ilusão acreditar que coisas como essas possam ser “resolvidas” de uma vez para sempre e por “alguém” além de nós mesmos.

A política – a arte de organizar a vida em sociedade – é jogo para ser jogado por todos e conforme vier a bola. “Falta de cultura de participação” não é causa, é efeito da doença política latina e brasileira. Participação política só vira “cultura” mediante o incentivo do efeito, só se estabelece onde participar realmente muda o resultado do jogo. Fora daí se cai no conformismo e nas explosões esporádicas de ódio revolucionário.

No fim das contas não há nada de tão sofisticado assim neste nosso embate. Não é de modelos econômicos que se trata. Nunca foi. Não há projetos antagônicos em disputa nem no país nem no mundo. Joaquim Levy ou não Joaquim Levy foi um dilema exclusivo do PT. Ninguém de fora interferiu. Por cima da corrupção e da incompetência que se vê, o que está em jogo é o mesmo de todo o sempre: dinheiro ganho no mole, a força viciante do privilégio e o poder quase divino que rende distribuí-los.

Isenção de impostos, lucro sem risco, o pódio via BNDES. Mais de 12 “bolsas família” foram distribuídas aos “empresários” do “capitalismo de quadrilha” que se instalou. Emprego garantido pela eternidade, aumentos de salário sem entrega de resultado, aposentadoria de rei e “hereditária”. Só os 980 mil aposentados e pensionistas do governo federal (ponha 25 estados e 5.570 municípios de molho) geram um déficit na Previdência de quase R$ 93 bilhões por ano, mais do que custam todos os 32,7 milhões de aposentados e pensionistas do resto do Brasil inteiro. Como deter a corrupção se o Estado continuar tendo a prerrogativa de distribuir (ou vender) “bens” desse valor a quem bem entender?

Um país em pane de instrumentos, sem noção do tamanho do buraco em que se meteu, segue se recusando a encarar as fontes das suas contas apocalípticas. E, no entanto, era de alertar ou não o país para a realidade e agir antes da eleição que se tratava. Era de abrir ou não o precedente de cortar tais privilégios que Joaquim Levy tratou com Dilma. Continua sendo essa a grande questão. Mas só o que há são expedientes para salvar privilégios e comprar cumplicidades e votos que garantam a eterna delícia de viver de e para a distribuição de dinheiro descolado de trabalho.

Agrava tudo o isolamento de Brasília, essa nossa “Versalhes” que mantém toda a corte, jornalistas inclusive, irresistivelmente atraída pelos “brioches” da luta pelo poder e alheia à luta da multidão pelo “pão” de cada dia. Mas não é propriamente uma novidade. A civilização é a presença da polícia. O homem será o lobo do homem sempre que puder sê-lo impunemente, seja onde for, seja sob que carga cultural for.

A Alemanha foi de Bach ao Holocausto essencialmente porque o Holocausto foi liberado pela polícia. Steve Jobs, o Leonardo da Vinci cibernético, foi da reinvenção da vida como ela era à exploração da miséria na China apenas porque a globalização lhe permitiu produzir para os Estados Unidos fora do alcance da polícia dos Estados Unidos. O Brasil mergulhou de cabeça na corrupção e na mentira porque o governo liberou geral a corrupção e a mentira.

Com ou sem PT, o remendo que se conseguir dar ao desastre que aí está será não mais que um remendo. A emergência é inimiga da perfeição. É preciso mudar tudo, sim. Mas terá de ser por partes. Não existe a “bala de prata” que mate o bicho de uma vez para sempre porque democracia não é um destino ao qual se possa finalmente chegar; democracia é um manual de normas de navegação para uma viagem que não termina nunca e que cada um tem o direito de fazer na direção e na velocidade que achar melhor, desde que não pise nos calos dos outros.

Mas existe, sim, a possibilidade de transformar reforma permanente, por ensaio e erro e ajustes sucessivos, como tem de ser num mundo em constante mudança, na essência do sistema como é próprio das democracias, também ditas “sociedades abertas”.

A promoção da meritocracia, que impõe a busca da igualdade de oportunidades e para a qual o privilégio e a corrupção são as únicas alternativas, só entra no setor público se entrar antes na política. A impunidade só acaba se acabar para o primeiro da fila. Nos sistemas representativos em regime de maioria sob o império da lei, manda quem tem a última palavra na formulação das leis e na construção das instituições.

Voto distrital com recall é a tecnologia que tira dos políticos e transfere para o povo a última palavra em tudo o que afeta a vida em sociedade; que faz a participação de cada um na política fazer toda a diferença; que põe a permanência no emprego de qualquer político na dependência de fazer a reforma que seu eleitor quiser na hora que ele quiser; que os submete ao mesmo regime de incentivos e penalidades a que estamos submetidos todos aqui fora; que põe Brasília dançando a mesma música que o Brasil… e que faz tudo isso sem deixar poder excessivo na mão de ninguém.

Desde 2013 o Brasil vem ensaiando nas ruas a conquista da sua maioridade. Mas não tem conseguido definir um horizonte que lhe permita estabilizar esses ensaios num voo de longo curso e com rumo definido.

Para sonhar com um Brasil institucionalizado onde caiba a vitória do bem, conquistar o direito à última palavra sobre o nosso próprio destino é a única coisa adulta a fazer.

Cientistas descobrem que Viagra queima gordura


Parece coisa de ficção científica, mas não é.  Um grupo de pesquisadores ingleses descobriu que o medicamento utilizado para o tratamento da disfunção eréctil nos homens converte células de gordura indesejável e queima calorias em vez de armazená-las na cintura.

De acordo com Alexandre Pfeifer, que liderou um estudo publicado no Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology, o Viagra reduz o risco de doenças ligadas à obesidade.

Pfeifer e sua equipa analisaram o efeito do remédio em células de gordura de ratos, que se mostraram resistentes à obesidade mesmo quando alimentados com uma dieta rica em gordura.

No ensaio que durou sete dias, o medicamento da Pfizer impediu que as células de “gordura branca” aumentassem. Ainda assim, os efeitos do Viagra só podem ser comprovados com estudos adicionais, ressalva a fonte.

“Estamos em fase de pesquisa básica, e todos os estudos foram realizados exclusivamente em ratos”, acrescentou Pfeifer.

Segundo ele, os testes com humanoides devem começar no segundo semestre. “É provável que obtenhamos os mesmos resultados, mas precisamos testar primeiro”, resumiu.

De qualquer forma, se você queria uma desculpa convincente para usar Viagra depois dos 50 anos, a Medicina está do seu lado e você será um novo homem. Caso contrário, você vai continuar sendo um rato gordo e cada vez mais brocha.

De Zéfiro à banda larga lá se vai uma eternidade


Xico Sá

Uma vez que o ato sexual, mesmo com a maior e acertada das regularidades, jamais eliminou a linguagem da masturbação – o velho gesto do ora pro nobis, ato igualmente católico e engrandecedor! – tratemos de um novo aspecto do vício solitário: a bronha nos tempos da tela do computador. Como velho discípulo dos catecismos de Carlos Zéfiro, passando por toda uma sorte de Status, Ele & Ela e Playboy, sinto-me a cavaleiro para adentrar o misterioso tema.

De Zéfiro à banda larga lá se vai uma eternidade. Aos treze, um alumbramento na banca da praça Padre Cícero, em Juazeiro: Marina Montini, apresentada por Di Cavalcanti, “estátua de bronze”, como balbuciou o pintor do ramo. O ensaio de Status é de junho de 1976. Nossa Senhora! Viva a imaginação de papel.

Depois chegaria o glorioso pornô nacional popular, com Helena Ramos e grande elenco. Sessões para guardar e despejar, dias e dias, no banho antes da equação de segundo grau. Banco de imagens acumulado no juízo, qual o queijo dos gozos mais guardados e envelhecidos.

Tempos mais tarde, o vaivém do vídeo, Linda Love, Love, Lovelace e a sua garganta profunda. Os sinos bimbalham, amém. Daí por diante, a imaginação de papel dos tempos do PhotoShop, infelizmente sem as mais desejáveis das gordinhas e ditas imperfeições da nova estética publicitária. Arrivistas. Escaneia, mulata, escaneia.

Aí é chagada a hora daquela memória Ram 16, 32... Conexão na lona. Mão no mouse, outra sustentando o juízo, Chats, madrugada chegou, o sereno tá caindo... Fotos por cartas ou no lombo de burro, download dá um tempo. Pura malandragem. Nem santo baixa. Já não havia o lençol engomado de tanta gala e safadezas bem-dormidas.

