Não
adianta fazer essa cara de Indiana Jones sexy. Pegada não é isso.
Ricardo
Coiro
A
maioria dos machos acha que ter pegada é, simplesmente, não ter mão
de alface e saber segurar uma cinturinha sem frouxidão. Pensamento
raso. Percepção de moço inocente.
Porque
ter pegada, na concepção das moças, vai muito além da força nos
dedos e da capacidade de manter o pulso firme na hora do “rala e
rola”.
Se
fosse só isso, irmão, alguns apertões diários naquelas bolinhas
terapêuticas seriam suficientes para que você, em poucos meses,
adquirisse a tão almejada pegada.
Mas
suar a camisa, apenas, não basta para entrar no glorioso time dos
que têm pegada.
A
pegada, na verdade, é apenas o nome que elas costumam usar quando
querem se referir ao leque de atitudes e comportamentos masculinos
que as deixam de “zóio” virado, pernas bambas e queixo caído.
Você
já viu uma criança segurando um hamster pela primeira vez? Não?
Costuma ser bem assustador.
E
é exatamente como o hamster amedrontado nas mãos de uma criança
afobada e desengonçada que as mulheres se sentem quando estão com
homens sem pegada.
Consegue
visualizar a cena?
Ter
pegada, grosso modo, é manter uma postura – não apenas física –
capaz de fazer a mulher se sentir completamente segura e à vontade
quando estiver com você na cama, no tumulto e, até, na mesa do bar.
Ter
pegada é saber se portar de uma maneira capaz fazê-la pensar: “Ele
com certeza sabe o que está fazendo!”; esteja você a ajudando a
pedir um prato de comida tailandesa, abrindo o sutiã dela ou,
simplesmente, guiando-a pela nuca quando ela se sentir sem rumo.
Ter
pegada é muito mais do saber em qual parte da coxa pegar.
Ter pegada
é, também, saber – sem precisar ser acusado de “grudento” –
quando deve soltá-la. E deixá-la voar.
Ter
pegada é saber ser um reflexo dos sinais (nem sempre tão
decifráveis) dela.
É
ter coragem de se antecipar aos pedidos e desejos daquela que você
quer surpreender.
Como
assim? Simples: se notar que ela está apavorada, irmão, faça com
que ela se sinta segura, imediatamente.
Se
perceber que ela está morrendo de tesão e com vergonha de tomar uma
iniciativa, não hesite em esquentar as coisas.
Quando
reparar que ela não está a fim de escolher o restaurante, tenha a
coragem de dar uma sugestão.
E
no sexo? O que é ter pegada? É, basicamente, ter a coragem
necessária para agir sem que ela precise pedir, implorar ou dar uma
indireta quase direta. Saca?
É
ter ousadia para deixar o seu lado mais primitivo comandar os seus
atos, língua e discurso.
É
não ter medo de se amassar, sujar ou deixar arranhar.
É
transar, sempre, com a fome de quem acabou de sair da prisão, e a
certeza de que a cama não é lugar para pudores e medo de se
lambuzar.
“Então
você quer dizer que segurá-la feito um bibelô frágil é
permitido?”
Até
é, irmão; caso você queira ser visto como a pessoa ideal para
fazer tranças no cabelo dela. E só.
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