Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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sábado, fevereiro 12, 2011
Cileno celebra 30 anos de carreira no Teatro Amazonas
Estamos em meados de 1973. Os Rolling Stones trilham seu caminho rumo à decadência com o álbum “Goat’s Head Soup”. O Black Sabbath finalmente conquista a crítica com o macabro álbum “Sabbath Bloody Sabbath” e o Led Zeppelin vira o rock de cabeça para baixo em “Houses Of The Holy”.
Mas as atenções do cenário pop/rock internacional daquele ano voltam-se para três cantores jamaicanos cujas figuras parecem saídas do Velho Testamento.
Seus cabelos, chamados de dreadloks (“tranças horríveis”), parecem antenas espetadas na cabeça e seu discurso prega o uso da maconha e louva um certo Hailé Selassié, imperador da Etiópia.
A música, uma fusão do rhythm’n’blues norte-americano (no caso, cristalizado no que hoje se conhece como soul music) com síncopes caribenhas, tem baixo e bateria em primeiro plano, guitarras em função de um “tchaca tchaca” rítmico e vocais mântricos. Efeitos dão às canções clima hipnótico.
Os três cidadãos (e mais um grupo de apoio formado por baixo, bateria e teclados) chamam-se Bob Marley & The Wailers.
Armados com o disco “Catch A Fire” e com um novo gênero musical – o reggae – eles haviam lançado o LP em 1972 para mudar a história da música.
Pelo menos um moleque do bairro de São Francisco, morador da rua Joaquim Tanajura, nas proximidades do Bar do Jaime, que na época estava com 15 anos, conseguiu colocar as mãos no disco e se converteu à causa do ritmo jamaicano. Seu nome? Cileno.
Pois nesse domingo, dia 13, a partir das 19h30, no palco do Teatro Amazonas, o reggaeman Cileno estará comemorando seus 30 anos de trabalho, completados em setembro do ano passado.
Cantor e compositor, ele iniciou sua carreira musical em 1980, aos 22 anos, disputando vários festivais da canção em Manaus (FUM, Festival de Verão, Fecani), participando de diversos shows musicais nas tradicionais festas interioranas do estado e se exibindo nos bares mais badalados da cidade.
Em 1983, Cileno foi o representante do Amazonas no concurso “A Mais Bela Voz do Brasil”, realizado em São Paulo, pelo SBT.
Nesse mesmo ano, ele registrou sua primeira composição, o reggae “Feira Hippie”, no disco “Nossa Música”, resultado de um projeto da Superintendência Estadual de Cultura, durante a gestão do músico Guto Rodrigues.
E foi exatamente o ritmo jamaicano que batizou o seu primeiro trabalho em vinil, o álbum “Reggai Por Nós”, lançado em 1994.
Em 1996, parte do material gravado em vinil e algumas composições inéditas resultariam no CD “Sindicato do Reggae”.
Em 1997, ele lançou o CD “Eletroacústico”, com a participação do cantor David Assayag na música “O Amor Está no Ar”.
Em 1998, Cileno lançou o CD “Reggae de Skatista” e, em 2002, o emblemático “www”, ambos frutos de seu amadurecimento musical. Ao todo, ele já lançou 10 CDs, todos com boa aceitação no mercado.
Cileno já representou o Amazonas em quase todos os Estados brasileiros e até na Alemanha (Hannover).
Ele também já dividiu o palco com vários artistas nacionais, entre eles Luiz Melodia, Geraldo Azevedo, Zelia Duncan e Emilio Santiago.
O show no Teatro Amazonas vai ser uma espécie de memorabilia musical do mais talentoso cantor de reggae do Amazonas em todos os tempos (pelo menos na minha modesta opinião). Agende.
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