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quinta-feira, novembro 24, 2011

Inaugurada a Villa St. Gallen, o templo cervejeiro em Teresópolis


Por Bruno Agostini

Na sexta-feira passada foi inaugurada, em Teresópolis, a Villa St. Gallen, no bairro do Alto.

Eu, que era fã das cervejas dessa empresa, agora sou ainda mais, até porque, a inauguração da casa veio acompanhada de algumas ótimas novidades, como quatro tipos de chope e duas novas cervejas criadas por Maurício Machado, mestre cervejeiro com décadas de experiência na Brahma (cada variedade é servida em copo diferente, apropriada para saborear cada versão).


Haverá, pelo menos, quatro cervejas sazonais, uma para cada estação do ano.

E, se tudo correr bem, em breve serão inauguradas novas vilas por aí, exportando a ideia do espaço temático onde tudo girar ao redor do universo cervejeiro.


Essa Weissbier, agora também engarrafada em garrafa com rolha, ficou ainda melhor.

O projeto é bem bolado e divertido: um relógio de ponto vai controlar a frequência dos clientes, que vão ganhar brindes, cervejas e até refeições completas, conforme a assiduidade.

Quem comanda a operação da casa é Vinícius Claussen, descendente de Alfredo Claussen, fundador da cervejaria.

- Em 2007, quando a empresa decidiu produzir a cerveja usando a antiga fórmula da família, teve gente que negociu o fornecimento vitalício da bebida. Tenho parentes que vão ganhar cerveja pelo resto da vida - conta o jovem, um dos idealizadores do projeto, que foi à Alemanha para estudar a arquitetura, a Oktoberfest e tudo o mais que envolve o universo da cerveja.


O lugar está lindo. São vários espaços diferentes.

Por enquanto só está funcionando o chamado Bierfest, com capacidade para quase 100 pessoas, dividido em quatro ambientes: um salão com mesas de madeira separado da cervejaria por uma parede de vidro, o Beergarten, um espaço a céu aberto com mesas e lojinhas (uma delas vende produtos regionais, como os maravilhosos queijos da Cremerie Geneve), reproduzindo uma vila suíça, um mezzanino com mesa de sinuca (e também dardo, damas, gamão e xadrez) e uma espécie de armazém do cervejeiro, onde acontecerão aulas de harmonização e cursos de produção da bebida - os mais animados poderão comprar ali os ingredientes para a fazer a bebida em casa, como lúpulo e cevada.


Aos domingos a vila vai receber uma feira de antiguidades, ao som de violino.

E, nas noites de quarta e quinta haverá música ao vivo, jazz e blues, respectivamente, em um pequeno palco.

O cardápio tem receitas típicas de países cervejeiros, como Alemanha, Bélgica e Dinamarca, uma homenagem à família Claussen.

Tem salsichão, kassler, eisbein, salmão... uma ou outra receita foge desses especialidades, e grande parte dos pratos do cardápio leva cerveja ou derivados na composição.

O lúpulo, por exemplo, tempera as coxinhas de frango crocantes e a sopa de shitake com alho leva a Therezopolis Gold, enquanto o marreco assado é servido com molho de cerveja.

- Essa de temperar a carne com lúpulo foi uma sugestão minha, sempre temperei carnes assim, fica ótimo - diz Maurício Machado, o mestre cervejeiro.

O bagaço de cevada, resultado da produção da bebida, que geralmente é usado como adubo ou para alimentar animais, acabou sendo usado no pão de casa, de maneira bem sucedida: ficou uma delícia.

O toque verde-e-amarelo fica por conta do cremoso caldinho de feijão, servido com chantilly salgado.

Vale a pena, ainda mais com uma boa cerveja escura, o que me fez lembrar de um jantar inesquecível no Bazzar.

O salmão é preparado na crosta do tal pão de bagaço de cevada, e ficou muito bom.


O kassler, produzido pelo Alemão da Serra, que faz deliciosos embutidos e carnes defumadas, fica ótimo com purê de ervilha.


Uma boa sacada foi o bolinho chamado Confrade Cervejeiro, de linguiça com bacon e cevada, servido com molho de rabanete, criado para ser uma das marcas registradas da casa.


Para encerrar, uma tortinha de chocolate com interior cremoso, servida com sorvete de framboesa, fantástica, que acabei comendo duas vezes, uma na sexta, na minha primeira visita, e outra no domingo, na terceira vez em que estive no lugar (sim, adorei: fui na sexta, com a assessora, voltei no sábado, sozinho, para almoçar, e no domingo à noite, para jantar com a filha, que adorou o lugar, e principalmente o menu infantil: comeu purê de batatas, caldinho de feijão e arroz, e adorou a torta, que escrita com o nome dela, em calda de chocolate, muito simático, especialmente para uma criança, como ela, que está aprendendo a ler.

E só não fui uma quarta vez, na noite de sábado, porque estava lotada a casa, e eu não queria enfrentar fila).

Os cardápios são divertidos, em forma de caneca de chope (para as bebidas), porco ou marreco (para os pratos salgados), e aind atem uma versão para os doces.

Em dezembro serão inaugurados o Bistrô 1912, no térreo, e a Abadia, no segundo andar, numa casa dos anos 1930 que fica bem ao lado.

Embaixo o cardápio vai ser mais elaborado, com receitas com costeleta de cordeiro e vieiras, além de um leitãozinho assado que promete fazer sucesso - o chef Rafael Rodrigues passou pelo eñe.

- Soltei muito cochinillo lá. O mais difícil é conseguir um bom fornecedor - diz o cozinheiro, que tem à disposição os mais modernos equipamentos (a máquina).


O mosaico enfeitando o Bistrô 1912, todo decorado em referência ao estilo art nouveau, faz uma homenagem à deusa Ceres, relacionada à cerveja pela mitologia romana.

É um momento oportuno para se lançar o projeto: em 2012 a cervejaria Therezopolis completa 100 anos, mas com uma longa interrupção: só voltou à ativa em 2007.

Eles editaram um belo jornalzinho, com notícias de fatos marcantes do ano de 1912, como o naufrágio do titanic, o primeiro Fla-Flu, a inauguração do bondinho do Pão de Açúcar e, é claro, o lançamento da cerveja Therezópolis, a primeira indústria da cidade.


Para encerrar, o brasão de St. Gallen, reproduzido com machado e lenha de verdade...


... e um dos muitos pôsteres da Oktoberfest que decoram o mezzanino.

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