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quinta-feira, janeiro 31, 2013

Histórias cômicas da Banda da Bica viram documentário


A banda da Bica é uma das mais tradicionais de Manaus e famosa pela abordagem política e irreverente que sempre assume durantes os carnavais desde a década de 80, quando foi fundada por boêmios frequentadores do bar do Armando, localizado no Centro de Manaus.
Por sua tradição e história, mas principalmente pela alegria da banda, a produtora cultural e audiovisual Keila Serruya resolveu produzir um documentário contando relatos de quem já se 'esbaldou' na festa.
O documentário “Nessa Cidade Todo Mundo Já Bebeu na BICA” será lançado hoje, em Manaus.
Como o nome sugere, pessoas são entrevistadas no projeto e contam, em 14 minutos, episódios cômicos e únicos que marcaram suas vidas em algum festejo na Banda da Bica.
No total foram sete entrevistados, incluindo idealizadores da banda e personagens que estiveram próximos da construção da festa, como os jornalistas Simão Pessoa, Orlando Farias e Mário Adolfo, além do historiador Rogélio Casado.
O material inclui ainda um depoimento do comerciante Armando, que morreu em maio de 2012.
Para contextualizar os fatos, Keila usou imagens e fotografias de edições anteriores da festa, retiradas de arquivos pessoais e jornalísticos.
O resultado agradou a produtora e promete surpreender quem está acostumado com os formatos padrões de trabalhos do gênero.
“Ele não é linear e está muito distante de um documentário jornalístico. Não se trata da história da Bica e sim das histórias engraçadas que pessoas viveram lá”, alertou.

Produtora aproveitou sua vivência carnavalesca como inspiração para o projeto
A grande inspiração para o documentário, segundo Keila, foi sua própria vivência carnavalesca.
“Desde muito pequena sou uma frequentadora assídua da Bica, então já tive diversas experiências e vi que isso é muito comum. Já fiquei bêbada na Bica, conheço pessoas que já ficaram, isso tudo é uma inspiração. Além disso, gosto das marchinhas tradicionais que eles preservam até hoje, diferente das maiorias das bandas atuais, e a Bica é uma banda que não tem papas na língua, ela registra alguns tropeços políticos da cidade, usando o humor do carnaval”, justificou.
O lançamento do documentário está marcado para esta quinta, 31, às 19h, no Cine Teatro Guarany, localizado na Avenida 7 de Setembro, Centro de Manaus (Villa Ninita, anexo ao Centro Cultural Palácio), com entrada franca.
No final de abril, Keila vai disponibilizar o material na internet.
“É um conteúdo livre, se quiser baixar, pode baixar, se quiser baixar e editar, pode também”, brincou.
O documentário, contemplado no Programa de Apoio as Artes (Proarte) e Programa de Apoio e Incentivo à Cultura (PAIC), é uma realização do Coletivo Difusão, com apoio da Casa do Cinema e Núcleo Digital, Fora do Eixo Card e DF5.
A Banda da Bica surgiu em 1987 e em 2011 comemorou seus 25 anos.
Em 2012, a festa foi cancelada por um triste motivo: o grave estado de saúde do seu patrono, Armando Soares. O comerciante português, um dos fundadores da Bica, morreu no mesmo ano, após o carnaval.
Para o carnaval de 2013, a volta da Bica ficou indefinida por um tempo, mas foi decidido que a mais tradicional banda de rua de Manaus voltaria ao carnaval em homenagem ao português.
Esperando cerca de 50 mil foliões no Centro de Manaus, a banda vai às ruas no sábado, 2.
O tema será “A farsa do ovo”, que faz referência à última eleição para a prefeitura de Manaus, quando a candidata Vanessa Grazziotin disse ter sido atingida por ovos e cusparadas na chegada a um debate.

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