Por Alexandre Mastrocinque, CFA
No fim dos anos 90 (acho que foi em 1997), comecei a ler
algumas coisas sobre um tal de MP3 – promessa de arquivos bem menores com
qualidade de CD.
Pesquisei como funcionava, instalei o Winamp e baixei Losing My Religion. O primeiro MP3 a
gente nunca esquece!
Demorou um tempão – linha discada, modem de 56k, aquele
barulho lindo da conexão (escorreu até uma lágrima aqui).
Depois de pouco tempo, surgiu o Napster e, para desespero do
Lars Ulrich, o mundo da música nunca mais foi analógico.
Artistas e gravadoras até conseguiram barrar o “aplicativo”,
mas o estrago estava feito.
Quem realmente entendeu a coisa toda foi um tal de Steve
Jobs (conhece?) – o iTunes chegou e, bem, hoje você consome música com mouse e
fone de ouvido.
Eu tenho menos de 40 anos (não muito menos, vai), mas já vi
várias transformações como essa.
O computador acabou com a máquina de escrever, com o fax,
com as cartas e um monte de outras coisas.
Fitas K7, VHS, CD, cartuchos de videogame, telegramas,
calculadoras…
A Blockbuster virou o que, mesmo?... E a Kodak, faz o que
hoje em dia?
Quantas pessoas andam com cheque nos bolsos?
Até dinheiro caiu em desuso – “Pode pagar no débito?"
O novo sempre vem.
Assim como as gravadoras e o Metallica, os taxistas
esperneiam à toa.
Terão o mesmo sucesso de cocheiros que, em agosto de 1911,
protestaram contra a chegada dos taxistas (uia!) na Estação da Luz.
Mesmo que matem o Uber, a brincadeira acabou.
A primeira vez que fui a Nova York (2009), me lembro que
gritei “Taxi" no meio da chuva para parar um carro amarelo.
Foi divertido imitar a cena que vi em centenas de filmes ao
longo da vida.
Ano passado, peguei meu celular e aguardei o carro preto
parar à minha frente.
A cidade de São Francisco discute sobre carros autônomos
enquanto o legislativo brasileiro está “regulamentando”
o Uber.
Se acabarem com o Uber, em pouco tempo vem o Fluber, ou o Gluber.
E o que dizer das operadoras de telefone?
Ainda não se conformaram com o whatsapp.
Sempre que possível tentam impedir a chamada de voz dentro
do aplicativo.
Mesmo que consigam, surgirá outro aplicativo, com outra
solução.
Não gostou?
Melhor ir brigar com Schumpeter.
E as TVs a cabo?
Ainda não descobriram uma forma de conter o avanço da
Netflix.
A ideia brilhante foi tentar, em conjunto com as operadoras,
limitar o consumo de dados para determinados aplicativos.
Eu imagino que os diretores de Vivo, Sky, Net, Claro e Oi
sejam extremamente bem remunerados.
É lamentável que a saída encontrada por eles tenha sido
tentar frear a inovação.
Parabéns!
É melhor se preparar para a mudança, não adianta nada brigar
com novos modelos.
Isso vale para todos.
O jornalista, por exemplo, pode ficar procurando pelo em COE
ovo.
Mas, talvez fosse melhor fazer seu trabalho direito e se
informar.
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