Ricardo Coiro
Moça, por favor, pare de fingir orgasmos! É sério. Quando a
piroca – ou a língua – dele não estiver fazendo efeito algum, pelo bem da
humanidade, faça a mesma expressão (de tédio) que você costuma fazer quando
assiste à TV Senado ou quando finge ouvir a sua tia-avó repetindo – pela
milésima vez – aquele “causo” que parece não ter fim, clímax e graça.
A verdade é que nós, homens, no que diz respeito ao
aprendizado e à repetição de erros, somos como camundongos de laboratório:
precisamos de choques – ou de expressões apáticas – para percebermos que não
estamos causando o resultado desejado (cosquinha de adulto). Sacou?
Eu sei que muitas de vocês, mulheres, por se sentirem as
únicas culpadas pelo gozo que não chega, encenam gemidos que desacatam a lei do
Psiu e viram os olhos como se estivessem sendo exorcizadas a cada penetrada.
Porém, saibam que, muitas vezes – talvez na maioria delas –
a culpa também é nossa, e que precisamos, para a extinção das vaginas áridas,
tomar ciência dela.
Para que os homens sejam capazes de perceber que devem,
urgentemente, trocar o ângulo da lambida, a velocidade da dedada e a pressão da
metida (desculpe pelo termo, vó), vocês precisam parar de fazer aquela cara de
“Continue assim, meu Frota!”.
Em algum lugar do passado, graças à cultura machista que até
hoje perdura, as mulheres foram ensinadas a se sentirem culpadas até mesmo por
aquilo que nada tem a ver com elas. Duvida?
Basta um pinto amolecer para que muitas, sentindo-se
inferiores a um Viagra, marquem uma consulta com um terapeuta. “Doutor, o pinto
dele murchou quando me viu!”, ela dirá, assumindo uma culpa que, provavelmente,
é do cara que deixou o nervosismo imperar.
Perceberam? O mesmo acontece quando elas, quando deveriam
contar a ele que transar como uma britadeira não é “tesônico”, preferem “Al
Patinizar”, forjar um sonoro uivo e, enquanto fumam o Marlboro pós-coito,
tentar descobrir o que é que elas fizeram de errado – mesmo que nada tenham
feito.
Não estou sugerindo que você, a cada vez que ele não fizer o
tesão brotar, humilhe o cara e diga coisas como: “Porra, só isso que você sabe
fazer?”, “Você é um lixo. Se o meu vibrador abrisse vidros de azeitona, você
poderia morrer agora!”, “Até o meu cachorro sabe me lamber melhor do que
você!”.
Mas, por favor, quando ele não fizer efeito, se quiser que
ele, um dia, consiga dar alegrias à sua perereca, não o iluda com finais
teatrais e que fariam com que a Fernanda Montenegro aplaudisse de pé. Certo?
Ao invés de dar uma de atriz, caso saiba pontos capazes de
melhorar o desempenho dele e, consequentemente, de elevar o seu prazer,
experimente dar uma de professora (pode até usar uma fantasia, se quiser!).
É o melhor que você pode fazer quando estiver diante de um
homem que vive a lamber o seu boguinha achando que está acariciando o seu
clitóris.
Não tenha medo de, no meio da transa, agir como uma
flanelinha e dizer: “Isso! Só um pouco mais para a direita. Mais um pouco! Mais
uma pouco! Isso! Agora esterce toda a língua para a esquerda! Isso! Continue!
Isso! Um pouco mais devagar! Reduz! Reduz! AÍ!”.
Sabe de quem é a culpa – ou parte dela – pela perpetuação de
machos que transformam periquitas em terrenos mais secos do que desertos?
A culpa é das estrelas pornôs que atuam de graça, longe das
câmeras e que, ao invés de gerar calos em mãos adolescentes, fazem com que
adultos ajam como o Felipão e não mudem times/estratégias que estão perdendo.
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