Afrodisíaco é qualquer negócio que sirva para aumentar o
prazer sexual. Vem de Afrodisia, um festival grego em homenagem à deusa
Afrodite, a mesma que emprestou seu nome latino (Vênus) para a camisa mais
famosa do mundo. Poucas foram as comidas que em um tempo ou outro não foram
consideradas afrodisíacas: ostras, quiabos, aspargos, cogumelos, tomates,
bulbos de tulipa, etc.
Paulinus, um sacanólogo medieval, recomendava mijo de touro,
cristas de galo, trolha de burro, sangue de pardal e outras delicatesses, cuja
simples menção é suficiente para brochar o locutor que vos fala. Sangue
menstrual, placenta de antílope, culhões humanos, esperma de anões misturado
com titica de falcão e cérebro ainda quente de criminosos decapitados também
aparecem cm várias receitas consideradas antibrochantes desde a época em que o
Kama-sutra foi escrito.
As Amazonas acreditavam que se cortassem uma perna dos
prisioneiros, o chamado membro viril dele ficaria ainda mais viril. Tanto
acreditavam que usavam esta técnica para elas próprias: amputavam o seio
direito das meninas, certas de que, com isso, o braço direito receberia
nutrimento sanguíneo adicional e ficaria mais forte para dobrar o arco. Um rei
cíntio perguntou para a rainha amazona Antianara: “Por que seus escravos todos
não têm uma perna?”. Recebeu como resposta um sorrisinho irônico.
Mas se você é um desses caras que já está comemorando
aniversário de impotência, muita gente boa recomenda pó de chifre de
rinoceronte, que é vendido caríssimo por toda a África equatorial. Se você
estiver mesmo a perigo, dê um pulo até Nairobi, mas leve um especialista
consigo, pois a maioria dos vigaristas em vez de chifre de rinoceronte vende
mesmo é osso moído de porco, que não mata, mas também não levanta. De qualquer
modo o freguês tem que ser muito brocha mesmo pra acreditar nessas besteiras.
Querem saber o que funciona? Eu digo: é a mosca espanhola. Mas
não saiam por aí caçando as moscas existentes nos restaurantes espanhóis. Mosca
espanhola é apenas um apelido da cantárida, um tipo de inseto que, depois de
morto, triturado e ingerido, excita a bexiga, a uretra e os órgãos sexuais. Vem
sendo usada há séculos, com sucesso, em cavalos e touros que têm que trabalhar
muito. Mas tem um troço chato: mata com uma facilidade incrível quando usada
por leigos como vocês. A dose que levanta o mastruço é quase a mesma que o
abaixa (bem como o seu dono) para sempre.
A estricnina apresenta o mesmo problema: seria um
maravilhoso excitante sexual se não matasse o cliente antes dele poder concluir
a bimbada. Muito amador acredita que o álcool é um estimulante sexual porque
ele desinibe. Aceitem o conselho de um profissional: a hora de encher a moringa
não é a mesma do alpinismo. O álcool, quando em excesso, torna o marmotão menos
sensível, ocasião em que ocorre o famoso fenômeno da meia-bomba ou demi-bombê,
como preferem os franceses.
O único negócio que funciona mesmo é o hormônio masculino
conhecido como testosterona, que aumenta o desejo sexual em ambos os sexos e,
às vezes, é receitado para a cura da impotência total. Mas se tomado por homens
potentes pode causar atrofia dos testículos e se tomado por garotinhas em busca
de experiências excitantes, causa masculinização.
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