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quarta-feira, julho 31, 2019

Pasquim está digitalizado no site da Biblioteca Nacional



A hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, na Cinelândia, coração boêmio político do Rio de Janeiro, guarda um imenso acervo de periódicos publicados no Brasil e fora do país desde o século 18. São mais de 20 milhões de páginas disponíveis gratuitamente para pesquisa, um conjunto precioso que serve de fonte de pesquisa, mas também de curiosidades para quem gosta de história. 

Dentre as preciosidades, encontram-se os jornais amazonenses O Capital, os republicanos “A Epocha” (1899-1890) e “A Federação: Orgam [sic] do Partido Republicano Federal (1895-1902), e o impagável “A Marreta” que tinha em seu quadro de editores dois jornalistas que assinavam pelos pseudônimos de Chico Piaba e Zé Peroba, os dois simulavam brigas com temas políticos polêmicos na região, no melhor estilo de telecatch jornalístico. Dentre os mais recentes que fizeram a história do jornalismo brasileiro, estão as revistas Manchete, Realidade e Cruzeiro.

Mas nada se compara ao que está para sair das fornalhas das digitalizadoras da BN. Agora, um importantíssimo jornal, passa a fazer parte da coleção digitalizada. Trata-se do Pasquim, um símbolo da chamada imprensa nanica da época da ditadura.   
O Pasquim foi uma das publicações mais importantes do jornalismo brasileiro, criado em plena  ditadura militar, o semanário mais irreverente do país representou um período de forte censura, contrastante com a efervescência cultural e artística brasileira. Por suas colunas passaram nomes da pesada da nata do humor como Millôr Fernandes, Jaguar, Luiz Carlos Maciel, Ivan Lessa, Henfil, Paulo Francis, Fausto Wolff e Sérgio Augusto. Além disso, teve colaborações de Glauber Rocha, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre outros.

No dia 26 de junho de 1969, há exatos 50 anos, começava a circular este semanário que se tornaria símbolo do jornalismo irreverente e contestador ao regime militar. Agora, todas as 1.072 edições do “Pasquim” acabam de ser digitalizadas pela Biblioteca Nacional (BN). O material estará disponível para o público na página da Hemeroteca da BN a partir de agosto.

O processo de digitalização gerou um total 35 mil páginas do jornal, que encerrou as atividades em 1991. A BN já tinha em seu acervo 602 edições do “Pasquim” — o restante foi cedido ao instituto pelo cartunista Ziraldo e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Um total de 37 mil páginas foi transformado em arquivos digitais e agora passa por indexação, o que permitirá aos internautas fazer pesquisas refinadas por palavras, inclusive para as imagens, já que boa parte do jornal trazia charges, quadrinhos e ilustrações.

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