Presidente define que
pedirá votos para candidatos petistas em São Paulo e em Salvador, e avisa aos aliados que não vai aparecer em
municípios onde a chance de vitória seja remota, como Manaus
Paulo Tarso de Lyra e Juliana Braga,
Do Correio Brasiliense
A presidente Dilma Rousseff definiu que participará de atos
de campanha neste segundo turno em São Paulo e Salvador.
Ela já esteve em São Paulo no primeiro turno, na última
semana de campanha, em comício ao lado de Fernando Haddad e do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em Guaianases, na Zona Leste paulistana.
Não esteve em Salvador, mas acertou sua presença com o
governador Jaques Wagner e o candidato do PT à prefeitura, Nelson Pellegrino.
Pessoas próximas a ela não descartam, inclusive, que o
evento seja realizado no próximo fim de semana, emendando com o feriado de 12
de outubro.
Apesar da pressão que sofre de outros aliados, Dilma avisou
aos seus ministros mais próximos que não vai a municípios onde são remotas as
chances de vitória dos partidos aliados.
Para não melindrar os candidatos, a presidente justifica
afirmando que “eles precisam buscar ampliar as coligações e viabilizar-se
eleitoralmente”.
Na prática, Dilma quer ser a “cereja do bolo”, não a
salvadora da pátria.
Essa missão coube e continuará com o ex-presidente Lula, que
ontem comemorou a votação obtida pelo PT nas urnas.
“É o melhor resultado da história”, disse, em nota.
Dentro desse cenário,
ficou praticamente impossível a presença da presidente em Manaus, no palanque
da comunista Vanessa Grazziottin (PCdoB).
Apesar de ter
prometido apoiá-la pessoalmente ainda em primeiro turno, os resultados
eleitorais deste domingo praticamente inviabilizaram a candidatura da aliada.
Artur Virgílio (PSDB)
teve 40,5% dos votos válidos e Grazziottin, 19,9%.
Uma distância
gigantesca para ser revertida em 19 dias.
Dilma tampouco vai às capitais nas quais os partidos da base
aliada estiverem disputando uma nova rodada eleitoral.
É o caso, por exemplo, de Curitiba, onde o pedetista Gustavo
Fruet enfrenta Ratinho Júnior (PSC).
Interlocutores da presidente admitem que ela está sofrendo
uma grande pressão da chefe da Casa Civil, ministra Gleisi Hoffmann, para
visitar a capital paranaense.
Gleisi, ao lado do ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, são os grandes padrinhos de Fruet.
Eles venceram as resistências do PT paranaense, que chegou a
fazer campanha, informalmente, para Ratinho Junior.
Cenários
A presidente avaliou, com os ministros da coordenação
política, que o principal temor do Planalto acabou não se concretizando.
A base aliada, apesar da enorme quantidade de candidatos nas
eleições municipais, não fissurou de maneira irreversível.
O PT elegeu mais prefeituras que tinha, mas o PMDB
manteve-se como principal legenda do país, triunfando em 1.020 cidades.
Dilma e seus interlocutores, contudo, identificaram algumas
cisões nos partidos.
Em relação ao PMDB, por exemplo, a presidente teve ontem
duas reuniões distintas.
Pela manhã, ela se encontrou com o vice-presidente Michel
Temer.
À tarde, recebeu o prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes, e
o governador Sérgio Cabral.
“Não é uma questão de coincidência. Alguém duvida que são
dois grupos que se desafiam internamente?”, questionou um interlocutor
governista.
Com 42 anos e eleito para um novo mandato com 65% dos votos
válidos, Paes brincou com os jornalistas.
“Quero aqui anunciar que gostei de descer essa rampa. Sou
candidato a presidente... Pelo amor de Deus, bom humor de carioca”, disfarçou,
logo em seguida.
Acompanhado de seu padrinho político, o governador do Rio,
Sérgio Cabral, o prefeito fluminense afirmou que a sua vitória deve-se, em
grande parte, à parceria firmada entre os governos federal e do Rio.
Cabral disse que a presidente está muito entusiasmada com a
candidatura de Fernando Haddad.
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