Denise
Carla
O
carnaval pernambucano, especialmente em Olinda e Recife, é um dos
mais animados do país, e essa característica cresceu paralelamente
à extinção do carnaval de rua na maior parte das cidades
brasileiras por causa do desfile das escolas de samba.
As principais
atrações do carnaval pernambucano, cujos bailes também são dos
mais animados, ocorrem na rua e inclui o frevo, o maracatu, as
agremiações de caboclinhos, a imensa participação popular nos
blocos (reminiscências modernizadas dos antigos “cordões”) e
nos clubes de frevo.
No Recife e Olinda os foliões cantam e dançam,
mesmo sem uniformes ou fantasias, ao som das orquestras e bandas que
fazem a festa.
Os conjuntos de frevo mais animados são os
Vassourinhas, Toureiros e Lenhadores. Lembrando, pela cadência, os
velhos ranchos, os maracatus estão ligados às tradições
afro-brasileiras.
Já os caboclinhos constituem outro tipo de
agremiação folclórica, cujos desfiles são apenas vistos e
aplaudidos.
A
outra cidade em que a participação popular é costumeira, e onde
todos cantam, dançam e brincam, é Salvador.
Uma invenção surgida
na década de 1970 e que, à diferença do frevo, conseguiu contagiar
outros Estados e cidades, foi o trio elétrico, um caminhão
monumental no qual se instalam aparelhos de som, equipados com
poderosos alto-falantes que reproduzem continuamente as composições
carnavalescas gravadas.
Há ainda, como no Recife e Olinda, muitos
populares que improvisam fantasias simples, mas também adotam a
postura galhofeira e vestem os disfarces de cinquenta ou cem anos
atrás.
Tudo isso traduz bem o espírito momesco irreverente que
impele a multidão à descontração total.
Durante
o Império, as músicas cantadas no período carnavalesco, no Brasil,
eram árias de operetas, depois lundus, tanguinhos, polcas e até
valsas.
No início do século 20, predominaram, nas ruas, as cantigas
de cordões e ranchos e, nos bailes, chorinhos lentos, polcas-chulas,
marchas, fados, polcas-tangos, toadas e canções.
Logo após a
Primeira Guerra Mundial, os palcos dos teatros-de-revista tornaram-se
os lançadores das músicas de carnaval e iniciou-se, então, o
domínio das marchinhas, maxixes, marchas-chulas, cateretês e
batucadas.
E também do samba, que, na era do rádio, entre 1930 e
1960, dividiu os louros com a marchinha, embora às vezes cedesse ao
sucesso de um jongo, de uma valsa ou de uma batucada.
O samba, nos
salões e na rua, era absoluto.
Mas desde fins do decênio de 1960,
com a consolidação do desfile das escolas de samba, o samba e a
marcha mergulharam no ostracismo, trocados pelo samba-enredo das
escolas de samba.
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