Por Paulo Jersey Valadão
Não existe substituto para a mulher. Já se experimentou de
tudo, de melancia ao homem, mas nada a substitui completamente.
Você pode achar
que encontrou uma alternativa satisfatória para a mulher – a numismática, ou a
autoflagelação com espaguete cru – mas está apenas se enganando. Sempre estará
faltando alguma coisa.
Definição: mulher é aquilo que fica faltando quando a
gente acha que não precisa dela.
Há quem diga que, para uma relação sexual, mão é melhor que
mulher.
Que a mão do homem combina as vantagens de uma esposa e de uma amante –
está sempre ali, mesmo no meio da noite, como uma esposa, e pode pegar no seu
pau embaixo da mesa do bar no meio de uma conversa sobre o Malkovich e quase
obrigá-lo a levá-la para casa, ou pelo menos para o banheiro, como uma amante –
sem qualquer das desvantagens, como ciúmes ou TPM.
Mas que variação pode haver
no sexo com a sua própria mão? (Por favor não mandem e-mails.)
E as bobagens antes e depois do sexo, sem falar naquele
cheiro meio doce e úmido que elas têm no pescoço e a sua mão não tem?
Fala-se também nas bonecas infláveis, que estariam chegando
a um tal grau de realismo que já daria para escolher o cheiro do pescoço.
Dizem que, para atender aquele segmento do mercado que quer
bonecas infláveis com as quais você possa ter não apenas sexo, mas conversas
inteligentes, os japoneses desenvolveram uma boneca que responde. Você fala
qualquer coisa, puxa uma cordinha e elas dizem “Sim”.
Mas você não pode levar bonecas infláveis a bons
restaurantes e esperar que elas saibam se comportar. Ou usá-las em qualquer
proposta séria de troca de casais, a não ser que as outras também sejam
infláveis.
Nada substitui mulher. Nenhuma categoria humana é tão
inteligente. E tão graciosa, não importam o que digam dos travestis
tailandeses.
A reprodução da espécie seria impossível sem as mulheres – e não
se pode dizer o mesmo dos homens, pois já estão fazendo fecundação sem
cromossomos.
E pense nisso: existem mulheres infláveis porque elas não se
resumem nos seus orifícios, pois para isso até os hortifrutigranjeiros servem.
Mesmo artificial, precisamos da mulher inteira, do conjunto, de um simulacro da
sua companhia.
E alguém tem notícia de homem inflável? Só existem falos
artificiais, o resto é supérfluo.
O boneco do homem, para as mulheres, é o seu
pênis, sem aquela massa confusa, iludida e dispensável na outra ponta.
Já a
mulher, para o homem, é a sua genitália e, ah, as suas circunstâncias.
Portanto, todo phoder às mulheres, porque o que elas querem
não é mole.
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