Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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segunda-feira, dezembro 14, 2009
Um artista chamado Chico Nelson
O pai do bonequeiro Paulo Mamulengo tinha um boteco em Campina Grande (PB), que, apesar de ser freqüentado basicamente por pés inchados, era a garantia do sustento da família.
Um dia o velho se queixou para o filho que o folgado Chico Nelson estava lhe levando à falência.
Em três semanas, o disgramado já havia bebido 12 garrafas de Praianinha, meia dúzia de cervejas e detonado 12 latas de conserva, dois quilos de queijo coalho e 12 latas de sardinhas a título de tira gosto. Tudo na base do “pendura”.
Pior: de uma hora pra outra, o vagabundo tinha tomado chá de sumiço.
O dinheiro do fiado estava começando a desequilibrar o apertado orçamento da família.
Paulo Mamulengo caçou Chico Nelson por todas as quebradas da cidade para cobrar a dívida e nada.
Ele então combinou com o pai de que iria ficar de campana na frente do boteco até o vagabundo passar por ali, já que ele morava nas imediações.
Uma semana depois, o bonequeiro avista Chico Nelson caminhando todo serelepe de braços dados com uma garota.
Ele resolveu fazer uma desfeita para o sujeito, cobrando-lhe a dívida acintosamente, na frente da menina.
Quando o casal estava passando do outro lado da rua, em frente ao boteco, Paulo Mamulengo saiu de dentro do covil, colocou as mãos nas cadeiras teatralmente e, do meio da rua, deu um berro:
– Pô, meu irmão, você tá sumido!... E o dinheiro?...
Chico Nelson devolveu de trivela:
– O dinheiro? Você guarda aí contigo, que na volta eu pego...
E foi embora caminhando alegremente com sua nova presa.
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