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quinta-feira, julho 24, 2014

Moça, por favor, pare de fingir!


Ricardo Coiro

Moça, por favor, pare de fingir orgasmos! É sério. Quando a piroca – ou a língua – dele não estiver fazendo efeito algum, pelo bem da humanidade, faça a mesma expressão (de tédio) que você costuma fazer quando assiste à TV Senado ou quando finge ouvir a sua tia-avó repetindo – pela milésima vez – aquele “causo” que parece não ter fim, clímax e graça.

A verdade é que nós, homens, no que diz respeito ao aprendizado e à repetição de erros, somos como camundongos de laboratório: precisamos de choques – ou de expressões apáticas – para percebermos que não estamos causando o resultado desejado (cosquinha de adulto). Sacou?

Eu sei que muitas de vocês, mulheres, por se sentirem as únicas culpadas pelo gozo que não chega, encenam gemidos que desacatam a lei do Psiu e viram os olhos como se estivessem sendo exorcizadas a cada penetrada.

Porém, saibam que, muitas vezes – talvez na maioria delas – a culpa também é nossa, e que precisamos, para a extinção das vaginas áridas, tomar ciência dela.

Para que os homens sejam capazes de perceber que devem, urgentemente, trocar o ângulo da lambida, a velocidade da dedada e a pressão da metida (desculpe pelo termo, vó), vocês precisam parar de fazer aquela cara de “Continue assim, meu Frota!”.

Em algum lugar do passado, graças à cultura machista que até hoje perdura, as mulheres foram ensinadas a se sentirem culpadas até mesmo por aquilo que nada tem a ver com elas. Duvida?

Basta um pinto amolecer para que muitas, sentindo-se inferiores a um Viagra, marquem uma consulta com um terapeuta. “Doutor, o pinto dele murchou quando me viu!”, ela dirá, assumindo uma culpa que, provavelmente, é do cara que deixou o nervosismo imperar.

Perceberam? O mesmo acontece quando elas, quando deveriam contar a ele que transar como uma britadeira não é “tesônico”, preferem “Al Patinizar”, forjar um sonoro uivo e, enquanto fumam o Marlboro pós-coito, tentar descobrir o que é que elas fizeram de errado – mesmo que nada tenham feito.

Não estou sugerindo que você, a cada vez que ele não fizer o tesão brotar, humilhe o cara e diga coisas como: “Porra, só isso que você sabe fazer?”, “Você é um lixo. Se o meu vibrador abrisse vidros de azeitona, você poderia morrer agora!”, “Até o meu cachorro sabe me lamber melhor do que você!”.

Mas, por favor, quando ele não fizer efeito, se quiser que ele, um dia, consiga dar alegrias à sua perereca, não o iluda com finais teatrais e que fariam com que a Fernanda Montenegro aplaudisse de pé. Certo?

Ao invés de dar uma de atriz, caso saiba pontos capazes de melhorar o desempenho dele e, consequentemente, de elevar o seu prazer, experimente dar uma de professora (pode até usar uma fantasia, se quiser!).

É o melhor que você pode fazer quando estiver diante de um homem que vive a lamber o seu boguinha achando que está acariciando o seu clitóris.

Não tenha medo de, no meio da transa, agir como uma flanelinha e dizer: “Isso! Só um pouco mais para a direita. Mais um pouco! Mais uma pouco! Isso! Agora esterce toda a língua para a esquerda! Isso! Continue! Isso! Um pouco mais devagar! Reduz! Reduz! AÍ!”.

Sabe de quem é a culpa – ou parte dela – pela perpetuação de machos que transformam periquitas em terrenos mais secos do que desertos?

A culpa é das estrelas pornôs que atuam de graça, longe das câmeras e que, ao invés de gerar calos em mãos adolescentes, fazem com que adultos ajam como o Felipão e não mudem times/estratégias que estão perdendo.

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