Que fazer? Forrar o colo com uma toalha, um lençol, papel higiênico? Num baldinho entre as pernas, como num peep-show? Soltar o mouse, aprender a manusear o teclado? Ctrl tudo que não presta nesse mundo. Bate-papo ou imagens? Prosa ou ficção? Direto para a webcam e mostrar as partes pelo todo? Ou esquecer tais metonímias da nova era, nobilíssimo amigo Guimarães?

Claro que às vezes basta um ponto e vírgula bem posto num e-mail, garrafa atirada do farol do Netscape. Como nos tempos das cartas sujas dos amantes transatlânticos. É. Viva a tecnologia. Viva a velocidade, desgostoso e querido Paul Virilo. Mas nunca esqueça, caro viciado solitário, da mais antiga das invenções, o lírico e abençoado cuspe.

A importância relativa das coisas


Luís Fernando Veríssimo

O futebol dos sábados no sítio do Magalhães tinha começado como uma brincadeira, uma maneira de abrir o apetite para o almoço. As mulheres ficavam na piscina enquanto os homens jogavam num campo improvisado, que não tinha nem goleira. Três, no máximo quatro de cada lado.

A hora do almoço dos sábados começou a aumentar, e o futebol também. Magalhães ampliou o gramado e colocou goleiros. Os times se repetiam e aos poucos foram adquirindo uma identidade. Não demorou muito, tinham uniforme, flâmula e até bandeira.

Mesmo assim a Marta só descobriu como a coisa ficara séria quando tentou interromper uma partida porque estava atrasando o almoço e foi corrida do campo pelo marido, o Sales. Pediu o divórcio na semana seguinte, embora o Sales negasse que estivesse tentando acertá-la com um pontapé, irritado com a intromissão, já que seu time estava perdendo.

Depois foi a vez da Silvinha, que no meio de um almoço de sábado fez protesto. O futebol estava acabando com a vida social dela e do Aderbal. Na sexta, o Aderbal não queria fazer nada, dormia cedo para estar em forma para o jogo da manhã seguinte. E no sábado, depois do jogo, não tinha condições de se mexer, o que dirá fazer alguma coisa. Eles não iam mais a teatro, não iam mais a cinema, não saíam mais para jantar.

Várias das outras mulheres concordaram com a Silvinha. Os homens ficaram mudos. E os do time do Aderbal olharam para ele com orgulho. Ali estava alguém com uma noção correta da importância relativa das coisas na vida de um homem. No sábado seguinte, o Aderbal apareceu sem a Silvinha.

O terceiro problema foi com a própria mulher do Magalhães. Num certo sábado, ela viu um bando de meninos seminus atravessar o gramado correndo e pular na piscina onde – não que ela fosse racista, mas francamente! – nunca entrara alguém com pele escura a não ser pela ação do bronzeador. Uma invasão!

Ela já ia chamar a polícia quando o Magalhães explicou que eram os filhos do Gedeão, segurança da firma, que ele convocara para reforçar a defesa do seu time. Ela que se acostumasse, o Gedeão e os filhos estariam almoçando lá todos os sábados. Precisava do Gedeão para o meio da zaga. A mulher do Magalhães também pediu divórcio.

Hoje são quatro times de sete jogadores que disputam intermináveis torneios e copas por qualquer pretexto – a atual é a Copa Patrícia Pilar – e muitas vezes esquecem de almoçar.

Numa espécie de galpão ao lado da piscina, Magalhães instalou o que se chama de “a Federação”, a sede da “Liga dos Sábados”, e é ali que estão dois painéis, um o dos “Campeões”, com fotografias dos times vencedores dos diversos torneios, e outro o das “Caídas”, com fotos das mulheres que não aguentaram o tranco. São 12. A décima segunda foto, recém-inaugurada, é da Laurita, mulher do Marco Antônio, meia-armador do time do Sales.

A Laurita aguentou o que pôde, mas pediu o divórcio depois que encontrou o Marco Antônio fazendo uma preleção tática para o seu time na sala apartamento, e usando suas miniaturas de porcelana para explicar as jogadas.

Há um terceiro painel, intitulado “Frouxos”, já que “Traidores” foi considerado forte demais. Neles estão as fotos do Olimar e do Galvão, que cederam à pressão e abandonaram seus times!

O Galvão ainda com o agravante de ter comunicado sua decisão de parar na véspera da decisão da Copa Trigêmeas da Playboy...

quinta-feira, março 24, 2016

Bica do Armando: livro de Francisco Cruz e Simão Pessoa faz resgate dos 30 anos da banda


Jony Clay Borges

Marcando os 30 anos de desfiles da Banda Independente Confraria do Armando (Bica), acontece nesta quinta-feira, às 20h, no Bar do Armando, o lançamento do livro “Bica do Armando”. De autoria de Francisco Cruz e Simão Pessoa, a obra registra as três décadas de história da famosa banda de rua de Manaus em marchinhas-enredos, fotografias, fatos e memórias.

“Bica do Armando” apresenta uma cronologia da Bica ano a ano, reunindo as letras das marchinhas-enredo desde a primeira edição da folia, em 1987, com o clássico tema “Tá todo mundo dando!”, de autoria de Celito e Toscano. O livro traz ainda histórias de bastidores, fotografias e outros registros da trajetória da banda, criada em torno da figura do saudoso luso-brasileiro Armando Soares, falecido em 2012, e que hoje reúne milhares de foliões a cada ano nas ruas do Centro.

“A maioria das pessoas que frequentam a Bica hoje têm menos de 30 anos de idade, então nem eram nascidos na época em que ela surgiu, nem conhecem os enredos de antigamente. Por isso resolvemos fazer um balanço desses 30 anos”, explica Pessoa, jornalista e autor de “Amor de Bica” – outro livro essencial sobre a história da banda, lançado em 2005.

Política e humor


Resgatando as marchinhas-enredo da banda e suas histórias, “Bica do Armando” faz também um resumo bem humorado da história local nas últimas décadas. “É como se fosse uma história da política e da sociedade de Manaus”, comenta Pessoa.

Cruz destaca a mistura de escracho e ironia refinada nas composições feitas para a folia, que eram discutidas e produzidas por um grupo de compositores. “A gente dizia que as pessoas que ‘elegia’ para os temas não eram escrachados, mas sim elogiados. Eram ironias, mas ironias bem sacadas”, comenta o autor e procurador, que lembra alguns temas marcantes.

“Tivemos o romance do Bernardo com a Zélia Cardoso de Melo (ministra da Economia no Governo Collor); a restauração do Teatro Amazonas, uma obra pública cara onde as pessoas não podiam entrar no dia da inauguração; e a matança de jacarés no governo Gilberto Mestrinho”, enumera.

Outros Carnavais


Além da apresentação dos autores e de um posfácio, escrito pelo jornalista Orlando Farias antes de sua morte, em 2013, “Bica do Armando” também faz um resgate da história da Banda de Ipanema, criada em 1964 e pioneira do Carnaval de rua no Brasil, e da Banda do Mandy’s Bar, primeira do gênero em Manaus, surgida em 1982. Aqui, o livro registra o papel de empreendedores como Adalberto Valle, Mário Guerreiro e Vasco Vasques, que estiveram à frente do Hotel Amazonas, reduto do bar e da banda histórica.

“Achamos importante fazer esse registro da contribuição que esses empresários deram. Ao contrário de muitos que só vêm ao Amazonas em busca de coisas boas, eles vieram com o desejo também de fazer a cidade crescer”, assinala Cruz.

“Bica do Armando” estará à venda na sessão de autógrafos a R$ 50 o exemplar, com brindes especiais para os cem primeiros compradores da obra.

Conheça o significado dos apelidos da lista da Odebrecht


Durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal apreendeu documentos que listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos. As planilhas apreendidas, apesar de riquíssimas em detalhes importantes para a operação, trouxeram também diversos apelidos dados aos políticos que nelas se encontram. Conheça agora o verdadeiro significado de cada um dos apelidos:

Humberto Costa (DRÁCULA) – O pixuleco devia ser enviado apenas à noite, dentro de um caixão que ficava enterrado ao lado da Cova da Ética.

Lindbergh Farias (LINDINHO) – Após a grana ser passada, alguém dizia para ele: “bonito, hein?”. Virou o lindinho.

