Minha gente, isso aqui não é facebook, em que você invade a
linha de tempo dos outros e escreve qualquer merda que tiver vontade – e a
merda é publicada instantaneamente.
Essa bodega tem gerente.
E o gerente é mal-humorado pra caraio, apesar de dar a
impressão de ser o cara mais bacana do mundo.
Portanto, parem de perder tempo escrevendo comentários
idiotas.
Quer ser diferente? Faça seu próprio blog (é de graça!) e
escreva suas asnices lá.
Aliás, certos comentários que recebo não cabem no
departamento competente porque são verdadeiros artigos e o nosso quadro de
colaboradores já está completo, como se costuma dizer.
Raramente me sinto estimulado à polêmica em nos jours (essa mania de usar palavras
estrangeiras irrita alguns leitores, mas faz parte do make-up – lá vem ele de novo! – da minha desagradável
personalidade).
Já é tarde demais para eu aprender outra profissão que me
renda tanto e me obrigue a tão pouco, vivendo sem horários e falando de mim
mesmo o tempo todo (quem não entendeu essa última frase pode parar a leitura
por aqui).
Jornalismo free lance (de novo?!) é uma forma de liberdade,
mas nada disso diminui o senso de aridez e futilidade dentro de mim.
Os motoristas de táxi mais agressivos põem aquele cartaz
junto ao volante: “Que Deus te dê em dobro aquilo que me desejares”.
Aos meus inimigos, respondo: seus dois e mais quatro,
apostando contra mim, bem entendido.
Houve tempo que essa aridez e futilidade me pareciam uma
ressaca das leituras apressadas de Friedrich Nietzsche, Herman Hess e Carlos
Castañeda, não necessariamente nesta ordem.
Agora, acho que não. É um estado permanente.
Depois dessa digressão contrária a tudo que se ensina
(erradamente, preciso acrescentar?) nos cursos de Jornalismo, fico pensando em
que fazer dos meus comentaristas raivosos.
Descobri: eles me dão um assunto pra hoje, sábado, antes de eu
começar a meter o pé na jaca.
Mas, antes, quais as minhas reações diante deles?
São contraditórias: uma extrema modéstia existe, talvez
seja, em verdade, simples indiferença.
Isto é, pouco se me dá que eu convença alguém ou não da
impossibilidade da existência de Deus.
Admito perfeitamente a coexistência pacífica de opiniões.
A estupidez, por certo, ainda me provoca alguns surtos de
vitalidade, sou até, por isso, grato à estupidez.
À parte a minha modéstia, ou indiferença, se preferirem,
ante a opinião dos comentaristas, há também uma certa arrogância profissional,
talvez injustificada.
Nunca ouvi falar dessa gente antes de lê-la.
Se se trata de especialistas nos assuntos que posto, por que
não se profissionalizam?
A escassez de talento na nossa imprensa é ainda maior do que
a pobreza tecnológica da internet em Manaus.
Podem ir a qualquer redação com um bom artigo sobre qualquer
assunto que serão contratados na hora.
Qualquer editor confirmará o que digo.
Portanto, em vez de perderem seu precioso tempo com
comentários idiotas que nunca irei publicar, façam alguma coisa mais útil para
a humanidade: parem de me encher o saco!
A torcida vascaína agradece
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