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terça-feira, dezembro 08, 2009

Maurício Tizumba no Mercado


Apesar de o lançamento do novo CD e DVD do Maurício Tizumba ter ocorrido na última sexta-feira, 4, na Sala Funarte Sidney Miller, na Cidade Maravilhosa, o convite e o release só chegaram ontem, daí que sou estou postando agora. So sorry, homeboys!

De qualquer forma, como os cinco ou seis gatos pingados que freqüentam o mocó provavelmente ainda não associaram o nome à criatura, estou transcrevendo o release na íntegra. É uma maneira de eles travarem um contato inicial com esse verdadeiro diamante negro. Curtam.

O multimídia Maurício Tizumba traz consigo as raízes do congado mineiro, uma manifestação religiosa com mais de três séculos de existência, que tem nos seus familiares um autêntico porto seguro nas Geraes.

Com três CDs lançados, Tizumba é um dos grandes nomes da música mineira por sua capacidade de interagir com o público através de ritmos afros tocados por seu violão e tambores hipnóticos.

Acompanhado pelo trio com o qual se apresenta há cerca de dez anos, formado pelas cantoras e percussionistas Raquel Coutinho, Beth Leivas e Danuza Menezes, Tizumba apresentará o repertório de seu novo trabalho o CD e DVD “Mauricio Tizumba no Mercado”, gravado ao vivo no Mercado Distrital do Cruzeiro em Belo Horizonte.

São canções que passeiam pelos seus 35 anos de carreira, remetem ao primeiro LP “Caras e Caretas” (1991), como “Camelô de Farol”, canções extraídas do congado e da folia de reis, sucessos dos discos “África Gerais” (1996) e “Mozambique” (2003) como “Sá Rainha” e “Maurice a Paris”, além de canções inéditas e composições de Sérgio Pererê, Pereira da Viola e Vander Lee.


Encontro de feras: Tizumba e Marcos Suzano

Artista preocupado em manter viva a cultura negra, especialmente as várias tradições de origem africana que fincaram raízes em Minas Gerais, Maurício Tizumba começou sua carreira musical em 1970, quando tinha apenas 14 anos e foi emancipado pelo seu pai para trabalhar como crooner de orquestras de bailes nas noites de Belô.

Influenciado por familiares que sempre lutaram para manter viva na cultura brasileira algumas das celebrações africanas tradicionais, Tizumba tornou-se capitão da Guarda de Moçambique, um grupo que celebra o Congado – uma manifestação religiosa de origem africana que deriva de festivais de coroação africana com elementos europeus e são dedicadas à protetora tradicional dos negros no Brasil, Nossa Senhora do Rosário, e vários santos negros especialmente São Benedito e Santa Efigênia.

As celebrações envolvem canto, dança, tambores, procissões de rua, bandas ao vivo e festejos em geral. A origem dessa celebração no Brasil vem do estado de Pernambuco e chegou em Minas Gerais em 1710, o qual rapidamente se tornou um dos mais importantes estados na preservação de sua história.

A criatividade ilimitada de Maurício Tizumba torna-o um artista genuinamente brasileiro que pode, também, ser visto como universal devido à sua força, sinceridade e avidez em preservar suas raízes africanas e disseminar sua arte pelo mundo.

Sua trajetória marca também a luta e a conquista de ampliar o acesso à cultura em Minas Gerais, democratizando a arte a todas as classes e grupos sociais. Seus trabalhos sempre buscaram as ruas, praças e povo, com o objetivo claro de sensibilização para a arte, para a cultura negra, e cultura em geral. Cantando em todas as cores, tamanhos e regiões.


A convite do Ibrit (Instituto Brasil Itália), Maurício Tizumba esteve em Milão, entre 20 de novembro e 2 de dezembro de 2004, para participar do evento “Orumila Zumbi”, onde desenvolveu palestras, oficinas e shows, divulgando a cultura negra existente no Brasil além do litoral.

Ainda com o objetivo de divulgar a língua portuguesa na Itália, ministrou oficinas onde ensinou cânticos e danças, assim como ritmos do congado de Minas Gerais.

O êxito do seu trabalho foi coroado pela presença maciça e grande aceitação das oficinas, palestras e apresentações musicais pela comunidade italiana.

Representando o estado de Minas Gerais, Tizumba fez parte do grupo de artistas selecionados para se apresentar na França onde se comemorou o “Ano do Brasil na França”.

Ele também dividiu o palco com Milton Nascimento no show Tambores de Minas em Nova York e fez shows na Alemanha (Copa da Cultura) durante a 18ª edição da Popkomm, uma das maiores feiras de música da Europa.

Entre os meses de abril e novembro de 2004, Mauricio Tizumba estreou dois espetáculos de teatro e música no Rio de Janeiro.

O primeiro foi um espetáculo de Tim Rescala, com direção de Estela Miranda, sobre a obra do escritor mineiro Ziraldo, no Teatro Carlos Gomes.

A peça de teatro infantil, “A Turma do Pererê”, teve público recorde com 18 mil espectadores e grande sucesso de crítica.

O segundo espetáculo, “Grande Othelo - Êta Moleque Bamba”, é uma peça de teatro para adultos de Douglas Tourino, com direção de André Paes Leme, onde retrata a vida de outro importante artista mineiro.


Ainda durante o mês de março de 2004, Tizumba filmou, ao lado de Patrícia Pilar, o curta-metragem, “O Casamento de Iara”, com direção e roteiro elaborado especialmente para os dois atores por Helvécio Ratton.

Tizumba é elogiado por escritores e artistas como Roberto Drumond, Lô Borges, Wagner Tiso, Tim Rescala, Chico Pelúcio, Nivaldo Ornelas e Márcio Montarroyos, dentre outros, e é considerado um mestre pela nova safra de cantores e compositores mineiros.

Conhecer seu trabalho é uma questão de honra! Corram atrás, homeboys!

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