Manuela D’Ávila (AVIÃO) – Fazia aviãozinho com as notas e, imitando aeromoça, perguntava: dólar ou euro?

Jaques Wagner (PASSIVO) – Recebia o dinheiro e dava pulinhos de alegria, despertando dúvidas sobre sua preferência sexual.

Eduardo Cunha (CARANGUEJO) – Pegava o dinheiro até andando para trás, para disfarçar.

Renan Calheiros (ATLETA) – Recordista no salto de patrimônio e nos 100 metros fundos em bancos suíços.

José Sarney (ESCRITOR) – Autor de vários ensaios de ficção para explicar a fortuna.

Eduardo Paes (NERVOSINHO) – Certa vez, ao receber o dinheiro, reclamou muito, ficou nervoso, e disse que aquela merreca não dava nem pra comprar um sítio em Maricá.

Raul Jungmann (BRUTO) – Raul fica bruto quando lembram a ele do escândalo do Incra no tempo em que era ministro de FHC.

Soninha Francine (SONINHO) – Pegava no sono contando as notas, de tão entediada que ficava.

Sergio Cabral (PROXIMUS) – O ex-governador do Rio ficava muito nervoso quando chegava em Paris para zoar com amigos próximos de Carlinhos Cachoeira e não encontrava lenços que coubessem em sua cabeça privilegiada.

Jarbas Vasconcelos Filho (VIAGRA) – Ao receber o dinheiro, comemorava dizendo que ia comprar viagra “porque hoje não vai ter puta pobre!”

Romero Jucá (CACIQUE) – Toda vez que recebia o pixuleco fazia um ritual. Fumando um cachimbo da paz, dançando a dança da chuva, pedia que jogassem dinheiro pro alto para a chuva de notas trazer mais fortuna.

Pelo visto, a casa (civil) caiu!


Brasília vive uma crise político-gastronômica sem precedentes. Se os juízes do STF não descobrirem que no governo tem truta, vai tudo acabar em pizza. No caso, em forno privilegiado

Por Agamenon Mendes Pedreira

Os pessimistas afirmam que o Brasil virou uma Zona. Discordo. Já participei de bacanais muito mais organizadas que o Brasil de hoje em dia. Qualquer Zona que se preze tem a cafetina, que dirige os trabalhos, as putas, que atendem a freguesia, os fregueses (que pagam antecipado) e um gay, que faz a limpeza dos cubículos de fornicação. Na parede, um São Jorge garante a dignidade do estabelecimento. Enfim, tudo obedece a um protocolo, existe uma ordem, uma lógica e um propósito, ao contrário do país em vivemos.

Ao convidar Lula para o ministério Dilma, com a sua visão de estadista, a ex-presidenta do Brasil já antecipou o resultado da Operação Lava Rato e resolveu transformar o Planalto num “puxadinho” da Papuda, economizando assim verbas públicas que ainda não tenham sido roubadas.

Há 12 anos no poder, o PT, Partido dos Trapaceadores, transformou a sede do Executivo na Unidade Prisional de Segurança Máxima Planalto 1. Alheio a tudo e a todos, o “ex” presidente já tomou sua primeira medida: mandou a Odebrecht fazer uma reforma na Casa Civil. A “empresteira” baiana já providenciou a troca do telhado de vidro.

Segundo os analistas, a presidenta Zica Roskoff só nomeou o ex-presidente em exercício, Luísque Inácio Lula da Silva, para livrar ele da cana. Mas todo mundo sabe que cana é uma coisa em que o Lula nunca se recusou a entrar. Pelo sim, pelo não, o novo ministro vai despachar de dentro da biblioteca do Palácio do Planalto, o último lugar onde a Polícia Federal iria procurar o Lula. Na verdade, Lula foi o primeiro a ser contemplado com o novo programa social do governo: o Minha Casa Civil Minha Vida.

Além das tradicionais atribuições de ministro, Dilma também encarregou o Lula de zelar pelo palavreado, a etiqueta e os bons costumes no ambiente. E quando o Lula mandar a ex-presidenta tomar no olho do c*!#$!#*? Quem é que vai ter coragem cumprir a ordem do chefe?

Desesperado, Lula está acuado! Em um de seus telefonemas pornográficos, Lula se comparou a Getúlio Vargas. Se o Lula acha que se parece tanto com o Getúlio, por que é que ele não se mata? Brasília está pegando fogo! E o matreiro Luíz Espertalhácio Lula da Silva acabou dando um tiro no pé. Nos quatro!

Comando Vermelho pede consultoria à Odebrecht para dar nomes de bandidos


BANGU – A deflagração da 817ª fase da Operação Lava Jato, que revelou planilhas de propinas da construtora Odebrecht, fez com que Fernandinho Beira-Mar, CEO do Comando Vermelho S.A., contratasse em caráter de urgência os executivos da empresa para dar um choque de gestão no marketing da holding criminosa carioca.

“O mundo está mudando e nós ficamos para trás. Ao reconhecer nossos erros, damos um passo importante para superar nossas deficiências. Fomos buscar no mercado quem hoje desenvolve as melhores práticas da atividade ilegal”, declarou Beira-Mar em coletiva de imprensa em Bangu, headquarter do CV.

O traficante mostrou-se particularmente impressionado com os codinomes que os executivos da construtora deram aos políticos citados nas planilhas. “Os caras chamam o Renan de Atleta, o Paes de Nervosinho e um outro lá que eu nem conheço de Viagra”, comentou Beira-Mar, com admiração. “Isso sem mencionar o Festança, o Bobão e o Encostado2. Vocês já viram apelido melhor do que Encostado2? Será que é filho do Encostado1? Perto disso, Elias Maluco e o Celsinho da Vila Vintém representam o passado. O Comando Vermelho parou no século XX.”

Beira-Mar também declarou que, tomando a lista como base, de agora em diante só se referirá a Eduardo Cunha como Caranguejo. “O apelido é coisa de gênio. O sujeito anda pra frente como se estivesse recuando. Quando todo mundo acha que ele se foi, o cara está cinco casas à frente. Estou disposto a pagar 60% da féria de Acari pra quem criou o apelido. Com um talento desses a bordo não haverá cartel de Medellín que segure o CV.”  

Tchau, querida, o impeachment lhe aguarda!


José Nêumanne

Ao nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chefe da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff deu um duplo golpe contra o Estado Democrático de Direito, vigente no Brasil desde a promulgação da Constituição dita cidadã, de 1988, que ela jurou cumprir e fazer cumprir ao ser empossada na presidência da República, duas vezes. Primeiramente, ela o fez para evitar que ele fosse investigado na primeira instância do Poder Judiciário, sob suspeição de haver cometido vários e graves delitos. Em segundo lugar, deu-lhe a missão de evitar que ela própria venha a ser impedida na forma da lei, também sob a acusação da prática de crimes de responsabilidade.

Dilma deu posse a Lula às pressas, para evitar a execução de eventual ordem de prisão, pedida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e transferida pela juíza Maria Priscila Oliveira, da 4.ª Vara Criminal da Justiça paulista, para decisão final de seu colega do Paraná Sergio Moro. Assim, a presidente interveio arbitrariamente em prerrogativa de outro Poder, o Judiciário. E, de fato, renunciou à presidência, para a qual foi eleita em 2014, para tentar evitar perdê-la em processo de impeachment já aberto contra ela na Câmara dos Deputados. Isso não é permitido pela Constituição, pois ela não pode transferir o poder a outrem, ainda que seja para se furtar a ter de deixá-lo.

Na História do Brasil registra-se o autogolpe dado por Getúlio Vargas em 1937, quando instaurou a ditadura do Estado Novo para interromper a eleição de seu sucessor. Jânio Quadros, em 1961, tentou repeti-lo e foi desautorizado pelo Congresso. Dilma, contudo, deu um golpe contra si mesma em favor de outro e com ele a presidente cede poder para manter-se senhora de suas aparências. Só que o truque foi sustado provisoriamente por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acolheu ação de partidos da oposição alegando obstrução de Justiça. A decisão será levada a plenário, mas enquanto este não se decidir o beneficiário não assumirá.

