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segunda-feira, abril 11, 2016

Resistir é Preciso: a Imprensa Alternativa enfrenta a Ditadura Militar


Está em cartaz no History Channel 2 (ou H2, como é chamado) um documentário em série sobre a imprensa alternativa na ditadura militar: Resistir é Preciso.

Dividido em dez episódios, o documentário é uma produção da TV Brasil, em parceria com a TC Filmes, TVM, e com apoio do Instituto Vladimir Herzog.

Narrada e apresentada pelo ator Othon Bastos, a série traz depoimentos e material historiográfico de jornalistas que atuaram em três frentes de combate à ditadura militar: a imprensa alternativa, a imprensa clandestina e a imprensa que atuava no exílio.

PifPaf, Pasquim, Movimento, Opinião, Versus, Coojornal, Porantim, Varadouro, Em Tempo, Repórter, De Fato, Lampião e Ex são alguns dos jornais alternativos apresentados na série.

Para relembrar e construir essas histórias, Resistir é Preciso conta com depoimentos de grandes nomes do jornalismo da época como Alex Solnik, Raimundo Pereira, Juca Kfouri, Laerte, Ziraldo, Audálio Dantas, Paulo Moreira Leite, José Hamilton Ribeiro, Bernardo Kucinsky, Tonico Ferreira, Antônio Candido e muitos outros.

Através deles conhecemos as dificuldades de produção da época, as perseguições da censura militar e a manobras para manter os jornais em circulação. O Porantim, por exemplo, era feito em um porão da Arquidiocese de Manaus, ali na Av. Joaquim Nabuco, em uma sala pertencente ao Grupo Kukuro de Defesa da Causa Indígena, capitaneado pelo saudoso Ricardo Parente.

O primeiro episódio começa em 21 de maio de 1964, somente 51 dias após o golpe militar de 1º de abril, quando o jornalista Millôr Fernandes colocava nas bancas do Rio de Janeiro a revista PifPaf, com colaboradores que formavam a nata carioca dos jornalistas, escritores, intelectuais e cartunistas da época: Sérgio Porto, Rubem Braga, Antônio Maria, Ziraldo, Claudius, Fortuna, Jaguar, etc.

Nos dez episódios da série são citadas quase 100 publicações, desde as mais importantes, como os jornais Pasquim, Opinião e Movimento, passando pelos jornais estudantis, de comunidades e sindicatos, incluindo jornais do Acre, Amazonas, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande Sul.

O documentário busca destacar o papel importante que a imprensa regional e independente desempenhou durante a ditadura militar, papel este pouco conhecido pelas novas gerações.

Há mais de 50 entrevistas com os protagonistas desta história. Um documentário imperdível para quem ama jornalismo.











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