Antônio Peba
Tem um ditado muito comum nos beiradões amazônicos que diz o
seguinte: “Jabuti em cima da árvore? Ou foi enchente ou foi mão de gente”. Os
nossos cabocos costumam usar esse ditado diante de uma situação inusitada, que
só pode acontecer pela interferência de outros fatores. Todo mundo sabe que um
jabuti é incapaz de subir sozinho em uma árvore.
O caso do “jabuti” Levi Mateus Marinha Neto, nomeado no
último dia 11 de maio para o cargo comissionado de “Coordenador UEA-4”, tem
causado muito disse-me-disse entre os servidores e alunos da instituição.
Uns
argumentam que Levi Mateus só concluiu o 2º grau e que, portanto, não poderia
ser nomeado para o segundo escalão da UEA. Até sua nomeação, ele era um simples
motorista (e namorado) da Pró-Reitora de Interiorização Samara Menezes. Agora é
um “Coordenador de Curso”. De que curso? Isso ninguém sabe, ninguém viu.
Outros dizem que ele é servidor da SEDUC e que, pela Lei
Delegada nº 114, de 18 de maio de 2007, que dispõe sobre a estrutura
organizacional da UEA, os cargos comissionados devem ser preenchidos
prioritariamente pelos servidores da UEA. Segundo os que defendem esse
entendimento, existem pelo menos 20 servidores efetivos da UEA com curso
superior que foram preteridos em favor do “jabuti”.
A pergunta então é a seguinte: quem colocou o “jabuti” em
cima da árvore? Ou estamos diante do primeiro caso de “jabuti voador” da
História, uma verdadeira tartaruga ninja, que subiu na árvore sem a mão amiga
de alguém? As opiniões se dividem. “O Levi tem uma madrinha poderosa”, dizem
uns. “O Levi é amigo íntimo do vice-reitor Bessa”, dizem outros.
O certo é que enquanto essa quizomba não for esclarecida, a autonomia
financeira da UEA vai ser um sonho cada vez mais distante. Monitorado
diariamente pela mídia em busca de escândalos, o governador Zé Melo não vai ser
besta de despejar verba à vontade onde há fortes indícios de compadrio, falta
de ética e transparência zero. Pior para o reitor Cleinaldo Costa, que deve ter
entrado de Pilatos nessa história. Mas quem pariu Mateus que o embale...
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