No
filme Sem Dor Sem Ganho, o personagem de Anthony Mackie fica
impotente devido ao uso de anabolizantes
Quantas
vezes você saiu do treino esgotado e notou que por mais que se pegue
pesado é bem difícil conquistar um corpo rasgado de músculos?
Pois
é, não é do dia pra noite que se transforma um Fiat 147 em uma
Bugatti Veyron.
Não é mais ou menos, existe o caminho mais curto,
que nos corredores das academias é o mais comentado e indicado por
quem usa ou já usou: os anabolizantes ou esteróides, substâncias
“mágicas” capazes de transformar um frangote em Arnold
Schwarzenegger em curto espaço de tempo.
Embora
os efeitos colaterais das “bombas” sejam conhecidos pela maior
parte das pessoas que praticam atividades físicas, com ênfase para
a musculação, a vaidade e a vontade de ter um braço à la Dwayne
The rock Johnson parece tapar os olhos e ouvidos daqueles que ignoram
as consequências assustadoras que os esteróides refletem na saúde,
como por exemplo afetar a saúde sexual masculina.
Sarado,
mas impotente. Qual é a relação dos esteróides com a vida sexual?
Segundo o endocrinologista do Hospital Santa Isabel Thiago Fraga
Napoli, o hormônio masculino é um esteróide que faz parte de uma
grande família de hormônios derivados do colesterol.
Quem opta por
colocar em circulação grandes moléculas desses hormônios
sintéticos correrá o risco de inúmeros efeitos que interagem com
diferentes receptores do organismo.
É por isso que tem gente que não
sofre nenhum efeito colateral, assim como os que apresentam uma série
de problemas graves pós-uso, no caso dos homens, perda de apetite
sexual e chances de desenvolver câncer de próstata, além de outros
menos trágicos como calvície e acne.
Dr.
Thiago alerta que a ideia de perigo deve sempre ser lembrada frente
ao conceito de risco x benefício.
Em pessoas com falta de
testosterona, a reposição visa curar um déficit hormonal, sendo o
benefício óbvio.
Contudo, o uso de testosterona com fins estéticos
torna incerta esta relação, por isso quem pretende tomar bomba
necessita da supervisão de um endocrinologista.
O
personal trainer Diogo Acencio, atualmente professor na academia
Runner da Unidade Paulista, está de acordo com o que o médico
endossou acima, até porque já fez uso de Stanazolol para definição
muscular.
Diogo é um profissional do corpo, apto a treinar pessoas
que querem ganhar massa com exercícios corretos, e para ele, a
relação de anabolizantes x crescimento muscular é mais conhecida
que para os leigos, justamente por isso, quando decidiu fazer uso das
substâncias, procurou um médico para acompanhar o tratamento e
quando conquistou o que desejava, encerrou o ciclo.
Diogo afirma não
ter sentido efeitos prejudiciais, só tendo ficado com a parte grata
“da coisa toda”, que é a definição dos músculos, mas tem
gente que não tem a mesma sorte, ou melhor, a mesma consciência de
parar na hora certa.
Veja
quais são os principais anabolizantes, para que servem e quais são
os efeitos negativos na saúde masculina:
Durateston:
Anabolizante composto por quatro tipos diferentes de testosterona
(decanoato, fenilpropionato, isocaproato e propionato) responsáveis
por prolongar o efeito da droga no organismo aumentando o poder
metabólico na forma com que as células absorvem a proteína, por
isso o ganho de massa.
Também acelera a queima de gordura e aumenta
a força dos músculos, elevando a potência dos treinos. Efeitos
colaterais: queda de cabelo, acne, ginecomastia (aumento das
glândulas mamárias), perda do apetite sexual e aumento
desproporcional dos testículos, o que pode levar ao câncer de
próstata.
Na medicina, pode ser usada para tratar homens com
osteoporose.
Deca-Durabolin:
A nandrolona é um anabolizante feito com testosterona sintética.
Para fins médicos é usada em pessoas anêmicas e com insuficiência
renal.
O esteróide promove assimilação de proteínas e estímulo
do apetite, revertendo o processo catabólico e o balanço negativo
de nitrogênio.
Demora de três a seis meses para fazer efeito.
Prejudica o fígado devido ao excesso de toxinas do produto, gera
inchaço e ereção prolongada e dolorosa do pênis, além de
problemas cardiovasculares.
A substância pode ficar na corrente
sanguínea durante anos armazenada no tecido adiposo.
Stanozolol:
Conhecido nas academias como Winstrol, o esteróide ajuda no
crescimento e na definição dos músculos.
Para fins médicos é
usado em pessoas com anemia, pois aumenta a produção de células
vermelhas, a densidade óssea e o apetite.
Também ajuda na perda de
gordura devido à termogênese, preservando a massa muscular e tem
efeito diurético.
Efeitos colaterais: acne, ginecomastia,
hipertensão, agressividade, queda na libido, queda de cabelo,
aumento excessivo de pelos no corpo.
Dianabol:
Também é um androgênico, ou seja, contribui para o ganho de massa
muscular. É um dos anabolizantes mais antigos do mercado.
Efeitos
colaterais: altamente prejudicial ao fígado, aumento de pressão
arterial e retenção hídrica.
Hemogenin
ou Oximetolona: Um dos poucos anabolizantes usados via oral e não
injetável, por isso é muito procurado por quem tem receio de tomar
injeção. Ele aumenta o ganho de força e consequentemente o volume
dos músculos.
Em alguns países é conhecido como Anadrol ou
Anapolon. Para fins médicos, aumenta a produção de células
vermelhas no sangue, por isso é usado em pessoas com anemia em
estágio grave.
A droga também é utilizada em pacientes
soropositivo e outras doenças de perdas relevantes de estrutura
corpórea porque aumenta o ganho de peso rapidamente.
Efeito
colateral: é o único esteróide que tem ligação comprovada com o
câncer de fígado.
Você
sabia que...
Os
anabolizantes são hormônios derivados do colesterol.
Eles
interagem com diferentes receptores do organismo e cada pessoa sente
de uma forma, por isso alguns têm maior risco de câncer de
próstata, doenças cardíacas, trombose, impotência e outros
efeitos colaterais catastróficos enquanto uns podem não apresentar
nenhuma reação.
O
correto é usá-los apenas para repor testosterona em pessoas com
déficit do hormônio, o uso para fins estéticos não é visto com
bons olhos por profissionais da saúde.
Na
fisiologia normal, a testosterona tem sua produção testicular
estimulada pela glândula hipófise.
Quando os anabolizantes são
injetados, essa glândula repousa e quando o ciclo de esteróides
termina, o organismo demora a entender que deve produzir o hormônio
sozinho novamente, prejudicando inclusive a produção de
espermatozóides.
A
ereção é um fenômeno mecânico relacionado diretamente com a
libido (se dá pelo aumento da entrada de sangue no pênis).
Mecanismos muito finos dentro dos vasos regulam este fenômeno. Após
um ciclo de anabolizante, a libido fica prejudicada por alguns meses,
podendo levar à impotência.
No
campo da estética, há muita gente não especializada, as ofertas
são muito duvidosas e os riscos mascarados por motivos duvidosos.
Consulte um médico de sua confiança, sempre.
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