domingo, julho 14, 2013

“Bolsa passeata” desmoraliza sindicalistas


Gilberto Dimensterin

Já sabíamos há muito tempo como figurantes ganham um dinheirinho para participar em comícios ou carregar bandeiras de candidatos.

A “bolsa passeata” flagrada esta semana é novidade: sindicatos pagaram em torno de R$ 70,00 para “manifestantes”.

A bolsa passeata é simbólica.

As centrais sindicais, mantidas com dinheiro público, são poder.

Muitos sindicatos só existem porque o trabalhador é obrigado a pagar.

E se prestam a manter ou tentar derrubar governos, alinhando-se a candidatos e partidos.

Não se vinculam a projetos nacionais, mas são reféns de causas corporativas que, muitas vezes, significam mais gastos públicos ou empreguismo.

São muito mais eficientes pelos corredores de Brasília.

O que as ruas vêm dizendo é que esses esquemas estão velhos.

Não representam um país que busca soluções inovadoras e urgentes para a educação, saúde e transporte público.

Estão muitas vezes ligados ao arcaico.

Não fossem os fechamentos de rodovias ou ruas, o dia de protesto na quinta feira teria passado despercebido.

O que falou mais alto foi a imagem dos manifestantes recebendo a “bolsa passeata”.

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

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