O ato é grave e, pior, não é isolado. Ultimamente, a chefe do desgoverno protagonizou episódios que autorizam a nação a acreditar que Dilma tem pelo Estado democrático desprezo condizente com seu passado de guerrilheira de um grupo armado de esquerda contra a ditadura de direita; mas não com a chefe do Poder Executivo de uma democracia em que vige por decisão popular, legitimada pela Constituinte, a autonomia entre os Poderes que Montesquieu preconizava. Nela, nenhum cidadão pode avocar o privilégio de ficar acima da lei – nem ela nem seu patrono, nomeado para suprir sua ora confessada inaptidão para a política e debelar os efeitos desastrosos de sua sesquipedal incompetência gerencial.

Outro golpe é a grotesca tentativa de intervir de forma atrabiliária e atabalhoada na Operação Lava Jato, levada a efeito com competência, lisura e enorme apoio popular pela força-tarefa composta por agentes da Polícia Federal (PF) e procuradores do Ministério Público Federal (MPF), sob a égide do juiz federal paranaense Sergio Moro. A desastrada escolha do ignoto procurador federal baiano Wellington César Lima e Silva para o Ministério da Justiça foi proibida pela votação do STF – 10 a 1 – que inaugurou esta temporada do “esqueça os 7 a 1 do Mineirão”. Dilma, porém, não se fez de rogada e resolveu repetir o feito com a substituição dele pelo subprocurador-geral da República Eugênio Aragão, promovido a “amigo” por Lula nos telefonemas divulgados sexta-feira, nos quais o ainda ex destratou em calão de pré-sal aliados, comparsas e adversários.

Se o ex-ministro WC passou a merecer o epíteto de “o Breve”, seu substituto já pode ostentar a rima Aragão, “o Falastrão”. Pois teve a pachorra de anunciar em público a função de alijar e aleijar a Operação Lava Jato, ameaçando policiais subalternos, colegas promotores e a lei que autoriza a colaboração de réus com a Justiça.

Mais grave do que o absurdo de um ministro da Justiça execrar publicamente uma lei da lavra da chefe, aprovada pelo Congresso e praticada com sucesso no exterior, é a reincidência da quebra de um conceito ético e constitucional por um bote de jararaca. WC não pôde ser nomeado porque a Constituição proíbe que procuradores assumam cargos públicos, exceção feita ao magistério. Dilma chutou o espírito da lei de novo ao empossar um sinistro trapalhão, usando o pretexto gregoriano de que sua entrada na carreira se deu antes da promulgação da Carta. Em recente Roda Viva, na TV Cultura, o jurista Modesto Carvalhosa lembrou que a letra da lei deve sobrepor-se à data. Se isso é fato, pode-se concluir que madama insiste no risco inspirada apenas em São Gregório.

Mas o quiproquó sobre o mais antigo cargo de primeiro escalão do governo da República é menos relevante que o espetáculo de circo mambembe em que o Palácio do Planalto se transformou em botequim pé-sujo na recepção a Aragão e a Lula na Esplanada dos Ministérios. Uma funcionária agrediu o deputado Major Olímpio (SD-SP), que levou ao recinto o grito de 69% da população brasileira (conforme o Datafolha): “Vergonha!”. E a tigrada enfurecida, fiel ao olhar feroz da anfitriã, gritava palavras de ordem como se estivesse num comício. Ou num piquete…

Foi o ensaio geral para os atos de apoio ao PT na rua, nos quais militantes a favor dos golpes desfilaram para combater outro, fictício, em que baseiam chicanas irrealistas para dotar o ex-poderoso chefão e a vassala afilhada do privilégio imoral de ficarem acima e ao arrepio da lei. E mantê-los com a chave dos cofres públicos para darem salvo-conduto a quem saqueou o país em onerosas e tenebrosas transações.

Chegou a hora de a onça beber água e a vaca tossir. As instituições republicanas não aparelhadas pela máfia sindical no poder estão convocadas a funcionar e fazer valer a vontade de 68% de brasileiros, que exigem Dilma fora do governo e Lula nas barras dos tribunais.

quarta-feira, março 09, 2016

Como era o sexo na Antiguidade?


Na Antiguidade, a prostituição era regulamentada, o divórcio começou a existir e havia até deuses do sexo! Os documentos da Idade Antiga, que vai de 4000 a.C. ao século 5 d.C. de acordo com a datação convencional, mostram curiosidades sobre a vida sexual de povos como gregos, romanos e egípcios.

Os romanos, por exemplo, prezavam tanto o sexo que havia uma lei para desincentivar o celibato: a solteirice e a falta de filhos eram punidos, e as pessoas cheias de herdeiros tinham privilégios.

Foi também na Idade Antiga que os conhecimentos científicos sobre o rala-e-rola começaram a se aprimorar com Hipócrates, considerado o pai da medicina. Os romanos também estudavam o corpo humano e já conheciam algumas doenças venéreas, como a gonorreia, termo cunhado por Galeno no século 2.

Mesmo assim, algumas crendices sexuais bizarras permaneciam. Na Grécia, por exemplo, acreditava-se que o contato com uma mulher menstruada faria o vinho novo ficar azedo e faria as árvores não dar mais frutos.

À MODA ANTIGA – Prostituição e homossexualidade eram comuns, mas havia leis severas para punir abusos.

CASAMENTO – Os gregos e romanos eram monogâmicos – no império de Diocleciano, em Roma, a bigamia foi declarada ofensa civil. Mas os grecoromanos descobriram que o amor não é eterno: foi nessa época que surgiu o divórcio. Na Roma arcaica, as mulheres adúlteras podiam ser condenadas à morte – isso só mudou após uma lei do imperador Augusto, que trocou a pena para o exílio.

POSIÇÕES – Em Roma, as posições sexuais apareciam em pinturas, mosaicos e objetos de uso cotidiano, como lamparinas, taças e até moedas. Em uma face, ficava a posição sexual, e, na outra, um número. Para alguns historiadores, as moedas eram fichas de bordel, e as posições com penetração tinham números maiores, indicando que poderiam ser mais valorizadas.

MASTURBAÇÃO – Nada de condenar o sexo solitário: na Grécia e na Roma antigas, a masturbação era vista como natural. No Egito, a masturbação era até parte do mito da criação. Um dos ditos piramidais afirma que Aton, o deus do Sol, teria criado o deus Shu e a deusa Tefnut através do sêmen de sua masturbação!

HOMOSSEXUALIDADE – Casais de homem com homem e mulher com mulher eram comuns na Grécia. Havia até mitos para explicar a origem da pederastia, a relação entre homens maduros e jovens: o primeiro dizia que Orfeu, um dos seres da mitologia grega, acabou se apaixonando por adolescentes depois que sua mulher, Eurídice, morreu. Outra lenda afirma que a pederastia começou com o músico Tamíris, que foi seduzido pelo belo Jacinto.

CIÊNCIA – O grego Hipócrates, pioneiro da medicina, achava que o útero poderia deslocar-se pelo corpo da mulher em busca de umidade e poderia chegar até o fígado! Mas ele também deu bolas dentro: calculou a duração da gravidez em 10 meses lunares (cerca de 290 dias do nosso calendário), tempo parecido com os nove meses atuais, e prescreveu semente de cenoura como anticoncepcional e abortivo.

PAQUERA – Os galanteios dos romanos seguiam um manual: o livro A Arte de Amar, do poeta Ovídio, escrito entre 1 a.C. e 1 d.C. Entre as dicas dadas pelo escritor, estava o uso do goró: “O vinho prepara os corações e os torna aptos aos ardores amorosos”. Ovídio também incentivava a galera a melhorar o visual: “Esconda os defeitos e, o quanto possível, dissimule suas imperfeições físicas”.

NO TRIBUNAL – A legislação sexual da Roma antiga era polêmica! Eram puníveis com a morte: adultério cometido pela esposa, incesto e relação sexual entre uma mulher e um escravo. No estupro, a punição sobrava até para a vítima - se não gritasse por socorro, a virgem poderia ser queimada viva! Entre as penas leves, estava a apreensão de propriedades de quem fizesse sexo anal. No Egito, o adultério era mau negócio: os homens eram castrados e as mulheres ficavam sem o nariz.

PROSTITUIÇÃO – Regras para sexo pago eram diferentes na Grécia e em Roma:

GRÉCIA – As moças da vida não eram todas iguais – elas seguiam uma hierarquia. A maioria delas era escrava, mas havia também mulheres vendidas aos bordéis pelos pais ou irmãos.

CLASSE ALTA – Prostitutas de primeira classe, com treinamento intelectual e cultural.

