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quinta-feira, agosto 11, 2011

Cowboys and Aliens decepciona em Locarno


Por Rui Martins, de Locarno

Cowboys and Aliens é uma superprodução americana reunindo Daniel Craig e Harrisson Ford, os astros de James Bond e Indiana Jones, num estranho western, no qual um bandido procurado pela polícia, um criador de gado, o sherife, os bandidos da região e os índios se unem contra extraterrestres atraídos pelo ouro e decididos a conquistar o planeta.

O tema extraterrestre é marcante no Festival de Locarno, aberto com o filme Super-8, onde o exército combate um extraterrestre, e Attack the Block um inventivo filme inglês sobre o ataque de extraterrestres numa periferia de Londres, onde são liquidados pelos pivetes, traficantes e bandidos descendentes de imigrantes.

Mas o público internacional - que constitui a principal renda de Hollywood, segundo o diretor Jon Favreau de Cowboys and Aliens - dirá se essa mistura heterogênea de índios e cowboys e cowgirl com invasores vindos de outro planeta é bem aceita ou se provoca indigestão.

Ao terminar a projeção do filme para a crítica, o clima era de decepção, mesmo se no passado já houve western de cowboys contra a filha de Frankestein e se Bill the Kid já enfrentou o Drácula.

Deixando-se de lado a história pouco convincente, salvam o filme as interpretações de Daniel Craig e Harrisson Ford.

Não fossem eles, a frustração seria total.

Harrison Ford não se sentiu preterido por interpretar o segundo papel no filme Cowboys and Aliens, exibido em estréia européia, no Festival de Locarno.

E é com bom humor seu comentário de “quem sabe ele me proporá para o papel de vilão no próximo filme de James Bond”.

O ator conhecido por seu papel em Indiana Jones, confessa que, depois de lidas as 30 primeiras páginas do roteiro do filme Cowboys and Aliens, ter pensado “este não é o gênero de filme para mim, mas o pessoal à minha volta argumentou que o meu gênero de filme não dá mais dinheiro e, no fim, achei que tinham razão. Quem sabe é a minha idade, ou mudou o tipo de espectadores ou ainda o entretenimento cresceu demais e não haverá mais lugar para o cinema”.

Depois dessas considerações, surpreendentes de um ator de tão grande sucesso, Harrison Ford conta ter lido todo o roteiro e ter falado com Steven Spielberg que acabou por despertar seu interesse.

“O projeto era muito mais ambicioso do que o título e se tornou um filme divertido”, acrescenta.

Assim, Harrison Ford cumpriu uma frase do diretor do filme Jon Favreau de que todo ator americano sonha trabalhar num western.

Harrison acha que isso está ligado ao passado dos EUA e que os western lhes faz sentirem-se orgulhosos.

Mas com um ressalva, para ele Cowboys and Aliens é mais verdadeiro que muitos outros westerns porque restaura a questão das fronteiras, reconhecendo aspectos esquecidos.

Explicando porque não se fazia mais westerns, Richard Harrison acha que para os produtores, esse gênero era dispendioso e se tornava mais lucrativo fazer filmes de espionagem, sobre a CIA ou comédias para atrair mais espectadores.

Uma pena, diz ele, porque ele tem uma especial predileção por Os Profissionais, de Richard Brooks, com Burt Lancaster e Lee Marvin.

O gênero western teve seu sucesso porque cowboy do faroeste se tornou de certa forma o símbolo da conquista americana, e a jovem nação precisava de um mitologia ligada à conquista da terra, à conquista dos pioneiros.

Os EUA são o berço do individualismo, diz Harrisson Ford, e o cowboy é o principal símbolo disso.

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