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terça-feira, julho 28, 2015

Alimentos afrodisíacos e outras lendas urbanas!


Afrodisíaco é qualquer negócio que sirva para aumentar o prazer sexual. Vem de Afrodisia, um festival grego em homenagem à deusa Afrodite, a mesma que emprestou seu nome latino (Vênus) para a camisa mais famosa do mundo. Poucas foram as comidas que em um tempo ou outro não foram consideradas afrodisíacas: ostras, quiabos, aspargos, cogumelos, tomates, bulbos de tulipa, etc.

Paulinus, um sacanólogo medieval, recomendava mijo de touro, cristas de galo, trolha de burro, sangue de pardal e outras delicatesses, cuja simples menção é suficiente para brochar o locutor que vos fala. Sangue menstrual, placenta de antílope, culhões humanos, esperma de anões misturado com titica de falcão e cérebro ainda quente de criminosos decapitados também aparecem cm várias receitas consideradas antibrochantes desde a época em que o Kama-sutra foi escrito.

As Amazonas acreditavam que se cortassem uma perna dos prisioneiros, o chamado membro viril dele ficaria ainda mais viril. Tanto acreditavam que usavam esta técnica para elas próprias: amputavam o seio direito das meninas, certas de que, com isso, o braço direito receberia nutrimento sanguíneo adicional e ficaria mais forte para dobrar o arco. Um rei cíntio perguntou para a rainha amazona Antianara: “Por que seus escravos todos não têm uma perna?”. Recebeu como resposta um sorrisinho irônico.

Mas se você é um desses caras que já está comemorando aniversário de impotência, muita gente boa recomenda pó de chifre de rinoceronte, que é vendido caríssimo por toda a África equatorial. Se você estiver mesmo a perigo, dê um pulo até Nairobi, mas leve um especialista consigo, pois a maioria dos vigaristas em vez de chifre de rinoceronte vende mesmo é osso moído de porco, que não mata, mas também não levanta. De qualquer modo o freguês tem que ser muito brocha mesmo pra acreditar nessas besteiras.

Querem saber o que funciona? Eu digo: é a mosca espanhola. Mas não saiam por aí caçando as moscas existentes nos restaurantes espanhóis. Mosca espanhola é apenas um apelido da cantárida, um tipo de inseto que, depois de morto, triturado e ingerido, excita a bexiga, a uretra e os órgãos sexuais. Vem sendo usada há séculos, com sucesso, em cavalos e touros que têm que trabalhar muito. Mas tem um troço chato: mata com uma facilidade incrível quando usada por leigos como vocês. A dose que levanta o mastruço é quase a mesma que o abaixa (bem como o seu dono) para sempre.

A estricnina apresenta o mesmo problema: seria um maravilhoso excitante sexual se não matasse o cliente antes dele poder concluir a bimbada. Muito amador acredita que o álcool é um estimulante sexual porque ele desinibe. Aceitem o conselho de um profissional: a hora de encher a moringa não é a mesma do alpinismo. O álcool, quando em excesso, torna o marmotão menos sensível, ocasião em que ocorre o famoso fenômeno da meia-bomba ou demi-bombê, como preferem os franceses.

O único negócio que funciona mesmo é o hormônio masculino conhecido como testosterona, que aumenta o desejo sexual em ambos os sexos e, às vezes, é receitado para a cura da impotência total. Mas se tomado por homens potentes pode causar atrofia dos testículos e se tomado por garotinhas em busca de experiências excitantes, causa masculinização.

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