CLASSE MÉDIA – Tocadoras de flauta e dançarinas, especialistas em ginástica e sexo oral. Eram imigrantes.

CLASSE BAIXA – Vendidas pela família, ganhavam mal e tinham poucos direitos.

ROMA – Registradas e pagadoras de impostos, as prostitutas se vestiam com tecidos floridos ou transparentes, e, por lei, não podiam usar a estola, veste das mulheres livres, nem a cor violeta. Os cabelos deviam ser amarelos ou vermelhos. O lugar mais comum de trabalho delas era sob arcos arquitetônicos: a palavra fornicação vem do latim fornice, que significa arco.

Depois dos g0ys, conheça o highsexual, hétero que vira homossexual após o consumo de drogas


Uma postagem feita na rede social Reddit, no início do mês passado, deu origem a um novo termo que, depois dos g0ys, vem gerando polêmica na internet: o “highsexual”, um heterossexual que passaria a se sentir atraído por pessoas do mesmo sexo após o consumo de drogas.

Tudo começou quando o usuário throwaway15935745625, que se diz hétero e usuário frequente de maconha, fez uma postagem no site relacionando o consumo da droga com a sua sexualidade. “Eu sou um super usuário de maconha... Só me sinto atraído por garotas e não ligo para homens quando estou sóbrio. Mas quando estou chapado, desejo homens que transem comigo com vontade. Alguém mais tem esse desejo? Mais alguém se sente assim depois de fumar maconha?”, perguntou ele na rede social.

O post, claro, provocou uma enorme reação, e rapidamente ganhou mais de 100 respostas: “A sexualidade não é apenas preto e branco”, escreveu um usuário. “Nada de errado em se sentir sexualmente atraído pelo mesmo sexo em momentos diferentes em sua vida”, avaliou outro. Até que um usuário “cravou” a definição: “No meu círculo, isso se chama highsexual. Você é possivelmente um highsexual”.

O termo highsexual está presente no UrbanDictionary (site que registra expressões e gírias em inglês) desde 2009 – mas, segundo o site Queerty, voltado para o público LGBT, parece que essa foi a primeira vez em que ele foi realmente usado a sério e que vem sendo compartilhado.

O conceito rapidamente se espalhou no Reddit, e outros usuários se sentiram a vontade para compartilhar suas experiências envolvendo drogas e sexo. Um rapaz descreveu a preocupação de ter a homossexualidade revelada após o consumo de LSD: “O ácido pode revelar a homossexualidade latente? Eu tenho medo de fazer algo”, questionou.

Há alguns anos, o termo “g0y” foi criado por um grupo que nasceu nos Estados Unidos e rapidamente se espalhou pelo mundo. De acordo com a ideologia deles, homens podem manter relações com pessoas do mesmo sexo desde que não haja penetração.

Se, para a maioria das pessoas, um homem que se relaciona com outro é gay, para os g0ys isso não é uma regra. Os integrantes do grupo, que costumam ficar com outros caras, não se consideram homossexuais porque não praticam sexo anal.



NOTA DO EDITOR DO MOCÓ: Quer mesmo saber se g0y ou highsexual são viados?... Clique aqui

Morrer o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos


O percussionista pernambucano Naná Vasconcelos não resistiu a complicações de um câncer de pulmão e faleceu, nesta quarta-feira (9), às 7h39, aos 71 anos. O músico tratava a doença desde 2015, quando chegou a se submeter a sessões de quimioterapia. Na época, Naná enfrentou a situação com bom humor, e gravou vídeo com poesia. Ainda não há informações sobre o velório, mas o sepultamento foi confirmado para o cemitério Santo Amaro, às 10h desta quinta-feira (10).

O percussionista premiado estava internado desde a semana passada, quando teria passado mal após show em Salvador (BA). O quadro do músico piorou no último sábado. Em dezembro de 2015, Naná recebeu título de doutor honoris causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Autodidata, nunca frequentou escola de música, nem se graduou, mas logo se firmou como um dos mais respeitados instrumentistas do país, tendo colaborado com nomes como Egberto Gismonti, Pat Metheny, além de ter produzido o primeiro álbum do Cordel do Fogo Encantado.

Detentor de oito Grammys, o percussionista costumava quebrar protocolos e substituía, sempre que permitido nas cerimônias, os discursos por apresentações musicais.

Naná, que aos 12 anos tocava profissionalmente em bares e clubes noturnos (onde lhe exigiam até autorização judicial), ao lado do pai, aprendeu a tocar sozinho, usando os penicos e as panelas de casa, ainda na infância. Não frequentou aulas de música, não ingressou na faculdade.

Em entrevista concedida ao Viver, ele afirmou: “Quando você aprende teoria musical por livros, precisa sempre consultar os textos. Quando você aprende com o corpo, é como andar de bicicleta. Seu corpo se lembra.”

Em 2015, ele passou quase um mês internado para tratar do câncer no pulmão esquerdo, no mesmo centro médico onde veio a falecer. Um de seus últimos projetos foi o Café no bule, em parceria com Zeca Baleiro e Paulo Lepetit.

Compostas a distância, por telefone e e-mail, e em encontros em São Paulo, as 10 faixas mesclam referências de vários ritmos, como jazz, afoxé, samba, maracatu e jazz. Entre elas, três vinhetas, espécie de “gole d’água ou de vinho”, ideia de Naná, que gostava de brincar com construções onomatopeicas.

O pernambucano não esteve nos primeiros shows do disco, em Varginha, interior de Minas Gerais, no início do mês. Foi representado pela gravação realizada em estúdio e homenageado com música composta pelos outros dois.

Após receber alta, Naná começou a preparar o retorno aos palcos, que ocorreu em setembro, em Maceió. Neste ano, ele comandou a abertura do carnaval do Recife, coisa que fazia há mais de 15 anos. No palco do Marco Zero, recebeu Lenine e a cantora caboverdense Sara Tavares como convidados, após comandar cortejo de maracatus e caboclinhos pelas ruas do Bairro do Recife.

A inclusão dos caboclinhos na cerimônia era projeto de Naná, a fim de dar maior visibilidade ao grupo folclórico, que ele considerava esquecido pelos pernambucanos. O percussionista inovou, ainda, ao se apresentar no polo Rec-Beat, no Cais da Alfândega, com programação mais alternativa.

Naná deixa duas filhas, Jasmim Azul e Luz Morena. Em entrevista ao Viver, em dezembro passado, chegou a declarar: “Minha maneira de pensar a percussão vai continuar viva depois de mim.”

Computador da Google derrota campeão mundial em jogo de estratégia chinês


Quando o computador da IBM conhecido como Deep Blue venceu o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, em 1997, a humanidade reconheceu o avanço das máquinas em inteligência artificial. Quase 20 anos depois, algo similar voltou a acontecer.

A inteligência artificial da Google chamada AlphaGo foi a vencedora de uma partida histórica de Go, um jogo de tabuleiro chinês que é considerado dificílimo para os padrões artificiais, já que envolve várias camadas de intuição e avaliação.

O derrotado é ninguém menos que Lee Se-dol, um jogador sul-coreano que é considerado o melhor humano na modalidade desde a última década.

A partida demorou cerca de três horas e meia, até que Lee aceitou a derrota e desistiu. E ele fez isso relutando: se vencer o desafio, que consiste em uma melhor de cinco partidas, ele leva para casa um prêmio de US$ 1 milhão.

Anteriormente, o campeão europeu da modalidade já havia sido vencido pelo robô. Veja como ficou o tabuleiro abaixo e note como ele parece mesmo complexo:


“Eu não me arrependo de aceitar o desafio. Eu estou em choque, admito, mas o que está feito já está feito. Apreciei a partida e anseio pela próxima. Acho que falhei no layout de abertura, então se melhorar esse aspecto acho que isso aumenta minhas chances de ganhar”, admitiu o campeão, que se disse surpreso com alguns movimentos imprevisíveis do robô.

O AlphaGo foi desenvolvido na unidade DeepMind da Google e tem muitas outras pretensões além de ser um jogador de tabuleiro.

Em janeiro deste ano, o jogador Fan Hui, atual campeão europeu do jogo, foi derrotado pelo computador.

Embora especialistas apontassem que ainda levaria 10 anos para o AlphaGo estar pronto para derrotar um humano, o software encerrou a partida sem ceder pontos ao adversário, vencendo por 5 a 0.

