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sábado, maio 25, 2013

Último aviso aos navegantes!


Minha gente, isso aqui não é facebook, em que você invade a linha de tempo dos outros e escreve qualquer merda que tiver vontade – e a merda é publicada instantaneamente.

Essa bodega tem gerente.

E o gerente é mal-humorado pra caraio, apesar de dar a impressão de ser o cara mais bacana do mundo.

Portanto, parem de perder tempo escrevendo comentários idiotas.

Quer ser diferente? Faça seu próprio blog (é de graça!) e escreva suas asnices lá.

Aliás, certos comentários que recebo não cabem no departamento competente porque são verdadeiros artigos e o nosso quadro de colaboradores já está completo, como se costuma dizer.

Raramente me sinto estimulado à polêmica em nos jours (essa mania de usar palavras estrangeiras irrita alguns leitores, mas faz parte do make-up – lá vem ele de novo! – da minha desagradável personalidade).

Já é tarde demais para eu aprender outra profissão que me renda tanto e me obrigue a tão pouco, vivendo sem horários e falando de mim mesmo o tempo todo (quem não entendeu essa última frase pode parar a leitura por aqui).

Jornalismo free lance (de novo?!) é uma forma de liberdade, mas nada disso diminui o senso de aridez e futilidade dentro de mim.



Os motoristas de táxi mais agressivos põem aquele cartaz junto ao volante: “Que Deus te dê em dobro aquilo que me desejares”.

Aos meus inimigos, respondo: seus dois e mais quatro, apostando contra mim, bem entendido.

Houve tempo que essa aridez e futilidade me pareciam uma ressaca das leituras apressadas de Friedrich Nietzsche, Herman Hess e Carlos Castañeda, não necessariamente nesta ordem.

Agora, acho que não. É um estado permanente.

Depois dessa digressão contrária a tudo que se ensina (erradamente, preciso acrescentar?) nos cursos de Jornalismo, fico pensando em que fazer dos meus comentaristas raivosos.

Descobri: eles me dão um assunto pra hoje, sábado, antes de eu começar a meter o pé na jaca.

Mas, antes, quais as minhas reações diante deles?

São contraditórias: uma extrema modéstia existe, talvez seja, em verdade, simples indiferença.

Isto é, pouco se me dá que eu convença alguém ou não da impossibilidade da existência de Deus.

Admito perfeitamente a coexistência pacífica de opiniões.

A estupidez, por certo, ainda me provoca alguns surtos de vitalidade, sou até, por isso, grato à estupidez.


À parte a minha modéstia, ou indiferença, se preferirem, ante a opinião dos comentaristas, há também uma certa arrogância profissional, talvez injustificada.

Nunca ouvi falar dessa gente antes de lê-la.

Se se trata de especialistas nos assuntos que posto, por que não se profissionalizam?

A escassez de talento na nossa imprensa é ainda maior do que a pobreza tecnológica da internet em Manaus.

Podem ir a qualquer redação com um bom artigo sobre qualquer assunto que serão contratados na hora.

Qualquer editor confirmará o que digo.


Portanto, em vez de perderem seu precioso tempo com comentários idiotas que nunca irei publicar, façam alguma coisa mais útil para a humanidade: parem de me encher o saco!

A torcida vascaína agradece

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