Duda Leite
Sacha Baron Cohen, o homem por trás de Brüno e Borat, acaba
de criar outro personagem absurdo em seu novo filme, O Ditador: General
Aladeen, homem forte de Wadiya. Aqui ele revela quem são seus ídolos e descreve
um método infalível para pegar modelos.
Você se considera
mais perigoso do que Hitler?
Wow! Desculpe, eu me emocionei. Uma coisa é ser chamado de
“hitleriano”, mas ser comparado a Hitler me dá a sensação de ter chegado lá.
Meu pai conheceu Adolf. E, acredite se quiser, nunca disse uma palavra positiva
sobre ele. Me lembro de ele dizer que Hitler era péssimo jogador. Roubava o
tempo todo.
Guerra ou paz?
Digamos que, se você olhar o verbete “Israel” na Wikipédia e
ele ainda estiver escrito no presente, isso significa que ainda tenho muito
trabalho pela frente.
Totalitarismo ou
democracia?
Prefiro o modelo da Rússia e da China: totalitarismo chamado
de democracia.
Por que o senhor
acredita que a ditadura ainda deve ser considerada uma alternativa de governo?
A democracia dá muito trabalho. Primeiro você tem de fazer a
campanha, debater com os seus oponentes, as pessoas têm de votar, os votos têm
de ser contados até que o vencedor seja anunciado. Pensando nisso, eu introduzi
em meu país, Wadiya, uma forma mais eficaz de democracia que só leva em conta
essa última fase.
Qual é a sua opinião
sobre Cuba? E Fidel Castro?
Fidel é meu herói! Que barba! Que cara bacana! Pena que ele
não seja mais o mesmo fisicamente. Eu vivo oferecendo o sangue de virgens
suecas para ele injetar para se manter sempre jovem (a comprovação médica é
fraca, mas os efeitos psicossomáticos realmente funcionam!), mas Fidel é muito
teimoso para aceitar caridade. Mas digam o que quiserem sobre Castro… Ele
conseguiu emplacar o assassinato de JFK e depois pagou Oliver Stone para
incriminar outra pessoa. O quê? O Ocidente não sabia disso?
Com que figura
histórica você mais se identifica?
Eu adoro Idi Amin! Ele é o pai de todos os “bad boys” abaixo
do Saara. Sem ele não haveria Mugabe, Charles Taylor, Joseph Kony nem Bobby
Brown. Foi Idi quem me ensinou pessoalmente a etiqueta das medalhas. Você tem
de ter certeza de que fez algo para merecê-las antes de se autocondecorar.
Claro que existem algumas exceções; afinal, sou humano! Como as medalhas que me
dei por ter caminhado em Marte ou ter apagado Israel do mapa.
Quem são os seus
ídolos?
Seria muito fácil dizer “Hitler e Stálin”, mas seria óbvio
demais. Seria como responder “The Beatles” quando alguém pergunta qual é a sua
banda favorita. Eu fui um grande fã e um grande amigo pessoal de Kim Jong-Il e
sinto muita saudade dele. Ele fez muito para espalhar compaixão, sabedoria e
herpes pelo sul da Ásia. Mas também devo admitir que me inspiro muito em Barack
Obama. O fato de ser um ex-soldado mirim queniano da Al Qaeda não o impediu de
se tornar o líder da nação mais poderosa do mundo. Para muitos americanos, ele
terá para sempre a palavra “Hope” [esperança] ligada a ele, e eu o admiro muito
por isso.
Você acredita em
Deus?
Minhas crenças variam. Às vezes eu acho que ele é apenas uma
figura inventada que não poderia realmente existir e então me olho no espelho e
de repente ele se torna bastante real. Devo admitir que temos algumas
características em comum. Ambos tivemos apenas filhos homens… Eu tenho 2 mil
filhos, nenhuma mulher… Pura coincidência! Ambos decidimos diariamente sobre a
vida e a morte de milhares de pessoas, e, para nós dois, os judeus são “os
escolhidos”.
Como você acha que
Hollywood seria se fosse liderada pelo Oriente Médio?
A minha região do mundo tem uma comunidade de cinema
pequena, mas que está crescendo. No momento estamos nos especializando em
curtas-metragens, normalmente de até 2 minutos, que contam com um líder da
oposição, uma câmera de vídeo e alguns antigos “instrumentos cirúrgicos”. Não
vou contar como termina para não estragar a surpresa. Mas, sinceramente, eu
acredito que, se os meus companheiros tomassem conta de Hollywood, nós faríamos
filmes bem parecidos com os que estão sendo feitos atualmente, mas com o nosso
“toque”. Por exemplo, temos nossa versão do show Two and a Half Men, que a
princípio se chamava Three Men, mas um deles fez uma piada sobre minha barba e
no dia seguinte suas pernas caíram.
Qual é a sua opinião
sobre o casamento gay?
