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quarta-feira, abril 20, 2011

Causos de Bambas: Maciel do Trombone


O mineiro Edson Maciel nasceu numa família de músicos ou, mais exatamente, de trombonistas.

Seu pai e pelo menos dois de seus irmãos tocaram trombone, sendo que o mais velho, Edmundo, seguiu carreira e, em vários momentos, participou de gravações junto com Edson.

Foi nesse meio que se deu a iniciação musical de Edson Maciel, embora não haja informações sobre com que idade, com quem e o quê aprendeu, além do trombone.

A trilha da formação de Edson Maciel reaparece em meados da década de 1950, no Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro, quando é citado constantemente como um dos principais músicos de sopro que ajudaram a criar a moderna música instrumental brasileira.

Junto a alguns dos maiores instrumentistas que o Brasil produziu, teve contato com o jazz e com a intensa disputa que caracteriza o convívio dos músicos de primeira linha.

Conheceu e tocou com diversos jazzistas que visitavam o Brasil e davam “canjas” no Beco, e pôde ouvir ao vivo Nat King Cole, Dizzy Gillespie, Bud Shank e outros que por aqui passaram.

Com arranjos de Tom Jobim, o disco Sergio Mendes e Bossa Rio foi um marco na MPB porque contava com uma gama de instrumentistas de alto quilate: Sérgio Mendes (piano), Edison Machado (bateria), Tião Neto (baixo), Aurino Ferreira (sax tenor), Edson Maciel (trombone de vara), Raul de Souza (trombone de válvula) e Hector Costita (sax tenor).

Maciel era um mulato sestroso, muito engraçado, cabeça meio pensa, que debochava de tudo e de todos.

Depois do sucesso do disco de Sergio Mendes, ficou mais abusado ainda.

Uma noite, o trombonista foi jantar num restaurante chiquérrimo, no Rio de Janeiro, provavelmente o Le Bec Fin (que a Ilka Soares chamava de Fim do Beco).

O maitre aproximou-se com o cardápio, ou melhor, com o menu. O Maciel perguntou:

- O que é que tem?

O maitre, suntuoso, imperial, vingando-se da Lei Afonso Arinos, responde com arrogância e desdém:

- Tudo, cavalheiro.

- Ah é? - comanda Maciel - então me traz rã com endívias, farofa de asa de morcego e suco de capim navalha com hortelã...

O maitre queria briga.

Um comentário:

Anônimo disse...

O texto original é rã com bertalha