Vlady Oliver
Tem patas de um elefante, tronco de um elefante, cabeça de
um elefante, presas de um elefante e não é um elefante? Vai pensando aí
enquanto a gente explica o outra metade da aula de massinha para dissimulados e
afins. Toda a esquerdalhada do país se engajou num imenso esforço patético de
dourar a pílula. Segundo os párias e colegas do crime sem castigo, “os ideais
da esquerda estão sendo conspurcados por uma quadrilha de bandidos comuns”. É
mesmo, cara pálida? Conta agora a do papagaio.
Uma presidente que se desmanchou em si mesma como purê de
mandioca brava, cacarejando seus mantras e visões do apocalipse enquanto
enfiava os docinhos da festa infantil no bolso não me parece uma ruptura de um
sistema apodrecido de véspera e uma forma de dar corpo e alma ─ ambos podres –
a uma mentalidade que se esforça em subir pelo atalho. Os caras detonaram as
leis, a decência, a ética e a liberdade ensaiadas neste país imberbe tão
somente para fazer de otária uma sociedade inteira, pagante e não reclamante de
uma verdadeira orgia feita com o nosso dinheiro público bem diante de nossos
olhos, narizes e bocas caladonas para o malfeito, mal parido e mal pago sistema
político brasileiro.
Ensaiam hoje um tímido parlamentarismo parlapatão, muito
mais pela vertente presidencialista dos detentores do poder no Congresso que
pela conclusão pura e simples de que presidencialismo, reeleição, urna
eletrônica sem fiscalização, oposição de quatro para o realismo fantástico que
nos assola são tão somente as notas trôpegas de uma mesma música indecente, que
já dói nos ouvidos. Já me esgoelei por aqui de olhar o tabuleiro a uma
distância segura e ver que todas as suas peças executam um balé esquisito, que
cabe mais como uma luva nos ideais idiotas da estrabaria de esquerda que temos
por aqui que na defesa honesta de nossos preceitos democráticos e de nossa
liberdade de ir e vir e mandar um pé no traseiro bem dado em toda essa
escumalha que nos desgoverna.
Em que pese o fato de que a sociedade lentamente se dá conta
que lhe passam a mão nos fundilhos sem pudor nem complacência, é de se esperar
que em algum momento essa mesma sociedade se encha até a tampa de Marilenas
Chauís patrocinadas pela anta, Suplícios cantando blowin’ my balls in the wind
de cueca vermelhinha e ministros Edinhos cacarejando inocência, com o bolso
cheio de docinhos da mesma festa onde a camarada Wanda surrupiou os
brigadeiros. Fala serio. É uma quadrilha que está no poder, meus amigos.
Tem patas de quadrilha, tronco de quadrilha, cabeça de
quadrilha e só não vê quem não quer a verdadeira natureza desse ajuntamento de
bandidos. Os meliantes se organizaram para nos rapinar, em nome de uma tal
infraestrutura que os caras foram superfaturar na África, em Cuba, na Venezuela
e em outros potentados da mesma camorra aboletada no tal Foro de São Paulo e
cercanias. É um golpe sem vergonha. Um golpe que conta com o compadrio, a
omissão, a covardia e a enganosa elegância destes nobres cúmplices esquerdos de
tabuleiro, blindando a dona de seus próprios desatinos enquanto procuram um
substituto da mesma esquerda calhorda para apaziguar as coisas e continuar a
dança picareta.
Para quem ainda não entendeu, o que tem patas de elefante,
cabeça, tronco e presas de um elefante sem sê-lo por completo é o ESQUELETO DE
UM ELEFANTE. Justamente o que vai sobrar em nosso lombo se essa gente não for
apeada de onde se aboletam, roubando porcamente o nosso futuro. Eu quero é ver
o oco, dona dilma. Sua mandioca definitivamente está assando.
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