Não sei muito sobre gays. Não existe nenhum gay em Wadiya.
Mas, se eles existissem, teriam exatamente os mesmos direitos de todos: nenhum.
Existem alguns homossexuais na Síria, e a vida é muito difícil para eles por
causa da proibição do casamento gay. Estou me referindo ao presidente Assad e
seu “personal trainer”, Hosni. Quando o assunto é Assad, todos sempre falam
sobre a opressão, a tortura e o genocídio, mas ele também tem um lado ruim.
Quero dizer, que bigode é aquele? Ele precisa mudar aquilo! Ele se parece com
uma garotinha adolescente americana.
Você costuma ver
muita TV ocidental para se informar?
Sou um grande fã. Eu assisto a quase tudo que passa na TV. A
MTV, por exemplo, é como um canal de compras para mim. Todas as noites eu
assisto a um clipe e, se gosto da música, ligo para algum dos meus amigos e
sequestro o artista. Vocês já se perguntaram o que aconteceu com a Janet
Jackson? Ela está vivendo no meu palácio. Vocês podem levá-la de volta. Ela
está sem passaporte e sem uma das mãos, que acabou caindo. Pensei ter encontrado
embaixo do meu sofá, mas era uma mão branca.
O que você esconde
por trás dos seus óculos escuros?
Neste momento, uma ressaca terrível. Acabei de voltar da
convenção anual de “Primaveras do Mal”, em Sandals, em Antígua. Deveria ter
sido um evento relaxante, mas meus companheiros ditadores são loucos!
Ahmadinejad é um piadista. Ele deu um porre no nosso calouro Kim Jong-un e
escreveu “Hillary esteve aqui” na sua cara e “Bill esteve aqui” no seu sapato.
Mas eu o avisei para não se meter com a Coreia do Norte. Eles estão bem
próximos de criar um navio que chegue até o Irã, dependendo dos ventos e da
maré, claro.
O que você está
vestindo agora?
Estou usando o meu uniforme de general desenhado por John
Galliano, mas as meias são do Walmart. Nunca desperdiço dinheiro em algo que os
outros não veem. “Meias são meias”, Saddam sempre me dizia. Mas a moda e o
estilo são partes muito importantes na vida de um ditador. A coisa mais
importante é ser discreto e não usar roupas que podem ser ridicularizadas pelo
Ocidente. Aprendi isso com Kadafi.
Como você descreveria
o seu atual estado de espírito?
Estou me sentindo um pouco sonolento. E, como tenho três
modelos da Victoria’s Secret no quarto ao lado fazendo sexo louco entre elas,
estou começando a desconfiar que posso ter confundido as caixas de Viagra com
as de Rohypnol.
Você consideraria
pagar por sexo?
Claro que sim! Se vocês assistirem ao meu filme [que entra
em cartaz em 13 de julho], vão ver que paguei para fazer sexo com Megan Fox.
Ela é adorável, e consegui um ótimo preço. Agora ela está grávida e está
dizendo que eu sou o pai. É melhor ela nem pensar em pedir pensão. A princesa
Diana tentou isso com nosso filho Harry, e vejam como aquilo terminou.
Você já usou a
internet para conhecer mulheres?
De certa forma. Minha polícia secreta sempre usa o Google
Earth para planejar como entrar nas casas de modelos e atrizes que eu quero
trazer até o meu palácio. Mas você tem de ser muito cuidadoso com a informação
correta do endereço. Uma vez eu pedi que trouxessem a Beyoncé e acabaram
trazendo a Macy Gray. Aaaargh!
Como você descreveria
a sua mulher ideal?
Eu sempre faço isso. Sou muito volúvel, sempre acho que
encontrei a minha mulher ideal, e de repente elas fazem 19 anos e eu perco o
interesse. Mas, como sou um romântico, vou continuar procurando. Quem sabe a
minha esposa de número 87 será “a mulher da minha vida”.
Que celebridade
brasileira você gostaria de conhecer?
Adriana Lima. Primeiro porque ela é provavelmente a mulher
mais sexy do mundo e depois porque é a única celebridade brasileira de que
consigo me lembrar. Gostaria de fazer a ela um convite para vir me visitar no
meu palácio. Fica a apenas 8 mil quilômetros do Brasil, e a viagem é muito
fácil. Ela só precisa pegar um voo para qualquer parte do mundo, eu sequestro o
avião e a trago até Wadiya.
Você tem planos de
invadir o Brasil?
Eu já invadi uma pequena porção do Brasil. A “malawach” da
Gisele Bündchen. E planejo em breve lançar um pequeno míssil pontudo em
Alessandra Ambrósio.
Qual é a sua ideia de
mundo perfeito?
Um mundo em que a “Primavera Árabe” se transformasse em
“Verão da Repressão”, “Outono da Tortura” e “Inverno da Execução”.
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