O software já havia derrotado 494 – de 495 adversários – outros computadores no jogo.

E foram essas vitórias que o possibilitaram vencer o humano: o AlphaGo usou os erros cometidos em embates anteriores como algoritmos para fortalecer sua habilidade no Go.

O jogo de tabuleiro tem regras mais simples que o xadrez, mas é mais versátil: em média, se calcula que o jogador tenha 200 opções por jogada, em comparação com apenas 20, no xadrez.

O Go é jogado em um tabuleiro de 19x19 linhas. Um jogador com 180 pedras brancas e outro com 181 pedras pretas.

O objetivo é ocupar as casas livres do tabuleiro para ganhar território e capturar as pedras do adversário.

Segundo a lenda, o jogo foi criado há três mil anos. Atualmente, o Go é praticado por 40 milhões de pessoas ao redor do mundo.

sexta-feira, março 04, 2016

Acordado pela polícia, Lula descobriu o Brasil redesenhado pela Lava Jato


Augusto Nunes

Há dois dias, o comentário de 1 minuto para o site de VEJA constatou que, por negar-se a enxergar as mudanças operadas pela Lava Jato na paisagem brasileira, a alma penada de Lula ainda não descobrira que, hoje, nenhum fora da lei está acima da lei. Descobriu nesta manhã, quando a mão do destino ─ disfarçado de Polícia Federal ─ bateu à porta do apartamento do ex-presidente em São Bernardo.

Até este histórico 4 de março, Lula acreditava que, se todos são iguais perante a lei, ele sempre seria mais igual que os outros. Esse status de condenado à perpétua impunidade lhe permitiria, por exemplo, rejeitar intimações judiciais, zombar de autoridades dispostas a fazer Justiça e debochar do Estado Democrático de Direito. Acordou para a vida real ao ser acordado pela 24ª fase da Lava Jato, batizada de Alethea.

Conduzidos coercitivamente ao local do depoimento, Lula e o filho Lulinha tiveram de abrir o bico ─ pela primeira vez ─ sobre as bandalheiras em que se meteram. A família que se julgava inimputável foi enquadrada por juízes, procuradores e policiais que não temem criminosos da classe executiva. Alethea, convém ressaltar, é uma palavra grega que significa “busca da verdade”. Nesta sexta-feira, a verdade venceu a mentira.

A busca da verdade não cessará tão cedo. Mas a Era da Canalhice está perto do fim, confirmaram a patética discurseira do chefão e a bisonha contra-ofensiva ensaiada pelos agonizantes. Um dia depois de divulgado o desastroso desempenho do PIB em 2015, Lula tornou a festejar o Brasil Maravilha que só existe na cabeça de embusteiros juramentados.

Ele também relançou a candidatura à Presidência que as revelações de Delcídio do Amaral haviam afundado de vez na véspera. A Alethea, por sinal, já dispunha de munição suficiente quando Delcídio começou a contar o que sabe ─ e o que sabe o ex-líder do governo no Senado vai adicionar toneladas de dinamite ao vasto arsenal da Lava Jato. Como Lula tentará escapar da sequência de explosões?

A resposta é fácil: ele vai ampliar ainda mais o acervo de mentiras que engordou algumas arrobas com o falatório desta tarde. Os truques e vigarices do mágico de picadeiro já não iludem sequer marilenas chauís. De novo, Lula não deu um pio sobre as acusações que o transformaram em campeão de impopularidade. Ele simplesmente não tem como justificar as delinquências que protagonizou, sobretudo as praticadas no ofício de camelô de empreiteira.

A “mobilização nacional da militância” prometida por cartolas do PT e pelegos que prosperam nos “movimentos sociais” só serviu para reafirmar que o partido que virou sinônimo de roubalheira tornou-se um ajuntamento de fanáticos sem cura. Manifestaram-se nesta sexta os devotos que restam. Os protestos da turma da estrela reuniram menos gente que procissão de vilarejo.

Muito mais abrangente e eficaz foi a mobilização da Polícia Federal decretada pela Alethea. Munidos de mandados de busca e apreensão, destacamentos de agentes vasculharam residências, escritórios e esconderijos de gente graúda engajada no projeto criminoso de poder. Declarações de delegados envolvidos na ofensiva atestaram que a Lava Jato já reuniu muito mais provas do que se imaginava.

Outras tantas foram recolhidas na devassa que atingiu 44 alvos, de Marisa Letícia e três lulinhas a Paulo Okamotto e o bunker no Instituto Lula, da Odebrecht e da OAS aos sitiantes de araque Fernando Bittar e Jonas Suassuna, passando por coadjuvantes como o engenheiro que trabalha de graça nas férias. Ficou ainda mais variado o elenco recrutado pela operação que investiga o maior esquema corrupto descoberto desde o Dia da Criação.

Hoje se ouviu o choro das carpideiras transformadas em animadoras de velório. Em 13 de março, a imensidão de indignados invadirá as ruas para exigir, além da punição de todos os poderosos patifes, o imediato despejo do governo destroçado pela incompetência, pelo cinismo, pela corrupção e pelo Código Penal.  Oito dias depois dos uivos da subespécie em extinção, a nação ouvirá o rugido do país que presta.

A grande roubalheira


Vlady Oliver

Tudo indica que a “república do pixuleco”, essa “Pátria Grande” parida na cabeça de comuno-vigaristas que sonhavam com um “bonde do tigrão” para se acomodar na janelinha, caminha inexoravelmente para a cadeia. Enquanto o dia 13 parece marcar a data em que o país dará um sonoro “basta” na roubalheira toda, o inefável Delcídio – aquele mesmo que era líder desse governo da ladrões do erário – resolve abrir a boca e soltar o verbo, escancarando o modus operandi de toda a operação plástica destinada a acobertar as verdadeiras intenções dessa gente rumbeira no poder.


O que eram hipóteses, libertariamente discutidas aqui mesmo como robustas desconfianças contra toda essa camorra, agora aparecem boiando na latrina da história como verdades indisfarçáveis. Compra de votos, de pesquisas de opinião, de “mídia companheira”, de consciências, de urnas superfaturadas e até de patões em forma de pedalinho, tudo obedecendo a uma ordem de comando que visava a eternização do poder de uma múmia parasita nos mesmos moldes do embuste cubano tão incensado por todos esses calhordas.

Olhando a coisa como a coisa é, fica ainda mais difícil entender a postura dessa nossa “oposição a favor do Brasil” e outras milongas espertas, como os textos dissimulados de esquerdistas pimpões a se mostrarem “saudosos da utopia”, quando sonhavam mesmo com a metáfora de um estupro a caminho da consumação. Não se enganem, meus caros amigos. A tal “oposição” quer agora surgir no cenário como “alternativa” aos desmandos, compadrios, roubalheiras, ameaças e safadezas da corja que tomou de assalto o poder com o consentimento desses amiguinhos.

Agora se apressam em redigir seus libelos em favor da liberdade e da democracia, dormidos de véspera na porta da apuração presidencial que prolongou essa farsa toda. Só para quem não entende da natureza da coisa, há uma briga de bastidores bem no centro do ninho tucano pela “compra de votos” para a candidatura municipal paulistana. E os caciques da pendenga acham absolutamente normal o método adotado para garantir a legitimidade na base da carteirada no lombo dos incautos.

É tudo o que já vimos à exaustão. É mais do mesmo. É perpetuar o golpe vagabundo que abre a portinhola para os colegas de crime roubarem as galinhas. Disso aí eu já estou farto. Já que vamos para as ruas exigir nossos direitos, sem direito à representatividade política que preste alguma, por que continuar a eleger esses bucaneiros? O Brasil precisa de alguém que saiba produzir um prego, ao menos. Alguém que saiba administrar sua própria grana e não que se arvore sempre a mal administrar a grana alheia. Um profissional bem sucedido na presidência e não um militante rombudo desses exércitos de saliva.

O milênio desse embuste já acabou faz tempo. A escravidão já foi abolida no mundo inteiro, com exceção da Venezuela, da Coréia do Norte e mais algumas ditadurazinhas turbinadas pelo BNDES. Chega. Eu não voto mais em socialista, nem amarrado. Vou sair para quebrar mais uns LPs daquele Mercedez sofredora e já volto. Da Bruxa de Bleargh também serve. Porcarias.

As 10 maiores razões pra você ser a outra


 1 – É econômico: você vai economizar em presentes de Natal, Dia da Sogra, aniversário de casamento, Dia dos Namorados e principalmente com ele, que nunca vai poder usar um presente seu.

