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domingo, dezembro 20, 2009
Ex-membros do Velvet Underground se reúnem em NY
The Velvet Underground, Andy Warhol, Edie Sedgwick, entre outros, em 1965
Os ex-integrantes do Velvet Underground Lou Reed, Maureen Tucker e Doug Yule se reuniram na Biblioteca Pública de Nova York esta semana, no que foi uma rara aparição pública para os ex-companheiros de banda, desativada desde os anos 90 (quando parte deles voltou para uma turnê especial, após a dissolução em 1973).
No programa batizado The Art and Soul of the Velvet Underground, um dos tópicos de conversa foi a associação do grupo com o artista multimídia Andy Warhol.
Conhecido como referência máxima da pop art, Warhol produziu o disco de estreia, The Velvet Underground & Nico, de 1967 - é nele que aparece a famosa banana, ilustração de Warhol que virou marca registrada do Velvet Underground.
A participação da cantora alemã Nico, no caso, teria ocorrido menos por desejo do grupo e mais por insistência do artista.
No bate-papo em Nova York, que aconteceu no esquema “perguntas & respostas” com o público, Reed admitiu que, no início, o grupo só recebeu atenção por ser “cria” do artista.
“Warhol era uma das pessoas mais brilhantes que já conheci na vida”, disse Reed sobre o homem morto em 1987.
“Sem ele, [o Velvet Underground] era meio que inconcebível. Quando nos contrataram para fazer um álbum, não era por causa da gente, era por causa dele. Eles não nos conheciam. Achavam que [Warhol] era o guitarrista principal ou algo parecido.”
A parceria com o artista não se repetiu no segundo álbum, White Light/ White Heat, de 1968.
Outra curiosidade sobre o conjunto: cada vez que eles tocavam um lick de blues, tinham que pagar uma multa de US$ 10, “porque não era legítimo”, revelou Reed.
A ideia era preservar a originalidade da banda, que, numa sentença atribuída a Brian Eno, não teve mais que 10 mil unidades vendidas do primeiro disco, “mas todo mundo que o comprou, formou uma banda”.
Reed acredita que a cena atual deixa a desejar em relação à dos tempos áureos do Velvet Underground.
“Até agora, não acho que tem rolado muita coisa que chegue perto ao que o Velvet fez”, disse.
A reunião dos ex-colegas de banda aconteceu por conta do recém-lançado The Velvet Underground: New York Art, livro que traz uma compilação de fotografias, capas de disco, reportagens, pôsteres, manuscritos e mais memorabilia relacionada ao grupo, com ênfase na segunda metade dos anos 60.
A conversa aconteceu com presença de plateia e incluiu afagos, como quando Reed declarou que Tucker foi o melhor baterista com quem ele já trabalhou.
Apesar de Nico ser o primeiro nome que salta à mente quando se fala da voz feminina do Velvet, Tucker chegou a assumir o vocal principal em algumas poucas faixas, como “After Hours”.
“Eu desde então tentei arranjar um baterista que fizesse o que ela fazia, e é impossível. Eles não conseguem”, disse o ex-frontman do grupo, em relato reproduzido por um programa da BBC Radio 4.
“Se nós aceleramos, ela acelera. Em vez de ter um baterista que vai sentar lá e tentar segurar a batida, a nossa música ia mais rápido e freava a toda hora”, recordou.
John Cale, um dos membros fundadores do Velvet Underground e substituído por Yule em 1968, foi ausência sentida no encontro.
O guitarrista Sterling Morrison, outro membro original, morreu em 1995, após perder a batalha contra um linfoma. Sua viúva, Martha, e o filho Thomas estavam na plateia.
A modelo e cantora Nico morreu em 1988, por conta de um acidente de bicicleta em Ibiza, ilha espanhola.
Assista abaixo a dois vídeos da reunião em Nova York feitos por fãs:
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