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sexta-feira, abril 14, 2017

Barraram o Uber? Vá de Fluber...


Por Alexandre Mastrocinque, CFA

No fim dos anos 90 (acho que foi em 1997), comecei a ler algumas coisas sobre um tal de MP3 – promessa de arquivos bem menores com qualidade de CD.

Pesquisei como funcionava, instalei o Winamp e baixei Losing My Religion. O primeiro MP3 a gente nunca esquece!

Demorou um tempão – linha discada, modem de 56k, aquele barulho lindo da conexão (escorreu até uma lágrima aqui).

Depois de pouco tempo, surgiu o Napster e, para desespero do Lars Ulrich, o mundo da música nunca mais foi analógico.

Artistas e gravadoras até conseguiram barrar o “aplicativo”, mas o estrago estava feito.

Quem realmente entendeu a coisa toda foi um tal de Steve Jobs (conhece?) – o iTunes chegou e, bem, hoje você consome música com mouse e fone de ouvido.

Eu tenho menos de 40 anos (não muito menos, vai), mas já vi várias transformações como essa.

O computador acabou com a máquina de escrever, com o fax, com as cartas e um monte de outras coisas.

Fitas K7, VHS, CD, cartuchos de videogame, telegramas, calculadoras…

A Blockbuster virou o que, mesmo?... E a Kodak, faz o que hoje em dia?

Quantas pessoas andam com cheque nos bolsos?

Até dinheiro caiu em desuso – “Pode pagar no débito?"

O novo sempre vem.

Assim como as gravadoras e o Metallica, os taxistas esperneiam à toa.

Terão o mesmo sucesso de cocheiros que, em agosto de 1911, protestaram contra a chegada dos taxistas (uia!) na Estação da Luz.

Mesmo que matem o Uber, a brincadeira acabou.

A primeira vez que fui a Nova York (2009), me lembro que gritei “Taxi" no meio da chuva para parar um carro amarelo.

Foi divertido imitar a cena que vi em centenas de filmes ao longo da vida.

Ano passado, peguei meu celular e aguardei o carro preto parar à minha frente.

A cidade de São Francisco discute sobre carros autônomos enquanto o  legislativo brasileiro está “regulamentando” o Uber.

Se acabarem com o Uber, em pouco tempo vem o Fluber, ou o Gluber.

E o que dizer das operadoras de telefone?

Ainda não se conformaram com o whatsapp.

Sempre que possível tentam impedir a chamada de voz dentro do aplicativo.

Mesmo que consigam, surgirá outro aplicativo, com outra solução.

Não gostou?

Melhor ir brigar com Schumpeter.

E as TVs a cabo?

Ainda não descobriram uma forma de conter o avanço da Netflix.

A ideia brilhante foi tentar, em conjunto com as operadoras, limitar o consumo de dados para determinados aplicativos.

Eu imagino que os diretores de Vivo, Sky, Net, Claro e Oi sejam extremamente bem remunerados.

É lamentável que a saída encontrada por eles tenha sido tentar frear a inovação.

Parabéns!

É melhor se preparar para a mudança, não adianta nada brigar com novos modelos.

Isso vale para todos.

O jornalista, por exemplo, pode ficar procurando pelo em COE ovo.

Mas, talvez fosse melhor fazer seu trabalho direito e se informar.

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