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terça-feira, janeiro 15, 2013

Carta de Washington



Durante a campanha do prefeito Artur Neto, eu acabei me tornando amigo de dois sujeitos fantásticos: o jornalista goiano Ivan Paulo Penna, que era redator dos programas e trabalhava feito um mouro, e o carioca radicado na capital dos Estados Unidos Francisco Rogildo (aka “Frei Chico”), responsável pelas pesquisas online diárias (os famosos “disparos”) e piadista em tempo integral.

Nós três ocupávamos uma das salas da produtora Digital, praticamente isolados do restante da malta.


O colored Ivan Paulo era meio arredio e biritou comigo uma única vez, durante uma festa no Solarium Eventos, onde apareceu na companhia da jornalista Liduína Mendes e do DJ Kleber Romão, também meus parceiros de labuta na campanha do tucano.

O Frei Chico era mais despachado e andou amarrando uns porres federais com minha turma, tanto no meu mocó particular, em Adrianópolis, como no Bar do Jacó, na Cachoeirinha.


Quando ele se mandou para os Estados Unidos, após o término da campanha do segundo turno, dei-lhe a incumbência de entregar pessoalmente ao filósofo Olavo de Carvalho alguns livros de minha autoria.

O Olavo havia me cobrado os livros no início do ano, em um programa que ele mantém na web, semanalmente, chamado True Outspeak.


Nunca soube se Frei Chico havia ou não cumprido a promessa até receber dele um e-mail nesse domingo, que transcrevo na íntegra:

Mestre

Sei que é a maior baitolagem dizer que sinto saudades de você.

Mas é foda.

Sinto mesmo, Simão.

Volta e meia leio teu blog e teus livros para matar a saudade.

Bom, no sábado pela tarde, deixei teus livros na casa do Olavo de Carvalho.

Estava há meses para manda-los pelo correio, pois o homem mora longe para carai, praticamente uma zona rural, numa cidade chamada Carson, perto de Richmond, um dos berços da guerra civil e onde provavelmente campeiam milícias doidas para pegar um fodido latino como eu, de porrada, de  tiros de pistolas semiautomáticas e de pauladas.

A zona aparentemente é produtora de algodão.

As fazendas, vistas da estrada, são imensas.

Bom, o fato é que eu já estava sem graça com o tempo de enrolação.

Enfim, na sexta fomos todos a North Carolina para deixar minha mãe na casa de uma prima dela.

No sábado pela manhã, voltamos, eu, a patroa e as crianças.

Sete horas com os respectivos rabos no carro.

Resolvi levar os livros comigo e dei um desvio de uns 40 minutos na estrada para deixa-los.

O dia era cinzento.

Antes de chegar, resolvi passar um e-mail desses que te localiza num mapa para teres a certeza de que eu estava lá, naquele cu do mundo, deixando os livros.

A patroa até me disse uma coisa que ela raramente fala em português:

– Porra, avisa pro Simão que, na hora de te agradecer, não esquecer de mim e do Gabriel e da Stella, por que carai, isso aqui é o fim do mundo...

Eu ri, só pensando que aqueles algodoais, naquele fim de tarde bem escuro, pareciam, ou bem podiam parecer, um daqueles cenários do Faulkner em Luz de Agosto.

Eu só pensando...

E se esse caralho desse carro, que vive dando problema, resolver parar aqui?...

Enfim, entreguei os livros ao filho do homem, que disse que os passaria ao pai.

Portanto, mestre, a missão está cumprida.

Estou pronto para receber minha faixa vermelha, com as insígnias do Red Label.

Bom, mas falemos do futuro.

Simão, meu amigo, estou indo a Manaus nessa semana.

Quero tomar umas contigo, conversar, falar merdas e coisas sérias.

Cara, tô morando num quarto lá no D. Pedro.

O lugar é legal.

Os donos da casa, apesar de evangélicos, não enchem o saco.

Em novembro, fui aí por uma semana, mas não deu pra gente se ver porque, além de tudo, tive que procurar casa, pois aquele negócio de hotel ia ficar puxadíssimo.

Tô abrindo mesmo a microempresa.

Ando trabalhando pra caramba, com a pouca grana que tenho.

Tenho que me desdobrar.

Chegando aí a gente vai sentar para falar disso.

Então, já tenho um telefone Vivo aí: 9XX5 7XX1     

Abração, Chico.


NOTA DO EDITOR DO MOCÓ

Via telefone, Felipe Lobo me avisou que a lovely Aline Cavalcante tirou dez com louvor na Defesa de Dissertação de Mestrado intitulada “O riso e tudo o mais... interfaces literárias entre Simão Pessoa e Efraim Medina Reyes”, ocorrida na manhã de hoje, na Universidade Federal de Roraima.

Ele agora à noite deve participar da boca-livre que a Aline vai patrocinar em sua residência e deve levar a tiracolo um de meus gêmeos, o analista de sistemas Marcel Pessoa, que também está morando em Boa Vista e trabalhando na Embrapa.

Sorry, periferia, but I’m so happy!

Um comentário:

Anônimo disse...



Matéria do jornal ” a crítica” aqui de manaus :

“Aziz e Artur, parceiros entrosados

Numa quarta-feira em que passaram mais da metade do dia juntos, o governador Omar Aziz (PSD) e o prefeito de Manaus, Artur Neto (PSDB), deram sinais de que o relacionamento entre eles vai além da agenda administrativa”

Omar Aziz, o “Governador” do Amazonas é do grupo do Senador ex-governador Eduardo Braga, que é “cupincha” da Senadora-que-quis-ser-prefeita-na-marra Vanessa Grazziotin que é “cupincha de lula e dilma, que odeiam Arthur que hoje é amiguinho de Omar Aziz…etc. Ou seja, Arthur Neto do PSDB se junta com a corja de lula e trai eleitor que rejeitou Vanessa e lula. Será que o Arthur já começou a mostrar a cara ?

P.S. Acredito que prefeitos e governadores tem que fazer parceria sim, mas em prol da cidade.

Simão, esse cabra teve quase 70% dos votos válidos, incluindo o meu e da minha família, tomara que eu não me arrependa...

Abraços