Provavelmente todos nós já estamos familiarizados com as
técnicas de bodypainting, principalmente durante os bailes de carnaval em exclusivíssimos
ambientes fechados, cujo nível de criatividade lembra vagamente Sodoma e Gomorra antes da visita dos
arcanjos.
No entanto, há que se separar o uísque da cachaça: há as pinturas
dos artistas de rua que são feitas no carnaval para mostrar aos amigos de
suruba e há aquelas pinturas com potencial de se elevarem à categoria de arte.
Craig Tracy é claramente um dos segundos casos.
Ele nasceu e cresceu em Nova Orleans (EUA), onde os corpos
pintados durante o Mardi Gras (o carnaval de Lousiana) o inspiraram, desde
criança, a se tornar artista plástico.
Aos 16 anos, já trabalhava como ilustrador em um shopping
center da cidade e, depois de se formar em Belas Artes, continuou atuando na
área por alguns anos, até abandonar a carreira por achar que ela tirava o
sentido de sua arte.
Filho de pais hippies, apaixonado por pintura corporal,
Tracy começou a se dedicar à técnica e levou alguns anos até que se levasse a
sério – e levasse a arte a sério.
Em sua obra, Tracy busca unir algumas de suas paixões: a
forma do corpo feminino e a arte de pintar sobre ele.
Com esta obra, do início da carreira, o artista teve certeza
de que estava no caminho certo para se expressar artisticamente.
A paixão dele cresceu tanto, que Tracy se tornou um
colecionador de obras de arte de pintura corporal.
Esta obra foi inspirada pelo filme Beleza Americana.
O artista quis eternizar o vermelho sobre o corpo da modelo.
Nesta outra obra há, na verdade, duas modelos.
O olho do animal é pintado sobre o seio de uma delas,
enquanto a mão de sua irmã forma o nariz da fera.
Calhou de a modelo trazer sua irmã para o estúdio e ela,
literalmente, deu uma mão.
Tracy afirma que a forma da modelo – em particular sua
diminuta cintura – inspirou esta obra.
Todas as sombras foram pintadas no corpo da modelo – nenhuma
luz foi usada na foto – e além do branco e preto, o artista usou algumas cores.
A natureza é também uma das paixões do artista, que começou
pintando animais nos corpos femininos.
Aqui, ele manteve as “imperfeições” da pintura.
Craig leva cerca de 24 horas para completar suas pinturas em
estúdio e fotografá-las.
Nesta obra, Tracy quis mostrar que o sol visto do fundo do
mar – como visto pelos mergulhadores – é muito mais interessante.
O artista – que trabalha com o volume do corpo feminino –
encaixa suas modelos sobre um fundo para finalizar o quadro.
Tracy conta que essa pintura – representando um caleidoscópio
– foi a que demorou mais tempo na pré-produção, já que ele teve que encomendar
uma plataforma para posicionar a modelo.
A posição da modelo também dificultou o processo.
Em 2006, ele abriu a primeira galeria de arte do mundo
especializada em pintura corporal.
A galeria, em Nova Orleans, tem fotografias, gravuras em
papel e tela, além de livros e vídeos sobre o processo de pintura corporal.
Além disso, ele dá palestras semanais sobre o tema.
Porra, Marius Bell, o que você está esperando para fazer o
mesmo?
Um comentário:
Sempre falei que arte não se desperdiça, por que não está pintando nas cocotas Marius Bell? Por que não temos muros representativos de nossa belle epoque? Por que não temos o mapa do amazonas pintado numa praça e seus municípios?
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