Hospedados em Bangu,
os conselheiros do Tribunal de Conta do Rio de Janeiro já estão cobrando
propina para distribuição das quentinhas
Por Agamenon Mendes Pedreira
Lava Jato é uma espécie de Big Brother que já dura mais de
três anos. A diferença é que não tem “anjo” nem “líder”. Os participantes nunca
saem da Casa. Ao contrário, só entram na Casa. Casa de Detenção. A quantidade
de gente que vai para o “paredão” é cada vez maior, só que ninguém precisa
mandar SMS para votar em quem tem que ser preso na manhã seguinte. E o que é
melhor ainda: não precisa aturar as digressões poéticas do Pedro Bial nem as
análises sociológicas do Tiago Leifert.
Mas, depois do Big Brother, o maior problema do Rio de
Janeiro é o aumento da criminalidade, que desceu das favelas, ocupou a Baixada,
dominou o subúrbio, embicou pela Zona Sul e atacou até mesmo o Palácio da
Guanabara, onde a perigosa facção criminosa ADS (Amigos do Serginho) cobrava o
esculacho e dividia a grana dos achaques em plena luz do dia. Pois então: desta
vez os Federais estouraram mais uma quadrilha que atuava no Tribunal de Contas
do Estado! Só um conselheiro não foi preso. Aliás, uma mulher, uma conselheira,
a única que não participava da roubalheira. Uma atitude machista e
preconceituosa dos seus colegas!
Como diria Boris Casoy: isso é uma vergonha! É uma vergonha
em mais de 80 anos de jornalismo eu nunca ter arrumado uma bocada dessas! O
serviço de “conselheiro” do tribunal de contas é muito simples. O
“conselheiro”, como o nome já diz, só tem que dar conselhos. E os conselhos não
precisam ser bons. E taí uma coisa que eu sei fazer. Aliás, como dizia o
Stanislaw Porto, o Sérgio Ponte Preta: “C**!!! **##u e conselho só se dá a quem
pede!”.
Além dos conselhos, o conselheiro leva um capilé caprichado
só para aprovar as contas do governador. Como todo mundo sabe, Serginho Cabral
sempre foi muito bom em Matemática, principalmente nas três operações: somando
propinas, subtraindo verbas e multiplicando a sua fortuna. Dividir nunca foi o
forte de Sérgio Cobal.
Infelizmente, a casa caiu. Deu no que deu esconder aquela
grana toda numa unidade do Minha Casa, Minha Vida. Foram todos parar em Bangu,
prisão de detenção premiada. Mas nem tudo deu ruim para a Famiglia Cabral.
Depois das rebeliões nos presídios em janeiro, as autoridades carcerárias
resolveram tomar providências para melhorar o sistema prisional.
Depois de “dar um tapa” em cada um dos “cadeiantes”, a
diretoria do Complexo de Bangu resolveu inaugurar uma nova unidade no Leblon,
Zona Sul do Rio de Janeiro, onde o(a) apenado(a) pode cumprir a sua pena
tomando banho de sol na praia e mandando vir quentinha do Antiquarius. Se tiver
bom comportamento, pode até tomar um chope no Jobi ou fazer compras nas
joalherias do shopping.
(*) Agamenon Mendes Pedreira é conseglieri do
Tribunal de Contas da Camorra.
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