por Edson Aran
Um dos grandes problemas enfrentados pelo macho moderno é a TPM.
A TPM merecia até CPI com acompanhamento da OEA, FMI, ONU, CIA e OAB, já que é mais perigosa que MST, UDR, DDT, PT e TFP.
A TPM (Tensão Pré Menstrual) é aquele período em que a mulher fica emocionalmente instável, perigosamente agressiva, mentalmente confusa e hormonalmente homicida.
A TPM não deve, no entanto, ser confundida com o PM (Período Menstrual), que é quando a mulher fica emocionalmente instável, perigosamente agressiva, mentalmente confusa e hormonalmente homicida.
O PM dura, no máximo, sete dias.
A TPM dura os outros 23.
Quando acometida de TPM, a fêmea humana tem acessos de fúria, dirige feito uma louca, reclama de tudo e chora assistindo novela do Manoel Carlos.
Digamos, por exemplo, que você chegou do trabalho, deixou os sapatos espalhados pelo chão, jogou as meias sujas em cima da mesa de jantar e se esparramou no sofá para assistir Baywatch.
Se a sua mulher não for vítima de tensão pré-menstrual, ela dirá:
“Ermenegildo, o jantar será servido em 5 minutos. Enquanto isso, vou preparar um drink para você relaxar... Ou você prefere uma chupetinha?”
Mas essa reação lógica e aceitável desaparece completamente durante a TPM.
Em vez disso, a mulher já entra na sala gritando:
“Ermenegildo! Tira essa meia nojenta de cima da mesa, seu ordinário! E joga esses sapatos mal cheirosos no lixo! E vai colocar o lixo pra fora, vagabundo! Aliás, você pagou a conta de luz, seu imprestável? E tem mais, a mamãe vem jantar com a gente! O quê? Chupetinha? Vou te mostrar a chupetinha, seu tarado nojento!”
E um cinzeiro voará em sua direção, provocando um sério corte no supercílio direito.
O poder destrutivo da TPM foi medido e avaliado pelos americanos na década de 40 numa série de pesquisas ultra-secretas denominadas Projeto Hormônios em Fúria.
Na primeira experiência, 50 mulheres com TPM foram isoladas numa sala hermeticamente fechada durante 10 dias.
Quando abriram a porta, o acúmulo de tensão finalmente liberado provocou um terremoto de 10.9 na Escala Ideli Salvatti (um ponto na escala salvatti corresponde a 7.6 martasuplicy), afundou metade da Califórnia e quase toda a Argentina.
Deu um trabalhão resgatar os gigantescos egos argentinos que ficaram boiando no oceano feito cocô.
O governo americano decidiu abandonar o projeto e pesquisar artefatos menos perigosos – como a bomba atômica, por exemplo.
Muitos fanáticos por teorias conspiratórias afirmam, no entanto, que eles nunca interromperam as experiências.
Em 1944, eles teriam infiltrado 10 mulheres com TPM por trás das linhas do Reich, provocando a imediata rendição de toda uma divisão panzer.
A França ficou tão apavorada que se rendeu também.
Deu um trabalhão explicar para os franceses que não precisava.
Nos anos 60, os americanos teriam enviado um batalhão de mulheres com TPM ao Vietnã.
A França ficou tão apavorada que se rendeu.
Durante a invasão do Iraque, uma unidade de mulheres com TPM, lançadas de pára-quedas sobre Bagdá, supostamente provocaram a imediata rendição de Saddam Hussein, que topou raspar o bigode e se vestir de odalisca.
A França ficou tão apavorada que se rendeu de novo.
Vários sites na Internet afirmam que, apesar do perigo que oferece à raça humana, a TPM continua na agenda do Pentágono, sob o comando direto de Condoleeza Rice e de Bárbara Bush.
A França já mandou avisar que, se precisar, ela se rende.
Na verdade, TPM é igual música sertaneja: já que não dá pra acabar com ela, o melhor é tentar uma convivência pacífica.
Para isso, no entanto, é necessário observar algumas normas de conduta.
Nos anos 70, Linda Blair foi acometida por TPM e foram necessários dois exorcistas para segurar a ordinária.
As regras abaixo (rá!) podem salvar sua vida.
1 - Use monossílabos – Técnica milenar desenvolvida na Ásia Menor no reinado de A-Ham, o Breve (316-415).
Consiste em responder tudo com monossílabos para não dar chance à mocréia de criar caso.
– Ermenegildo, você já colocou o lixo pra fora?
– A-Ham.
– Isso é um sim ou é um não, Ermenegildo?
– A-Ham. Sim.
– Sim, colocou, ou sim, não colocou?
– Não. Quer dizer, sim.
– Colocou ou não colocou a droga do lixo pra fora, Ermenegildo?!
– A-Ham. Também gostei, benzinho.