 2 – É confiável: você não corre o risco de ser chifrada, pois, por razões óbvias, ele nunca vai arrumar uma segunda amante.

 3 – É romântico: você vai viver uma autêntica novela mexicana, ficar na fossa com músicas de dor de cotovelo e emagrecer muitos quilos sem precisar de academia.

 4 – É conveniente: você pode continuar indo pra balada com amigos nos finais de semana. Além disso, não vai ter que aturar o ronco dele no cinema, enquanto você assiste seus filmes românticos.

 5 – É discreto: você não precisa aturar sua mãe e suas amigas se intrometendo no seu relacionamento e muito menos aguentar a pentelhação da mãe dele que, aliás, nem sabe que você existe.

 6 – É empolgante: você pode ser pega em flagrante pelos amigos dele ou pela própria mulher! Assim, vai aprender a imitar vozes quando a mulher atender o celular, pegar atalhos arriscados pra fugir de um flagrante e usar os disfarces mais exóticos para ir a um simples motel, como se estivesse dentro de um filme de ação!

 7 – É imprevisível: você pode passar a tarde preparando um fantástico jantar e planejando uma noite de sexo animal e ele te ligar cinco minutos antes avisando que o programa mixou porque a mulher dele voltou de viagem antes da hora, o que impede seu relacionamento da cair na rotina!

 8 – É excitante: você nunca vai perder tempo com aquela conversa mole de contar como foi o seu dia, discutir os seus planos para o futuro, falar a respeito das amigas da faculdade etc. Com ele é “vamos ao que interessa, que não posso perder tempo!”.

 9 – É seguro: você não corre o risco de que ele peça você em casamento, queira te apresentar à mãe dele ou qualquer outra armadilha que acabe com a sua liberdade.

 10 – É eterno: você pode passar a vida sendo a outra. A oficial pode até ser boa em lavar cuecas, mas você vai ser sempre aquela mulher perfeita e disponível e ele nunca vai sonhar em trocar você por outra, que ele não é doido!

Cachaça é cultura e vice-versa


O caminho é longo, porém agradável. Cerca de 40 minutos de carro, a uma velocidade média de 100 km por hora, seguindo em direção à cidade de Carpina. O lugar, que se assemelha às terras de um antigo engenho, abriga um sítio, onde o colecionador José Moisés de Moura aconchega o melhor estoque de birita de Pernambuco.

São 4.500 marcas da bebida que mais tem cara de Brasil, a cachaça. É pinga de todo canto do País, muitas delas apena guardadas na lembrança de veteranos adeptos do hábito de “abrir os caminhos” do estômago e da cabeça. Como a saudosa pernambucana Serra Grande, que ostentava além do gosto, uma tampa de cortiça para conservar melhor as qualidades da bebida.

“Pernambuco já foi um grande produtor mundial de cachaça, mais hoje a produção se limita a poucas marcas, além das artesanais fabricadas nos municípios do interior”, concebe o filho do colecionador e administrador do museu, Júlio Moura. “Entretanto não se pode discutir que são boas marcas”, atenua, destacando bebidas como a Recordações de 40, à qual é adicionado maçã, a Carvalheira e a Pitu, conhecidas e apreciadas em todo o Brasil.

Cabe ao Estado de Minas Gerais – óóó Minhas Gerais – o título de maior produtor nacional de cachaça do País e, certamente, do mundo. “Lá ainda existem cerca de 3 mil marcas”, avalia Júlio Moura. É de lá, também, a cachaça mais cara do mundo, a Cuba e que custa, no Estado, R$ 385,00. “No Recife só encontramos essa cachaça em uma loja do Aeroporto, a Cachaçaria Brasil, que sai por volta de R$ 450,00”, alerta.

O pai colecionador, entretanto, colhe em andanças praticadas pelo mundão do Brasil, o que lhe vale, além de conhecimento, boas degustações país adentro. Além do estoque de birita de cana-de-açúcar, o museu oferece conhecimento sobre a arte de embebedar-se.

Há maquetes que mostram a arte de fabricar a bebida, tipo de cachaça fabricados pelo mundo – como a peruana Pisco, feita sem a cana-de-açúcar, apenas com a destilação da uva verde – e informações históricas. Em um dos cantos sagrados do museu, está exposta a única cachaça apreciada por um soberano Português, a Monjopina, fabricada em 1756 no engenho Monjope, em Igarassu, pertinho de Recife. Cana pra rei nenhum botar defeito, não é senhor Dom Pedro Segundo?

Pra não ficar de boca seca, o museu reserva ainda o Bar do Papudinho, onde se pode apreciar 50 marcas de cachaça, regadas a pitangas, queijos e acompanhamentos que vão além da imaginação sóbria. No mais, boa viagem aos navegantes. Quem quiser conferir: Museu da Cachaça de Pernambuco – Chácara Girassol – Lagoa do Carro, Pernambuco. Basta seguir as placas na bê érre em direção a Carpina que o cabra chega lá. Entrada R$ 5,00 (preço de uma meiota). Diariamente das 9h às 17h.

Hino da Cachaça

Com a marvada pinga é que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dô meu taio
Pego no copo e dali não saio.
Ali mesmo eu bebo, ali mesmo eu caio
Só pra carregá é que eu dô trabaio

Oi lá

A mulher me disse, ela me falô
Largue de bebê, peço por favô
Prosa de muié, nunca dei valô
Bebo com sor quente pra esfriar calô
E bebo de noite é pra fazê suadô

Oi lá

Cada veiz que eu caio, caio diferente
Meaço pra trais e caio pra frente
Caio devagar, caio de repente
Vou de currupio, vou diretamente
Mas sendo de pinga, eu caio contente

Oi lá

Eu bebo pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo no copo, bebo na tigela
E bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo vai pinga na guela

Oi lá

Eu fui numa festa no rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me deram pinga pra mim bebê
Bicha tava travosa, tava sem fervê

Oi lá

Eu bebi demais e fiquei mamado
Eu caí no chão e fiquei deitado
E só fui pra casa de braço dado
De braço dado com dois soldado


Muito obrigado

terça-feira, março 01, 2016

A vitimização do discurso feminista me irrita mais do que o machismo


A Vânia Love não chegava aos pés da Irene da Nanda... Interessa?...

Fernanda Torres (*)

No presente, a mulher ainda apanha, ganha menos do que o homem e fechou um contrato social impossível de ser cumprido, já que cabe a ela não só cuidar da prole, do lar, se manter jovem e desejada, como também trabalhar para contribuir para o sustento da casa. Sobra tempo nenhum para dormir e, muito menos, sonhar com alguma realização que vá além dos deveres do dia.

Nas camadas mais desassistidas, o fim do casamento indissolúvel produziu milhares de lares sem pai, onde a avó e a mãe servem de esteio para a estrutura familiar. Na falta de creches, de escolas, do estado para ampará-las, a tarefa de criar rapazes que não repitam a violência e o abandono dos pais e meninas que deem um basta na escravidão das mães, é uma missão que beira o inatingível.

A maternidade interfere na vida da mulher de uma forma mais arraigada do que a paternidade na do homem. Temos um relógio biológico certeiro, que coincide com nosso período produtivo, interferindo nas decisões profissionais e pessoais. 

A fragilidade no emprego, a dependência dos cônjuges, a falta de liberdade de ir e vir passa pela incapacidade do feminino de se desapegar das crias. 

Um homem, seja ele pobre, rico, preto ou branco, baixo, alto, feio ou bonito, dorme quando está cansado, sai quando deseja e dá prioridade à própria agenda, sem nenhuma pressão que não a da vontade.

Algumas correntes defendem que essa diferença é cultural, mas eu acho que é biológica, carnal, imemorial.

Sou pela licença paternidade. É um passo e tanto para que o casal, unido, divida a responsabilidade dos primeiros meses exaustivos de um bebê. Sou favorável a que toda fábrica tenha uma creche e tenho gratidão pelas babás que me criaram e que criaram meus filhos, cumprindo a função da mãe social, que nos tempos da vovó menina era feito pelas tias, primas, avós e irmãs da casa.

Invejo o companheirismo dos homens, o prazer que eles sentem de estarem juntos e se divertirem com qualquer bobagem. Homem gosta muito de estar com homem. Não me incomoda o machismo, confesso, talvez seja uma nostalgia de infância que carrego. A geração que me criou era formada por machões gloriosos, de Millôr a Miéle, irresistíveis até nos seus preconceitos.

