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quinta-feira, março 07, 2013

Confraria dos Chifrudos, onde todos são bem vindos!


Por Geordie Filho, de João Pessoa (PB)
Editor do Cariri Ligado
Conversas sobre traições e adultérios deram origem ao bar Confraria dos Chifrudos, no mercado público da Madalena, um dos mais frequentados da cidade do Recife (PE).
O Cariri Ligado esteve por lá e conversou com o proprietário do estabelecimento, o senhor Fernando Correia, que nos contou como tudo começou.
Segundo Correia, tudo começou com um quiosque para vender bolo de bacia e caldo de cana, que depois evoluiu para uma rabada e terminou virando um bar.
Brincadeira vai, brincadeira vem, e todos se chamavam de cornos.
Mutuamente, sem brigas, só de brincadeira. De anarquia.

O bar não tinha nome, colocaram boteco dos Cornos.
Mas Correa achou o nome pesado.
Temia afugentar a clientela, mudou para Confraria dos Chifrudos, onde há um sino na parede, com a convocação “Quem não for corno seja bem-vindo. Quem for, toque o sino”.
A brincadeira continua: “Corno é assim, tudo que vê, quer ler.”
O local freqüentado assiduamente pelos caririzeiros que residem no Recife, entre eles, Zelito Nunes, Edinho Barros, Nido Farias, Walter Farias, Wilson Feitosa, Pedro Rômulo Nunes, Holdair Martins e outros mais.
Os que não residem por lá também se aventuram, como este que vos escreve.
O bar é tampa de crush, onde até o telefone é enfeitado com chifres.

As origens do mal
Corno, conforme se sabe, é uma gíria que designa o homem que foi traído pela esposa (ou pela namorada, ou pela amásia, ou pela ficante, você decide!) e aceita normalmente a situação ou que então faz “vista grossa” para as escapadinhas da distinta.
Há vários outros nomes para designar a raça, dentre eles chifrudo, cornudo, alce vermelho, boi-da-cara-preta, galhudo, maxixe, miolo-de-boi, etc.
No Brasil, o corno é um personagem-vítima de muitas anedotas populares, nas quais normalmente se dá mal.
Quanto à sua índole, o corno pode ser manso, brabo, dissimulado, convencido etc.

O Inmetro já catalogou mais de 500 tipos de corno, sendo que o mais recente é o corno ponto cego: aquele que fica preso no aeroporto enquanto a mulher se esbalda em casa!
O epíteto “corno” teria surgido de uma lenda medieval na qual a cabeça do marido traído começaria a doer na região da testa, e que, ao melhor estilo do realismo fantástico, surgiriam cornos que cresceriam na sua fronte.
Um gesto chulo (e um insulto na Itália), indicando que alguém é corno, consiste em fechar os dedos da mão, prender o dedo médio e o dedo anelar com o polegar, deixando levantados os dedos mindinho e indicador.
Esse gesto insultuoso se transformou no principal gesto de afirmação dos jovens fãs de heavy metal.
Os fãs de hip-hop fazem o mesmo gesto, mas levantando o polegar e o mindinho, e mantendo os outros três dedos flexionados no meio da mão.

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