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sábado, abril 02, 2011
'Se sobreviver, já será uma surpresa', diz Ozzy sobre turnê pelo Brasil
“Quando estou em casa eu só recolho cocô de cachorro. Mas, aqui entre vocês, sou um rei”.
De volta ao Brasil depois de três anos, o príncipe das trevas Ozzy Osbourne conversou com jornalistas na manhã desta sexta-feira em São Paulo, onde faz o segundo shows de sua turnê pelo país.
Ele se apresenta na capital paulista neste sábado (2) e passa em seguida por Brasília (5), Rio (7) e Belo Horizonte (9).
“Meus anos de festa foram incríveis, mas hoje estou no controle da minha loucura”, diz Ozzy Osbourne
Bem-humorado, vestindo sobretudo preto e óculos escuros, Ozzy aproveita a ocasião para lançar a reedição especial de Scream, seu último álbum de estúdio, que conta com três faixas inéditas e outras três ao vivo, além de uma curiosa capa em que ele aparece segurando a bandeira brasileira em uma montagem.
No show que já fez em Porto Alegre, porém, apenas uma canção do último disco entrou no repertório - recheado de faixas de sua antiga banda, o Black Sabbath.
“Faço música há 40 anos e tento escolher aquilo que sinto na hora. Se colocasse todas as músicas que me pedem faria um show de cinco dias”, brincou o roqueiro.
Ao ser questionado se poderia incluir alguma surpresa nos setlists das próximas apresentações no Brasil, Ozzy novamente fez piada.
“Se eu sobreviver, já será uma surpresa”, disse ele, que não descarta uma possível reunião com os antigos parceiros de Black Sabbath. “Possivelmente sim, mas eu não sei quando”, despistou.
Ozzy esteve pela última vez no Brasil em 2008, mas recordou com carinho a apresentação que realizou no Rock in Rio de 1985.
“Eu me lembro bem, foi algo enorme, estávamos no maior palco. As pessoas no Brasil amam música, são realmente apaixonadas. Sinto sempre essa paixão quando venho aqui, amo vir ao Brasil”, elogiou.
Aos 62 anos, o roqueiro garante que essa não será a sua última turnê.
“Farei shows até morto”, gritou. Tampouco pensa em voltar a estrelar um programa de TV, como o reality show “The Osbournes”, exibido de 2002 a 2005 na MTV.
“Não... rock’n’roll! Televisão é para preguiçosos”, enfatizou. “Fomos convidados para fazer apenas uma participação em ‘MTV Cribs’ [outro reality show da MTV dos EUA], e depois para fazer um programa que fosse uma extensão dele. Tente ter uma câmera em sua casa 24 horas, por sete dias da semana, enquanto sua mulher tem câncer e seus filhos, problemas com drogas. Você fica fucking loco”, explicou.
Quanto a seus próprios problemas com drogas, que atingiram o ápice nos anos 80, depois que ele deixou o Black Sabbath para sair em carreira solo, Ozzy garante que são coisas do passado.
“Já não bebo e não fumo, os meus anos de festa foram incríveis. Hoje estou no controle da minha loucura. Tem muitos momentos em que gostaria de apagar, mas eu não lembro deles.”
Richards, Bieber e Gaga
Mais confiável que sua própria memória, a biografia “Eu sou Ozzy” (Editora Benvirá), do ano passado, pode ganhar uma segunda parte.
“Não fui eu que a escrevi, apenas dei uma entrevista. O escritor diz que há material de sobra para outro livro, mas se eu fosse pôr minha vida inteira num livro ele seria desse tamanho”, brincou, esticando os braços.
Lançada no Brasil quase ao mesmo tempo que a sua biografia, a história de outro sobrevivente do rock, o rolling stone Keith Richards, não parece interessar muito ao cantor, que no passado chocava o público mordendo pombos e morcegos no palco.
“Biografias de músicos de rock'n'roll são sempre a mesma história: eles quase morrem, amam o que fazem...”, desdenha.
Quanto a Justin Bieber, o fenômeno teen de quem ficou “amigo” depois de estrelar um comercial na TV americana, Ozzy revelou que continua sem dar a mínima para a música do garoto.
“Olha, eu não ouço Justin Bieber, não acho que ele estará aqui em 40 anos como estou hoje. Eu gostava da... Esqueci o nome daquela puta... Lady Gaga! Mas agora ela está chata pra caralho...”.
(fonte: Portal G1)
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