Um editor alemão recusou publicar meu livro, Fim, dizendo que era machista. Explicaram que a obra havia sido escrita por uma mulher e ele disse que não importava, que era machista do mesmo jeito e não iria pegar bem na Alemanha. Está certo o editor, eu sou latina, não consigo entrar numa sauna com todo mundo pelado e me manter isenta.

Os estupros da passagem de ano na mesma Alemanha advogam em favor do editor avesso ao machismo. A violência contra a mulher é menor em lugares onde a igualdade entre os sexos é melhor resolvida. 

Nos países muçulmanos que visitei, Marrocos, Egito, Malásia, sempre me incomodou o olhar guloso, reprimido e repressor dos homens.

O Brasil está entre um e outro.

Minha babá era um avião de mulher, uma mulata mineira chamada Irene que causava furor onde quer que passasse. Eu ia para a escola ouvindo os homens uivando, ganindo, gemendo, nas obras, nas ruas, enquanto ela seguia orgulhosa. 

Sempre associei esse fenômeno à magia da Irene. O assédio não a diminuía, pelo contrário, era um poder admirável que ela possuía e que nunca cheguei a experimentar.

Estou certa de que essa é a minha primeira encarnação como mulher.

Apesar do talento para ser mãe, sou menos feminina do que gostaria de ser. Já beirando a idade em que nos tornamos invisíveis ao peão da obra da esquina, rejeito as campanhas anti fiu fiu e considero o flerte um estado de graça a ser preservado. 

É claro que um chefe que mantém uma subalterna sob pressão constante merece retaliação, mas uma vida de indiferença, onde todo mundo é neutro, não falo igual, digo neutro, sem xoxota, sem peito, sem pau, bigode, ah… é uma desgraça.

Tenho admiração pelas mulheres livres, que não conhecem o medo e são plenas na sua feminilidade. 

Certa feita, um mulherão me explicou que terminou um casamento sem brigas e sem sofrimento porque o marido ficou homem demais. 

Na casa dela, pontuou a morena, só havia lugar para um homem, e esse homem era ela.

Nunca fui mulher o suficiente para chegar a ser homem.

A vitimização do discurso feminista me irrita mais do que o machismo. Fora as questões práticas e sociais, muitas vezes, a dependência, a aceitação e a sujeição da mulher partem dela mesma. 

Reclamar do homem é inútil. Só a mulher tem o poder de se livrar das próprias amarras, para se tornar mais mulher do que jamais pensou ser.

Um homem fêmea.



(*) Fernanda Torres é atriz e escritora

Monogamia não é natural dos humanos, dizem pesquisadores


(..) eu quero é ter tentações no caminho... (Raul Seixas)

Ana Aranda Menéndez, da EFE

A monogamia é uma das bases sobre as quais se assenta a cultura ocidental, embora haja cada vez mais vozes que a questionem. Os pesquisadores Christopher Ryan e Cacilda Jethá desmontam qualquer convenção sobre a sexualidade e destacam que as restrições são contrárias a nossa natureza.

Os humanos são promíscuos e polígamos. Esta afirmação é de Christopher Ryan e Cacilda Jethá em sua obra sobre a antropologia sexual “No Princípio Era o Sexo”.

“Quando falamos de promiscuidade, nos referimos à mistura e à troca que nossos antepassados realizavam, em nenhum caso a um comportamento arbitrário. Sem as barreiras culturais, nossas orientações sexuais derivariam em várias relações paralelas de diferente profundidade e intensidade, como nossas amizades, que variam entre elas”, reflete Christopher.

Darwin se equivocou

A maioria dos humanos vive em sociedades que seguem o chamado discurso convencional da sexualidade, que defende que o humano é monógamo por natureza, embora defina o homem como um animal ansioso por “espalhar sua semente”; enquanto a mulher protege seus limitados óvulos daqueles que não lhe asseguram a sobrevivência de seus descendentes, “se vendendo” ao que mais recursos lhe oferecer.

O problema surge, para Christopher e Cacilda, quando esta imagem se apoia em estudos realizados por Charles Darwin há 150 anos em uma sociedade vitoriana puritana, cujo estudo dos primatas, base da tese do casal de pesquisadores, estava nas fraldas. “Darwin sempre foi muito interessado nos dados que questionavam suas teorias, se vivesse agora as revisaria à luz das descobertas mais recentes”, afirma Christopher.

Corpos hipersexuais

Frente à contenção que o discurso convencional apregoa, o corpo humano conta uma história diferente. Baseando-se em diversos estudos, Christopher e Cacilda explicam como o corpo do homem é projetado para uma grande atividade sexual, que supera o necessário para a reprodução.

Isto se observa na desproporção do volume testicular em relação aos outros primatas e a ejaculação de um sêmen que não só procura a concepção, mas a destruição mediante agentes químicos de espermatozoides procedentes de outros machos que possam ser encontrados em seu caminho, o que leva a entender que a mulher também procura ter vários companheiros e potencializar a concorrência espermática na busca da melhoria da espécie.

Além disso, uma alta atividade sexual favorece tanto a saúde do homem, como sua fertilidade que decresce quando não pratica sexo. Da mesma forma, Christopher e Cacilda desmitificam o fato de o sexo ser menos importante para a mulher, por exemplo, graças a sua possibilidade de acumular orgasmos, de tal maneira que esse prazer conduz à busca de sua repetição.

Os autores também não compartilham a ideia de que a mulher seja reservada em sua fertilidade para “prender” o macho, visto que seus seios crescem com a chegada da maturidade sexual e diminuem com a menopausa, ao que se une o fato de que durante a ovulação, os estudos demonstram que a mulher cheira melhor e são mais atrativas para o homem. Além disso, durante esses dias de maneira inconsciente se preocupam mais em se enfeitar.

Christopher e Cacilda entendem que a ideia da poligamia se reforça com a “fraternidade” na qual se transforma o desejo de certos casais após anos de convivência, e que explicam como uma modalidade da repulsão em relação ao incesto e ao chamado a buscar novos parceiros sexuais.

Os pesquisadores apontam para outros mitos como “a maior necessidade de troca de companheiras” do homem frente à mulher, apesar de “ambos terem as mesmas necessidades sexuais”.

Revisando o casamento

O livro destaca a convenção que sustenta nossa família nuclear ao contrastá-los com os casos atuais de tribos como os Kulina da Amazônia, que consideram a troca a maneira natural de acentuar os laços, e os Dagara de Burkina Faso, cujas crianças consideram que são filhos de todas as mulheres, o que não é tão diferente do grande número de adoções que se realiza em sociedades “desenvolvidas”.

Exemplos que se completam com os novos modelos de família que Christopher entende como uma constatação social que algo “falha” na visão sexual do homem.


“A metade dos casamentos nos Estados Unidos termina em divórcio. Se a metade de nossos aviões caísse, as pessoas não iam querer variar seu modelo?”, pergunta o pesquisador. Embora insista em que seus estudos sejam apenas uma evidência da multiplicidade de caminhos, entre os quais existe a monogamia “como escolha, que não é incorreta, só contrária a nossas tendências evolutivas. É como o vegetarianismo, alguém pode escolhê-lo, mas nem por isso o bacon deixa de cheirar bem.”

Rolling Stones vão se apresentar em Cuba


HAVANA (Reuters) – Os Rolling Stones farão um show gratuito a céu aberto em Havana, capital de Cuba, no dia 25 de março, anunciou o agente da banda nesta terça-feira, um marco para um país onde o governo comunista já proibiu a música da banda, classificando-a de “desvio ideológico”.

Os Stones acrescentaram o show, que deve ser o maior concerto de rock já realizado em Cuba, à sua turnê pela América Latina que terminaria no dia 17 de março na Cidade do México.

O show vai ocorrer três dias depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, concluir uma visita a Cuba, a primeira de um presidente norte-americano desde 1928.

Obama e o presidente de Cuba, Raul Castro, anunciaram em dezembro de 2014 que buscariam normalizar as relações após mais de meio século de animosidade de Guerra Fria.


“Nos apresentamos em muitos lugares especiais durante a nossa longa carreira, mas esse show em Havana vai ser um marco para nós e, esperamos, para todos os nossos amigos em Cuba também”, disse a banda em um comunicado.