– Ermenegildo, você está ouvindo o que eu estou falando?
– A-Ham.
– ERMENEGILDO!!!
– A-Ham.
A mulher vai acabar se trancando no quarto pra ver a novela ou, se você tiver sorte, se jogar do décimo quinto andar.
O importante aqui é a concentração: se abstraia de todos os pensamentos e, seja qual for o assunto proposto pela Dona Encrenca, olhe apenas para seu Eu Interior.
A técnica é mais efetiva se você usar tampões no ouvido.
2 - Não discuta – Esta técnica foi desenvolvida pelos monges celibatários do Tibet que sempre souberam como tratar suas mulheres.
É necessário um profundo auto-controle para jamais - JAMAIS! - ceder às provocações para uma briga, seguida de discussão, esfaqueamento, BO e entrada no pronto-socorro.
– Ermenegildo, será que seu pau virou batom?
– Bem, querida, com todas as mudanças tecnológicas do novo milênio eu diria que sim, é possível.
– Então isso certamente explica essa mancha de batom na sua cueca, né, seu vagabundo?
– Não, amor, não explica. Eu sempre balanço o batom antes de guardá-lo na cueca.
– Ermenegildo!! Alguma piranha, vadia e vagabunda colocou a boca na sua cueca!!
– Você sabe, querida, a crise econômica na Europa está provocando escassez de guardanapos no Mercosul.
– ERMENEGILDO!!!
– Querida, você poderia, por favor, pegar um uisquinho?
O importante nessa técnica é fugir à lógica linear aristotélica do pensamento ocidental.
Seja zen. Ou ilógico. Ou surrealista. Ou caótico. Ou muito cínico. Dá tudo na mesma.
3 - Não reaja – Esta técnica exige concentração, determinação e um pouco de sorte.
Ela foi tentada pela primeira vez pelo líder pacifista indiano Mahatma Gandhi durante um quebra pau com a mulher dele, dona Mahatma, sobre a natureza de Brahma.
Gandhi queria gelada e sem espuma e dona Mahatma trazia quente e espumante.
Mantenha absoluto controle sobre o corpo e a mente.
Se um faqueiro de 24 peças voar em sua direção, apenas deslize para o lado.
– Ermenegildo, vou jogar o cinzeiro!
– Ôôôpa...
– Merda, errei! Vou jogar o ferro elétrico incandescente!
– Êêêpa...
– Saco! Fica parado, seu ordinário! Aí vai a televisão portátil!
– Iêba!
– Bosta! Aí vai o laptop!
– Iûpi!
– ERMENEGILDO!!!
– Iêêba!
Você deve continuar se desviando até que acabem os objetos portáteis da casa.
Fique longe de vidraças.
Em 1534, o monge ibérico São Pirulão, o Energúmeno, inventou o único método conhecido de combate à TPM.
Para que a coisa funcione é preciso fazer um chá forte de erva-cidreira e servi-lo à mulher acometida pelo mal.
Depois, deve-se aproximar da paciente e, olhando para o poente, murmurar três vezes a fórmula mágica de São Pirulão:
– Xó, satanás!
– Xô, satanás!
– Xô, satanás!
A mulher vai guinchar feito uma Heloísa Helena e, quando você menos espera, vai lascar a xícara de chá quente na sua cara.
Bem feito pra você deixar de ser besta.
Isso explica porque São Pirulão era conhecido como São Pirulão, o Energúmeno: só mesmo um completo imbecil tentaria encontrar uma cura para a TPM.
TPM não tem cura.
Além disso, São Pirulão, o Energúmeno, ainda era meio pro esquisitão.
Tanto que passou para a história como São Pirulão, o Energúmeno Esquisitão.
Quando vivia no mosteiro da Ordem dos Eremitas Excêntricos do Oitavo Dia da Semana, São Pirulão era frequentemente flagrado andando pelos cantos e murmurando com voz de soprano:
“Acudam-me! Sou uma mulher aprisionada no corpo de um homem!”.
Nunca se descobriu se isso era possessão demoníaca ou só viadagem mesmo.
São Pirulão não entendia picas de TPM, embora entendesse bastante de picas, o esquisitão.
O método mais eficaz de combate à TPM continua sendo a carrocinha.
Você liga para a carrocinha, eles vêm e levam a mulher.
Pronto.
Finito.
Tenha cuidado, porém, na hora de capturar a fêmea enfurecida.
Uma vez uma mulher com TPM mordeu o cara da carrocinha – agora, nas noites de lua cheia, ele vira a Marta Suplicy.
Um comentário:
Simão, fiz amor com minha mulher na varanda, onmtem! Hoje, aparece um livro do Milton Atum ( tambaqui não pode ser!) , inédito, escrito ontem, com o título: As Varandas das Evas. Será que esse cara é voyeur-onanista, mano? Eu, hein, 1984!
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