Um dos principais problemas brasileiros contemporâneos de
quem assiste tevê, ou mesmo passa perto de uma na vitrine de uma loja, é a
exposição constante a Fábio Porchat.
Segundo engenheiros de telecomunicações, a presença quase
ininterrupta de Porchat em comerciais e programas tem gerado um acúmulo de íons
qwarkianos nas ondas televisivas.
Em grandes quantidades, tais partículas podem provocar nos
seres humanos convulsões e um efeito de déjà vu facial, que faz com que o
indivíduo afetado veja o rosto de Porchat não apenas em cada pessoa que
encontra, mas também em diversos lugares, do interior de sacos de carvão para
churrasco à superfície de camisinhas femininas.
A fim de evitar que esse mal se agrave, uma equipe de
cientistas resolveu inovar: eles inocularam no comediante-propaganda nada menos
do que células do músico-deus João Gilberto.
As células, que são parte de uma cultura in vitro que os pesquisadores guardavam
desde a última vez em que João deu o sangue pela música, quando cortou o dedo
nas cordas de um violão em um show em 1961 e abandonou os palcos por dois anos
e meio, foram aplicadas em segredo, enquanto Porchat gravava uma propaganda de
seringas decartáveis.
Desde então, ele passou a fazer apenas oito comerciais por
semana, e, em cinco deles, reclamou da temperatura do ar condicionado do
estúdio e do barulho produzido pelos pentes usados pelos cabeleireiros nos
camarins, o que deve fazer com que não seja mais contratado por essas empresas.
Além disso, agora seu tom de voz durante as gravações é
praticamente inaudível, tornando difícil saber que produto ele está anunciando.
Porchat também criticou a qualidade musical das atrações do
“Esquenta”, e propôs-se a tocar violão no programa durante 5 minutos por 3
milhões de reais, o que, aparentemente, não foi aceito pelos diretores musicais
da atração, os Leleks.
A APENFAPOR – Associação de Publicitários com Ênfase em
Fábio Porchat (ex-APEXANEY - Associação de Publicitários com Exagero em Neymar)
tenta sanar o problema, utilizando vídeos caseiros de almoços familiares e
imagens das câmeras de segurança do prédio onde mora o comediante para suprir
sua ausência nos comerciais.
Já os cientistas garantem que, na fase seguinte do
experimento, dentro de alguns dias, Porchat deverá se tornar um eremita que passará
os dias fazendo palavras cruzadas Coquetel Letrão e observando a vida sexual de
suas samambaias, e descerá de seu apartamento apenas para ir à locadora alugar
clássicos de Federico Fellini em VHS.
Tentamos contatá-lo através do novo serviço de bate-papo, o
PorCHAT, mas não obtivemos resposta. Continuaremos atentos!
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